Realizando Sonhos - Livro 3 / Trilogia ValenteVictorTudo o que você precisa para realizar os seus sonhos, é apenas acreditar que é possível torná-los realidade, sejam quais forem. Às vezes, é difícil chegar lá, mas não impossível. Eu tinha muitos, mas para ser honesto, eram mais ambições e desejos do que sonhos propriamente. No entanto, duas das coisas que listei mentalmente, eram, sim, sonhos que eu queria tornar realidade. O primeiro: viver um amor. Eu precisava saber como era sentir o que fazia tantas pessoas sorrirem à toa e “andar nas nuvens”. O segundo: ter uma família. Desejava tanto quanto qualquer outra coisa no mundo.Comecei a amar tarde demais. Foi aos trinta anos que a conheci. Ela era linda e fascinante. Aquela foi a melhor viagem à França, com certeza. Aos trinta e cinco, nós nos casamos, mas não durou muito. O destino a levou de mim antes mesmo que pudéssemos formar a nossa família. A depressão, o desespero e a saudade me levaram a fazer escolhas erradas. A escolher
VictorAo entrarmos em casa, o meu celular tocou e era o Caleb quem ligava.— Oi, filho.— Pai? Está tudo bem? Eu cheguei da escola agora para o almoço e estou vendo umas coisas estranhas na TV. A Maya está bem?— Sim, Caleb. Ela está bem, não se preocupe. Estamos em Tulsa agora.— Mas o que foi que aconteceu?— Aconteceu que eu achava que você era meu imã para problemas, mas me enganei. Meus parabéns, você desceu da primeira posição no pódio.Maya parou à minha frente encarando-me de cara feia e braços cruzados. Sorri e pisquei para ela.— Nossa... graças a Deus! Não aguentava mais essa posição de primeiro lugar — respondeu Caleb com o seu humor irônico, fazendo-me rir.— Nos falaremos depois, filho. Vou a Nova Iorque assim que der. Se cuide.— Tudo bem. Diga a Maya que ligo para ela depois.— Direi sim. Tchau.Encerrei a chamada.— Então, quer dizer que eu sou a problemática número um na sua vida? — perguntou brava.— Não. Você não é um problema para a minha vida, mas tem que concor
Maya— Sente-se, pai — pedi e sentei-me no sofá maior à sua frente, enquanto ele se acomodou em uma das poltronas.— Como você está? — perguntou esfregando as mãos uma na outra com agonia.— Bem. E você?— Estou bem. — Fez uma breve pausa encarando os próprios pés, como se buscasse palavras ou algum ponto de onde continuar com o diálogo. — Queria... Queria ter ligado para você há alguns dias, mas... não tenho o seu novo número. — Olhou-me novamente.— Por que não pediu a Clarice ou a tia Jenna?— Você foi embora com raiva de mim. E, como não me passou o seu número, imaginei que não quisesse que eu o tivesse. Por isso não pedi a elas.— Desculpe. Quando estive aqui, nem me toquei sobre isso. Mas o que queria me dizer quando quis ligar?— Eu fui à reunião do AA na segunda. Entrei no ônibus e fui até lá sozinho. Não contei a ninguém que estava indo, apenas fui.Sorri com imensa alegria e orgulho da sua atitude.— Você gostou? Conte-me como foi.— Achei estranho, mas gostei. — Sorriu frac
MayaA caminho do hospital paramos em uma cafeteria. Desci com o meu pai e compramos uma vitamina sem açúcar, cafés e alguns donuts para viagem. Quando chegamos lá, senti o meu estômago embrulhar e revirar de nervoso. As portas do elevador se abriram e caminhamos sem pressa até o quarto. O meu pai bateu de leve na porta e entrou na frente.— Trouxe alguém comigo — anunciou ele.— Oi, mãe.— Maya! Graças a Deus! — disse com alívio, apoiando a mão espalmada no seu peito.Corri de encontro a ela e abracei-a. Os seus finos braços me apertaram com tanta força, que quase chegaram a me sufocar. Senti o meu ombro umedecer percebendo que ela chorava.— Por favor... não chore — pedi tentando conter a minha emoção.— Então nunca mais nos preocupe desse jeito! — Soltou-me.— Me perdoe, mamãe. Perdoe-me por fugir daqui quando estava em coma. Perdoe-me por não voltar quando acordou, eu sei que o meu lugar é aqui cuidando de você, mas fui egoísta e não quis ver isso. — As lágrimas escorreram em abu
