MayaLá estava Victor outra vez colocando um guarda-costas atrás de mim o tempo todo. Os homens que queriam me matar estavam presos em Chicago e não iriam sair de lá tão cedo, ou talvez nunca mais. Quanto ao Higor, honestamente, eu não estava preocupada de que ele fizesse algo comigo e sim com a Grace por dinheiro.Corri até as minhas pernas se cansarem e o meu pulmão queimar pela falta de ar, mas minha intenção de cansar o segurança falhou. Ele parecia ter um ótimo preparo físico para aquilo. Talvez Victor tenha pensado até mesmo nisso quando o contratou. Voltamos para casa caminhando um ao lado do outro em completo silêncio. Quando entrei em casa, fui direto até a sala de jantar e encontrei Victor fazendo o seu desjejum com o laptop ligado sobre a mesa, no canto esquerdo à sua frente.— Bom dia — desejou ele, dirigindo-me o olhar que estava fixo na tela do laptop. — Ah! Vejo que já conheceu o Elliot.— Então ele será meu novo segurança? — questionei-o com insatisfação, sentando-me à
MayaO dia passou e como planejado, fomos ver a minha mãe depois do almoço e voltamos para casa às quatro horas, onde não fizemos nada juntos até as sete. Somente ficamos largados na cama do quarto assistindo TV, trocando beijos e carícias. Momentos como aquele eram raríssimos e eu os aproveitava ao máximo.— Já está pronta? — perguntou ele do quarto.— Quase. Vou calçar as sandálias! — gritei para ele do closet.Terminei de arrumar e descemos. Quando ele abriu a porta da casa, estacionado à frente, estava o seu Alfieri cinza-chumbo.— É você quem vai dirigir? — perguntei.— É sim. Mas Noberto e Elliot nos seguirão à paisana. Não quero chamar a atenção.— Ah, mas claro! Até mesmo porque uma Maserati não chamaria a atenção nem um pouco no subúrbio — ironizei.— Entra no carro, Srta. Valentine — falou sério e deu-me um leve tapinha na bunda.Ri baixo e entrei assim que ele abriu a porta. Logo Victor assumiu a direção e fomos para casa da tia Jenna com Noberto e Elliot nos seguindo a pou
MayaEle aproximou-se e beijou o meu rosto abraçando-me pelo ombro.— Vamos até lá fora — sussurrou nos meus ouvidos.Fomos até a varanda dos fundos.— O que houve lá dentro? — perguntou parando à minha frente e segurando o meu rosto entre as suas mãos.— Ainda é muito difícil para o meu pai aceitar a gente.— E isso magoa você.— Eu só queria entender por que as pessoas não conseguem ver o nosso amor. Por que, Victor? Por que é tão difícil elas enxergarem a nossa paixão e compreender que seremos felizes, mesmo que você tenha quase o triplo da minha idade?— Acho que ninguém além de nós, será capaz disso.Acariciou as minhas bochechas com os seus polegares e aproximou-se mais. Ergui a minha cabeça para olhá-lo e fechei os meus olhos quando ele tocou a sua testa na minha, roçando a ponta dos nossos narizes um no outro.— Não vejo a hora de chamá-la de esposa... De colocar uma bela aliança neste dedinho delicado. — Segurou a minha mão esquerda junto ao seu peito e acariciou delicadament
Maya— O jantar está servido — anunciou a minha avó ao entrar na sala e eu agradeci mentalmente. Estava com medo de onde aquela situação iria parar.Depois do jantar, todos foram embora e eu ajudei a minha mãe a se preparar para dormir antes de ir também.— Me prometa uma coisa — pediu ela.— Claro. O quê?— Que, quando se casar, usará o meu vestido de noiva.— Quando eu me casar... usarei o seu vestido de noiva com o maior prazer, mãe — prometi olhando-a nos olhos.Ela sorriu feliz e emocionada. Eu a abracei e me despedi antes de deixar ela e o meu pai a sós.Victor e eu fomos embora e tivemos uma noite deliciosa, assim como o restante do nosso final de semana que passamos grudados um no outro. Depois que ele se foi na segunda logo pela manhã, resolvi ir até o trabalho da Grace e convidá-la para almoçar comigo. Fizemos tudo do modo que era antes. Comemos, depois saímos para tomar um sorvete no caminhãozinho estacionado na praça e, por último, deixei-a de volta no trabalho.No caminho
