O microfone foi colocado na frente de Marcelo, seguido por vários outros, todos ansiosos para captar cada palavra. Um dos repórteres, com um sorriso sagaz, perguntou:— Sr. Marcelo, a Srta. Sofia foi sua descoberta, e hoje ela ganhou o prêmio de revelação. O que o senhor gostaria de dizer para ela?Marcelo olhou diretamente para as câmeras, a expressão controlada, e respondeu de forma objetiva:— Chegar até aqui é resultado do esforço dela, e fico feliz por sua conquista.Sofia, segurando o troféu com delicadeza, sorriu levemente. Embora houvesse um brilho de alegria em seus olhos, ela aparentava um toque de timidez.Imediatamente, outro repórter direcionou o microfone para Sofia.— Srta. Sofia, hoje é um dia de grande celebração. Seu primeiro trabalho já te rendeu um prêmio de destaque. Imagino que o Sr. Marcelo tenha tido um papel fundamental nisso, não é?As perguntas, como era de se esperar, buscavam alimentar os rumores e fofocas da indústria do entretenimento. Nenhuma oportunidad
Apesar de Marcelo já ter esclarecido durante a celebração do Grupo Mendes que era um homem casado, essa informação ainda não era de conhecimento geral. A maioria do público simplesmente não sabia.Naquele dia, ao revelar seu estado civil de forma pública, Marcelo não tinha outra intenção senão colocar um ponto final nos rumores que a mídia tanto adorava criar sobre ele e Sofia.— Não pode ser sério, né? Se o Sr. Marcelo fosse casado, isso teria sido manchete em todos os lugares. Como é que ninguém ficou sabendo?— Hoje não é primeiro de abril, Sr. Marcelo. Isso é brincadeira?— Não estou brincando. — Disse Marcelo com firmeza, olhando para todos os presentes com um semblante sério. — Eu me casei há três anos, e minha esposa está ao meu lado há sete. Sempre fomos muito felizes. E quero deixar claro que não vou tolerar que ninguém crie fofocas que possam causar mal-entendidos entre mim e minha esposa!Sofia, que até então mantinha uma expressão confiante, sentiu seu rosto empalidecer. Se
— Melissa...— Eu cheguei até aqui passando por todo tipo de dificuldade, decepção e frustração. Já enfrentei muitas tempestades, e se, de uma hora para outra, meus trabalhos não tiverem mais audiência ou eu perder relevância, a responsabilidade será inteiramente minha. O mundo do entretenimento tem espaço para todos, então é claro que sempre vai existir alguém mais talentoso, mais jovem, ou até mais popular. Eu não posso ficar de mal com o mundo por causa disso.— Não é isso, Melissa! O que me revolta é que a Sofia só conseguiu crescer por causa do apoio do Marcelo...— Já disse para não falar isso. Não quero ouvir comentários assim. Você me conhece o suficiente para saber que eu não sou esse tipo de pessoa. Eu cometi muitos erros no passado, e aprendi que preciso cuidar da minha própria imagem com mais cuidado.Melissa era cuidadosa com sua carreira. Ela sabia o quanto seu futuro era valioso e o quanto poderia perder caso tomasse decisões erradas. A última coisa que ela queria era se
Ela estava no meio do mar, lutando para respirar. Cada vez que tentava subir à superfície, sentia uma enorme pedra pressionando seu corpo, sufocando suas forças e impedindo qualquer movimento. Era como se estivesse presa, sem saída, afundando cada vez mais, enquanto o desespero crescia. Não havia ninguém para ajudá-la. Ela estava sozinha, prestes a morrer, e nem sequer deixaria um corpo para ser encontrado.— Eu não quero morrer! — Esther gritou, acordando sobressaltada, com o coração disparado.— Senhorita, você acordou. — Disse a enfermeira ao lado da cama.Os olhos de Esther estavam úmidos. As lágrimas haviam molhado todo o travesseiro, e ela percebeu que tinha sido apenas um pesadelo, um dos mais angustiantes que já havia tido. Ela olhou ao redor e se deu conta de que estava no hospital mais uma vez.Com uma mão tremendo, ela tocou seu ventre, a preocupação estampada em seu rosto.— O meu bebê... Como está o meu bebê? — Perguntou, a voz cheia de ansiedade.— Seu bebê está bem, senh
