— Não precisa, senhor. Não ouviu o que eu acabei de dizer? — Lorena franziu a testa, demonstrando impaciência. — Se você não sair agora, vou ter que chamar a segurança. Ou então, posso ligar para a Viviane e pedir para ela vir cuidar do seu marido.Os olhos de Zeca refletiram uma mistura de culpa e tristeza enquanto ele falava:— Quando terminamos, eu não tinha intenção de me casar, aquilo foi apenas uma maneira de acalmar meus pais. Mas não imaginei que, naquele estado, a Viviane fosse se disfarçar de você e dormir comigo. Depois, ela ficou grávida e veio até minha casa me pressionar a casar. Meus pais, com medo do escândalo, não queriam perder a pose e forçaram a situação. Mas, depois que ela se casou comigo, o bebê não resistiu, pois tinha sérios problemas de saúde. E eu... Eu sinto que isso tudo foi um castigo de Deus para mim.Zeca estava profundamente abalado, mas Lorena não demonstrou nenhuma reação. Ela, sem mais delongas, já estava saindo da sala e se dirigiu até a enfermeira.
Lorena sorriu levemente e disse:— Eu só estou muito curiosa sobre tudo o que aconteceu entre nós dois.Duarte limpou a garganta, tentando manter a voz o mais calma possível, e respondeu:— Estamos noivos há mais de dois anos.Lorena acenou com a cabeça, pensando consigo mesma: "Se alguém me perguntar de novo quando nos tornamos noivos, já posso dar uma resposta concreta."Ao chegar em casa, Lorena foi tomar banho, enquanto Duarte se dirigiu ao escritório. Ele enviou uma versão digitalizada do histórico médico da Sra. Lopes para Naiara, esperando que ela pudesse pedir a seu orientador que verificasse se havia algum medicamento especial no exterior para tratar a doença da Sra. Lopes.Quando Lorena voltou ao quarto, havia acabado de sair do banho. Sua pele estava suavemente tingida de rosa, parecendo ainda mais atraente.A jovem estava diante do espelho, inclinando a cabeça, e secando as gotas de água de seus cabelos com uma expressão séria e concentrada.Duarte, que já havia se abstido
Joaquim estava prestes a explodir de raiva. Como ele se meteu em situações tão complicadas com pessoas como essas? Primeiro, tinha sido a Rafaela, com sua malícia. Depois, a Solange, com sua egoísmo. E agora, lá estava Duarte, esse homem sem vergonha!Joaquim mordeu os dentes, falando devagar, com firmeza:— Eu te digo uma coisa: pode esquecer! Se você me pressionar ainda mais, eu vou colocar o seu filho na frente da Lorena, e vou deixar ela ver com os próprios olhos o tipo de homem que você é. Por causa de uma mulher, você sequer se importa com o seu filho!— Você não se atreva! — Duarte respondeu, arrependido, de imediato. — Se eu soubesse, naquela época, que seria assim, eu teria trabalhado com você. Se eu tivesse feito isso, aquela mulher malvada da Rafaela nunca teria sido tão ousada, e o Domingos jamais teria nascido... Ai, meu Deus!Quando Joaquim ouviu Duarte mencionar o passado, um sentimento de irritação tomou conta dele. Naquele tempo, ele tinha sido a vítima, sendo manipul
Duarte e Joaquim ficaram surpresos por um momento, ambos olhando para Natacha com expressões de espanto. Provavelmente, nenhum deles imaginava que Natacha se ofereceria tão prontamente para levar Domingos para a família Camargo.Embora Joaquim também sentisse compaixão por Domingos, ele ainda expressou o desconforto que sentia:— Natacha, não se esqueça, Domingos é filho da Rafaela.Natacha respondeu com firmeza, quase como se fosse uma promessa:— Eu lembro disso, eu sei! Mas os erros dos adultos não devem ser carregados pelas crianças. O que Domingos está vivendo agora, tanto fisicamente quanto psicologicamente, é um verdadeiro sofrimento que ele não merece. Não consigo mais ver isso. Domingos é filho da Rafaela, sim, mas também é meu sobrinho querido. Eu não acredito que, se eu o tratar com carinho, ele se tornará alguém como a mãe, que causou tantos danos a nós.Enquanto conversavam, Domingos permanecia na porta do quarto, parado em silêncio, observando eles como uma criança aband
