MayaDepois que Victor seguiu para Seattle, meu pai e eu voltamos para Tulsa. Os dias se passaram e Victor não voltou para casa, ele estava em Houston com Caleb. Nós nos falávamos pouco. A relação entre nós estava horrível. Frios um com o outro e isso estava acabando comigo. A separação não parava de ser cogitada em minha cabeça. A cada dia que passava, mais razão eu dava às implicâncias passadas do meu pai. Quem sabe, ele estivesse certo sobre os problemas de se namorar um homem muito mais velho. Estava vivendo uma batalha constante entre o amor e a razão. O amor gritava por socorro dizendo não conseguir viver sem ele. A razão dizia que, se eu quisesse uma família completa, teria que deixá-lo ir.Entrei em seu escritório e sentei-me em sua cadeira. Sobre a mesa, um porta-retratos com uma das milhares de fotos que tiramos no dia do nosso casamento. Nela estava eu em uma ponta, Victor ao meio e Caleb do outro lado. Nós sorríamos juntos para a câmera. Ele estava abraçando-me pela cintur
MayaLiguei a torneira para encher a banheira e comecei a me despir. Prendi os cabelos em um coque alto e debrucei-me sobre a banheira apoiando uma mão na sua beirada. Com a outra joguei sais de banho na água morna e algumas pétalas brancas secas e perfumadas pela superfície.— Uau! Que visão mais bela. Nunca vi bunda mais linda. — Apertou-a.— Que bom que gosta do que vê.— Eu não gosto. Eu adoro. — Laçou minha cintura por trás e beijou meu pescoço fazendo-me arrepiar.Recostei-me nele e deitei a cabeça em seu peito nu. Sua mão esquerda apalpou meu seio apertando-o de leve e a outra escorregou lentamente por minha barriga, deixando-me ansiosa por seu toque. Meu clitóris deu seu primeiro sinal de vida pulsando forte. Seu dedo o tocou com cuidado e leveza, começando uma massagem gostosa. Fechei os olhos e sorri excitada. Suas mãos em mim foram tudo o que desejei na última semana. Havia muito tesão acumulado em mim. Mordi o lábio inferior e gemi contido.— Tire minha calça! — sussurrou
MayaVesti a pequena peça e depois o vestido que eu havia comprado para a ocasião. A festa aconteceria no jardim dos fundos da casa de Clarice e eu estava ansiosa, não sabia de nada que estava acontecendo, minha avó fez mistério até o último minuto e me fez prometer que compareceria.— Uma linda mulher — disse Victor ao entrar no closet e me observar passando o batom.— Obrigada. — Sorri encantada. — Agora se vista, lhe espero na sala. Vou apressar o Caleb, senão iremos nos atrasar.— Tudo bem. Mas antes quero lhe dar seu presente de aniversário. — Caminhou até o cofre e digitou sua senha, retirando de lá uma caixinha quadrada de couro preto. — É uma peça única, assim como você. Mandei que fizessem. — Parou diante de mim e abriu-a.— Nossa... É lindo! — Peguei o colar que repousava dentro dela: uma fina corrente retorcida de ouro rosé com um pingente de coração cravejado de diamantes translúcidos.— Olhe atrás.Virei o coração e atrás tinha nossos nomes e uma data especial.Victor&M
MayaElliot me levou até a faculdade, e assim que entrei no campus, logo avistei Débora, uma nova amiga.— Oi.— Maya... Oi. Pronta para apresentar o seminário?— Não sei se pronta é a palavra certa, mas vamos lá.Ela riu.A caminho para o auditório cruzei com o professor o qual estava me ajudando.— Bom dia, meninas — desejou ele.— Bom dia, Sr. Malone — retribuímos em uníssono.Richard Malone era um homem alto, de meia-idade, alguns fios grisalhos nas têmporas, sorriso encantador e uma ótima pessoa além de um exímio professor de cardiologia.— Indo para o auditório?— Sim e você? — perguntei.— Indo para a minha primeira aula do dia.— Temos que ir, Maya — falou Débora olhando as horas no seu relógio de pulso.— Claro. Tenha um bom-dia, professor.— Vocês também. — Sorriu simpaticamente e passou por nós.— Professor... — chamei-o. Ele parou e virou-se para mim.— Sim?— Só quero agradecer novamente por ter me indicado ao estágio. Não sabe o quanto sou grata por isso.Ele riu e aprox
Victor— Maya... Isso foi feito há mais de dez anos, quando fiz minha vasectomia. Guardei porque tinha esperança de encontrar alguém logo mais, mas o tempo passou e isso demorou a acontecer. Eu sequer lembrava que isso ainda existia. Havia uma cláusula no contrato que dizia que os embriões só podiam ficar congelados por cento e vinte meses. Pensei que já tivessem sido descartados. Acha mesmo que esconderia isso de você?Ela encarou-me cheia de tristeza. Os olhos que só me deram amor e excitação, naquele instante estavam cheios de mágoa e decepção.— Amor... Por que quer tanto brigar por filhos agora? Você ainda é jovem demais.— O fato de eu não querer engravidar neste exato momento, não me impede de lutar por algo que desejo no meu futuro próximo!— Maya...— Não! — interrompeu-me. — Você é um egoísta! Eu não entendo o porquê de não querer, quando disse uma vez que desejava tudo comigo. Por que quer tirar isso de mim, Victor? Não entende que quero ter algo de você comigo para sempre?
