MayaDois dias haviam se passado. Eliza estava bem e fora de perigo. Na manhã seguinte a confusão, depois que me despedi da Sasha, Maggie e Kim no aeroporto, fomos até o hospital. Lá, recebemos a notícia de que Eliza havia se recusado a falar com o psicólogo. Caleb entrou no horário de visita para tentar convencê-la a falar com um terapeuta, mas ela o ignorou com maestria como se ele nem estivesse lá. O menino saiu cabisbaixo do quarto e eu confortei-o dizendo que ela talvez estivesse envergonhada pela sua tentativa falha de ceifar a própria vida.O psicólogo informou a Victor que ela só seria liberada do hospital, mediante uma transferência para uma clínica psiquiátrica onde pudesse receber ajuda especializada. Mas esta notícia já era esperada por todos nós. Ela jamais estaria apta para sair e se cuidar sozinha naquele momento. O médico nos levou até uma sala de reunião e nos deu privacidade para conversarmos e Victor fazer as suas ligações para conseguir o quanto antes a transferênc
MayaQuando chegamos, o levei até seu quarto e fui para meu. Enquanto enchia a banheira para um banho quente, liguei para o meu pai. Nós havíamos trocado duas mensagens mais cedo e eu prometi ligar quando chegasse.— Oi, querida! Como foi Nova Iorque? Fez boa viagem de volta?— Oi, pai. Foi tudo bem. — Achei melhor poupá-lo do caso da Eliza. Falar sobre isso com ele, só daria mais motivos para criticar Victor. — Como estão as coisas por aqui?— Está tudo bem. Você não vai acreditar na notícia que tenho!— Que notícia? — perguntei apreensiva, apesar de notar o entusiasmo em sua voz.— Sua mãe irá receber alta para o Natal! — Ai, meu Deus! Isso é ótimo, pai! É o melhor presente de Natal que eu poderia ganhar! — disse com a mais pura felicidade explodindo dentro de mim.— Ela irá sair amanhã à tarde. Pode ir buscá-la?— Mas é claro que sim. E quando ela tem que voltar? — Houve um breve silêncio estranho do outro lado da linha.— Ela volta depois do Natal — respondeu depressa.Franzi o c
MayaNa manhã seguinte, após o café, liguei para o meu pai e pedi para ele vir até a casa do Victor. Não demorou muito e logo ele chegou.— Pai... este é Caleb, filho do Victor. Caleb... este é meu pai — apresentei-os sorridente.— É um prazer conhecê-lo, Sr. Valentine.— O prazer é meu, garoto. E me chame de Teddy.Fiquei surpresa com sua simpatia.— Então... o que faço aqui tão cedo? — perguntou ele.— Estou pensando em fazer um jantar aqui esta noite, para reunir todos antes de irmos à igreja. O que me diz?— Aqui? — Apontou para o chão.— É! Aqui!Ele parou por alguns segundos e encarou-me.— Eu não sei, querida.— Por favor, pai. Quero todo mundo junto esta noite — insisti.Meu pai respirou fundo e deu-se por derrotado.— Tudo bem. Eu concordo, desde que Victor se comporte.— E ele irá, desde que você se comporte também!— Quando iremos comprar a árvore de Natal? — perguntou Caleb ansioso.— Agora.Saímos e fomos até o parque Green Pine, onde todos os anos vendiam os mais diverso
Maya— O quê? Por quê? — questionei-a ficando de pé em um pulo, sentindo o desespero tomar conta de mim como uma avalanche.— Por favor, querida... Me compreenda. Eu não aguento mais viver naquele hospital. Os médicos dizem que não, mas eu sinto que não tenho mais cura. O câncer que estava estagnado voltou a se espalhar. Em alguns dias estarei com metástase e aí meu ciclo chegará ao fim. Eu desejo encerrar esta vida com quem mais amo neste mundo: minha família.Solucei alto em meio ao choro.— Perdoe-me, Maya. Mas entenda que não estou desistindo de você e do seu pai. Estou apenas desistindo de viver para alimentar esta doença maldita.— Mas, mãe... Talvez... Talvez a gente possa ir para outro lugar e tentar um novo tratamento, eu posso...— Ela não quer, Maya — disse meu pai parado na porta. — Deixe-a viver seus últimos dias como desejar vivê-los. Não podemos mais obrigá-la a mais tratamentos por puro egoísmo da nossa parte... por medo de perdê-la. Sua mãe está sofrendo. Eu estou sof
