Sírius e Daniel se mantinham de pé, os dois largavam suas mãos e se sentavam sobre a pedra, lado a lado, encarando o povo eufórico.
– Gostaram do espetáculo?! – Berrava Daniel ao povo.
– SIM! – Gritava o povo aos aplausos.
Sírius esperava as palmas pararem para poder falar.
– Vamos falar de algo mais sério. – Falava Sírius se levantando novamente. – Vocês querem sair deste inferno?! – Berrava Sírius, andando da esquerda para a direita, mantendo seus olhos vidrados nos escravos.
– SIM! – Berravam todos.
Daniel permanecia calado e sentado, apenas observando toda aquela multidão de diferentes povos, Leonilos, Snake, Repitales, Gols, pessoas de diferentes culturas, que conviviam entre si, mas não se davam muito bem devido a suas diferenças físicas, cores e costumes, mas todas estavam encantadas com Sírius.
Os Snake eram mais pensativos e bondosos, os Leonilos mais gananciosos e valentes, os Repitales b
Sírius e Grazi continuavam sentados, lado a lado, como dois pássaros admirando a noite. Não era muito diferente para ambos, já que a única visão que tinham era a completa escuridão tenebrosa à frente. – Os guardas a essa hora estão dormindo, Grazi? – Perguntava Sírius. – Talvez sim, não posso concordar sem saber. – Respondia Grazi, mexendo nos seus cabelos azuis. Sírius se levantava e estendia suas mãos para a moça. – Você quer ir agora? Perdeu a noção do perigo? – Sussurrava Grazi. – Eu confio em mim, e você? Acredita em si mesma? – Questionava Sírius, com um ar sarcástico e um sorriso no rosto. – É meio que eu não enxergo… – Respondia Grazi, sem jeito. – Sem problemas, você conhece o caminho e eu enxergo. – Falava Sírius, segurando um riso. Grazi apertava a mão de Sírius e com um impulso se levantava. Os olhos de Sírius ficavam verdes-esmeralda, brilhantes como estrelas cadentes em um céu noturno. Para S
Por instinto, medo e tensão do momento, Sírius agia rapidamente e puxava Grazi pelos seus braços finos e delicados, agarrando-o à moça, muito mais baixa do que ele, curvava-se totalmente e a beijava, seus lábios se encostavam e os dois fechavam seus olhos. Ele não se lembrava da última vez que beijou alguém, a boca de Grazi era delicada como de um beija-flor, tão gostosa como mel e sensível como pétalas de rosas, ela apenas retribuía o ato e não repudiava, como se se entregasse aos braços de Sírius. – Hhhhmmm! – Berrava o soldado. Sírius rapidamente se soltava dos braços da moça e encarava o soldado, reconhecia o soldado Carmel e sua tensão aumentava. Grazi não sabia se respirava mais rápido devido ao beijo inesperado de Sírius ou devido ao soldado e sua encarada. – Ahhh… Não quero mais sangue derramado. Voltem para a gruta. – Falava Carmel, tristemente. – Boa noite, Carmel. – Sussurrava Sírius. Carmel dava um pequ
Após um tempo, Sírius sentia confiança em Carmel e lhe contava todo o seu plano para fuga. O soldado apenas ouvia o rapaz, com seus olhos vidrados em Sírius e prestando atenção em cada palavra, cada detalhe da fuga, sem interromper. – Sim, eu tenho a chave para o arrastador, mas você não sabe. Não depende só de mim, o soldado lá em cima do poço também deve acoplar sua chave e puxar no mesmo momento que eu puxar para a madeira subir para a superfície. – Sussurrava Carmel. – Eu darei um jeito nisso. – Respondia Sírius, secamente. Tinha sido uma longa tarde, Sírius voltava a perfurar sua parede de pedras brancas, Grazi rodopiava por todos os túneis com os carrinhos, Daniel carregava pedras ao lado de Jason até anoitecer. Na noite, Sírius se encontrava com seus amigos habituais sobre a pedra e discutia o acontecimento. – Mas Sírius, ele é de confiança? – Falava Jason. – Aparentemente sim, ele estava muito abatido com a perda de sua filha,
