Maya— Por que você ainda me esconde coisas, Maya?— É que... sempre tem uma desgraça acontecendo atrás da outra em nossas vidas, que acabei me esquecendo.— Quando eu sair daqui... — começou ameaçador.— Já sei! — interrompi-o. — Vai me punir, estou ciente.Ele respirou fundo e pesado.O policial entrou e pediu que eu me sentasse. Em seguida se sentou à cabeceira da mesa de ferro e tomou nota das características dos perseguidores.— Ótimo. Os detetives já estão fazendo a busca facial pelas câmeras da cidade. São mais de cinco mil, é basicamente impossível ele ter andado por aí sem ter sido capturado por alguma delas.— Vocês irão encontrá-lo. Porque é ele quem está fazendo isso. Esse homem é um lunático. Precisa ser apanhado, representa perigo para a sociedade.— Nós iremos. Eu acredito em você, Sra. White — falou baixo e levantou-se. — Mas... enquanto não apanharmos esse sociopata, o senhor ainda está sob custódia. Lamento, mas preciso levar o senhor de volta para a cela.— Certo. —
Maya— O que é isso? — perguntei a Marshall.— Tem um rastreador nesse colar. Assim, se ele a levar para algum lugar, vamos achar você.— Certo.— Vinte e quatro horas foram o suficiente para você entender como deve fazer tudo? Se precisar de mais tempo para se preparar, diga agora. Essa é uma chance única de pegarmos ele.— Estou pronta! — assegurei.— Ótimo. Gosto de mulheres decididas. Repasse comigo o que você vai fazer.— Vou até a delegacia. Espero que a polícia anuncie a falsa prisão preventiva do Victor e fujo pelos fundos. Pego um táxi e sigo até uma locadora de carros e dirijo até Tulsa com destino ao cemitério.— Isso mesmo. — Sorriu. — Já tenho agentes espalhados por toda parte. Temos atiradores no cemitério. Se ele tentar algo, será alvejado antes que chegue a um passo de você.— Okay.— Você vai se sair bem, tenho certeza.— E se ele não for atrás de mim? E se suspeitar de algo?— Ele não vai. Este homem é cego por você. Nas últimas vinte horas um mesmo carro passou em f
Maya Mais à frente, havia um carrinho de flores. Não poderia dirigir por quarenta minutos para ver o túmulo da minha mãe e não levar flores. Isso não seria convincente para quem me observava. Caminhei até o homem que atendia no carrinho e pedi a ele um buquê de girassóis. Ele o embalou e entregou após pagar. Com as flores na mão, segui para o carro parado em um estacionamento ao lado da loja. Depois de me acomodar e passar o cinto de segurança, dei partida e segui pela rua com destino a Tulsa. Após alguns minutos na estrada, o celular no suporte tocou e atendi a chamada através do viva-voz integrado ao som do carro.— Maya? Agente Marshall. Está tudo bem? Fui informada que você já está seguindo para Tulsa.— Sim, já estou a caminho. Não sei se estou bem, mas... irei dar conta do serviço. Confie em mim.— Confiar em você é tudo o que estou fazendo, Maya.Olhei pelo retrovisor de fora do carro e vi outro veículo se aproximar em alta velocidade e depois reduzir ficando alguns metros da m
MayaDirigi até o hotel e entreguei o carro para o manobrista. Entrei e segui até a recepção.— Bom dia. Você teria algum quarto disponível no quinto andar? — Entreguei-lhe minha carteira de motorista e meu cartão de crédito.— Deixe-me ver. — Digitou no computador. — Temos sim. Para uma ou duas pessoas?— Uma. Apenas eu.— Bagagem?— Não. Vou apenas encontrar um amigo.— Ah, okay. Entendi. — Sorriu e piscou para mim. — Aqui. Quarto cinco mil e doze. Boa estadia.— Obrigada.Peguei o cartão magnético, meus pertences e subi. As portas se abriram no quinto andar e eu caminhei até o quarto abrindo a porta e entrando rapidamente. Ao fechá-la, meu celular tocou dentro da bolsa e eu atendi.— Em qual quarto você está? — perguntou Marshall.— Cinco mil e doze.A ligação foi encerrada e uma batida forte soou na porta. Caminhei até ela e espiei pelo olho mágico quem batia. Era Marshall, seu parceiro e mais dois homens. Abri a porta e os dei passagem fechando-a em seguida.— Você foi bem, Maya.
