ELLE NARRANDONa manhã seguinte, Henry apareceu no meu quarto e veio me puxando pelo braço.— O que você está fazendo? — Questionei. Reparei que ele estava vestido e pronto para sair.— Vamos buscar o café da manhã e eu preciso falar com você, então, vamos. — Ele falou.Não tive escolha a não ser acompanha-lo. No carro, ele ficou em silêncio durante boa parte do trajeto.— Não vai falar? — Questionei. Ele suspirou e deu um tapa no volante.— Eu tô ficando louco de não poder te contar as coisas. — Eu arregalei os olhos. Me enchi de esperança de que ele realmente falasse alguma coisa.— Conta, Henry, por favor. — Pedi, o olhando com ansiedade. — Por favor.— Eu estou prestes a conseguir uma coisa enorme, Elle. Se você tiver a paciência de esperar... — Eu girei os olhos ao ouvir.— Mais segredos? — Ele negou com a cabeça.— O fim dos segredos. Só que você tem que me dar tempo, Elle. Eu tô tentando, juro que estou. — Ele falou e eu cruzei os braços.— Tentar não é fazer. Não vejo uma dúvi
Henry se aproximou o suficiente para colocar a mão em meu queixo, e olhar em meus olhos de forma profunda.— Ah, claro... Entendi. Só pra te informar... O relógio que está no meu pulso nesse exato momento vale oito vezes o valor que você gastou hoje. E ele é o meu relógio mais básico. Se esforce mais se quiser me irritar. Que tal dormir do meu lado sem calcinha e me impedir de te tocar? Aí sim, seria uma provocação interessante.— Ridículo. — Virei meu rosto para o outro lado.— Sinto muito, Dona Encrenca. Eu estou super bem com seus gastos. — Ele saiu andando até a cozinha de forma tranquila. — Pode comprar mais coisas.Passei as duas mãos em meu próprio rosto, com raiva, mas eu pensei no que ele disse sobre dormir sem calcinha ao lado dele. Isso me deu uma ideia bizarra. Nesse jogo de amor e ódio, quem vai ganhar, vai ser eu.No meio da noite, entrei no quarto dele com um pijama minúsculo. Ele estava acordado lendo, e os olhos dele, que estavam no livro, me mediram de cima a baixo.
HENRY NARRANDOTerminei meu serviço na mão, e fiz isso na frente dela, como forma de provocação. Eu queria que ela me visse fazer isso. Sei que deixo essa mulher louca, sei o quanto ela me deseja e o quanto gosta de ser minha... Então, vou provoca-la até que ela perca o controle.Sabe qual é o meu problema? Eu amo a Elle, e a Elle é louca. Eu amo o fato dela ser louca e alimento a loucura dela com as minhas loucuras também. É como se ela fosse gasolina e eu o fogo. Ultimamente, tenho sentido um prazer sádico em vê-la irritada comigo. Às vezes acho que ela se faz de nervosinha só pra tentar me tirar do controle. Que porra foi aquela de comprar milhares de coisas para o nosso filho? Ela achou que isso me incomodaria? Meu Deus...Passo as duas mãos em meu próprio rosto lembrando de tudo que aconteceu nos últimos dias. Tudo que tem acontecido me faz pensar que estou vivendo em um looping de amor misturado com castigos infernais por todas as almas que ceifei. Não posso ser feliz porque sou
ELLE NARRANDOEstou na espreguiçadeira da piscina. Não faço ideia se Henry está em casa, mas se estiver, vai me ver com um biquíni branco extremamente sensual. O dia está realmente bonito.Pedi que me servissem uma limonada gelada, e sim, eu estou me permitindo viver como uma rainha aqui dentro. Gasto o dinheiro dele, compro o que quero, como o que quero. Já que ele não liga e quer me manter presa aqui, que arque com as consequências.Meus olhos estavam fechados e eu acabei os abrindo ao sentir alguém sentar em minha espreguiçadeira. Henry me olhava com um sorriso malicioso nos lábios.— Que bom que decidiu aproveitar a estadia. — Disse, sorrindo de forma irônica.— Já que não tenho o que fazer... — Eu respondi, dando os ombros.Henry levou a mão até meu rosto, e nossos olhos se encontraram. Ele passou o polegar suavemente por meu lábio inferior, e foi descendo a mão por minha pele. Passou a mão por minha garganta, por meio dos meus seios, e sussurrou com uma voz arrebatadora.— Poder
