Ivana olhou para o buraco da bala na parede e para o chicote quebrado no chão. Seu rosto perdeu a cor, e ela se encolheu, assustadíssima.— Rápido, coloquem os guardas em alerta! — Gritou Ivana, se escondendo atrás de todos, sem se importar com Esther. O pânico tomou conta de todos.Porém, o esperado não aconteceu. A tensão ficou no ar por alguns segundos, mas não houve mais tiros ou explosões. A maioria das pessoas ali já estava acostumada com a guerra e, ao verem uma arma disparando, automaticamente pensaram que o conflito tivesse recomeçado.Ivana, um pouco mais calma, espiou pela porta para ver o que estava acontecendo. Esther viu atrás de janela um homem alto e imponente entrando na sala. Ele estava com a expressão fechada, sem dizer uma palavra, e andava com uma postura firme, quase que bloqueando a visão de todos os outros na sala.Ivana engoliu em seco. Ela reconheceu imediatamente quem era.— Sr. Vasco... O que você está fazendo aqui? — Ela gaguejou, completamente surpresa.V
As pessoas também eram incentivadas a se envolver em brigas, a testar drogas e até a participar de experimentos cruéis. Esses experimentos eram tão terríveis que a dor que causavam parecia até pior que a morte. Quando Esther ouviu tudo isso, ela não pôde deixar de sentir uma angústia profunda. Esse lugar não deveria ser chamado de "campo de escravos". Deveria ser renomeado como "campo dos demônios".A garota deu uma risada amarga e falou:— Aqui, até os corpos depois de mortos são usados para experimentos.Ela começou a detalhar como os corpos eram aproveitados após a morte, e Esther, ao ouvir, sentiu o couro cabeludo formigar de horror. Se o lugar já parecia um inferno vivo, agora parecia um pesadelo sem fim....Do outro lado do complexo, em um ambiente completamente diferente, havia um quarto luxuoso. A cama era enorme, com um mobiliário elegante e adornos caros por todo lado. Estrella estava no centro do quarto, em sua mesa, onde havia joias caras e uma seleção de doces e bebidas
Um olhar de fúria cruzou os olhos de Estrella.Ela já havia trazido Esther para aquele lugar e não iria permitir que ela saísse viva.No entanto, pouco depois de o homem ir embora, alguém bateu na porta de seu quarto.— Entre. — Ela disse com frieza. Logo um homem alto entrou, carregando uma tigela de sopa de ginseng. Ele se aproximou de Estrella, com uma postura extremamente respeitosa.— Srta. Estrella, o Faraó mandou que eu trouxesse essa sopa para a senhora, para ajudar a repor suas energias.— Pode deixar aí, vou trocar de roupa e já como. — Estrella deu uma rápida olhada na sopa e se virou, deixando o homem a observar seu costas.Desde que chegou ali, ela havia recebido sopa de ginseng várias vezes, mas a verdade era que ela sempre acabava vomitando.O homem obedeceu e colocou a sopa sobre a mesa.— O Faraó pediu que eu ficasse aqui e visse a senhora beber tudo.Estrella não respondeu, mas, depois de trocar de roupa, foi até a mesa e pegou a tigela. O cheiro forte de frango mist
Desde que foi presa, Esther não tinha visto nenhum homem.Quando a garota estava prestes a dizer algo, a porta do quarto se abriu de repente, e Ivana apareceu na entrada. Ela olhou para Esther e falou com firmeza:— Sai daqui.Esther franziu a testa e se levantou.A garota observou a figura de Esther se afastando e seu semblante se fechou. Ela havia começado a desconfiar da verdadeira identidade de Esther, e agora Ivana estava a levando pessoalmente. Será que iam puni-la? Ou talvez fizessem algo pior com ela?A garota apertou os punhos com força. Se tivesse que morrer, pelo menos queria levar Ivana junto. Caso contrário, todo o sofrimento que ela havia passado não teria valido a pena.Do outro lado, Esther seguia Ivana com cautela. Ela se mantinha alerta, sem saber o que esperar. Ivana não fez nada além de guiá-la até uma área diferente, onde a levou até um homem.Quando Esther o viu, logo o reconheceu. Era o Vasco, o homem que a tinha resgatado de Ivana pouco tempo atrás.— Sr. Vasco,
