Ao receber a notícia, os olhos de Sofia se estreitaram, refletindo uma mistura de choque e raiva. Num impulso, ela arremessou o celular no chão, quebrando-o. Naquele momento, Iara se aproximou, testemunhando a cena.— Sofia, o que aconteceu? Você tá tão irritada! — Perguntou, preocupada.O celular continuava tocando, mas Sofia estava absorta nos pensamentos sobre a gravidez de Esther. Quem seria o pai da criança? Como ela engravidou? Não era verdade que nunca tiveram um relacionamento? A mente de Sofia girava em torno dessas perguntas, e sua mão apertava a mesa até ficar branca.Quando Iara tentou tocá-la, Sofia se afastou, irritada.— Não me toca!Iara ficou assustada. Ao perceber que era Iara, Sofia controlou a expressão, embora lágrimas começassem a brotar em seus olhos, dando a ela um ar vulnerável e triste.— Sofia, não fica assim... — Iara tentou confortá-la.Com lágrimas escorrendo, Sofia se jogou no abraço da assistente.— Por que, mesmo fazendo tanto por ele, ainda não é o
Esther acordou já era bem tarde da noite. Seus dedos se moveram levemente e, ao fazer isso, percebeu que havia algo sobre eles. Ao abrir os olhos, virou a cabeça para o lado e viu Marcelo segurando sua mão firmemente, adormecido. Seu cabelo estava desarrumado e havia sinais claros de cansaço em seu rosto. Ele parecia estar dormindo mal. Marcelo, que normalmente era impecável e sempre bem arrumado, agora exibia até uma leve barba por fazer. Aquela imagem a fez hesitar por um momento. Um turbilhão de pensamentos invadiu sua mente.Alguns minutos depois, Gilberto entrou no quarto carregando algumas coisas nas mãos.— A senhora acordou. — Disse ele em um tom baixo, respeitoso.Esther assentiu levemente. Gilberto lançou um olhar para Marcelo, ainda dormindo, e comentou:— O Sr. Marcelo ficou aqui a noite toda cuidando da senhora. Eu disse para ele descansar um pouco, mas ele insistiu em ficar ao seu lado. Só foi dormir quando amanheceu.Esther abriu a boca, mas a garganta parecia apertad
— Marcelo... — Esther mal começou a falar quando a porta foi aberta de repente.Michele entrou apressada, com os olhos brilhando de felicidade ao ver Esther. Sorrindo, ela disse:— Ah, minha querida! Você está grávida e não me contou nada! Só fiquei sabendo agora! Se eu soubesse antes, nem teria viajado! Conta logo, sou a última a saber, né?Michele ainda segurava sua mala de viagem. Usava um lenço na cabeça e óculos escuros, parecendo ter acabado de sair do avião. Sua pele estava muito mais bronzeada do que antes, mas ela trazia vários presentes.Ao ver Michele, Esther se esqueceu num instante do que ia dizer a Marcelo. Ela rapidamente se ajeitou na cama, sorrindo enquanto a chamava:— Michele!Esther estava muito contente com a visita de Michele. A sensação era de que todas as nuvens escuras que pairavam sobre ela se dissiparam de repente.Michele, por sua vez, largou a mala e, sem cerimônia, empurrou Marcelo para o lado antes de abraçar Esther com carinho.— Minha Esther, você deve
Tudo embalado em caixas térmicas, mantendo tudo bem quentinho. Marcelo também havia encomendado refeições para gestantes de um hotel cinco estrelas, mas Michele simplesmente ignorou, empurrando aqueles pratos para o lado e abrindo suas próprias caixas. — Aqui tem sopa de carpa, ótima para grávidas, mingau de fígado de porco, que ajuda a repor o sangue, e esse aqui é pé de porco com soja... — Ela recitou, quase como se estivesse dando uma aula para todos ali, e em seguida voltou sua atenção para Marcelo. — Você é pai de primeira viagem, precisa aprender a cuidar de uma gestante! Mais tarde vai ter que cuidar de uma criança também. Isso aqui é comida apropriada para grávida. E, pelo amor de Deus, nada de deixar ela comer qualquer coisa que ative a circulação do sangue, isso pode provocar um aborto... Michele continuava falando sem parar, e Marcelo, cansado, interrompeu: — Ela é minha esposa, eu sei como cuidar dela. — Cuidar, meu olho! — Michele retrucou, claramente sem acredit
