Ao ouvir aquilo, Marcelo parou por um momento, os olhos se estreitando perigosamente. Sua voz saiu fria, quase letal:— Que segredo?Do outro lado da linha, percebendo que Marcelo havia demonstrado interesse, a pessoa respondeu sem hesitar:— A Srta. Esther foi ao hospital várias vezes. Os médicos e enfermeiros se recusam a dizer qualquer coisa sobre o que ela foi fazer lá, com certeza a pedido dela. No entanto, conseguimos as imagens das câmeras de segurança do hospital. O local que Esther visitou parece ser o setor de ginecologia e obstetrícia.A resposta caiu sobre Marcelo como uma bomba, deixando-o atordoado por um momento. Ele precisava de tempo para processar aquilo. Esther tinha ido ao hospital várias vezes, ele sabia disso. Ela mencionou algumas vezes que estava com problemas menstruais e que precisava consultar um médico para ajustar sua saúde. Ele, preocupado, até se ofereceu para acompanhá-la, mas ela sempre recusou.Agora, tudo parecia fazer sentido. Ela estava deliberadame
Joana notou algo de estranho assim que Marcelo entrou em casa. Esther não estava com ele.Ela sabia que Marcelo, para evitar que Esther fosse maltratada ou ficasse constrangida, tinha levado ela para morar em outro lugar. No entanto, era estranho que Marcelo estivesse voltando para Antiga Mansão todos os dias, e Esther não aparecesse. Joana não conseguia tirar isso da cabeça. Ela também não ouvia Marcelo mencionar o nome de Esther uma única vez. Algo estava acontecendo, e Joana queria descobrir o que era.Ela chegou a fazer perguntas discretas. Descobriu que Esther também não estava indo para a empresa há vários dias. Será que eles tinham rompido? Será que finalmente estavam se separando?Joana estava decidida a descobrir a verdade. Como mãe de Marcelo e dona da casa, ela deveria saber de tudo que acontecia ali, inclusive sobre o que se passava no Jardim dos Sonhos, mas Marcelo a mantinha no escuro. Embora tecnicamente ela fosse a matriarca, parecia que as decisões importantes passav
Aquela pessoa conversou com Esther por alguns minutos. Pareciam se conhecer bem.Marcelo reconheceu o homem vagamente. Ele tinha quase certeza de que era alguém que trabalhava para ele, provavelmente um funcionário da empresa. Após Esther sair, o homem ficou ali, revirando o lixo, como se estivesse procurando algo. Aquilo fez Marcelo franzir as sobrancelhas de imediato. O comportamento era estranho, mas a única certeza que Marcelo tinha era que aquele homem sabia a verdade. Ele podia esclarecer o que estava acontecendo....Enquanto isso, no escritório do Grupo Mendes, Hugo estava completamente imerso em seu trabalho. Em uma empresa tão grande, a competição era feroz. Antes, ele era o programador principal em uma empresa menor, onde seu talento sempre se destacava. Mas ali, ele era apenas mais um em um mar de muitos, e sabia que, para subir, precisaria se esforçar ao máximo.Tinha deixado o antigo emprego justamente para buscar novas oportunidades, alcançar novos patamares. Agora, não
Hugo estava com uma expressão confusa, sem entender direito o que tinha acabado de acontecer. Ele pensou que Marcelo tinha vindo para repreendê-lo, mas, no final, tudo o que fez foi perguntar sobre o motivo de Esther ter ido ao hospital. E depois de ouvir a resposta, Marcelo simplesmente foi embora sem dizer mais nada.“Qual é a relação entre a gravidez de Esther e ele?”, Hugo se perguntava. Por mais que ele tentasse juntar as peças, nada fazia sentido. Mas no fundo, ele só queria saber de uma coisa: desde que não perdesse o emprego, estava tudo bem para ele.Dentro do elevador, Marcelo mantinha as mãos nos bolsos, apertando-as com força, tentando esconder a fúria que queimava dentro de si. Sua voz fria ecoou pelo pequeno espaço enquanto ele falava no celular:— Descubra onde Esther está agora! Marcelo sentia o sangue ferver ao pensar que Esther havia traído ele. Para ele, a ideia de que alguém tivesse ousado lhe colocar uma “coroa de chifres” era insuportável. Ele a traria de volta,
