Tudo embalado em caixas térmicas, mantendo tudo bem quentinho. Marcelo também havia encomendado refeições para gestantes de um hotel cinco estrelas, mas Michele simplesmente ignorou, empurrando aqueles pratos para o lado e abrindo suas próprias caixas. — Aqui tem sopa de carpa, ótima para grávidas, mingau de fígado de porco, que ajuda a repor o sangue, e esse aqui é pé de porco com soja... — Ela recitou, quase como se estivesse dando uma aula para todos ali, e em seguida voltou sua atenção para Marcelo. — Você é pai de primeira viagem, precisa aprender a cuidar de uma gestante! Mais tarde vai ter que cuidar de uma criança também. Isso aqui é comida apropriada para grávida. E, pelo amor de Deus, nada de deixar ela comer qualquer coisa que ative a circulação do sangue, isso pode provocar um aborto... Michele continuava falando sem parar, e Marcelo, cansado, interrompeu: — Ela é minha esposa, eu sei como cuidar dela. — Cuidar, meu olho! — Michele retrucou, claramente sem acredit
— Sr. Marcelo, finalmente consegui te encontrar! — Exclamou Iara com os olhos marejados, claramente surpresa ao vê-lo.Marcelo levantou o olhar, reconhecendo-a como a assistente que trabalhava com Sofia. Sem muito interesse, apagou o cigarro, jogando-o no lixo ao seu lado.— A empresa não tem mais ninguém para cuidar das coisas? — Perguntou ele com um tom impaciente.Embora Marcelo fosse o dono da empresa de entretenimento, havia designado um CEO para lidar com as operações diárias. Ainda assim, Iara parecia ansiosa.— Mesmo com tanta gente na empresa, só você pode ajudar Sofia. — Disse ela, sua voz embargada. — E a gente tentou ligar para o senhor várias vezes, mas o seu telefone estava fora de área.Marcelo, claramente desconfortável com a situação, franziu a testa.— Tem mais alguma coisa ou acabou? — Perguntou com frieza, não querendo continuar a conversa.Iara começou a enxugar as lágrimas, mas, por mais que tentasse, as lágrimas continuavam a descer.— A Sofia... A doença dela vo
— Marcelo, por favor, não fala assim! Não seja tão frio, eu estou com medo... Estou muito assustada! — Sofia forçou um sorriso, mas seu olhar já não escondia o desespero. Suas mãos começaram a tremer enquanto segurava o braço dele, buscando alguma forma de conforto.Marcelo, por sua vez, puxou o braço de volta com firmeza, os olhos lançando um olhar gelado que atravessava Sofia. — Se você não tivesse se sabotado tanto, acha que estaria nessa situação agora? Você finge que se importa com sua carreira, mas na verdade só sabe se autodestruir. — Ele fez uma pausa, observando a fragilidade de Sofia antes de continuar, a voz cada vez mais impiedosa. — O mundo do entretenimento não é para qualquer um. Você acha que é fácil chegar onde você está? Se você não valoriza o que conquistou, tem muita gente que adoraria ocupar o seu lugar. Talvez seja a hora de eu investir em alguém que se importe mais consigo mesma. As palavras saíram frias e cortantes, sem qualquer preocupação se Sofia conseguia
Sofia inclinou a cabeça para o lado e, sem que ninguém tivesse tempo de reagir, caiu da cama com força. O impacto foi tão forte que o som de seus ossos se chocando contra o chão ecoou pelo quarto. Ela ficou ali, de bruços no chão, completamente desamparada e humilhada pela situação. Marcelo estava prestes a empurrá-la quando, de repente, Michele agiu mais rápido e deu um sonoro tapa em Sofia. O estalo da mão de Michele reverberou no ambiente. Marcelo, ao perceber a presença de sua tia no quarto, franziu o cenho e perguntou com um tom grave:— Tia Michele, o que você pensa que está fazendo?Vendo a cena, Iara foi a única que correu para ajudar Sofia a se levantar.— O que eu estou fazendo? — Michele respondeu com a voz fria e sem rodeios. — Estou batendo na amante, não está vendo?Sofia começou a chorar ainda mais, suas lágrimas desciam pelo rosto sem parar, e ela continuava imóvel, frágil e indefesa, como se não tivesse mais forças para reagir.Marcelo, com a expressão carregada, pu