O homem, que estava caído no chão, não se mexia.— Levem ele embora, deem para os cachorros! — Uma voz fria e ameaçadora se aproximava rapidamente.Naquele momento, Esther finalmente entendeu o motivo pelo qual a garota preferiria morrer a continuar vivendo nesse lugar.— Parem! — Uma voz profunda e autoritária soou, interrompendo a cena.Os dois homens que estavam prestes a continuar o que faziam pararam de imediato e olharam na direção de onde a voz soou. Quando viram Vasco, o respeito tomou conta deles instantaneamente. Eles abaixaram a cabeça, com um ar submisso.— Sr. Vasco. — Disseram em uníssono, com a voz cheia de respeito.Vasco caminhou até eles com passos firmes e, então, se agachou diante do homem caído, que estava sem sentido.Ele colocou a mão perto do nariz do homem, verificando sua respiração.— Ele ainda está vivo. Mesmo assim, um prisioneiro não deve ser descartado dessa maneira. Não podemos deixar que o Faraó perca mais gente. O experimento de morte ainda não teve su
Os olhos negros da mulher a observavam com um olhar cada vez mais afiado, cheio de raiva e até de um certo veneno. Estrella não podia acreditar no que estava vendo. Ela havia trazido Esther para aquele lugar para ser torturada, e agora a mulher estava andando livremente, ao lado de ninguém menos que Vasco.Vasco, o braço direito de Bernardo, responsável pelos prisioneiros homens, estava com Esther? Ela sabia que ele não estava ali para proteger alguém como Esther. Como ela ousava estar ali, passeando como se fosse algum tipo de passeio? Estrella mordeu os dentes, sentindo uma raiva crescente. Ela apertou a palma da mão com tanta força que suas unhas quase perfuraram a carne.Nesse momento, o som de uma mensagem sendo recebida no celular a interrompeu. Era uma mensagem de Ademir. Ela a leu rapidamente.[Senhorita, Esther agora está sob proteção de um homem do Sr. Bernardo. Ele ainda deu um cartão preto a ela para que ela possa circular livremente.]As palavras foram como uma lâmina afi
O homem apertou os olhos, observando Esther com uma expressão de desconfiança.— Quem é você? — Perguntou ele.Ele estava acostumado a controlar sua equipe, e todos sabiam exatamente o que fazer. Mas Esther parecia caminhar à vontade naquele lugar, com um cartão preto, claramente um passe livre, nas mãos. Isso não era normal. Esther, por sua vez, se sentiu um pouco nervosa. Ter privilégios em um lugar como aquele não era algo simples, e ela precisava estar atenta. Não sabia quem era aquele homem, mas ele parecia perigoso.— Sou uma pessoa de confiança do Sr. Bernardo. Acabei de chegar e estou apenas me familiarizando com o ambiente. — Respondeu Esther, tentando parecer calma.Ela não tinha visto Rita ainda e não fazia ideia de onde Luiz estava. O mais importante, no momento, era encontrar ambos e tentar sobreviver. Então, o primeiro passo era entender o local.O homem repetiu o que ela disse, como se estivesse processando a informação.— De Bernardo, hein... — Ele murmurou.— É... Bem
Esther não havia sido torturada ainda, mas ela não estava disposta a deixar isso a continuar assim. Mesmo que Bernardo tivesse enviado Vasco para protegê-la, nada disso importava. Estrella estava determinada a fazer Esther desaparecer sem deixar vestígios, sem nem ao menos conseguir sair dali.O Faraó ficou satisfeito com a confiança de Estrella. Ela, apesar da mentira recente sobre Emanuel, sempre foi direta e franca em outras situações. Isso agradava o Faraó. Ele estava tão ocupado que, muitas vezes, não tinha tempo para lidar com esses assuntos diretamente.— É bom que você tenha essa percepção. — O Faraó disse, pensativo. — Você procurou seu irmão recentemente, certo? Você sabe quem são as pessoas que andam com ele?Estrella ficou tensa ao ouvir a pergunta. O que o Faraó queria dizer com isso? Ele tinha visto Esther? Ou estava apenas suspeitando?— Pai, por que me pergunta isso? — Estrella perguntou, apertanto os lábios. Ela sabia que nada vinha de graça, e havia algo estranho nas