Em meio ao desespero, Esther começou a socar as costas do homem com todas as suas forças, gritando em pânico:— Quem é você? Me solta! Me solta agora!Mas ele ignorou seus gritos e seus socos, continuando a andar apressadamente como se nada tivesse acontecido. Esther estava tão apavorada que sequer conseguia pensar direito. Tudo o que passava por sua cabeça era a necessidade urgente de escapar.Ela tinha chegado àquele bairro fazia poucos dias e não fazia ideia se ali havia criminosos ou ladrões à espreita. O medo de ser ferida era real, e sua única prioridade era fugir daquela situação o mais rápido possível.No entanto, apesar de toda a força que colocava em seus golpes, o homem não revidava nem tentava machucá-la. Ele simplesmente a segurava firme, mas sem violência. Aquilo a fez parar por um instante e questionar. “Isso não é comportamento de um bandido…”Além disso, o fato de que ele não parecia se importar com os gritos altos que ela soltava era outro ponto estranho. Foi então q
— E o que você me diz sobre esse filho que está na sua barriga? — Marcelo praticamente rugiu, os olhos faiscando de raiva.Ao ouvir aquilo, os olhos de Esther se arregalaram, cheios de choque. Ela ficou completamente paralisada. Como ele tinha descoberto que ela estava grávida? Aquilo a pegou totalmente desprevenida, e sua mente começou a correr, buscando desesperadamente por uma explicação plausível.Vendo o olhar atônito dela, Marcelo não teve dúvidas. Aquilo só confirmava o que ele temia. Ele soltou uma risada fria e sarcástica, seus olhos escurecendo ainda mais.— Ficou sem palavras, não é? — Marcelo continuou, sua voz carregada de desprezo. — Eu, Marcelo, nunca fui traído na vida. Você é a primeira. Agora me diga, como eu deveria te punir por isso?As mãos dele estavam quentes e firmes, mas havia algo perigoso na forma como ele a segurava. Esther finalmente entendeu por que ele havia a encontrado após dias de silêncio. Marcelo sabia sobre a gravidez. O olhar dele parecia querer de
Esther deu um tapa no rosto de Marcelo.Ele não fez nenhum movimento para evitar, aceitando o golpe de frente. O estalo foi forte, e logo uma marca vermelha se formou em sua pele.Marcelo inclinou a cabeça para o lado, sentindo o rosto arder, mas logo voltou seu olhar frio e penetrante para Esther, como se a desafiasse a fazer mais.Esther ficou perplexa, olhando para a própria mão. O tapa foi tão forte que ela sentiu a dor irradiar pelos dedos. Nunca tinha imaginado que chegaria a esse ponto. Durante os sete anos em que estiveram juntos, por mais que tivessem discutido, ela nunca tinha levantado a mão contra ele.Aliás, ela imaginava que Marcelo, com todo seu orgulho e poder, nunca havia levado um tapa de ninguém em sua vida.— Esther... — O nome dela saiu da boca dele com uma fúria contida, o tom gélido de quem estava à beira de explodir.Esther, sentindo o peso da própria ação, rapidamente recuou e tentou se justificar, a mão ainda formigando:— Eu não fiz de propósito... Se você nã
Ele nunca imaginou que Esther chegaria ao ponto de usar até as táticas mais baixas para proteger algo que ele jamais permitiria. Até dopar ou manipular? E tudo isso para proteger uma criança que nem era dele!Ele só tinha um pedido. Um único pedido! Que ela tirasse a criança. Mas ela não estava disposta. Preferia carregar o filho de outro homem. Como ela podia ser tão ousada? Como ela ousava dizer aquelas coisas para ele, o desafiando daquela maneira?Marcelo finalmente soltou a mão dela, com um movimento brusco e cheio de desgosto. O olhar frio e penetrante que ele lançou para Esther deixou claro que sua paciência tinha chegado ao fim.— Esther, você vai se arrepender disso! — Disse ele, as palavras saindo duras e secas, como uma sentença de morte.Ele a encarou, ignorando o olhar desolado que ela lançava em sua direção. Os olhos de Esther estavam marejados, e uma única lágrima rolou por sua bochecha, caindo silenciosa, mas teimosa. Ela não iria ceder, mesmo que seu coração estivesse