ELLE NARRANDOCruzei os braços ao ver Parlo e Henry descendo dos carros. A surra que os dois levaram de Henry e Parlo foi incrível de assistir, mas o que eu vi a seguir, não foi tão fácil de ver: Henry deu um tiro na cabeça do homem que me agarrou e Parlo deu um tiro na cabeça do outro. Minha avó não parecia chocada, na verdade, ela estava muito tranquila com toda a situação.— Graças a Deus vocês apareceram. Você acredita que ele queria levar a minha bolsa? — Ela disse para Parlo, que pegou a bolsa dela do chão e a limpou, entregando de forma respeitosa para ela.— Aqui está, senhora. Venha, vou te guiar até o carro. — Ele ofereceu o braço para minha avó, que pegou e saiu caminhando com ele.Eu olhava para Henry, com o coração acelerado do susto da tentativa de assalto e também pelo fato de estar surpresa por sua presença ali. Esperava o Parlo, sim, confesso... Mas não o Henry.— Por que está aqui? — Questionei, o olhando nos olhos.— Porque você precisava de mim. Essa estrada é muit
ELLE NARRANDOHenry acenou com a mão e eu vi Parlo saindo com a van, levando minha avó embora. Aquilo me fez arregalar os olhos e pensar que realmente, minha avó estaria em cárcere privado como eu. Eu olhei para Henry com raiva e comecei a tentar abrir compulsivamente a porta do carro.Bati no vidro, como se alguém pudesse me ouvir. Nenhuma alma viva passava por ali, quanto mais alguém para pedir socorro. Eu comecei a chorar e Henry tentou colocar a mão em mim.— Não coloca a mão em mim. Vai ser do seu jeito, não é? Você não é o machão mafioso? — Henry bufou.— É, é isso mesmo. Eu sou o “machão mafioso”, Dona Encrenca. E se você não me obedecer, além de levar uns tapas na bunda, eu vou pedir para o Parlo não ser tão gentil assim com a sua avó. — Eu arregalei meus olhos ao ouvir o que ele disse, profundamente decepcionada.Eu abri o cinto de forma cautelosa. Eu devia tentar fugir antes de Henry começar a dirigir, ou poderia matar nós dois. Ataquei Henry, pulando em cima dele no carro,
ELLE NARRANDONa manhã seguinte, Henry apareceu no meu quarto e veio me puxando pelo braço.— O que você está fazendo? — Questionei. Reparei que ele estava vestido e pronto para sair.— Vamos buscar o café da manhã e eu preciso falar com você, então, vamos. — Ele falou.Não tive escolha a não ser acompanha-lo. No carro, ele ficou em silêncio durante boa parte do trajeto.— Não vai falar? — Questionei. Ele suspirou e deu um tapa no volante.— Eu tô ficando louco de não poder te contar as coisas. — Eu arregalei os olhos. Me enchi de esperança de que ele realmente falasse alguma coisa.— Conta, Henry, por favor. — Pedi, o olhando com ansiedade. — Por favor.— Eu estou prestes a conseguir uma coisa enorme, Elle. Se você tiver a paciência de esperar... — Eu girei os olhos ao ouvir.— Mais segredos? — Ele negou com a cabeça.— O fim dos segredos. Só que você tem que me dar tempo, Elle. Eu tô tentando, juro que estou. — Ele falou e eu cruzei os braços.— Tentar não é fazer. Não vejo uma dúvi
Henry se aproximou o suficiente para colocar a mão em meu queixo, e olhar em meus olhos de forma profunda.— Ah, claro... Entendi. Só pra te informar... O relógio que está no meu pulso nesse exato momento vale oito vezes o valor que você gastou hoje. E ele é o meu relógio mais básico. Se esforce mais se quiser me irritar. Que tal dormir do meu lado sem calcinha e me impedir de te tocar? Aí sim, seria uma provocação interessante.— Ridículo. — Virei meu rosto para o outro lado.— Sinto muito, Dona Encrenca. Eu estou super bem com seus gastos. — Ele saiu andando até a cozinha de forma tranquila. — Pode comprar mais coisas.Passei as duas mãos em meu próprio rosto, com raiva, mas eu pensei no que ele disse sobre dormir sem calcinha ao lado dele. Isso me deu uma ideia bizarra. Nesse jogo de amor e ódio, quem vai ganhar, vai ser eu.No meio da noite, entrei no quarto dele com um pijama minúsculo. Ele estava acordado lendo, e os olhos dele, que estavam no livro, me mediram de cima a baixo.
