Um olhar de fúria cruzou os olhos de Estrella.Ela já havia trazido Esther para aquele lugar e não iria permitir que ela saísse viva.No entanto, pouco depois de o homem ir embora, alguém bateu na porta de seu quarto.— Entre. — Ela disse com frieza. Logo um homem alto entrou, carregando uma tigela de sopa de ginseng. Ele se aproximou de Estrella, com uma postura extremamente respeitosa.— Srta. Estrella, o Faraó mandou que eu trouxesse essa sopa para a senhora, para ajudar a repor suas energias.— Pode deixar aí, vou trocar de roupa e já como. — Estrella deu uma rápida olhada na sopa e se virou, deixando o homem a observar seu costas.Desde que chegou ali, ela havia recebido sopa de ginseng várias vezes, mas a verdade era que ela sempre acabava vomitando.O homem obedeceu e colocou a sopa sobre a mesa.— O Faraó pediu que eu ficasse aqui e visse a senhora beber tudo.Estrella não respondeu, mas, depois de trocar de roupa, foi até a mesa e pegou a tigela. O cheiro forte de frango mist
Desde que foi presa, Esther não tinha visto nenhum homem.Quando a garota estava prestes a dizer algo, a porta do quarto se abriu de repente, e Ivana apareceu na entrada. Ela olhou para Esther e falou com firmeza:— Sai daqui.Esther franziu a testa e se levantou.A garota observou a figura de Esther se afastando e seu semblante se fechou. Ela havia começado a desconfiar da verdadeira identidade de Esther, e agora Ivana estava a levando pessoalmente. Será que iam puni-la? Ou talvez fizessem algo pior com ela?A garota apertou os punhos com força. Se tivesse que morrer, pelo menos queria levar Ivana junto. Caso contrário, todo o sofrimento que ela havia passado não teria valido a pena.Do outro lado, Esther seguia Ivana com cautela. Ela se mantinha alerta, sem saber o que esperar. Ivana não fez nada além de guiá-la até uma área diferente, onde a levou até um homem.Quando Esther o viu, logo o reconheceu. Era o Vasco, o homem que a tinha resgatado de Ivana pouco tempo atrás.— Sr. Vasco,
O homem, que estava caído no chão, não se mexia.— Levem ele embora, deem para os cachorros! — Uma voz fria e ameaçadora se aproximava rapidamente.Naquele momento, Esther finalmente entendeu o motivo pelo qual a garota preferiria morrer a continuar vivendo nesse lugar.— Parem! — Uma voz profunda e autoritária soou, interrompendo a cena.Os dois homens que estavam prestes a continuar o que faziam pararam de imediato e olharam na direção de onde a voz soou. Quando viram Vasco, o respeito tomou conta deles instantaneamente. Eles abaixaram a cabeça, com um ar submisso.— Sr. Vasco. — Disseram em uníssono, com a voz cheia de respeito.Vasco caminhou até eles com passos firmes e, então, se agachou diante do homem caído, que estava sem sentido.Ele colocou a mão perto do nariz do homem, verificando sua respiração.— Ele ainda está vivo. Mesmo assim, um prisioneiro não deve ser descartado dessa maneira. Não podemos deixar que o Faraó perca mais gente. O experimento de morte ainda não teve su
Os olhos negros da mulher a observavam com um olhar cada vez mais afiado, cheio de raiva e até de um certo veneno. Estrella não podia acreditar no que estava vendo. Ela havia trazido Esther para aquele lugar para ser torturada, e agora a mulher estava andando livremente, ao lado de ninguém menos que Vasco.Vasco, o braço direito de Bernardo, responsável pelos prisioneiros homens, estava com Esther? Ela sabia que ele não estava ali para proteger alguém como Esther. Como ela ousava estar ali, passeando como se fosse algum tipo de passeio? Estrella mordeu os dentes, sentindo uma raiva crescente. Ela apertou a palma da mão com tanta força que suas unhas quase perfuraram a carne.Nesse momento, o som de uma mensagem sendo recebida no celular a interrompeu. Era uma mensagem de Ademir. Ela a leu rapidamente.[Senhorita, Esther agora está sob proteção de um homem do Sr. Bernardo. Ele ainda deu um cartão preto a ela para que ela possa circular livremente.]As palavras foram como uma lâmina afi
