Esther não havia sido torturada ainda, mas ela não estava disposta a deixar isso a continuar assim. Mesmo que Bernardo tivesse enviado Vasco para protegê-la, nada disso importava. Estrella estava determinada a fazer Esther desaparecer sem deixar vestígios, sem nem ao menos conseguir sair dali.O Faraó ficou satisfeito com a confiança de Estrella. Ela, apesar da mentira recente sobre Emanuel, sempre foi direta e franca em outras situações. Isso agradava o Faraó. Ele estava tão ocupado que, muitas vezes, não tinha tempo para lidar com esses assuntos diretamente.— É bom que você tenha essa percepção. — O Faraó disse, pensativo. — Você procurou seu irmão recentemente, certo? Você sabe quem são as pessoas que andam com ele?Estrella ficou tensa ao ouvir a pergunta. O que o Faraó queria dizer com isso? Ele tinha visto Esther? Ou estava apenas suspeitando?— Pai, por que me pergunta isso? — Estrella perguntou, apertanto os lábios. Ela sabia que nada vinha de graça, e havia algo estranho nas
Esther apertou os lábios e, com um suspiro, falou em voz alta:— Sim. Você pode fazer isso?Ela fez a pergunta com certa ansiedade, mas também com uma ponta de esperança.Vasco, se lembrando das instruções de Bernardo, assentiu e respondeu de forma direta:— Fale, quem você está procurando?Esther respirou fundo e disse:— Luiz e Rita, um homem e uma mulher.Ela queria poder entrar pessoalmente e procurar, mas sabia que a carta preta que possuía ainda não a dava tamanha autoridade. Não sabia qual era a posição de Ivana agora, mas sabia que, com Vasco, talvez tivesse alguma chance.Vasco deu de ombros e, com uma expressão impassível, respondeu:— Volte para o seu lugar. Se eu souber de algo, te aviso.— Obrigada. — Esther agradeceu de forma sincera.Ela não era dona daquele lugar, e não importava qual fosse a posição de Vasco ou quem ele estivesse servindo, naquele momento, ela estava pedindo um favor.Vasco ficou surpreso com o agradecimento. Ele, que passava os dias ouvindo os xingame
— Eu posso te tirar daqui. — Esther colocou a mão no ombro da garota, a olhando com um olhar sincero. — Eu preciso de alguém agora... Você está aqui há muito tempo?A garota assentiu com a cabeça.— Sim, já estou aqui há muito tempo. — Ela falou, com um tom de voz baixo e triste. — Eu tenho resistência a alguns medicamentos, então muitas vezes tenho medo... Já vi tanta morte por aqui que me acostumei a viver com a ideia de que qualquer dia pode ser o meu último.Esther sentiu uma pontada de dor ao ouvir isso. Ela sabia bem o que era o desespero e a luta pela sobrevivência.— Eu entendo o que você está passando. — Esther respondeu, com empatia. — Já que você está aqui há tanto tempo, você ouviu falar de alguém chamado Rita?Ela precisava saber o paradeiro de Rita e de Luiz. Era urgente.A garota balançou a cabeça, parecendo triste.— Só os supervisores conhecem os nomes. A gente é jogado aqui, e todos os dias são uma luta. Ou é uma arena de morte ou experimentos intermináveis... Não tem
No hotel, tudo estava uma bagunça.Esther Moura acordou com uma dor intensa pelo corpo.Ela massageou a testa, pronta para se levantar, e olhou para a figura alta deitada ao lado dela.Um rosto exageradamente bonito, com traços definidos e olhos profundos.Ele ainda dormia profundamente, sem sinal de despertar.Esther se sentou, o cobertor deslizou, revelando seus ombros brancos e sensuais, marcados por algumas manchas.Ela desceu da cama, e no lençol havia marcas claras de sangue.Ao ver a hora, percebeu que estava quase na hora de ir para o trabalho. Pegou o tailleur que estava jogado no chão e vestiu.As meias-calças estavam rasgadas por ele.Ela as amassou e jogou no lixo, calçando os sapatos de salto alto.Ao mesmo tempo, alguém bateu na porta.Esther já estava vestida e pronta, parecendo novamente a secretária eficiente, pegou sua bolsa e foi em direção à saída.Quem entrou foi uma jovem de aparência pura e inocente.Ela quem tinha chamado.Exatamente o tipo que Marcelo Mendes go
