Rosana lançou um olhar frustrado para Manuel e disse:— Você não ia me ajudar, não é? Então por que está perguntando tanto?Mal sabia ela que, naquele momento, sua expressão delicada e inocente a fazia parecer ainda mais adorável. Manuel olhou para Rosana e se pegou refletindo: às vezes, ela parecia ter muio medo dele; outras, no entanto, ela o provocava sem medo algum. Ele sentiu um breve lampejo de diversão em seu coração e se inclinou para mais perto dela, deixando escapar um tom sutilmente provocador:— Vamos, pode falar. Aproveita que estou de bom humor agora, quem sabe não te dou algumas sugestões?Ao ouvir isso, Rosana imediatamente perguntou, ansiosa:— Sério?Seus olhos, grandes e brilhantes, pareciam radiantes de entusiasmo. Manuel curvou levemente os lábios num sorriso e respondeu:— Sim, pode falar.Rosana segurou o rosto com as mãos, suspirando com um ar de frustração:— Você não acha que a Natacha é muito azarada? Nos relacionamentos, ela acabou com alguém como Joaquim,
Rosana não tinha outra opção. Só restava a ela obedecer ao que Manuel gostava, se sentando de frente para ele, montada em suas pernas, encarando aquele rosto bonito, mas cruel. O beijo do homem desceu sobre ela, e Rosana o recebeu com submissão. Porém, em seu coração, Rosana estava farta daquela vida. Nem mesmo quando os amigos precisavam de ajuda, ela podia estender a mão. Rosana sentia que Manuel era uma punição enviada pelos céus para torturá-la, como se ele não suportasse vê-la feliz ou ver as pessoas ao seu redor bem. ... Naquela noite, outra pessoa que também não conseguia dormir era Natacha. Ela segurava suavemente a filha nos braços, mas sua mente estava longe, pensando se Adriano já teria se acostumado com a vida na família Camargo. Joaquim era o pai biológico de Adriano, e agora que ele sabia a verdadeira face de Rafaela, Adriano provavelmente não corria tanto perigo. Mas, mesmo assim, Natacha não conseguia sossegar. Ela sentia uma saudade imensa do filho. D
Depois de falar, Joyce saiu altiva, os saltos altos ecoando enquanto ela se afastava. Natacha se recostou na cadeira, uma sombra de preocupação cruzando seu rosto. Ela ainda pensava em Adriano. Joaquim estava deliberadamente evitando o contato, tanto ele quanto Adriano não falavam com ela. Era claro: ele esperava que Natacha tomasse a iniciativa de procurá-lo. Natacha estava profundamente angustiada: "Eu não fui a culpada pelos erros neste casamento. Depois de todo o sofrimento que suportei, por que sou eu quem deve ceder primeiro?" Nesse momento, Gabriel se aproximou lentamente, puxando uma cadeira para sentar ao lado de Natacha: — Você ainda está pensando no Adriano, não é? A voz de Gabriel a trouxe de volta à realidade. Natacha sorriu amargamente: — Eu sei que não devo deixar isso atrapalhar meu trabalho, mas ultimamente me sinto exausta. — Não se preocupe, estou aqui. Se precisar ajustar sua carga de trabalho ou se precisar de alguém para te substituir em uma ciru
Joaquim ouviu a voz magoada do filho e seu coração ficou profundamente angustiado. Ele pegou a intimação que estava sobre a mesa e a jogou no lixo, dizendo a Adriano:— Papai vai trazer a mamãe de volta para você hoje à noite, tá bom?Adriano, finalmente satisfeito, ainda fez questão de alertar:— Mas você não pode deixar a mamãe brava, tá? Compra um buquê de flores e a agrada, as mulheres precisam ser mimadas!Joaquim não conseguiu conter o riso. "De onde será que Adriano aprendeu essas coisas?", ele pensou.Depois de desligar a ligação com o filho, Joaquim se recostou na cadeira, refletindo sobre como trazer Natacha de volta. Afinal, ele havia feito uma promessa a Adriano, e sempre cumpria suas palavras.De repente, seus olhos brilharam, como se tivesse tido uma ideia.Sem perder tempo, Joaquim entrou em contato com o diretor do Colégio Kim Sung. Ao se apresentar, o diretor ficou bastante surpreso.— Então, Otília é filha do Sr. Joaquim! Se soubéssemos antes, teríamos dado ainda mais