O homem apertou os olhos, observando Esther com uma expressão de desconfiança.— Quem é você? — Perguntou ele.Ele estava acostumado a controlar sua equipe, e todos sabiam exatamente o que fazer. Mas Esther parecia caminhar à vontade naquele lugar, com um cartão preto, claramente um passe livre, nas mãos. Isso não era normal. Esther, por sua vez, se sentiu um pouco nervosa. Ter privilégios em um lugar como aquele não era algo simples, e ela precisava estar atenta. Não sabia quem era aquele homem, mas ele parecia perigoso.— Sou uma pessoa de confiança do Sr. Bernardo. Acabei de chegar e estou apenas me familiarizando com o ambiente. — Respondeu Esther, tentando parecer calma.Ela não tinha visto Rita ainda e não fazia ideia de onde Luiz estava. O mais importante, no momento, era encontrar ambos e tentar sobreviver. Então, o primeiro passo era entender o local.O homem repetiu o que ela disse, como se estivesse processando a informação.— De Bernardo, hein... — Ele murmurou.— É... Bem
Esther não havia sido torturada ainda, mas ela não estava disposta a deixar isso a continuar assim. Mesmo que Bernardo tivesse enviado Vasco para protegê-la, nada disso importava. Estrella estava determinada a fazer Esther desaparecer sem deixar vestígios, sem nem ao menos conseguir sair dali.O Faraó ficou satisfeito com a confiança de Estrella. Ela, apesar da mentira recente sobre Emanuel, sempre foi direta e franca em outras situações. Isso agradava o Faraó. Ele estava tão ocupado que, muitas vezes, não tinha tempo para lidar com esses assuntos diretamente.— É bom que você tenha essa percepção. — O Faraó disse, pensativo. — Você procurou seu irmão recentemente, certo? Você sabe quem são as pessoas que andam com ele?Estrella ficou tensa ao ouvir a pergunta. O que o Faraó queria dizer com isso? Ele tinha visto Esther? Ou estava apenas suspeitando?— Pai, por que me pergunta isso? — Estrella perguntou, apertanto os lábios. Ela sabia que nada vinha de graça, e havia algo estranho nas
Esther apertou os lábios e, com um suspiro, falou em voz alta:— Sim. Você pode fazer isso?Ela fez a pergunta com certa ansiedade, mas também com uma ponta de esperança.Vasco, se lembrando das instruções de Bernardo, assentiu e respondeu de forma direta:— Fale, quem você está procurando?Esther respirou fundo e disse:— Luiz e Rita, um homem e uma mulher.Ela queria poder entrar pessoalmente e procurar, mas sabia que a carta preta que possuía ainda não a dava tamanha autoridade. Não sabia qual era a posição de Ivana agora, mas sabia que, com Vasco, talvez tivesse alguma chance.Vasco deu de ombros e, com uma expressão impassível, respondeu:— Volte para o seu lugar. Se eu souber de algo, te aviso.— Obrigada. — Esther agradeceu de forma sincera.Ela não era dona daquele lugar, e não importava qual fosse a posição de Vasco ou quem ele estivesse servindo, naquele momento, ela estava pedindo um favor.Vasco ficou surpreso com o agradecimento. Ele, que passava os dias ouvindo os xingame
— Eu posso te tirar daqui. — Esther colocou a mão no ombro da garota, a olhando com um olhar sincero. — Eu preciso de alguém agora... Você está aqui há muito tempo?A garota assentiu com a cabeça.— Sim, já estou aqui há muito tempo. — Ela falou, com um tom de voz baixo e triste. — Eu tenho resistência a alguns medicamentos, então muitas vezes tenho medo... Já vi tanta morte por aqui que me acostumei a viver com a ideia de que qualquer dia pode ser o meu último.Esther sentiu uma pontada de dor ao ouvir isso. Ela sabia bem o que era o desespero e a luta pela sobrevivência.— Eu entendo o que você está passando. — Esther respondeu, com empatia. — Já que você está aqui há tanto tempo, você ouviu falar de alguém chamado Rita?Ela precisava saber o paradeiro de Rita e de Luiz. Era urgente.A garota balançou a cabeça, parecendo triste.— Só os supervisores conhecem os nomes. A gente é jogado aqui, e todos os dias são uma luta. Ou é uma arena de morte ou experimentos intermináveis... Não tem