Ao ver a confusão que estava se formando, Marcelo segurou Michele, tentando evitar que o impulso dela causasse um estrago ainda maior. — O que você está fazendo, tia Michele? Solta ela! Michele se desvencilhou da mão de Marcelo, enfurecida. — Não vou soltar! Hoje eu vou expor quem ela realmente é para todo mundo ver! Essa mulher é cheia de mentiras! Ela nem está surda de verdade! Sofia soltou um grito alto, desesperado. — Vocês todos querem que eu morra! Eu vou morrer! Eu vou acabar com isso agora! — Gritou, enquanto empurrava todos para longe e corria na direção da parede. Antes que alguém pudesse impedir, ela bateu a cabeça com força contra a parede. O impacto foi tão forte que sua testa imediatamente começou a sangrar, e ela caiu no chão, desmaiada. Esther arregalou os olhos, assustada com o que tinha acabado de presenciar. Ela ficou completamente pálida e recuou, aterrorizada. Michele, que até então estava furiosa, congelou no lugar, incapaz de acreditar no que havia acaba
— Mar... — Esther tentou chamá-lo, mas antes que pudesse terminar, Marcelo, ao telefone, se virou sem sequer notá-la e seguiu adiante. — Mantenha isso em sigilo. Não deixe ninguém saber sobre a condição da Sofia, vai pegar mal...Marcelo passou ao lado de Esther como se ela fosse invisível.Naquele momento, uma sensação amarga surgiu no peito dela. Enquanto ela se preocupava com Michele, parecia que Marcelo estava mais focado em proteger Sofia, temendo que isso pudesse prejudicar sua carreira. Ela sabia que não deveria pensar tanto a respeito, mas era impossível ignorar o que estava bem diante dos seus olhos. A dedicação dele para com Sofia plantou uma semente de dúvida em seu coração.Vendo Marcelo tão ocupado com Sofia, Esther achou melhor não incomodá-lo com perguntas naquele momento. Ele parecia genuinamente preocupado, e ela não queria ser mais um fardo. Em vez disso, decidiu que seria melhor falar diretamente com o médico.Ao conversar com o doutor sobre o estado de Sofia, E
Ela devia muito a ele, e sabia que não conseguiria pagar essa dívida.— Eu estou bem. — Disse Luiz, entrando no ambiente enquanto limpava o suor do rosto com um sorriso. — Daqui a pouco melhora. Vim direto de casa e nem deu tempo de trocar de roupa.— Senta aí, vou pegar um copo de água pra você! — Esther sorriu para ele, um gesto de acolhimento.— Não precisa, eu pego. — Respondeu Luiz rapidamente, tomando a frente para que ela não se cansasse demais. — E o bebê? Está tudo bem?Ao ouvir isso, Esther voltou a se sentar com um leve suspiro. — O Celso já te contou tudo, né?Luiz, já com o copo de água nas mãos, apenas sorriu em silêncio, sem confirmar nada.— Ele te conta tudo, tenho quase certeza de que é seu espião! Qualquer coisa que acontece comigo, ele já corre pra te avisar. — Esther continuou, num tom meio desconfiado, mas brincalhão.— Não é bem assim. — Luiz colocou o copo na mesa ao lado, relaxando. — A gente se dá bem. Somos colegas há tanto tempo que é natural conversarmos s
Assim que Luiz desligou o telefone, o rosto de Esther refletia pura incredulidade.— Luiz, o que você acabou de dizer? — Esther nunca imaginou que ele faria algo assim.Ela sabia que o filho não era dele, mas mesmo assim, Luiz havia tomado a frente e se oferecido para ser o pai, algo totalmente inesperado.— Desculpa ter decidido isso por conta própria. — Disse Luiz, tranquilo, como se tivesse pensado muito sobre isso. — Mas eu acho que só assim ele vai desistir de vez.— E você? Como fica? — Esther franziu a testa, visivelmente preocupada. — Esse filho não é seu, não é justo você assumir esse papel! Ela sabia onde estava pisando. Luiz ainda era jovem, com uma vida inteira pela frente. Como a família dele reagiria a isso? Como seria para ele no futuro, quando encontrasse alguém e quisesse se casar? Esther não podia deixar que ele carregasse essa responsabilidade sem necessidade, ainda mais à custa de possíveis julgamentos dos outros.— O que é justo ou injusto, Esther? — Luiz respond