Ao ouvir as suas palavras, Esther ficou surpresa e quase torceu o tornozelo. Perdendo o equilíbrio, ela se apoiou nele. Marcelo sentiu seu corpo inclinar e segurou sua cintura. O calor do toque trouxe de volta as lembranças da noite passada, quando ele a tomou com intensidade.Esther tentou se acalmar e levantou a cabeça para encarar ele. Seus olhos profundos eram sérios, com um misto de questionamento e dúvida, como se estivessem prestes a desvendar seus segredos. O coração de Esther batia acelerado. Ela não ousava sustentar o olhar dele por mais um segundo e, instintivamente, abaixou a cabeça.Quando ele pensou que a mulher que estava com ele ontem era aquela que acabou de ver, ficou furioso. Se soubesse que era ela, o destino dela não seria muito diferente.Mas ela não podia aceitar isso. Se Marcelo soubesse que era ela, será que o casamento deles poderia durar um pouco mais?Ela não teve coragem de olhar nos olhos dele: - Por que está perguntando isso?Apenas ela própria sabi
Ela levantou a cabeça e viu Sofia com um avental, segurando uma concha.Quando viu Esther, seu sorriso vacilou por um instante, mas logo voltou a ser acolhedor: - É uma amiga da tia? Acabei de fazer uma sopa, entre e se sente.Sua postura era tranquila, com uma atitude totalmente de dona da casa.Parecia que Esther era a visitante de longe.De fato, em breve ela seria uma estranha.Esther franziu a testa, se sentindo extremamente desconfortável.Quando se casou com Marcelo, fez um anúncio para toda a cidade. Sofia até enviou uma carta de felicitações. Então não tinha como ela não saber que ela era a esposa do Marcelo.Vendo que Esther não se mexia na porta, Sofia logo se aproximou e segurou sua mão: - Quem vem é sempre bem-vindo. Não seja tímida, entre.Quando ela se aproximou, o ar trouxe um leve aroma de jasmim, o mesmo perfume que Marcelo tinha dado a Esther no aniversário do ano passado, exatamente igual.Esther sentiu a garganta doer e a respiração ficar pesada, como se tivesse
- A Esther parece que não está muito bem hoje, ela não quis vir entregar os documentos, então só eu vim. - Sofia colocou sua mão queimada na frente dele. - Marcelo, você também não precisa culpar a Esther, acho que não foi de propósito, não atrasou nada, né.Os documentos da empresa acabaram indo parar nas mãos erradas, e esta foi a primeira vez que Esther fez algo assim.Marcelo estava com o semblante fechado, mas diante de Sofia ele conteve a raiva, apenas ajustou a gravata e falou num tom neutro: - Não tem problema. - Mudando de assunto, ele continuou. - Já que está aqui, que tal sentar um pouco?Ouvindo ele dizer isso, Sofia se sentiu um pouco animada. Pelo menos ele a aceitava, não a detestava.- Você não ia ter uma reunião? Não vou te atrapalhar?Marcelo então fez uma ligação: - A reunião foi adiada em meia hora.Sofia sorriu de canto, antes de vir, ela estava preocupada se ele guardava rancor por ela ter partido sem avisar, mas as coisas não pareciam tão ruins quanto imaginava
Esther parou de repente, não havia aquela harmonia de casal entre eles, mas sim uma distância mais como de um superior para uma subordinada. - Sr. Marcelo, tem mais alguma ordem? - Ela perguntou.Marcelo se virou para encarar o rosto distante de Esther, com um tom de comando em sua voz. - Se sente.Esther de repente não entendeu o que ele queria fazer.Marcelo se aproximou.Esther o observava se aproximando, e nesse momento, algo parecia diferente, fazendo ela sentir o ar rarefeito. Era puro ervosismo, com uma sensação estranha.Ela não se moveu, mas Marcelo tomou a iniciativa de segurar sua mão.Quando a palma quente dele tocou a dela, foi como se fosse queimada, queria puxar ela para longe, mas Marcelo segurou firmemente, não dando a ela a chance de se soltar, levando ela para o lado e perguntando com a testa franzida: - Você machucou sua mão, e não percebeu?Sua preocupação surpreendeu Esther. - Eu... Está tudo bem.- Sua mão está com bolhas. - Marcelo perguntou. - Por que não