MayaSoltei-o e o vi sorrir para mim, colocando uma mecha do meu cabelo atrás da orelha.— Desculpe por perder a noite de ontem. Só tivemos autorização para levantar voo às quatro da manhã.— Tudo bem. Mas vamos deixar combinado desde agora, que no próximo Natal você não irá trabalhar nem no dia ou na véspera.— Prometido. — Riu acariciando meu rosto.— Café? — Ofereci a ele.— Sim, por favor.Entramos e Victor cumprimentou a todos. Servi uma caneca cheia de café puro fumegante, sem açúcar e entreguei-a a ele.— Obrigado. — Sorriu e selou meus lábios. — Feliz Natal — sussurrou.— Feliz Natal, amor. — Sorri abertamente.Depois do desjejum, nos sentamos na sala e logo Clarice chegou com Sammy e Grace. Minutos depois, Will, o “amigo” da vovó, apareceu se juntando a nós. Meu pai conversava com Sammy em um canto próximo a escada. Eu estava sentada ao lado da minha mãe e Victor ouvia atentamente o filho contar como havia sido o seu dia anterior. Distraída em uma conversa, não vi quando Vict
Maya— Ela me ligou há três dias e me contou sobre a decisão dela. Ela só queria dizer que confiava você a mim. Pediu-me para cuidar de você até o fim. Fez-me jurar nunca te abandonar ou te magoar. Como se para fazer isso, fosse preciso prometer a alguém. — Sorriu deprimido.— Quando ela se for... vai doer muito? — Lágrimas começaram a escorrer em abundância pelo meu rosto.— Sim. Irá doer muito. Você vai achar essa dor insuportável e pensar que pode conviver com ela, mas terá de ser forte. Vai haver dias em que você se pegará esperando o telefone tocar e ser ela a te ligar, mas aí se lembrará de que isso não pode mais acontecer. E nesse momento... a dor vai voltar e você irá se culpar. Se culpar por aquele fim de semana que decidiu sair com os amigos ao invés de ficar em casa com ela ou por aquela ligação que prometeu retornar, mas se esqueceu. — Secou minhas lágrimas. — Mas, apesar de ela não estar mais em carne com você, ela estará aqui — apontou para o meu coração — para todo o se
MayaA semana até o Ano Novo passou muito rápido. Victor precisou viajar a trabalho na manhã seguinte ao Natal, mas permitiu que Caleb ficasse comigo. Meus pais se mudaram para a casa da minha avó, que, a propósito, fez um jantar em família para contar que ela e Will estavam começando um relacionamento amoroso com calma. Achei isso incrível, afinal, para amar e viver o amor não se tem idade.Sentada na varanda da frente da casa, terminei de ler para a minha mãe as últimas páginas do livro: A culpa é das Estrelas. Ela estava toda emocionada com a história e eu também. Eu quase conseguia sentir a dor dos pais da Hazel e Augustus, por saber que logo mais os perderia. Era sufocante essa sensação e desesperador esse pensamento.— Você tem um desejo, mãe? Um sonho que gostaria de realizar antes de ir, como a Hazel tinha de conhecer Peter Van Houten ou ir à Disney?— Tenho. — Sorriu. — Mas o meu é algo bem mais simples.— O que é?— Viajar com a família para o Havaí. Esse sempre foi o meu pl
MayaSua mão direita desceu pelas minhas costas até minha bunda, apertando-a de leve. Nosso beijo começou a ficar cada segundo mais voraz e quente. Sua outra mão subiu para a minha nuca e agarrou meus cabelos com força, mantendo-me imóvel. Seus lábios deixaram os meus e trilharam beijos pescoço abaixo até meu ombro onde deixou uma leve mordida que me fez gemer baixinho de olhos fechados e mordendo o lábio. Sua boca voltou à minha com um beijo guloso e possessivo. A mão que estava em minha bunda agora agarrava meu seio apertando-o com cuidado por baixo da blusa. Gemi novamente implorando para ser fodida ali mesmo. Já senti a excitação umedecer minha calcinha e estremecer meu ventre. Como era possível? Como era possível ele mal me tocar e eu logo me desmanchar de desejo por ele? Esse homem tinha um imenso poder sobre mim, era fato!— Pai! — Caleb chamou-o em grito, entrando na cozinha.Assustada, desprendi-me dele, mas Victor me puxou de volta para os seus braços.— Dá o fora, moleque!