Maya— Chegamos em casa três dias depois e decidimos que nunca contaríamos para ninguém sobre o que aconteceu lá. Pedimos desculpas aos nossos pais por termos fugido e contamos histórias de aventuras que nunca aconteceram. Sua mãe disse sim ao seu pai e eles se casaram meses depois.— Eu sinto muito pelo que vocês passaram. Não devia ter tentado forçar minha mãe a dizer nada.— Tudo bem, querida — disse segurando minha mão. — Você está apaixonada por ele e precisava da verdade para viver em paz. No fundo... — disse sorrindo para mim. — foi bom contar isso para alguém, finalmente. — Suspirou aliviada.— Nunca pensou em ir à polícia, depois que voltaram?— Quando me formei em Direito, decidi que iria atrás dele e pedir justiça. Mas quando procurei pelo nome Evan Johnnes, descobri que o homem havia sido acusado de lavagem de dinheiro e se suicidado três meses após sua da condenação, em sua cela. Ele deixou um filho de apenas oito anos para trás. Através da minha busca por ele, encontrei a
Maya— Darei alta para ela na terça pela manhã, mas ela tem que repousar em casa e estar de volta na quarta às oito. — Tudo bem.— Nada de esforço físico e nem emocional. A alimentação regrada continua, queremos mantê-la forte, lembrem-se disso. — Vamos nos lembrar — garanti a ele, sentindo-me animada de poder dar um dia em casa para minha mãe. — Obrigada, Dr. Collins — agradeci apertando sua mão.— Tudo bem, ela merece. Está há tempo demais nesse hospital.— É, infelizmente. Tenha uma boa-noite, doutor — disse sorrindo simpática e agradecida, antes de voltar para o hospital.— É Maya, não é isso? — perguntou, fazendo-me para e olhar para trás.— Isso mesmo.— Estou indo a um bar aqui perto, encontrar uns amigos. Gostaria de ir? Você passou o dia todo aqui no hospital. — Encarei-o surpresa pelo seu convite totalmente inesperado e sem palavras.— Ela não pode. — A voz do Victor ecoou no estacionamento deserto e escuro. — Já temos compromisso — disse ao médico, antes de selar minha boc
MayaSaímos da emergência sem olhar para trás e entramos no elevador para voltar ao quarto andar. Quando as portas se abriram para sairmos, demos de cara com meu pai esperando pelo mesmo. Ele olhou para Victor que estava ao meu lado, perto demais, e depois para mim com uma expressão confusa. Apertei a mão do Victor que estava agarrada a minha e engoli em seco já prevendo mais uma cena dramática para esta noite. Meu pai desceu seu olhar para nossas mãos unidas e seu semblante ficou sério, fechando em seguida em uma carranca.— Pai...— Que porra é essa, Maya? — interrompeu-me em um grito. — Você desaparece e te encontro com esse homem. Quem é ele? — perguntou nervoso, ficando com o rosto vermelho, apontando para o Victor.— Sou Victor White — Victor se apresentou saindo do elevador e estendendo sua mão para ele, que foi correspondido com um soco em seu nariz, fazendo-o cambalear para trás batendo contra as portas fechadas do elevador.— Pai! Meu Deus! — Abaixei-me ao lado do Victor que
MayaSaí do quarto enquanto ele tomava seu banho e desci até o andar debaixo, à procura da cozinha. Ao chegar lá, encontrei uma moça de mais ou menos uns vinte anos, usando apenas uma camisola fina de algodão, mostrando parte de sua bunda. Parei atrás dela e fiquei observando aquela cena de braços cruzados. Pigarreei para chamar sua atenção e ela virou-se em um pulo assustada. Quando notou que era eu quem estava atrás dela, puxou a barra de sua camisola para baixo, na tentativa de cobrir-se mais.— Desculpe-me, senhorita. Precisa de algo? — perguntou desconcertada, com as bochechas rosadas.— Na verdade, eu preciso sim. Preciso que vista uma roupa e use peças íntimas somente quando estiver no seu quarto — disse enfurecida.— Achei que todos já estivessem deitados. Desculpe-me. Não vai se repetir.— Acho bom! — disse lhe dando as costas e saindo da cozinha.— Maya — chamou Noberto ao me encontrar no hall. — Precisa de algo? Já passam das dez, os empregados já foram dispensados.— É, eu
MayaEstava com raiva e com vontade de lhe acertar umas boas bofetadas no rosto, mas tentava me controlar. Victor me encarou e eu o ignorei, enquanto colocava leite no meu café. O escutei respirar fundo e lentamente, sabia o quanto ele odiava que eu o ignorasse.— A dispense e lhe dê uma carta de referência — disse Victor a Noberto, que saiu em direção à cozinha, sem dizer nem uma palavra. Levantei minha cabeça e olhei para ele, sem acreditar se estava mesmo fazendo aquilo. — Não quero mais problemas entre a gente. — Sorriu para mim.— Que bom. Porque não tenho muita paciência com gente folgada.— Vai com calma, meu amor — pediu inclinando-se até mim e beijando meu rosto. — Já falou com seu pai?— Ainda não. Ele quer sair para almoçar comigo hoje.— Tudo bem, eu tenho que ir para Houston.— Vai ficar a semana toda lá?— Não. Eu volto na terça à tarde.— Okay.— Quer conversar sobre o que fez ontem o dia todo? — perguntou ele, apoiando seus cotovelos sobre a mesa e dando-me sua atenção.
