HENRY NARRANDOElle estava se arrumando para ir até a maternidade fazer um check up. Eu iria para o meu trabalho, mas estava sentindo que algo daria errado nesse encontro de Nicole e ela, por isso, decidi ir atrás delas sem que ela soubesse. Eu observava o carro que Elle ia com sua melhor amiga de longe, com muita atenção.Já no hospital, fiquei posicionado em um local para ouvir tudo que elas diziam na sala de espera. Elle falava baixinho, mas ainda era possível ouvir.— E você tá legal com ele, agora? — Nicole perguntou e Elle suspirou.— Para ser sincera, não. Eu não entendo o Henry, ele é um bom homem e ao mesmo tempo é extremamente misterioso, guarda segredos de mim o tempo todo e mente... E agora, ele fez uma coisa que me fez perder totalmente a confiança nele. — Nicole a olhou desconfiada.— Ele machucou você? — Elle negou com a cabeça.— Claro que não! Eu já disse, ele é um bom homem. — Elle cruzou os braços. — Ele... Ele tá meio que vigiando minha vó e me impedindo de falar c
ELLE NARRANDOUma semana se passou desde minha conversa no jardim com Henry... Eu não esperava que as coisas mudassem tanto entre nós. Estamos mais calmos, estou dando um tempo para ver se Henry consegue resolver o que ele precisa resolver... E me contar toda a verdade. Eu decidi esperar e viver em paz com ele, já que não tenho muita escolha.É dia da minha consulta médica, e eu estou indo com o motorista mais uma vez. Henry está muito ocupado com o trabalho, mas disse que na próxima consulta, gostaria de ir junto. Eu aceitei... Acho que quero ver a cara dele ao ouvir o coraçãozinho do nosso pequeno ou pequena.— Oi, Elle! — Nicole disse e me abraçou.— Oi! Como você está? — Perguntei. Nicole estava muito arrumada e cheirosa. Aposto que vai sair com alguém depois daqui. — Você tá bonita...— Eu conheci um cara essa semana, nós vamos almoçar juntos. — Ela fez uma carinha de safada e jogou o cabelo para o lado. — Ele é rico e muito gostoso.— Uau! Isso é bom. — Eu sorri e falei.— Esper
ELLE NARRANDOO tempo foi passando e eu fui começando a ver minha barriga crescendo. Estou de quatro meses agora, e com uma barriguinha linda. O quarto do nosso bebê está pronto... E, acredite, ainda não sabemos o sexo. O bebê está com as perninhas bem fechadas e não dá pra saber.Algumas coisas aconteceram nesses últimos meses... Coisas extremamente boas. Eu e Henry nos resolvemos, e ele decidiu começar a me levar para ver minha avó uma vez por semana. Todos os domingos, sem falta, lá estávamos nós, vivendo um belo domingo com ela. Eu insistia em perguntar se Parlo a machucava ou maltratava, mas pela forma como ela o trata, ele é praticamente um filho.Depois de mais um domingo maravilhoso ao lado da minha avó, de Henry e Parlo, estávamos prontos para ir para casa.— Obrigada pelo almoço e pelo dia incrível, vó. — Eu falei, a abraçando com carinho. — Por favor, me fala se ele está te machucando. — Eu sussurrei.— Você é louca, filha, sinceramente. — Minha avó disse, e se desfez do ab
ELLE NARRANDOMeu coração palpitava mais rápido. Minha cabeça estava confusa. Eu lembrava da arma nas costas de Parlo, e das ameaças sofridas por Nicole... Pensava em como livrá-las da confusão chamada Henry Abel. Como ele consegue ser tão falso? Não faz o menor sentido.Eu me deitei na cama, quando chegou a noite, mas não conseguia dormir. Ouvi Henry entrando pela porta e rapidamente me levantei.— Oi... — Falou e respirou fundo.Eu me levantei e fui até ele.— Sai. — Falei. Ele me olhou como se eu estivesse louca. — Sai, por favor.— Não. O que aconteceu? — Eu neguei com a cabeça, olhando nos olhos dele. Meus olhos ficaram cheios de lágrimas e comecei a bater em seu peitoral.— Seu cretino filho da puta! Você finge que não sabe, fica se fazendo de bonzinho, mas é um monstro! Eu descobri seus segredos e nunca vou confiar em você, nunca!Henry deixou que eu descontasse minha raiva nele, mas, de repente, ele me virou de costas e me imobilizou. Eu arregalei meus olhos e pensei que ele m