Ao ouvir as palavras de Esther, os olhos de Diana ficaram vermelhos de emoção. Nunca havia sentido tanta compaixão e dor por sua amiga. Ver Esther enfrentar tudo isso sozinha, com um marido que nunca estava presente... Se fosse ela, já teria desmoronado.Que pecado Esther cometeu para merecer um casamento tão cruel? Diana mal conseguia conter o nó na garganta. Ela abraçou Esther com força, acariciando suas costas com carinho.— Eu estou aqui por você, e tudo vai ficar bem, você vai ver. — Prometeu Diana, com a voz embargada.Esther descansou a cabeça no ombro da amiga, sentindo um consolo genuíno naquele momento. Por mais que sua vida estivesse de cabeça para baixo, ela sabia que não estava completamente sozinha. Tinha pessoas ao seu lado, pessoas que realmente se importavam com ela.Ela tinha muito, exceto o que mais tinha desejado: Marcelo.Depois de algumas horas no hospital, tomando soro, Esther recebeu alta. O médico apenas recomendou que ela evitasse esforço físico e tomasse cui
— Sr. Marcelo, nós não conseguimos encontrar a Srta. Esther. Hoje o vento está forte, as ondas estão muito altas... É bem possível que ela tenha sido arrastada para longe. Se isso aconteceu, a chance de sobrevivência é muito pequena. — Disse o homem, com o rosto abatido.As palavras atingiram Marcelo como uma lâmina afiada, cravando-se em seu peito. O desespero o consumiu de imediato. Ele agarrou o homem pela camisa, sua voz grave e repleta de uma dor que ele mal conseguia conter:— O que você está dizendo? Esther não vai morrer, entendeu? Ela não vai morrer!O homem tentou acalmar Marcelo, percebendo a aflição em seus olhos.— Sr. Marcelo, entendo que o senhor está angustiado, mas, por favor, mantenha a calma. Ainda existe uma chance, mesmo pequena, de que ela tenha sido resgatada por alguém. Temos que pensar positivo, não queremos acreditar que algo pior aconteceu com a Srta. Esther.— Sim... Sim, você tem razão. — Murmurou Marcelo, como se estivesse tentando se agarrar a essa pequen
O casal entrou no hospital apressadamente, tomados pelo desespero.Maria Frota, a mãe de Luiza, assim que viu a filha deitada na cama do hospital, com o rosto pálido e ainda inconsciente, desabou no chão. Seu choro ecoava pelos corredores, cada lamento carregado de dor e arrependimento.— Minha filha, minha pobre filha... Como você pode passar por algo assim? Eu sabia que não devia ter deixado você voltar ao país. Olha só o sofrimento que você está enfrentando... Que destino cruel, meu Deus!Ela se agarrou ao lado da cama, as lágrimas caindo incessantemente enquanto seu corpo tremia. Guilherme Frota, o pai de Luiza, se abaixou para ajudar Maria a se levantar, mantendo a voz firme, apesar do nó em sua garganta.— Nossa filha vai ficar bem. Você precisa ser forte, Maria. Não adianta se desesperar assim. Luiza foi vítima de algo grave, e temos que lutar para que a justiça seja feita. Se você desmoronar agora, quem vai defender nossa filha?As palavras de Guilherme trouxeram um pouco de ca
Fernanda jamais havia encontrado pais tão irracionais como aqueles.Eles não queriam saber dos fatos. Já haviam decidido que Esther era a culpada por tudo o que aconteceu com Luiza. E se algo terrível tivesse ocorrido com Esther, para quem eles poderiam reclamar depois? A simples ideia de que Esther pudesse estar em perigo fazia o coração de Fernanda se apertar ainda mais.Ela conhecia Esther, sabia que a jovem era bondosa, sempre disposta a ajudar os outros, e jamais faria algo cruel. Esther não era assim. Fernanda acreditava nisso de todo o coração, afinal, foi ela quem treinou e guiou Esther no ambiente de trabalho. Por outro lado, Luiza, aos seus olhos, era uma pessoa manipuladora, alguém que não hesitaria em se aproveitar da situação. Fernanda nem precisava de provas para acreditar que Luiza seria capaz de algo terrível.“Se essa Luiza se machucou, então só está colhendo o que plantou.”, pensou Fernanda, contendo a indignação que fervia dentro dela.— E você acha que tem o direi