— Sr. Marcelo, finalmente consegui te encontrar! — Exclamou Iara com os olhos marejados, claramente surpresa ao vê-lo.Marcelo levantou o olhar, reconhecendo-a como a assistente que trabalhava com Sofia. Sem muito interesse, apagou o cigarro, jogando-o no lixo ao seu lado.— A empresa não tem mais ninguém para cuidar das coisas? — Perguntou ele com um tom impaciente.Embora Marcelo fosse o dono da empresa de entretenimento, havia designado um CEO para lidar com as operações diárias. Ainda assim, Iara parecia ansiosa.— Mesmo com tanta gente na empresa, só você pode ajudar Sofia. — Disse ela, sua voz embargada. — E a gente tentou ligar para o senhor várias vezes, mas o seu telefone estava fora de área.Marcelo, claramente desconfortável com a situação, franziu a testa.— Tem mais alguma coisa ou acabou? — Perguntou com frieza, não querendo continuar a conversa.Iara começou a enxugar as lágrimas, mas, por mais que tentasse, as lágrimas continuavam a descer.— A Sofia... A doença dela vo
— Marcelo, por favor, não fala assim! Não seja tão frio, eu estou com medo... Estou muito assustada! — Sofia forçou um sorriso, mas seu olhar já não escondia o desespero. Suas mãos começaram a tremer enquanto segurava o braço dele, buscando alguma forma de conforto.Marcelo, por sua vez, puxou o braço de volta com firmeza, os olhos lançando um olhar gelado que atravessava Sofia. — Se você não tivesse se sabotado tanto, acha que estaria nessa situação agora? Você finge que se importa com sua carreira, mas na verdade só sabe se autodestruir. — Ele fez uma pausa, observando a fragilidade de Sofia antes de continuar, a voz cada vez mais impiedosa. — O mundo do entretenimento não é para qualquer um. Você acha que é fácil chegar onde você está? Se você não valoriza o que conquistou, tem muita gente que adoraria ocupar o seu lugar. Talvez seja a hora de eu investir em alguém que se importe mais consigo mesma. As palavras saíram frias e cortantes, sem qualquer preocupação se Sofia conseguia
Sofia inclinou a cabeça para o lado e, sem que ninguém tivesse tempo de reagir, caiu da cama com força. O impacto foi tão forte que o som de seus ossos se chocando contra o chão ecoou pelo quarto. Ela ficou ali, de bruços no chão, completamente desamparada e humilhada pela situação. Marcelo estava prestes a empurrá-la quando, de repente, Michele agiu mais rápido e deu um sonoro tapa em Sofia. O estalo da mão de Michele reverberou no ambiente. Marcelo, ao perceber a presença de sua tia no quarto, franziu o cenho e perguntou com um tom grave:— Tia Michele, o que você pensa que está fazendo?Vendo a cena, Iara foi a única que correu para ajudar Sofia a se levantar.— O que eu estou fazendo? — Michele respondeu com a voz fria e sem rodeios. — Estou batendo na amante, não está vendo?Sofia começou a chorar ainda mais, suas lágrimas desciam pelo rosto sem parar, e ela continuava imóvel, frágil e indefesa, como se não tivesse mais forças para reagir.Marcelo, com a expressão carregada, pu
Ao ver a confusão que estava se formando, Marcelo segurou Michele, tentando evitar que o impulso dela causasse um estrago ainda maior. — O que você está fazendo, tia Michele? Solta ela! Michele se desvencilhou da mão de Marcelo, enfurecida. — Não vou soltar! Hoje eu vou expor quem ela realmente é para todo mundo ver! Essa mulher é cheia de mentiras! Ela nem está surda de verdade! Sofia soltou um grito alto, desesperado. — Vocês todos querem que eu morra! Eu vou morrer! Eu vou acabar com isso agora! — Gritou, enquanto empurrava todos para longe e corria na direção da parede. Antes que alguém pudesse impedir, ela bateu a cabeça com força contra a parede. O impacto foi tão forte que sua testa imediatamente começou a sangrar, e ela caiu no chão, desmaiada. Esther arregalou os olhos, assustada com o que tinha acabado de presenciar. Ela ficou completamente pálida e recuou, aterrorizada. Michele, que até então estava furiosa, congelou no lugar, incapaz de acreditar no que havia acaba