MayaAcompanhamos a mulher até um espaço com sofá e cadeiras. Depois que Kim disse como desejava que fosse seu vestido, ela foi com a vendedora até o provador.— Acho isso uma perda de tempo — disse Viola com desdém.— Comprar vestido de noiva não é perda de tempo — retruquei encarando-a.— A nossa família tem uma tradição e Kim está desrespeitando ela! — falou Aja.— Kim não está desrespeitando nada! Ela apenas está usufruindo do direito de liberdade que tem! — disse irritada.— Aqui está a noiva — anunciou a vendedora e lá veio Kim vestindo o seu primeiro vestido com design de princesa.— Ah, meu Deus! Você está linda, minha filha — falou Maggie completamente emocionada.— Uau! Quem diria que você poderia ficar bonita, Kim — provocou Sasha nos fazendo rir.— Você está linda! — elogiei.— Ainda tem mais três modelos no provador. O que acharam desse? — perguntou ela.— Eu não gostei — falou Viola.— Eu amei. Está parecendo uma verdadeira princesa — disse a ela, que sorriu. Os seus olh
MayaA vendedora montou todos os acessórios nela e seguimos para o salão onde todas nos aguardavam.— Kim! Não! Combinamos de que não ia provar este vestido! — repreendeu Sasha.— Não resisti — respondeu ela.Kim subiu no pequeno altar redondo e Maggie se levantou indo até ela.— Você está perfeita, querida! Perfeita! Uma verdadeira princesa.Emocionadas, as duas se abraçaram e choraram silenciosamente.— Os meus parabéns — disse Viola parando de pé ao meu lado. — Ao invés de ajudá-la, você apenas reforçou que ela não pode ter o que quer. — Afastou-se e sentou novamente.— E então... Esse é o seu vestido dos sonhos, Kim? — perguntei aproximando-me dela.— É ele que quer, querida? — perguntou Maggie. — Se sim, venderei o meu carro para pagá-lo. — Sorri com o gesto de amor de uma mãe para com a sua filha.— É sim! — respondeu com convicção em meio às lágrimas. — Este é o vestido com o qual irei me casar. — O seu sorriso não cabia no seu rosto.— Ótimo! Temos o vestido então — comemorou
MayaNão era preciso ser inteligente para saber o porquê Eliza havia tentado tirar a própria vida. Era claro que o motivo era Victor. Deus... Isso é triste. Ela precisa de ajuda mais do que imaginávamos.Já era tarde da noite e eu estava sentada na sala de emergência com Caleb. Desde que ele chegou, não disse uma palavra sequer. Ficou apenas em silêncio. Tentei conversar com ele, mas não me deu assunto. Não parecia estar em estado de choque, apenas me ignorando e com raiva. Levantei e fui até a cafeteria. Estava impaciente, ainda não havíamos tido nenhuma notícia sobre Eliza. Os médicos apenas disseram que iriam cuidar dela quando chegamos e se foram.— Maya! — Ouvi Victor me chamar.Virei-me e caminhei apressada até ele, abraçando-o apertado.— Que bom que você chegou.Ele retribuiu o abraço e beijou o topo da minha cabeça.— Estou aqui, meu amor. Onde está o Caleb?— Na sala de espera. Não sei se ele está bem. — Soltei-o.— O que aconteceu?— Eu não sei. Ele está calado desde que ch
VictorEntrei e vi toda a decoração destruída, quadros quebrados e almofadas rasgadas. Ela estava descalça, com a maquiagem toda borrada pelas lágrimas e os cabelos, que sempre estiveram em ordem, estavam completamente despenteados.— Eliza... — chamei-a me aproximando.— Não chegue perto! — gritou e parei.— O que está fazendo aqui? Onde está o nosso filho?— Em Nova Iorque. Ele sabe se cuidar sozinho — respondeu com desprezo.— Não, ele não sabe! Caleb só tem dezesseis anos e é um jovem em reabilitação. Você devia estar cuidando dele, agora! — exaltei-me.— Você acha isso justo? Acha justo eu ter que sacrificar a minha vida para cuidar dele sozinha, enquanto você vive uma historinha encantada de amor com a Maya? — gritou.— É seu dever estar com ele! Foi você quem nos levou para o tribunal porque queria possuir a guarda do nosso filho. Você se lembra disso? Também se recorda de que há seis meses, quando ele voltou do acampamento, eu quis levá-lo para morar comigo, mas você não permi