Olá, caro(a) leitor(a), obrigada por você estar aqui, sinta-se à vontade para deixar sua opinião e sugestões, são bem vindas, principalmente porque a narrativa ainda está em construção.
Retornei para São Paulo na segunda-feira. Júlia chorou o tempo inteiro enquanto me olhava colocar as malas dentro do carro, era o mesmo semblante que ela me lançou quando fui embora pela primeira vez, um olhar que dizia “tenho medo do que acontecerá com você”. Suspirei, puxando-a para perto e a abracei, sussurrando que sabia cuidar de mim mesma. E minutos depois, Ellie e eu estávamos na estrada, prontos para recomeçar nossa vida, em nossa casa nova. Nosso novo lar era bem espaçoso, um duplex na verdade, as paredes eram pintadas de brancas, detalhes em vidro, e uma luminosidade satisfatória, principalmente, nos pontos onde havia plantas. A tutora, Vivian, chegou pontualmente às 10h. Foi a primeira vez que ela se encontrou com meu filho, de inicio, ele pareceu um pouco relutante com a aproximação, talvez por, durante todo aquele tempo, ter convivido apenas comigo e a família de Júlia, porém, depois de um tempo, já estava sorrindo para ela com seus dentinhos à mostra. Fiquei satisfeita
Wolfgang Meu sangue ferveu ao encarar aquela cena. Minha vontade era de ir até eles, acertar um soco na cara daquele desgraçado e levar Christine embora. Mas eu não podia, não tinha sequer o direito de ficar com ciúmes, não depois de ter aberto mão dela, e mesmo que tivesse meus motivos, ela jamais entenderia, sem contar que apenas a colocaria em perigo. “Foi o que você escolheu, Wolfgang." Disse a mim mesmo, tentando pelo menos manter a compostura, o que, em poucos segundos, se mostrou impossível, então, quando não aguentei mais agarrei o braço de Gisela e a arrastei para fora do restaurante. – Porque nós temos que sair? Ela questionou puxando o braço para que eu a soltasse, havia uma expressão de incômodo e insatisfação em seu rosto e parecia prestes a dar mais um de seus chiliques. – Só… me dá um tempo, ok? Podemos jantar em outro lugar… – Expliquei esfregando as têmporas, não queria descontar minha raiva nela. Andei em direção ao carro, destravei o alarme e abri a porta do pa
ChristineFiquei me perguntando se Wolfgang estaria fervendo de raiva naquele momento, me xingando enquanto enchia a cara, ou se apenas estava se divertindo nos braços de sua nova amante. Meu coração se enchia de mágoa ao pensar nisso, me fazia sentir como se fosse apenas um objeto usado e descartado por ele, o que só me fez sentir ainda pior.Voltei à realidade do que estava acontecendo quando Richard encerrou o beijo com um último selinho, em seguida, inclinou-se um pouco para me encarar nos olhos, havia um sorriso de canto em seus lábios enquanto acariciava meu rosto com as pontas dos dedos. – Ele não merece sua tristeza, você é fod* pra caralh*... – Ele sussurrou e pareceu sincero, então, endireitou as costas e pegou sua taça de vinho. – Façamos um brinde à noite arruinada dele. – Quantos palavrões numa frase só… – Murmurei em tom de brincadeira, para minimizar o clima tenso que eu mesma havia gerado. – Achei que você fosse um moço comportado.– Pelo visto você não me conhece… –
WolfgangMinha cabeça latejava e meus olhos ardiam enquanto tentava analisar os documentos que precisavam da minha assinatura, a verdade, era que eu sequer estava conseguindo raciocinar as informações presentes neles. Todo o vinho que tomei na noite passada estava cobrando seu preço na forma de uma ressaca fod*da.Pensei em Gisela, preocupado por não lembrar de absolutamente nada da noite passada, mas tinha certeza de que havia dormido com ela por causa dos flashes que passavam pela minha cabeça, além é claro, da visão de seu rosto adormecido sobre o meu peito, e seu corpo morno e desnudo sobre o meu.Estava prestes a ligar para ela, me desculpar por ter ido embora antes dela acordar, deixando somente um bilhete rabiscado, quando fui interrompido por Axel Weschenfelder que entrou no escritório, havia uma expressão furiosa em seu rosto e parecia prestes a surtar comigo.– O que porr* você está fazendo? O homem que me deu seus pares de cromossomos, questionou quase aos gritos. – Você nã
