Capítulo 38
Aquela noite, eu dormi profundamente, um sono tranquilo, até ser despertada pelos sons do lado de fora.

Não era George falando, mas uma mulher com um sotaque típico da região.

Pelo tom da voz, já dava para perceber que não era uma jovem. A voz das garotas costumava ser suave e clara, enquanto a das mulheres mais velhas tinha uma certa aspereza, um peso que vinha com o tempo.

Eu sempre tive a capacidade de reconhecer as pessoas pelo som da voz, mas, ironicamente, passei dez anos sem perceber que o homem que eu amava era, na verdade, um tremendo canalha.

Diziam que esquecíamos alguém quando parávamos de pensar nessa pessoa o tempo todo. Pelo visto, eu ainda não tinha chegado a esse ponto.

Mesmo não amando mais Sebastião, ainda pensava nele, só que de outra forma. Era mágoa. E, às vezes, o ressentimento me fazia lembrar dele, mesmo quando eu não queria.

Não me levantei. Fiquei ali deitada, com os ouvidos atentos à conversa lá fora.

— Dona Malena, o George está por aí? — Perguntou a mulher
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