Anna Andaria
MINUTOS DEPOIS:
— Não quero que venda minha filha! Não irá vender, isso não estava no nosso acordo quando me abriguei aqui!
Jamal Youseff gargalha, olho para mamãe com medo do que à por vir.
— Rapariga tola! Não é um dos homens palermos que dormem com você, é o Sheik da Arábia Saudita! Tudo que ele quer, ele tem. Por sim ou por não, sua filha vai trepar com ele, mas a escolha é sua vendê-la e ficar com boa parte da grana. Eu até perdoo suas despesas e deixo-a sair pela porta da frente.
É uma oferta idiota, eu sei que mamãe jamais me entregaria por dinheiro, mesmo que eu fosse de uma maneira ou outra, não seria causado por suas mãos. Eu sei disso, disso eu tenho certeza.
— Feito. — O quê?!
— Mama?Jamal dá risada, mamãe se vira de costas para mim. Ela acaba de me deixar ir, acaba de autorizar um desconhecido há me usar. No meu aniversário de dezoito anos.
— Querida precisa entender, que se o Sheik te quer será ótimo para você. E eu, eu vou ficar livre.
— Mas eu não mamãe, eu não vou ficar nunca. Vou ficar aqui, serei uma concubina, serei maltratada mama!Tento me soltar de Youssef, ele me aperta com um sorriso no rosto. Meu mundo que era apenas uma torre fraca em uma construção remota, acaba de ir à ruína. Desmoronou, algo que jamais acreditei vir de minha mãe! Sempre estive ao lado dela e ela ao meu, sempre à ajudei tanto quanto ela me ajudou, e agora é isso? Ouvir da boca dela dói demais, estarei em prantos eternamente.
— Tem certeza? Soraya?
— Eu quero que prove seu... vai me dar mesmo o dirrã?— Prometo rapariga, a metade inteira, agora a rapariguinha precisa ser produzida. Hoje é noite de vitória, não?Jamal me puxa para a porta, me arrastando para fora do quarto.
— Mama? Mama? Mamãe, mãe...
Ela nem hesitou, nem virou para me ver sair arrastada com lágrimas nos olhos.
MINUTOS SEGUINTES:
Uma banheira de madeira calcária, com flores de lótus rosas e brancas, com outros produtos. Seguro a toalha no meu corpo, não querendo desgrudar nunca, duas mulheres velhas estão me esperando.
— Precisa entrar menina.
— O que vão fazer comigo?— Você apenas entrará no banho mocinha, um banho normal de banheira. A diferença é que vamos examiná-la, queremos a prova de sua castidade. — Sinto minha respiração parar, me sufoco por alguns minutos.— Eu sou virgem, nunca me deitei com ninguém.
— Isso será ótimo, mas quem sabe já não se tocou? Ou não foi tocada? Sua palavra não basta.— Eu nunca...— Entre logo, não faça a gente obrigá-la!Deixo a toalha cair com vergonha, elas me ajudam a entrar na banheira quente. Enquanto elas me lavam e passam as mãos pelo meu corpo inteiro, eu choro muito ainda sentido toda tristeza e decepção que alguém pode sentir. Não consigo aceitar que no meu aniversário mamãe me vendeu, que serei de um homem, o homem mais cruel da Arábia. Desejo por um momento nunca ter nascido, nunca ter nascido mulher e ser obrigada a tanto. Eu nunca tive uma maldita alternativa.