"Estou levando minha própria filha para casa, e ainda assim me sinto culpado", pensou Joaquim, suspirando internamente.Ele tentou explicar com paciência:— Sua mãe está trabalhando. Que tal irmos juntos buscá-la no trabalho?Otília finalmente assentiu, satisfeita. "Mesmo tendo papai agora, não podemos ficar sem mamãe!", pensou.Assim, Joaquim colocou Otília no carro e pediu ao motorista que os levasse ao Hospital Cidade M.Naquele momento, Natacha estava saindo do hospital, acabando de terminar seu turno. Joaquim pediu que os dois filhos ficassem no carro e saiu rapidamente para encontrá-la.Natacha, surpresa ao vê-lo, estava pronta para uma discussão. Ela não esperava que Joaquim aparecesse diante dela tão de repente.Com raiva, ela cerrou os dentes e disse:— Eu estava mesmo querendo falar com você! Recebeu a intimação, não foi?Joaquim, com o rosto impassível, assentiu:— Recebi.— E quando você vai devolver o Adriano pra mim? — Natacha o encarou com fúria.Joaquim, com seu olhar p
— Irmão. — Lorena olhou para Gabriel com compaixão. — Você realmente confia tanto assim na Natacha? Embora mamãe e eu gostemos muito dela, e também dos filhos dela, a nossa aceitação depende de ela ser boa para você. Mas agora... Ela simplesmente entrou no carro do ex-marido, ela pensou nos seus sentimentos?Gabriel entendeu o que Lorena queria dizer e respondeu com firmeza:— Natacha não é esse tipo de pessoa que você está imaginando. Se ela foi com Joaquim, com certeza é por causa das crianças, não porque ela me traiu.Lorena decidiu não falar mais nada e continuou a seguir o carro à frente, preocupada.Ela também esperava que Natacha estivesse sendo coagida, desejando que Natacha rompesse de uma vez por todas os laços com o ex-marido. Afinal, Gabriel já estava ficando mais velho, e os pais quase enlouqueciam de ansiedade por seu casamento. O pai de Gabriel, que antes se recusava a aceitar Natacha, agora finalmente havia concordado com o casamento.Lorena pensava em silêncio, torcend
Mas Adriano e Otília olharam hesitantes para Natacha, o que ela não esperava.Otília falou baixinho:— Mamãe, nós ouvimos o que vocês disseram lá embaixo, eu e o Adriano.As expressões de Joaquim e Natacha mudaram instantaneamente, e eles trocaram um olhar.Adriano, cauteloso, olhou para Natacha e disse:— Eu e Otília queremos nosso próprio pai. Nós gostamos muito do tio Gabriel, mas ele não é nosso pai.Natacha não podia acreditar que, após cinco anos criando aquelas crianças, em tão pouco tempo elas estavam agora inclinadas a ficar com Joaquim. O que Joaquim fez por elas nesses cinco anos? Por que, de repente, o coração delas estava com ele?Sentindo uma mistura de raiva e tristeza, Natacha, lutando contra o nó na garganta, perguntou seriamente:— Vocês vão comigo ou não? Se não forem, então fiquem aqui para sempre! Eu estou indo!Depois de falar, Natacha lançou um olhar de ódio para Joaquim e se virou para sair.Adriano ficou apavorado, sem saber o que fazer. Ele também não queria p
Olhando para os olhinhos esperançosos das duas crianças, Natacha sentiu que, mesmo tendo se dedicado tanto nos últimos cinco anos, ainda assim devia a Otília e Adriano.Ao perceber que Natacha não estava mais insistindo em voltar, Joaquim rapidamente perguntou a Adriano:— O que vocês querem comer no almoço? Papai vai cozinhar para vocês.Adriano, empolgado, se virou para Otília e disse:— O papai cozinha muito bem! Esses dias, ele fez várias coisas gostosas para mim todos os dias. O que você quiser comer, pode pedir para o papai!Otília esfregou as mãozinhas de felicidade e perguntou animada:— Sério? Então eu quero asas de frango com coca-cola, cordeiro assado e bolo de sorvete. Pode ser?Joaquim sorriu, apertou carinhosamente o narizinho da filha e respondeu:— Pode, mas o bolo de sorvete só dá para comer à noite, tá bom? Os outros pratos eu já vou preparar agora, combinado?Natacha achava que Joaquim era realmente esperto.Deixar o bolo de sorvete para a noite? Ele só podia estar q