MayaNoberto assumiu a direção e dirigiu em silêncio para o restaurante. Quando chegamos, logo que entrei, avistei Victor sentado exatamente à mesma mesa onde jantamos juntos pela primeira vez. A noite estava mais fria do que aquele dia, mas ainda assim agradável. Caminhei até ele, que, quando me viu aproximar, levantou-se e puxou a cadeira à frente para mim.— Como foi a sua tarde?— Foi ótima. E a sua? — perguntei acariciando o seu rosto.— Foi entediante sem você.Beijei-o com carinho e saudade. Ele retribuiu com lentidão segurando a minha cintura com as suas duas mãos. Separei os nossos lábios e beijei o seu pescoço, fazendo-o se arrepiar de leve. Sorri para ele e sentei-me. Victor chamou o garçom e pediu um vinho tinto italiano. Depois que as nossas taças foram servidas, o garçom se retirou e começamos a conversar. Contei a ele sobre a minha tarde com os meus pais e a respeito da conversa com a minha mãe.— Que tal mudarmos um pouquinho de assunto? Acho que devemos falar sobre o
MayaNunca havíamos conversado sobre filhos. Afinal, nunca nem mesmo havíamos falado de casamento antes. Mas confesso que a sua resposta direta me deixou com uma pequena tristeza no peito. Casar e ter filhos sempre foram meus planos para o futuro. Agora, um deles eu teria de abrir mão e não seria o de me casar com Victor. Espero que o desejo avassalador de ter filhos não me atinja depois que nos casarmos. Se isso acontecer, será bastante difícil para mim. — Tudo bem.Aconcheguei-me novamente nos seus braços e permanecemos em silêncio até que ele adormeceu. Vagarosamente, levantei-me da cama e vesti a sua camisa, que estava jogada no chão. Caminhei até a poltrona perto das portas, que levavam para a varanda, e peguei o meu celular dentro da bolsa. Já passavam das duas da manhã e havia uma mensagem do meu pai.Desculpe-me, filha.Sei que a chateei.Não medi as palavras que usei.Não foi minha intenção magoá-la.Papai09:12 p.m.Está tudo bem.Nos vemos amanhã.Boa noite.Maya 02:33 a.
MayaLá estava Victor outra vez colocando um guarda-costas atrás de mim o tempo todo. Os homens que queriam me matar estavam presos em Chicago e não iriam sair de lá tão cedo, ou talvez nunca mais. Quanto ao Higor, honestamente, eu não estava preocupada de que ele fizesse algo comigo e sim com a Grace por dinheiro.Corri até as minhas pernas se cansarem e o meu pulmão queimar pela falta de ar, mas minha intenção de cansar o segurança falhou. Ele parecia ter um ótimo preparo físico para aquilo. Talvez Victor tenha pensado até mesmo nisso quando o contratou. Voltamos para casa caminhando um ao lado do outro em completo silêncio. Quando entrei em casa, fui direto até a sala de jantar e encontrei Victor fazendo o seu desjejum com o laptop ligado sobre a mesa, no canto esquerdo à sua frente.— Bom dia — desejou ele, dirigindo-me o olhar que estava fixo na tela do laptop. — Ah! Vejo que já conheceu o Elliot.— Então ele será meu novo segurança? — questionei-o com insatisfação, sentando-me à
MayaO dia passou e como planejado, fomos ver a minha mãe depois do almoço e voltamos para casa às quatro horas, onde não fizemos nada juntos até as sete. Somente ficamos largados na cama do quarto assistindo TV, trocando beijos e carícias. Momentos como aquele eram raríssimos e eu os aproveitava ao máximo.— Já está pronta? — perguntou ele do quarto.— Quase. Vou calçar as sandálias! — gritei para ele do closet.Terminei de arrumar e descemos. Quando ele abriu a porta da casa, estacionado à frente, estava o seu Alfieri cinza-chumbo.— É você quem vai dirigir? — perguntei.— É sim. Mas Noberto e Elliot nos seguirão à paisana. Não quero chamar a atenção.— Ah, mas claro! Até mesmo porque uma Maserati não chamaria a atenção nem um pouco no subúrbio — ironizei.— Entra no carro, Srta. Valentine — falou sério e deu-me um leve tapinha na bunda.Ri baixo e entrei assim que ele abriu a porta. Logo Victor assumiu a direção e fomos para casa da tia Jenna com Noberto e Elliot nos seguindo a pou