Por que Larissa decidiu focar sua atenção em Marcelo?Larissa saiu do quarto apressada, os olhos cheios de lágrimas e o cotovelo arranhado. Estava desesperada para fugir antes que Esther pudesse zombar dela. Esther, parada na porta do quarto, observou a prima sair, franzindo o cenho, perplexa com a cena que havia acabado de presenciar. Ela se virou lentamente para Marcelo, que ainda estava com uma expressão gelada.— Sua prima estava me seduzindo. Você não viu? — Disparou ele, irritado.Marcelo estava com os olhos semicerrados, os músculos tensos como se a raiva estivesse prestes a explodir de dentro dele. Sua voz era carregada de indignação, como se ele esperasse que Esther reagisse de alguma forma, mas ela permaneceu impassível, com uma calma que o desconcertava.— Vi, sim. — Respondeu Esther, com tranquilidade.A resposta fria e sem emoção de Esther fez Marcelo ficar ainda mais sombrio. Ele não conseguia entender a apatia dela, a maneira como ela lidava com a situação com uma indif
— Estou pensando no melhor para vocês! — Paula disse com seriedade, cruzando os braços com firmeza, seus olhos brilhando com uma convicção inabalável. — O Caio simplesmente não se compara ao Felipe! Dinheiro é o que importa, veja só como a Esther é admirada, todo mundo a elogia. Basta mencionar o nome dela e já se sabe o quanto ela é bem-sucedida. E sua filha? Mesmo que ela se case com um velho, se ele for rico, ela nunca vai ter que se preocupar na vida!— Ah, mãe! — Nora discordou, visivelmente irritada, balançando a cabeça com exasperação. — Eu não sou tão interesseira quanto você, que só pensa em dinheiro. Todo mundo me chama de mercenária, e agora eu sei por quê. Eu sou assim por sua causa, você me fez desse jeito e agora quer que minha filha siga o mesmo caminho!— Como pode falar assim? O que há de errado nisso? — Paula se enfureceu, seus lábios se contraindo numa linha fina de desaprovação.— Eu estou bem agora? Perdi meu marido e acabei assim. O que há de bom nisso? — Nora ret
Esther sabia que o envolvimento daquela mulher com o que havia acontecido era mais profundo do que qualquer um queria admitir. Depois de Nora despejar toda a sua amargura, Esther, mantendo um olhar firme, perguntou, com uma voz fria que cortava o ar: — Naquele dia, quando fui sequestrada pelo tio Caio, havia outra pessoa presente. Era uma mulher. Ela não queria ser reconhecida, então distorceu a voz. Eu já descobri que vocês me incriminaram, mas sei que havia alguém por trás disso. E eu suspeito que essa mulher esteja envolvida na morte do tio Caio, e a única maneira de descobrir quem fez isso é com a ajuda de vocês!— Que absurdo, isso é uma grande mentira! Não pode ser! — Gritou Nora, incrédula, tentando se convencer de que aquilo não passava de uma armadilha para livrar Esther de qualquer culpa.Mas Esther, com o coração apertado, percebeu que a dor de Nora era mais do que simples indignação. Ela era um escudo, uma defesa contra a verdade que Nora se recusava a enfrentar. — Pense
Após o tapa, Nicole não se esquivou, pelo contrário, lentamente virou o rosto de lado e voltou a encarar Esther com um olhar provocativo, os lábios se curvando em um sorriso debochado. — Esther, por que está tão nervosa, hein? Bater em alguém também é crime, sabia? — Provocou Nicole, sua voz carregada de uma calma perigosa.Esther, com os punhos ainda cerrados, sentiu o sangue fervendo em suas veias. Cada fibra do seu ser queria explodir, mas ela respirou fundo, tentando manter o controle. — Pelas coisas que você fez, você já deveria estar presa há anos! — Rebateu ela, o olhar fixo nos olhos de Nicole.Nicole, sem demonstrar um pingo de medo, apenas arqueou uma sobrancelha e soltou uma risada irônica. — Que coisas? — Retrucou ela, o tom cheio de falsa inocência. — Esther, não me acuse injustamente, eu não fiz nada! Só estou aqui a passeio, sabe?Antes que Esther pudesse responder, uma voz conhecida ecoou ao longe, cortando o ar tenso entre as duas. — Esther, o que você está fazendo