Maya— Claro. — Abri mais a porta e dei passagem a ela. — O que houve? Você não parece bem. — Fechei a porta acompanhando-a em direção à sala de estar.— E-eu vim aqui, porque... quero que você saiba que eu e Higor... estamos apaixonados — ela disse nervosa, gaguejando um pouco.— Grace...— Não! Deixe eu falar — pediu alto, interrompendo-me. — Eu fui até o apartamento do Higor ontem e, quando ele abriu a porta, estava todo machucado e com pontos de sutura no rosto. Eu perguntei a ele o que houve e ele me disse que o seu namorado bateu nele, porque você o procurou para tirar satisfações a nosso respeito.— Isso não é verdade! — exclamei incrédula.— Está dizendo que ele está mentindo para mim? — perguntou com certa arrogância.— Estou! Grace... houve uma briga, mas não foi assim que as coisas aconteceram. Você precisa me ouvir e acreditar em mim. Ele está usando você para me atingir, ele sabe que se te magoar, está me magoando também.— Pare, Maya! — gritou. — Você acha que todo mundo
MayaLevantei-me e saí em direção ao meu quarto, levando comigo meu celular. Mandei uma mensagem ao Victor, enquanto subia a escada.Preciso do seu colo.Maya04:37 p.m.Está carente, querida?Victor04:38 p.m.Sim, estou.Maya04:38 p.m.Então do que você precisa é de uma boa surra e ser fodida com força!Victor04:39 p.m.Já estou te esperando.Maya04:40 p.m.Vou levar um presentinho gostoso para você, amor.Victor04:40 p.m.Mordi meu lábio inferior, sentindo uma pequena excitação percorrer meu corpo. Fomos para o hospital e resolvi passar a noite por lá, para evitar meu pai em casa. A noite passou se rastejando. Troquei mensagens com a Penny contando a ela todos os acontecimentos dos últimos dias e ela ficou tão chocada com o que aconteceu no comportamento da Grace quanto eu.Vi a cidade amanhecer, sentada em uma poltrona diante da janela do quarto do hospital, observando a vista. Depois que minha tia Jenna chegou, eu fui para casa e passei o dia fugindo do meu pai, estava farta
MayaSaímos andando pela festa, que começava a ficar mais cheia a cada minuto, colocando um pouco da conversa em dia. Paramos para falar com minha avó, que dava bronca em dois garotos que brigavam por uma bandeirinha, quando braços firmes me puxaram pela cintura, fazendo-me assustar e virar rápido para trás em um pulo. Senti um enorme alívio ao ver um par de olhos verdes.— Assustada? — perguntou Victor sorrindo.— Sim, você me assustou — disse recuperando o fôlego, com a mão direita espalmada no peito.— É apenas eu, amor. — Riu, aproximando nossos lábios.Beijei seus lábios passando meus braços por seu pescoço e ficando na ponta dos pés. Victor abraçou-me firme pela cintura, puxando meu corpo para junto do seu. Nosso beijo era contínuo e senti uma corrente elétrica percorrer meu corpo da cabeça aos pés, deixando-me toda arrepiada. Eu queria mais e mais do nosso contato físico. Minha avó pigarreou atrás de mim, claramente chamando nossa atenção. Victor desgrudou seus lábios dos meus,