HENRY NARRANDOMassageio minhas têmporas e respiro de forma profunda.— Não dá pra fazer dessa forma, Sophia. Mas que porra! — Reclamei com uma colega de trabalho e ela ergueu as sobrancelhas.Às vezes, acho que as pessoas não tem noção das coisas. Eu sou um cara fechado e estressado na maioria do tempo, e não demonstro o que estou sentindo, mas nos últimos dias, meu estresse e mau humor tem excedido os limites da máfia. Eu não gosto de misturar as coisas. Sou um homem aqui fora, e um homem lá dentro do Templo Negro.— Desculpa, chefe. — Ela se encolheu, com os olhos arregalados.Me senti mal por ter tratado Sophia dessa forma. Ela é uma boa funcionária, apesar de ter tido uma ideia idiota. Eu sei que meu mau humor tem nome e sobrenome: Elle Wilson. Não sei como resolver as situações que envolvem Elle, ela me tira do sério e faz com que eu sinta coisas que eu não devia sentir.— Olha... Foi mal, tá? Eu não tô em um dia muito bom. Vou tirar um dia de folga, não estou funcionando direit
ELLE NARRANDOEnquanto eu carregava uma bandeja com várias taças, vi a moça ruiva passando a mão no peitoral do Henry e gargalhando com ele. Ele desviava o olhar para mim, sorrindo para ela, de um jeito que ele devia sorrir apenas para mim. Eu estava em um misto de tristeza e ódio que não conseguia explicar... Mas eu me mantive firme. Henry quer brincar de provocar? Então, nós vamos brincar de provocar. Eu posso ser tão filha da puta quanto ele quando quero.Entreguei as taças na mesa, depois, busquei o vinho. Fiz questão de servir primeiro Henry, e depois, tombei propositalmente a garrafa na direção da moça. Fiz isso olhando diretamente nos olhos do Henry, para ele saber que era de propósito. Um pouco de vinho caiu no vestido branco e decotado dela, ela ficou nervosa e se levantou. Eu? Fiz a sonsa, é claro.— Desculpa, senhorita! — Falei. — Me atrapalhei. Quer que eu pegue alguns lenços? — Perguntei.— Ah, sua tonta! — Ela disse, com raiva, e foi indo em direção ao banheiro. — Sai de
ELLE NARRANDOCheguei em casa com vontade de chorar. Eu devia ter ido atrás do Henry, meu Deus, eu sou muito burra às vezes. Me encostei com as costas na porta, fechei meus olhos e respirei de forma profunda. Vi Nicole se agarrando com um cara no sofá, o que me irritou um pouco, então, fui para o meu quarto e me tranquei lá. Eu preciso sair daqui o mais rápido possível, morar com a Nicole não está me fazendo bem.Me joguei na cama e gritei em uma almofada de tanta raiva. Meu telefone começou a tocar, e mesmo sem ver quem era, eu peguei e arremessei longe. Sinceramente, não tem como esse dia ficar pior. Eu chorava sem parar de tristeza e decepção, comigo mesma.Acabei adormecendo por causa do cansaço. O restaurante que trabalho, agora, exige que eu use saltos e um uniforme bem bonito, camisa social branca, calça preta, mas apesar de ser uma roupa bonita, é muito desconfortável. No final do dia, meus pés estão sempre me matando e estou sempre muito cansada. É tanto cansaço que nem tive
HENRY NARRANDOEntrei no meu trabalho nervoso, afinal, a Elle tem tirado minha paz. Nunca pensei que pudesse amar e odiar a mesma pessoa com tanta intensidade. É óbvio que o amor supera, mas Elle consegue ser insuportável às vezes. Tento ser compreensivo, afinal, existem muitos mistérios ao nosso redor: Eu não posso contar com o que eu trabalho, eu a vigio e protejo. No final das contas, eu entendo todo o drama que ela faz e é por isso que ainda não desisti dela. E também tem o fato de que eu sei que ela me quer, e acho que essa é a pior parte, porque eu crio expectativas e quero que elas sejam supridas logo.— Bom dia, senhor Henry. Existem dois homens te esperando desde bem cedo. — Minha secretária falou e eu massageei as minhas têmporas. Estou tendo um dia péssimo.— Hm, ok. Mande entrar. — Respondi e me sentei em meu escritório.A manhã foi tão corrida que nem deu tempo de comer. Não consigo parar de pensar na Elle e em como ela deve estar brava por estar mantendo ela presa dentro