MayaHigor estourou o champanhe e eu me assustei com o barulho. Higor serviu duas taças e entregou-me uma.— Beba! Custou três mil dólares a garrafa. Espero que goste.Levei a taça até minha boca e tomei um gole, com receio de que ele tivesse drogado a bebida.— Quer dançar? — Caminhou até o som e pegou o controle sobre ele, aumentando o volume da música. — Vem. — Pegou a taça da minha mão e a colocou sobre a mesa de centro junto a sua. — Vamos dançar. Adoro John Mayer. — Puxou-me pela cintura e colou-me ao seu corpo. — Acho que essa pode ser a nossa música. — Riu.Meus músculos do corpo inteiro doíam de tensão e nervoso.— Me abrace, Maya! — pediu rude.Levantei meus braços e passei-os por seu pescoço. Ele segurou minha nuca e forçou minha cabeça a se deitar em seu peito. Seus braços me apertaram forte. Um sentimento horrível se apossou em meu coração. Meus olhos se encheram de lágrimas e um desespero me encheu por dentro. Eu estava à beira de surtar, gritar e sair correndo colocando
MayaSaímos e entramos em seu carro. Ela dirigiu para o centro da cidade até um prédio próximo a subestação de metrô. Descemos e entramos. Ao chegarmos no terceiro andar, o corredor estava tomado por policiais e a porta do último apartamento, arrombada. Adentramos e tudo era completamente assustador. Havia fotos minhas por toda parte pregadas nas paredes. Fotos de mim na faculdade, no trabalho, em jantares com Victor...— Meu Deus! Isso parece um filme de terror.— Agente Marshall? — chamou um policial.— Sim.— Acho que irá querer ver isso. — Nos aproximamos e ele virou o laptop para nós, que estava sobre uma mesa de estudos. — É um vídeo. — Ele apertou um botão no teclado e o vídeo de sexo começou a passar.— É... a Naomi e Richard Malone? — perguntei.— Sim, e na sala dele no campus.— E não é só isso. Havia e-mails de Naomi para Richard, ameaçando-o a expor o vídeo que prejudicaria sua carreira, caso ele não causasse um flagrante entre ele e a Maya — informou o policial.— Então re
MayaSemanas depois...O Natal havia chegado. O julgamento do Higor ainda estava transcorrendo. Ele tinha muitos crimes a responder, no entanto, ainda se encontrava preso na prisão municipal para o nosso alívio e proteção na comunidade.A data não estava sendo fácil. Aquele era o primeiro Natal sem minha mãe. Meu pai estava abalado, eu sabia, mas não deixava transparecer. Ele havia comprado uma casa em uma área de campo próximo a um lago lindo e extenso, onde moraria sozinho após o Ano Novo. Lá, em um canto especial, ele já tinha projetos de fazer um jardim de girassóis em homenagem a minha mãe. Achei isso incrível.Já minha avó, estava de malas prontas para voltar para Tulsa. Ela decidiu que precisava voltar para o seu canto e espaço. Mas desconfiava que o motivo de sua decisão de voltar para sua casa era o Will. Eles estavam conversando bastante por telefone e ele até veio visitá-la algumas semanas atrás. Eu desejava toda sua felicidade, independente que fosse com ele, outro homem o
MayaSua mão apertou meu pescoço e seu corpo se afastou do meu. Ele fodeu-me mais rápido e gozou segundos depois de mim, gemendo rouco. Aquilo foi delicioso.Victor pegou-me em seu colo e nos levou para o sofá. Deitados e abraçados ali, tentávamos recuperar o fôlego enquanto seu celular tocava pela terceira vez seguida.— Acho melhor atender. Pode ser o Caleb.Ele resmungou infeliz e levantou-se indo em direção à mesa de centro. Ele pegou o celular e o encarou sério.— Preciso atender.— Quem é? — Sentei-me apreensiva.— Alô. Sim. — Ele suspirou aliviado e fechou os olhos. — Isso é bom. É muito bom. Quando? Ótimo. Estaremos aí assim que possível. Obrigado. Continue atento e me mantenha informado. — Encerrou a chamada e virou-se para mim encarando-me tenso.— O que está acontecendo?— É a Penny. Ela...— O que houve com ela? — Levantei-me em um pulo, interrompendo-o. — Aconteceu algo ruim? Ai, meu Deus... Eu já podia saber, faz três semanas que não a vejo e...— Maya, por favor, se aca