O grande dia tinha chegado, entretanto amanhecia como todos os outros, os soldados acordavam os escravos a chicotadas, entregavam suas sopas matinais e, logo após, cada um se dirigia a seu trabalho. Sírius estava bastante tenso naquela manhã, mordia seus lábios, roía seus dedos e apertava seus dentes fortemente, não picaretava a parede fortemente como nos outros dias, deixando sua força para a noite. – O grande dia, rei Sírius. – Sussurrava um escravo ao lado de Sírius, enquanto também picaretava a parede de pedras brancas. – Quero todos em suas posições. – Falava Sírius secamente, sem demonstrar sua tensão. O tempo se passava lentamente, o Snake contava os minutos para anoitecer, mas a tarde passava mais devagar do que os outros dias. Carmel se aproximava constantemente e apenas concordava com a cabeça. &nb
Sírius, com seu exército, descia a ladeira íngreme de cascalho às pressas, entre escorregões e algumas quedas, mas nada preocupante, todos estavam bem animados, mas aos sussurros evitando ser reconhecidos por algum pelotão do exército da Águia Vermelha. Eles caminharam por longas horas durante a noite pelas matas secas, de gramas amareladas e de árvores tortas ressecadas, não era uma visão muito bela, mas era a liberdade daquele povo. Daniel e Sírius caminhavam na dianteira, o Snake carregava Grazi no seu colo, muito ensanguentada, mas ainda sorria para ele, enquanto lágrimas descia do rosto pálido do seu amado. – Vamos parar por aqui, estou reconhecendo o caminho até meu reino, mas será uma longa trajetória e precisamos descansar. – Falava Daniel, olhando o horizonte. O ambiente era seco, plano e com gramíneas amareladas, algumas poucas árvores estranhas aos arredores, um pequeno riacho a frente e cada vez
O sol estava radiante, as gramíneas ressecadas, mas balançavam um pouco com o ar quente do norte, alguns animais passavam pelo exército de Sírius, que estava cansado, suado e fedido a suor. Sírius estava cansado do esforço que tinha feito para matar o animal, com os pés doloridos sobre o chão fervendo e, além disso, o ar quente em sua bochecha retirava seu fôlego cada vez mais; suas costas ardiam como se pegassem fogo, seus olhos lacrimejavam e escorriam pequenas lágrimas aos poucos. – Sírius? Você está bem? – Perguntava Daniel, como se não se incomodasse com o calor. – Estou bem, relaxe. – Respondia Sírius, quase sem ar. – Vamos descansar, amanhã continuamos. – Falava Jason, preocupado com Sírius. Aos poucos, Daniel reunia o exército em baixo de uma árvore volumosa, de folhas grandes circulares como plaquetas amarelas. Sírius se sentava entre as raízes, com seu corpo totalmente dolorido e ardido em chamas. – Daniel e Jas
Após um abraço de curto período entre Sírius e Masalm, o rei Leonilos ordenou para seus guardas uma toalha para limpar o rei Snake. Um dos guardas caminhou rapidamente em direção a Sírius, com um grande pano, vermelho com detalhes do símbolo Leonilo, com tinta dourada nas bordas do tecido. – Limpe-o, homem! – Esbravejou Masalm, com um olhar tenebroso. O homem rapidamente desenrolou o pano e enrolou Sírius, chacoalhando o corpo ferido e limpando sua barba e os cabelos cobertos de sangue. – Opa, opa! Obrigado! – Falava Sírius, sem jeito, para o guarda. Quando Sírius finalmente se desenrolava do pano e quando parcialmente estava mais limpo, Masalm estava a poucos passos a sua frente, sentado sobre uma cadeira de ouro com almofadas vermelhas. Havia uma cadeira vazia idêntica ao seu lado, ambas conectadas por toras de madeiras douradas, esculpidas em formato de leão. –
Sírius e Nina caminhavam calmamente pelos corredores, brancos como a neve, com seus detalhes de ouro e com rosas de fogo espalhadas aleatoriamente pelos corredores do palácio. Caminhavam tendoseus braços enrolados entre si. – Você falou exatamente o que qualquer rei gosta de ouvir. Riqueza. – Comentou Nina seriamente, com um leve sorriso. – Sim. – Respondeu Sírius, coçando sua barba gigantesca. – Qual seu intuito, rei Sírius? – Questionava Nina, com sua sobrancelha erguida. – Você descobrirá com um tempo. – Respondia Sírius, em um tom sério. Entretanto, Nina sorria e debochava de sua resposta, soltando uma bela gargalhada, com seus olhos pequenos fechados, apenas seus dentes brancos à mostra, ao mesmo tempo em que seus cabelos cacheados balançavam. – Uau! Um homem de mistérios e sério. – Comentava Nina, aos risos. – O único mistério que não tenho é o meu fedor. – Comentava Síri