A maneira como o Faraó tratava Estrella, comprando bolos e vestidos para ela, parecia completamente diferente de como ele agia com Bernardo. Até quando falava com Esther, suas palavras soavam descontraídas. Agora, diante de Bernardo, sua postura era outra, tensa e cautelosa.— Não. — Bernardo negou imediatamente, quase por reflexo.Um leve sorriso frio surgiu no rosto de Faraó.— Então traga ela para cá. — Ele disse, sem rodeios.— Sim. — Respondeu Bernardo, com firmeza.O lugar mais perigoso poderia ser o mais seguro. Mantendo Esther perto do Faraó, ele sabia que Estrella não teria chance de machucá-la....Enquanto isso, Estrella estava em sua própria área quando Gustavo apareceu.— Sr. Gustavo, o que faz aqui? — Perguntou Estrella, surpresa ao vê-lo.— Vim ver como você está. — Gustavo respondeu, com as mãos escondidas atrás das costas.O que encontrou o incomodou. Estrella parecia estar vivendo até melhor do que ele imaginava.— Não quero que você seja como uma flor de estufa. — Di
Esther sabia muito bem que não tinha nada de especial para Bernardo. Ele não a tratava de forma diferente de qualquer outra pessoa. Na verdade, ela só estava tentando testá-lo.Bernardo sorriu calmamente.— Já te deixei procurar. Quando encontrar quem está procurando, pode ir embora. Mas, no meio de uma guerra, aqui é o lugar mais seguro para você.Sua voz era baixa e suave, quase tranquilizadora. Enquanto falava, seus olhos não saíam de Esther.Marcelo, que estava atrás dela, sentia o peito apertar. Não podia suportar o jeito como Bernardo olhava para Esther. Um único pensamento lhe passava pela cabeça. Ele queria puxá-la para seus braços naquele exato momento.— Vamos. — Bernardo disse, antes que Esther pudesse responder.Ele não explicou para onde a levaria, mas Esther sabia que, ao ir com ele, seria separada de Marcelo. Não havia chance de Bernardo permitir que Marcelo fosse junto.Esther pensou rápido.— Bernardo. — Ela chamou, hesitante.Ele se virou para ela, sem dizer nada. Seu
— Com que intenção você se aproximou de Bernardo? — Perguntou o Faraó, com a voz grave e carregada de raiva.Seu rosto estava escondido atrás da máscara, o que tornava sua figura ainda mais ameaçadora. Aquele ar de mistério fazia Esther se sentir profundamente desconfortável.Ela abaixou a cabeça, tentando parecer o mais submissa possível.— Foi só coincidência. Eu não tenho nenhuma intenção. — Ela respondeu, com uma voz firme, mas cheia de cautela.A busca de Esther por Rita e Luiz era algo que apenas Bernardo sabia. Ela não fazia ideia se ele tinha contado algo ao Faraó, mas estava apostando que ele não tinha feito isso. Bernardo, afinal, havia ensinado crianças a ler e a escrever e ajudado os aldeões com remédios. Por esse lado, ela acreditava que ele era uma boa pessoa.Era um risco, mas ela apostou.O Faraó soltou uma risada curta e fria.— Você, uma estrangeira do País B, veio até aqui fazer o quê? — Ele questionou, enquanto tirava uma arma do coldre em sua cintura.O cano da arm
No hotel, tudo estava uma bagunça.Esther Moura acordou com uma dor intensa pelo corpo.Ela massageou a testa, pronta para se levantar, e olhou para a figura alta deitada ao lado dela.Um rosto exageradamente bonito, com traços definidos e olhos profundos.Ele ainda dormia profundamente, sem sinal de despertar.Esther se sentou, o cobertor deslizou, revelando seus ombros brancos e sensuais, marcados por algumas manchas.Ela desceu da cama, e no lençol havia marcas claras de sangue.Ao ver a hora, percebeu que estava quase na hora de ir para o trabalho. Pegou o tailleur que estava jogado no chão e vestiu.As meias-calças estavam rasgadas por ele.Ela as amassou e jogou no lixo, calçando os sapatos de salto alto.Ao mesmo tempo, alguém bateu na porta.Esther já estava vestida e pronta, parecendo novamente a secretária eficiente, pegou sua bolsa e foi em direção à saída.Quem entrou foi uma jovem de aparência pura e inocente.Ela quem tinha chamado.Exatamente o tipo que Marcelo Mendes go