Caminhei pelos corredores recém-pintados da E-Beauty, satisfeita com a aparência simples e sofistica ao mesmo tempo, entrei no elevador e enquanto esperava chegar ao meu andar, liguei para Richard, questionando como estava sua saúde. Eu ainda me arrepiava sempre que lembrava das marcas de sangue em sua camisa branca, e os pontos feitos pelo médico de plantão, pelo menos seis.– Estou bem, já te disse, mas você pode conferir jantando comigo hoje… – Ele explicou em tom de brincadeira, mas realmente parecia bem.Eu estava prestes a chamá-lo de chavequeiro, quando de repente, um pequeno tumulto na recepção chamou a minha atenção. Depois de me desculpar, explicando que precisava resolver um problema, desliguei e me direcionei à recepção. À minha frente, uma mulher vestida com roupas extravagantes e chamativas, discutia com a recepcionista, fazendo um verdadeiro escândalo, não dava para ouvir ao certo do que se tratava, mas pelo olhar assustado da outra moça, estava claro que era uma clien
– Descanse, amanhã conversamos direito… – Sussurrei para Madson enquanto a acomodava no quarto de hóspedes, baixei a luminosidade, puxei os cobertores para aquecê-la e sorri tentando fazê-la se sentir confortável. – Não se preocupe, amanhã resolverei isso. – Desculpe por estar trazendo problemas para você… – Ela murmurou cabisbaixa, apertando as mãos novamente, parecia um hábito. – E, obrigada. – A culpa não é sua… – Expliquei acariciando seus cabelos ondulados e escuros como os meus. – Só descanse, e deixe os problemas para os adultos. A observei balançando a cabeça em concordância, e esperei um pouco até que pegasse no sono, depois disso, passei pelo quarto de Ellie, para ter certeza de que nada estava atrapalhando seu soninho e então fui para o meu próprio quarto, mas não consegui dormir. Não conseguia parar de pensar no olhar de desprezo que recebi da minha mãe, e depois de revirar muito na cama, resolvi sair para tomar um pouco de ar fresco. Coloquei uma roupa de corrida, têni
Wolfgang Esperei ansiosamente enquanto Christine pensava, e quanto mais demorava em responder, mais acelerada ficava minha frequência cardíaca, cheguei a pensar que infartaria a qualquer momento, e então, depois de muito me fazer sofrer, ela enfim, balançou a cabeça concordando.– E então, o que você quer? Ela perguntou tornando a me encarar.– Você não está alheia à minha presença… – Resmunguei me referindo ao pouco contato que consegui manter com nosso filho às escondidas.– Não se atreva! Christine exclamou de repente, voltando a ficar na defensiva, e enfiou o dedo indicador em seu peito. – Não vamos dividir a guarda. – Eu nunca disse que tentaria... – Respondi com um suspiro consternado, a desconfiança dela era a pior parte. – Ellie é meu filho também, eu quero ao menos pegá-lo nos braços uma vez.Christine pareceu pensar um pouco, ponderando novamente.– Não hoje, ele está dormindo agora… – Ela explicou com os olhos fechados, pensativa, como se pudesse ouvir o ressonar dele.–
Numa manhã fria de inverno, meu pai surgiu de repente, trazendo consigo uma criança da minha idade. Um menino que me encarou de cima, com uma expressão de superioridade, parando para pensar, éramos muito parecidos, quase gêmeos, se não fosse pela discreta diferença na cor de nossos cabelos – ironicamente, talvez uma forma do nosso DNA dizer que não éramos completamente irmãos – no fim, éramos estranhos um ao outro. Eu tinha oito anos, e não queria ter um irmão. Mas o que realmente me incomodava era vê-lo nos braços da minha mãe, ela era muito carinhosa, e aos seus olhos, aquele era um menino carente, que precisava ser acolhido para não se tornar uma pessoa ruim por falta de amor. Não acho que ela estivesse inteiramente certa, já que todo seu amor não foi capaz de evitar a pessoa que ele se tornaria no futuro. Lembro de vê-la, vez ou outra, lançando olhares de soslaio para o marido, um olhar tão sério e frio que deixava claro o que estava pensando, pois, logo, ficou evidente que