ELLE NARRANDOPasso a mão por minha barriga, suavemente, e respiro de forma profunda. Dou um sorriso ao pensar que ali dentro tem um pedacinho de mim... E que em alguns meses irei conhecer. Apesar da situação caótica, quando lembro do meu filho, tudo que é ruim se desfaz na minha mente e some como fumaça.Desci as escadas e fui até a cozinha, tomar um polivitamínico que o médico receitou. Aparentemente, estou um pouco fraca e preciso de mais nutrientes para o bebê. Naquele momento, pensei em minha avó. Tenho certeza que ela faria um ensopado de galinha para mim. Na cabeça dela, ensopado de galinha tem a capacidade de curar qualquer coisa... Desde um resfriado, até um coração partido.Quando me lembro que Henry está mantendo minha vó presa, seja lá como for, eu sinto raiva. Tanta raiva que tenho vontade de explodir com ele e estrangulá-lo! Essa droga de sequestro ou sei lá o que, me fez perder a confiança nele.Como estava fazendo sol, mais uma vez me arrumei para ir na piscina. Coloqu
O dia passou rapidamente. Benny e eu nos divertimos na piscina depois que ele chegou da escola e saímos apenas na hora do jantar. Foi realmente bom passar aquele momento com ele.Mais tarde, naquela noite, eu ouvi Henry chegando e ele parecia nervoso. Benny já estava dormindo e Henry andava pela cozinha.— Henry? — Eu falei. Ele servia um copo de uísque e me olhou bravo naquele momento. — Você... Você tá legal?— Não. Acho que sua praga pegou, tive um dia péssimo. — Ele disse e virou o copo. Eu prendi a risada.— Eu deveria dizer que sinto muito? — Perguntei.— Eu não quero que você diga nada, Elle. Você não precisa dizer. — Falou, com indiferença.Se tem uma coisa que eu odeio mais do que sentir tesão por ele, é sentir ele me tratando como se ele não sentisse o mesmo por mim. Me aproximei dele, o olhando nos olhos.— O que aconteceu?— Me deixa, Elle. — Ele disse, servindo mais um copo.— Por favor, me fala... — Retruquei, de forma mansa.— Eu cometi a porra de um erro! — Ele me resp
HENRY NARRANDOElle estava se arrumando para ir até a maternidade fazer um check up. Eu iria para o meu trabalho, mas estava sentindo que algo daria errado nesse encontro de Nicole e ela, por isso, decidi ir atrás delas sem que ela soubesse. Eu observava o carro que Elle ia com sua melhor amiga de longe, com muita atenção.Já no hospital, fiquei posicionado em um local para ouvir tudo que elas diziam na sala de espera. Elle falava baixinho, mas ainda era possível ouvir.— E você tá legal com ele, agora? — Nicole perguntou e Elle suspirou.— Para ser sincera, não. Eu não entendo o Henry, ele é um bom homem e ao mesmo tempo é extremamente misterioso, guarda segredos de mim o tempo todo e mente... E agora, ele fez uma coisa que me fez perder totalmente a confiança nele. — Nicole a olhou desconfiada.— Ele machucou você? — Elle negou com a cabeça.— Claro que não! Eu já disse, ele é um bom homem. — Elle cruzou os braços. — Ele... Ele tá meio que vigiando minha vó e me impedindo de falar c
ELLE NARRANDOUma semana se passou desde minha conversa no jardim com Henry... Eu não esperava que as coisas mudassem tanto entre nós. Estamos mais calmos, estou dando um tempo para ver se Henry consegue resolver o que ele precisa resolver... E me contar toda a verdade. Eu decidi esperar e viver em paz com ele, já que não tenho muita escolha.É dia da minha consulta médica, e eu estou indo com o motorista mais uma vez. Henry está muito ocupado com o trabalho, mas disse que na próxima consulta, gostaria de ir junto. Eu aceitei... Acho que quero ver a cara dele ao ouvir o coraçãozinho do nosso pequeno ou pequena.— Oi, Elle! — Nicole disse e me abraçou.— Oi! Como você está? — Perguntei. Nicole estava muito arrumada e cheirosa. Aposto que vai sair com alguém depois daqui. — Você tá bonita...— Eu conheci um cara essa semana, nós vamos almoçar juntos. — Ela fez uma carinha de safada e jogou o cabelo para o lado. — Ele é rico e muito gostoso.— Uau! Isso é bom. — Eu sorri e falei.— Esper