Ao ouvir as suas palavras, Esther ficou surpresa e quase torceu o tornozelo. Perdendo o equilíbrio, ela se apoiou nele. Marcelo sentiu seu corpo inclinar e segurou sua cintura. O calor do toque trouxe de volta as lembranças da noite passada, quando ele a tomou com intensidade.Esther tentou se acalmar e levantou a cabeça para encarar ele. Seus olhos profundos eram sérios, com um misto de questionamento e dúvida, como se estivessem prestes a desvendar seus segredos. O coração de Esther batia acelerado. Ela não ousava sustentar o olhar dele por mais um segundo e, instintivamente, abaixou a cabeça.Quando ele pensou que a mulher que estava com ele ontem era aquela que acabou de ver, ficou furioso. Se soubesse que era ela, o destino dela não seria muito diferente.Mas ela não podia aceitar isso. Se Marcelo soubesse que era ela, será que o casamento deles poderia durar um pouco mais?Ela não teve coragem de olhar nos olhos dele: - Por que está perguntando isso?Apenas ela própria sabi
Ela levantou a cabeça e viu Sofia com um avental, segurando uma concha.Quando viu Esther, seu sorriso vacilou por um instante, mas logo voltou a ser acolhedor: - É uma amiga da tia? Acabei de fazer uma sopa, entre e se sente.Sua postura era tranquila, com uma atitude totalmente de dona da casa.Parecia que Esther era a visitante de longe.De fato, em breve ela seria uma estranha.Esther franziu a testa, se sentindo extremamente desconfortável.Quando se casou com Marcelo, fez um anúncio para toda a cidade. Sofia até enviou uma carta de felicitações. Então não tinha como ela não saber que ela era a esposa do Marcelo.Vendo que Esther não se mexia na porta, Sofia logo se aproximou e segurou sua mão: - Quem vem é sempre bem-vindo. Não seja tímida, entre.Quando ela se aproximou, o ar trouxe um leve aroma de jasmim, o mesmo perfume que Marcelo tinha dado a Esther no aniversário do ano passado, exatamente igual.Esther sentiu a garganta doer e a respiração ficar pesada, como se tivesse
- A Esther parece que não está muito bem hoje, ela não quis vir entregar os documentos, então só eu vim. - Sofia colocou sua mão queimada na frente dele. - Marcelo, você também não precisa culpar a Esther, acho que não foi de propósito, não atrasou nada, né.Os documentos da empresa acabaram indo parar nas mãos erradas, e esta foi a primeira vez que Esther fez algo assim.Marcelo estava com o semblante fechado, mas diante de Sofia ele conteve a raiva, apenas ajustou a gravata e falou num tom neutro: - Não tem problema. - Mudando de assunto, ele continuou. - Já que está aqui, que tal sentar um pouco?Ouvindo ele dizer isso, Sofia se sentiu um pouco animada. Pelo menos ele a aceitava, não a detestava.- Você não ia ter uma reunião? Não vou te atrapalhar?Marcelo então fez uma ligação: - A reunião foi adiada em meia hora.Sofia sorriu de canto, antes de vir, ela estava preocupada se ele guardava rancor por ela ter partido sem avisar, mas as coisas não pareciam tão ruins quanto imaginava
Esther parou de repente, não havia aquela harmonia de casal entre eles, mas sim uma distância mais como de um superior para uma subordinada. - Sr. Marcelo, tem mais alguma ordem? - Ela perguntou.Marcelo se virou para encarar o rosto distante de Esther, com um tom de comando em sua voz. - Se sente.Esther de repente não entendeu o que ele queria fazer.Marcelo se aproximou.Esther o observava se aproximando, e nesse momento, algo parecia diferente, fazendo ela sentir o ar rarefeito. Era puro ervosismo, com uma sensação estranha.Ela não se moveu, mas Marcelo tomou a iniciativa de segurar sua mão.Quando a palma quente dele tocou a dela, foi como se fosse queimada, queria puxar ela para longe, mas Marcelo segurou firmemente, não dando a ela a chance de se soltar, levando ela para o lado e perguntando com a testa franzida: - Você machucou sua mão, e não percebeu?Sua preocupação surpreendeu Esther. - Eu... Está tudo bem.- Sua mão está com bolhas. - Marcelo perguntou. - Por que não