Nicole instintivamente segurou a barriga, sentindo as palmas das mãos suadas, mas forçou um sorriso tenso. — Eu não fiz nada de errado, não tenho medo de sofrer as consequências. — Disse ela, tentando esconder a ansiedade que borbulhava em seu interior.Joana, notando a tensão entre as duas, franziu o cenho. Embora não compreendesse completamente o que estava acontecendo, a hostilidade no ar era evidente. Ela lançou um olhar suspeito para Esther antes de perguntar com frieza, as palavras carregadas de desconfiança: — O que você está fazendo aqui? Viemos dar uma volta e te encontramos, como assim?Nicole, ansiosa por sair daquela situação embaraçosa, rapidamente se adiantou, sua voz ligeiramente trêmula:— Eu já perguntei à Esther. Parece que ela está aqui para um funeral, justamente neste lugar. — Funeral? — Joana franziu a testa, puxando Nicole pelo braço com um movimento brusco, o rosto se contorcendo em uma expressão de desagrado. — Vamos, Nicole! Não fique perto dela, é má sorte
— Fui eu que contei para o papai que a prima estava te maltratando. — Larissa começou, com uma voz trêmula. — Foi isso que fez ela chamar a polícia para te prender. Ele ficou furioso e foi atrás dela, mas... Mas não deveria ter ido tão longe a ponto de sequestrá-la. — À medida que falava, ela apertava as mãos uma na outra, os dedos entrelaçados em um gesto nervoso. — Será que a prima estava certa? Pode ter alguém manipulando tudo por trás. Pensa bem, aquela mulher que nos ajudou... Será que pode ser ela?As palavras saíam em um sussurro rouco, quase como se ela temesse dar voz àquela suspeita. Como alguém ajudaria outra pessoa sem ter uma intenção por trás? E se o pai dela tivesse caído nas mentiras daquela mulher? A ideia deixava Larissa desconfortável, e sua pele se arrepiou ao pensar nas possíveis consequências de suas ações.— Não pode ser, não pode ser. — Nora murmurava, balançando a cabeça em negação. — E se outra pessoa foi responsável pela morte do papai? O que faremos se isso
Esther olhou fixamente para Marcelo, sentindo um frio na espinha ao perceber a frieza em seu rosto, algo que a deixou desconfortável. — Você está estranha ultimamente. — Marcelo quebrou o silêncio com um tom gelado, quase cortante. Ele parou antes de continuar, os olhos fixos nela como se pudesse ler seus pensamentos. — Está com medo de que eu descubra alguma coisa?O coração de Esther acelerou por um instante, como se uma corrente elétrica tivesse passado por seu corpo. — Estranha? Descobrir o quê? — Retrucou ela, tentando soar natural. Ela desviou o olhar, temendo que ele percebesse o nervosismo que se espalhava por suas feições.— Desde que você começou a me arranjar outras mulheres... — Marcelo franziu o cenho, a voz carregada de suspeita. — Eu já senti que tinha algo errado. E, ainda por cima, anda indo escondida ao hospital! Esther desviou o olhar, as mãos tremendo levemente enquanto tentava esconder o nervosismo crescente. — Minha vida está normal. — Disse ela, controlando a
Marcelo e Esther estavam em silêncio, cada um imerso em seus próprios pensamentos, enquanto ela voltava ao quarto para terminar de arrumar suas coisas. O funeral de Caio havia chegado ao fim, e a sensação de despedida pairava no ar. Agora, era hora de retornar à vida cotidiana, mas algo em Esther parecia pesar mais do que antes.— Esther. — A voz suave e um tanto hesitante de Isabela interrompeu os preparativos. Esther levantou a cabeça, surpresa com a visita inesperada da mãe.— Mãe? — Disse ela, parando o que estava fazendo e se virando para ela.Isabela se aproximou e se sentou ao lado da filha, o semblante visivelmente preocupado. Esther, percebendo a angústia na expressão da mãe, se acomodou ao lado dela.— O que houve, mãe? — Perguntou ela, com um tom de preocupação misturado com um toque de suavidade.— Marcelo... Ele veio desta vez, não é? — Isabela começou a falar com uma certa hesitação.Esther assentiu, a expressão séria.— Sim, ele veio — disse, com um leve aceno, sem muit