ELLE NARRANDOHenry está me ignorando tem três dias. Parece que não existo para ele. Talvez as ameaças que fiz tenham sido demais. É óbvio que eu jamais falei sério sobre o aborto... Desde o início, amei esse bebê... Mas eu entrei em desespero no dia que Nicole me contou todas aquelas coisas.Agora, estou com minha avó, que está tomando um sol na piscina junto comigo.— Vó, eu quero te perguntar de novo, e você precisa me jurar que dirá a verdade. — Minha avó, deitada em uma espreguiçadeira, tirou os óculos e me olhou .— O que foi? — Disse.— O Parlo nunca te fez mal, mesmo? Você jura pra mim? — Minha avó girou os olhos e afundou a cabeça na espreguiçadeira.— As vezes eu me arrependo de não ter te levado no psicólogo quando o médico disse que você precisava. — Ela negou com a cabeça e eu prendi a risada. — Por Deus, Elle, você já me perguntou isso trinta vezes! Dá pra me explicar o motivo disso? Eu amo o Parlo como se ele fosse um filho, entendeu?— Tá, você já disse... É que... — E
HENRY NARRANDOEu acariciava o cabelo de Elle enquanto ela dormia na cama, virada de costas para mim. Preciso ir embora, mas estou verdadeiramente com medo. Pela primeira vez sinto que essa despedida é uma despedida sem volta. Elle não faz ideia do que estou prestes a fazer e de como tenho lutado para estar firme, aqui, com ela.De repente, ela se virou para minha frente e abriu os olhos. Desde nossa conversa, estou extremamente pensativo sobre tudo que passamos. Eu usei muitas táticas para mantê-la presa a mim, eu sei... Eu falei que havia sequestrado a avó dela e ameacei a Nicole, mas eu jamais colocaria um dedo naquelas duas. Principalmente na avó dela, que é uma criatura... Peculiar. Parlo me mataria se eu colocasse um dedo naquela velha, de tanto que se apaixonou por ela. E sobre a Nicole, bom, por mais que eu tenha vontade de acabar com a raça dela, eu não posso. Não posso porque Elle ama aquela piranha vinda dos infernos.— Henry? — Ela me chamou e levou a mão até meu rosto. —
HENRY NARRANDOPassei as duas mãos por meu cabelo enquanto esperava vários dos meus homens chegarem ao ponto de encontro. Viemos de formas diferentes para não chamar atenção de ninguém as esposas dos meus homens acham que eles estão em uma conferência do trabalho... O que não deixa de ser. Quando eles começaram a chegar, respirei aliviado. A informação que eu consegui só irá funcionar se agirmos imediatamente.— As informações que eu consegui são sem precedentes. — Eu falei e eles me olhavam com atenção. — Nós iremos a um cassino clandestino, onde está acontecendo uma negociação de... Bom, vocês sabem. Acontece que quem está negociando quer matar o General, e nós vamos salvá-lo.— Não seria melhor para todos se o General estivesse morto? — Um dos meus subordinados falou. Eu respirei fundo e o olhei nos olhos.— Concordo. Mas eu ainda preciso dele por um tempo. — Falo, e ele abaixa a cabeça, concordando.— As armas já estão nos carros. Podemos ir quando quiser. — Outro falou, e eu conc
ELLE NARRANDOHenry prometeu que em três dias me diria a verdade, mas aqui estou eu, esperando ele e ele ainda não retornou. Estou dividida entre ódio e tristeza.Desci as escadas chorando e encontrei minha avó fazendo crochê.— O que é isso? — Questionei.— Um sapatinho para o meu neto ou neta. Epa! Por que você não está na cama, mocinha? — Questionou, brava. — Pode subir!— Estou agoniada. Henry disse que conversaria comigo em três dias e até agora não voltou. Eu sinto que algo pode ter acontecido com ele e... Ai, que ódio de tudo isso! — Dei um soco na minha própria perna e ela girou os olhos.— Senta aqui, filha. Já que seu homem chega. Se controla. — Falou.— Não. Eu vou sair e vou até a empresa dele procura-lo. — Falei e saí andando.Antes de chegar até a porta, porém, Henry entrou em casa ofegante. Ele me olhou nos olhos e eu o olhei de volta.— Eu consegui. — Ele disse. Eu sorri aliviada ao ouvir o que ele disse.Corri até ele e o abracei, passando meus braços ao redor de seu