Duarte disse:— As coisas estão resolvidas por enquanto. Não se preocupe comigo, se lembre de tomar o café da manhã, tá bom?Lorena só então respondeu:— Que bom, eu estava achando que tinha acontecido algum problema contigo.— Não, nada disso. — Duarte fez uma pausa e, de repente, perguntou. — Lorena, você vai me deixar?Lorena ficou em silêncio por um momento, confusa:— Por que você está perguntando isso de repente? Ou será que você está escondendo algo de mim? A empresa passou por algum problema?— Não, eu só estava perguntando por perguntar. — A voz de Duarte soou fria, sem conseguir revelar qualquer emoção.Lorena suspirou e, com um tom suave, respondeu:— Mesmo que a empresa tenha problemas, não importa. Duarte, você tem sido tão bom para mim que eu não vou te deixar só porque você ficou sem dinheiro. Eu também tenho um emprego, posso até pegar mais alunos. As dificuldades vão passar, você não precisa se preocupar tanto, eu não vou embora.A voz calma e suave de Lorena, como um
Lorena pensou por um momento e então disse:— Acho que a Viviane é o tipo de pessoa que acaba fazendo inimigos por onde passa. Quem sabe quem ela ofendeu? Talvez alguém esteja tramando contra ela nas sombras.Karina soltou um longo suspiro e comentou:— Se a Viviane realmente fosse embora dessa vez, seria um alívio. Mas, como o marido dela é um dos acionistas, ele deve ir até o diretor falar por ela, então provavelmente a Viviane vai continuar nesse escritório. Só de pensar que vou ter que ver a Viviane todo dia no trabalho, fico angustiada. Enfim, chega de falar disso. Eu preciso ir para a sala, os alunos já estão chegando.Lorena olhou para o relógio, viu que estava na hora e logo se dirigiu para a sala de piano....O dia de trabalho foi intenso. Lorena teve aulas lotadas tanto de manhã quanto à tarde.Quando finalmente voltou à noite depois de dar a última aula, ela se surpreendeu ao ver Viviane arrumando as coisas na sua mesa.Lorena ficou paralisada por um instante, até perceber
Lorena também olhava curiosa para o bebê no berço, e, com delicadeza, estendeu a mão para tocar o rostinho macio da criança, suspirando:— Que fofura.Rosana, brincando, disse:— Lorena, já que você gosta de crianças, aproveita e corre para ter um filho com o Duarte. Eu te falo, criança é uma diversão! O Sr. Manuel está tão obcecado com o bebê que quase não vai mais trabalhar.Duarte não conseguiu evitar de lançar um olhar de aprovação para Rosana.Agora, não importava o ângulo, ele via Manuel e Rosana com outros olhos, mais agradáveis até do que via a irmã dele, Joaquim!Ao ouvir Rosana, Lorena ficou um pouco sem jeito e respondeu:— Eu e ele ainda nem fizemos a cerimônia de casamento.Duarte, rapidamente, retrucou:— Se você quiser, podemos fazer o casamento amanhã mesmo.Lorena ficou um pouco sem palavras.Ela então mudou de assunto, perguntando a Rosana:— Posso segurá-la?Rosana, de forma descomplicada, respondeu:— Claro, fique à vontade!Mas Manuel, preocupado que pudessem machu
No dia seguinte, Lorena foi para o trabalho. Ao pensar que não precisaria mais lidar com alguém como Viviane, ela se sentiu mais leve durante o trajeto, como se o peso do dia a dia tivesse diminuído um pouco.No entanto, assim que chegou ao escritório, Lorena parou abruptamente, surpresa. O que antes era a mesa de Viviane agora estava ocupada por Zeca.Lorena permaneceu parada na porta por alguns segundos, sem entender o que estava acontecendo.Instintivamente, Lorena sentiu que Zeca deveria estar ali por sua causa, mas aquele não era o sanatório da mãe dela, e Lorena não podia simplesmente mandar o segurança expulsá-lo.Ela ficou ali, a uma curta distância, sem conseguir dar o passo à frente.Foi então que Zeca a notou e imediatamente se aproximou:— Lorena, por que você não entra?O tom familiar de Zeca fez Lorena franzir a testa involuntariamente.Ela respondeu com frieza:— Zeca, por favor, me chame de Srta. Lorena.Zeca olhou para a mulher que parecia uma total estranha para ele,