Victor— Oi... Como está se sentindo?— Oi, amor. — Sorri. — Bem. Apavorei você?— Sim. — Começou a chorar e abaixou sua cabeça. — Me desculpe pela briga. Foi culpa minha...— Ei... — Peguei seu queixo entre meus dedos e levantei seu rosto, para que ela me olhasse nos olhos. — Não foi culpa sua, meu anjo. — Sequei suas lágrimas. — Preciso contar algo a você e espero que me perdoe. Mas antes preciso que entenda que não escondi isso de você. Apenas estava sem coragem para lhe dizer. Assumo... fui um covarde.— O que aconteceu?— Depois do infarto, tornei a sentir dores no peito e falta de ar. Procurei meu cardiologista em Houston e ele me submeteu a centenas de exames. Maya... meu coração está fraco. Ele está se cansando muito rápido. Talvez um dia eu durma e não acorde. Você sabe que o problema coronário não tem cura e que sua tendência é piorar.As lágrimas lavavam seu rosto.— Está dizendo que vou perdê-lo logo mais?— Estou. — Um bolo se formou em minha garganta.— Por isso não quer
MayaDepois do intervalo voltamos ao estágio. Às seis horas deixei o hospital e fui direto para onde Victor estava.— Olá.— Olá, Dra. White — cumprimentou Victor sorrindo.— Ainda não sou doutora, mas falta pouco. — Beijei-o.— Onde está Caleb? — perguntei olhando em volta e dando por sua falta.— Foi comer e já deve estar voltando.— Você já comeu? Está sentindo alguma coisa estranha?Ele riu.— Sim, acabei de jantar. E não, estou bem.— Eu me preocupo.— Eu sei. — Segurou minha mão.— Se importa se eu for à exposição sozinha?— Ah, é mesmo. Tínhamos uma exposição de fotos hoje.— Tínhamos.— Vou pedir ao Noberto que cuide de você pessoalmente. Mas, por favor, amor... tome cuidado, okay? Não se esqueça de que aquele louco ainda está à solta.— Não se preocupe. Devo chegar até as dez em casa.— Me liga?— Ligo sim.— Já estou com saudade de você, querida.— Também estou. Previsão para a alta?— Amanhã, pela manhã.— Eu venho buscar você.— Vou estar aqui te esperando. — Sorriu.Caleb
MayaAs horas passaram e a exposição chegou ao fim após o leilão das fotos, que arrecadaria fundos para uma fundação não governamental na África. O jantar foi ótimo. Boa conversa e não enrolamos para comer ou pedir nossos pratos.— A conta, senhores — anunciou o garçom ao colocá-la sobre a mesa.— Eu pago. Um presente ao Joshua pela sua exposição de sucesso esta noite — disse Richard pegando a conta e entregando-a ao garçom junto ao seu cartão de crédito.— Não, que isso... não precisa, Sr. Malone. Eu pago meu consumo — falei estendendo meu cartão ao garçom.— Por favor, Maya. Eu insisto. — Ele segurou minha mão, impedindo o garçom de pegar meu cartão de crédito. — E vou pedir a você o mesmo que já pedi a Débora esta noite. Fora do hospital e da universidade, sou apenas Richard.— Desculpe. — Puxei minha mão da sua.— Não precisa se desculpar por isso.Sorri envergonhada. Deixamos o restaurante e Débora se despediu de nós, logo após seu namorado. Eles se foram e Richard ficou comigo n