ELLE NARRANDOEu estava deitada na cama, quando comecei a ouvir um barulho do lado de fora. Fazia uma hora que eu havia falado com Henry.— Como assim ela não comeu? — Eu ouvi a voz dele dizer. Prendi a risada mais uma vez. — Filha da puta. — Ele exclamou.Eu estava pensando no que fazer. Pensei em atacar ele e sair correndo, mas ele entrou com o prato de comida e eu fiquei sem reação.— Por que caralhos você tá fazendo isso, Elle? Eu já não disse que estou protegendo você? Eu vou te soltar logo! — Ele disse, e eu cruzei os braços.— Eu prefiro morrer do que ficar presa aqui sem saber exatamente o que está acontecendo. — Ele girou os olhos ao me ouvir e colocou o prato em cima da mesinha de cabeceira.— Você vai comer. Anda. — Ele apontou para o prato. — Vou ter que ameaçar você com castigo igual faço com o Benny quando ele está fazendo birra? Você não tem seis anos não, mulher... — Ele me olhava nos olhos, e eu me mantive firme.— Por que você se importa? Está me mantendo presa, Henr
Eu olhei para ela. Deve ter uns cinquenta anos de idade, talvez.— Há quanto tempo trabalha com o Henry? — Questionei.— Desde que meu antigo patrão morreu, catorze anos atrás. O Henry é um anjo na minha vida. Me ajudou a formar meus filhos... Tenho um advogado e um engenheiro. Trabalho aqui na limpeza porque realmente gosto, porque meus filhos cuidam de tudo pra mim. Mas eu sou grata a ele e ele sempre diz que ninguém organiza a casa como eu, então... — Eu sorri ao ouvir.— Ele é um bom homem, não é? — Ela concordou.— Ele é, filha. É calado, não gosta de demonstrar o que sente, mas é um bom homem. Por onde ele passa, a vida das pessoas muda pra melhor, acredite. — Eu sorri e olhei para baixo.— Isso não faz o menor sentido. Ele é um mafioso. — Falei.— Henry sempre soube separar a máfia da vida pessoal dele. Dentro da máfia, ele é um. Fora dela, ele é outro. Acho que é por isso que nunca se casou... As mulheres não aceitam o jeito misterioso dele. Mas eu entendo o fato dele não quer
ELLE NARRANDOSuas mãos passeavam por minha cintura, enquanto eu o beijava. Ele me deitou na cama e quando apoiou os braços nela, respirou de forma pesada, como se tivesse com dor. Eu o empurrei na cama, e nos virei, para ficar por cima dele. Ele estava agora deitado, e eu o beijava, tomando cuidado com seu peito. Ele escorregava as mãos por minhas coxas, acariciando minha pele e me enlouquecendo pouco a pouco. Eu o senti adentrar em minha camiseta, com as mãos, e ele começou a puxá-la para cima. Tudo que eu queria era ele, ser dele, Deus... Como isso me fez falta!Levantei os braços e ele me ajudou a tirar a camiseta. Eu mesma abri meu sutiã e quando fiz isso, ele se ergueu o suficiente para colocar o rosto entre meus seios, respirando de forma profunda ali antes de beijá-los. Sua boca fez um caminho até o ponto mais sensível de um dos meus seios, e sua língua agia no local. Ele chupava, me fazendo gemer sem pensar duas vezes.— Henry... — Sussurrei, apertando minhas mãos em seus omb
Depois de passar algumas horas na cama conversando com Henry, era hora de levantar. Ele tinha que fazer as coisas dele, e eu as minhas. Tomamos um banho juntos, e depois, nos trocamos.— Henry... Eu posso ir embora? — Questionei.— Pode. Só por favor, dê um jeito de sair da casa da sua amiga, tá? Ela é uma péssima pessoa. — Eu cruzei meus braços e suspirei.— Ela não é uma péssima pessoa, ela só está perdida. — Falei. Ele veio até mim, com aquela camisa social branca que tanto amo, e colocou as duas mãos em minha cintura.— Eu não gosto dela. Ela já deu muita mancada com você e isso me irrita.Eu levei as duas mãos até o rosto dele e me inclinei o suficiente para selar nossos lábios.— Eu estou quase fechando um apartamento para mim, não se preocupe com isso, tá? Agora que nós estamos bem... E eu estou empregada... Posso pagar meu próprio apartamento, não acha?— Pode, mas eu vou te falar uma coisa: Você é teimosa feito uma mula, mulher. Por que não torna nossa vida mais fácil e vem m