HENRY NARRANDOTerminei meu serviço na mão, e fiz isso na frente dela, como forma de provocação. Eu queria que ela me visse fazer isso. Sei que deixo essa mulher louca, sei o quanto ela me deseja e o quanto gosta de ser minha... Então, vou provoca-la até que ela perca o controle.Sabe qual é o meu problema? Eu amo a Elle, e a Elle é louca. Eu amo o fato dela ser louca e alimento a loucura dela com as minhas loucuras também. É como se ela fosse gasolina e eu o fogo. Ultimamente, tenho sentido um prazer sádico em vê-la irritada comigo. Às vezes acho que ela se faz de nervosinha só pra tentar me tirar do controle. Que porra foi aquela de comprar milhares de coisas para o nosso filho? Ela achou que isso me incomodaria? Meu Deus...Passo as duas mãos em meu próprio rosto lembrando de tudo que aconteceu nos últimos dias. Tudo que tem acontecido me faz pensar que estou vivendo em um looping de amor misturado com castigos infernais por todas as almas que ceifei. Não posso ser feliz porque sou
ELLE NARRANDOEstou na espreguiçadeira da piscina. Não faço ideia se Henry está em casa, mas se estiver, vai me ver com um biquíni branco extremamente sensual. O dia está realmente bonito.Pedi que me servissem uma limonada gelada, e sim, eu estou me permitindo viver como uma rainha aqui dentro. Gasto o dinheiro dele, compro o que quero, como o que quero. Já que ele não liga e quer me manter presa aqui, que arque com as consequências.Meus olhos estavam fechados e eu acabei os abrindo ao sentir alguém sentar em minha espreguiçadeira. Henry me olhava com um sorriso malicioso nos lábios.— Que bom que decidiu aproveitar a estadia. — Disse, sorrindo de forma irônica.— Já que não tenho o que fazer... — Eu respondi, dando os ombros.Henry levou a mão até meu rosto, e nossos olhos se encontraram. Ele passou o polegar suavemente por meu lábio inferior, e foi descendo a mão por minha pele. Passou a mão por minha garganta, por meio dos meus seios, e sussurrou com uma voz arrebatadora.— Poder
ELLE NARRANDOPasso a mão por minha barriga, suavemente, e respiro de forma profunda. Dou um sorriso ao pensar que ali dentro tem um pedacinho de mim... E que em alguns meses irei conhecer. Apesar da situação caótica, quando lembro do meu filho, tudo que é ruim se desfaz na minha mente e some como fumaça.Desci as escadas e fui até a cozinha, tomar um polivitamínico que o médico receitou. Aparentemente, estou um pouco fraca e preciso de mais nutrientes para o bebê. Naquele momento, pensei em minha avó. Tenho certeza que ela faria um ensopado de galinha para mim. Na cabeça dela, ensopado de galinha tem a capacidade de curar qualquer coisa... Desde um resfriado, até um coração partido.Quando me lembro que Henry está mantendo minha vó presa, seja lá como for, eu sinto raiva. Tanta raiva que tenho vontade de explodir com ele e estrangulá-lo! Essa droga de sequestro ou sei lá o que, me fez perder a confiança nele.Como estava fazendo sol, mais uma vez me arrumei para ir na piscina. Coloqu
O dia passou rapidamente. Benny e eu nos divertimos na piscina depois que ele chegou da escola e saímos apenas na hora do jantar. Foi realmente bom passar aquele momento com ele.Mais tarde, naquela noite, eu ouvi Henry chegando e ele parecia nervoso. Benny já estava dormindo e Henry andava pela cozinha.— Henry? — Eu falei. Ele servia um copo de uísque e me olhou bravo naquele momento. — Você... Você tá legal?— Não. Acho que sua praga pegou, tive um dia péssimo. — Ele disse e virou o copo. Eu prendi a risada.— Eu deveria dizer que sinto muito? — Perguntei.— Eu não quero que você diga nada, Elle. Você não precisa dizer. — Falou, com indiferença.Se tem uma coisa que eu odeio mais do que sentir tesão por ele, é sentir ele me tratando como se ele não sentisse o mesmo por mim. Me aproximei dele, o olhando nos olhos.— O que aconteceu?— Me deixa, Elle. — Ele disse, servindo mais um copo.— Por favor, me fala... — Retruquei, de forma mansa.— Eu cometi a porra de um erro! — Ele me resp