Colocam uma lehenga vermelha em mim com bordas pretas brilhantes, admito ser a peça de roupa mais linda que já usei, mas não tem privilegio algum para mim agora. É como se eu fosse arrumada para ir ao abatedouro.
Depois de tudo, elas me levam ao cubículo das concubinas para o restante.
(...)
— Anna! Que Lehenga linda, você se deu muito bem!
— Você está bela, Anna.Algumas das meninas falam para mim, olho para o chão, e não para elas. Mera me ajuda, eu fico na penteadeira única na qual Yasmin predominava por tempos.
— Vou escovar bem seus cabelos e colocar uns bijus, vai ficar divina!
Me olho no espelho, meus olhos estão esmagados de dor e da ruína que meus dias irão se tornar. Olho para o reflexo atrás no espelho e vejo uma Yasmin furiosa.
— Ele me dispensou sem dizer uma palavra, pediu para o segurança me levar! E tem mais, parece que essa menininha... — ela vira a cabeça indicando a todas que se tratava de mim — vai ser levada há um lugar melhor para ser traçada, isso mesmo... Ele não vai se deitar com ela aqui, como sempre fez comigo e com outras!
O quê?! Não vai ser aqui? Que importância isso tem? Minha vida já está destruída, mais um pouco debacle não é nada.
— Calma Yasmin, isso é comum com as moças puras. — Mera tenta acalmá-la enquanto arruma meus cabelos, olho para minhas mãos e deixo as lágrimas tocarem minhas palmas.
— Está certo meninas, ele não vai gostar dessa fresca mesmo. Virgens são cheias de mi-mi-mi, ele não vai aturar e vai voltar para mim. Ela só será dele por uma noite.
Ela fala como se eu não tivesse aqui, Yasmin está desesperada, ela nem imagina o quanto eu faria para deixá-la no meu lugar.
Quando Mera termina, eu fico inacreditada com o que aconteceu comigo. Sou outra no espelho, de maquiagem e bijuterias, mas me sinto um gatinho preso na árvore. Uma lágrima cai e ela seca com pó.
— Não chore, vai acabar estragando tudo.
— Por que aquele homem me escolheu?! Por que mamãe deixou eu ir assim?! Está tudo errado.— Está tudo correto e esse é seu destino, você é a moça mais linda e doce daqui.— Chega da palhaçada! Cadê a rapariga?! — Jamal entra no cubículo e coloca os olhos rapidamente em mim. Estremeço, está chegando...— Vadia, meretriz...Ele puxa-me pelo braço, tenho tanto nojo e raiva dele que posso sentir a ânsia de vômito embrulhar meu estômago.
— Quando voltar amanhã cedo, eu mesmo irei te usar e irá ser minha concubina particular.
Yasmin se levanta do sofá em que estava secando os olhos.
— Ele falou alguma coisa de mim? Disse que eu iria também?
— Calma Yasmin, por hoje ele só comprou essa daqui!Jamal segura meu pulso, eu sei pouco sobre Yasmin, mas já ouvi boatos de que ela é ex-namorada dele.
— Enfim, diga para Aninha que ela é seca! Sem gosto e sem sal, ele vai odiá-la! Que se divirta muito que é só por hoje, que ele provavelmente será o último que vai tocar nela, a não... Jamal também pode tocar, mas esse é de graça! Cortesia da casa.
Risos cercam a sala, Jamal até sorri e então me segura forte para sair do recinto.

Sua cara de mal, sua barba, os olhos frios e azuis. Sinto meu ar evaporar, sinto medo do que a por vir, seus músculos, meu pânico.
— Senhor Mustafá, essa é Anna, por todo Dirrã efetuado, pelo petróleo e honra, ela é toda sua.
***


Khalil Mustafá FurakDUAS HORAS ANTES:A minha bebida chega acompanhada de um rostinho bonito e jovem, Anna. Assim que ela passa pelas cortinas, meus olhos queimam o corpo que desejo há anos. Sei que ela sentiu, ela devolve um olhar triste e brilhante, mágoa, dor, tem tanto desalento em seus olhos que até o mais estranho dos animais consegue perceber.Sinto uma ereção potente como há que senti pela primeira vez que à vi, Yasmin sussurra coisas que não consigo escutar, como dá primeira vez eu fico num estado estático de desejo. Sinto cada veia do meu pau vibrar, sinto meus músculos se enrijecerem, não quero porra de mulher nenhuma quero Anna, quero agora!Ela cresceu, mas continua miúda como uma gatinha. Seu corpo ganhou curvas encantadoras, não é uma vareta ambulante. Tem carne na padaria, tem lábios que imagino contornando meu cacete.— Ei, o que você acha, se eu começar te chupando?
Anna AndariaKHALIL NÃO respondeu ao meu clamor, apenas me olhou com aqueles olhos detentores e voltou a usar meu corpo dolorido por horas. Senti como se meu corpo fosse esmagado por mil muralhas, minhas partes íntimas foram rasgadas sem piedade e cada som do seu prazer me causava medo e mais dor, uma dor indescritível. Quando sentia seu esperma quente e consistente escorrendo pelas minhas coxas, senti-me uma mera concubina, uma mulher do seu harém. Senti que estava morrendo com a tamanha força que ele exerce ao meu corpo.Quando enfim achei que ele estava saciado do meu corpo, ele me carregou no colo até o banheiro, ligou o chuveiro quente deixando a água queimar minha pele sem distanciar a dor das minhas partes íntimas.Estava virada de costas para ele, sentindo ele me lavar com uma esponja densa de sabão e segurar meus seios, as lágrimas caem naturalmente, queria ser mais forte, ele não liga para minhas lágrimas. De
Aisha HussainAS AMAS abrem as cortinas me despertando de um sonho lindo que tive com meu marido, sempre reclamo da luz do sol cegando-me todas as manhãs, mas o aroma das frutas e dos sucos, o sol escaldante que passa pela cortina deixa-me rarefeita nesta manhã.Seguro minha barriga de sete meses e sento na cama encostando bem as costas na cabeceira macia. Hoje é segunda-feira o único dia da semana que tenho permissão de Mustafá para sair, mesmo que só possa andar acompanhada do meu baba. Quero comprar tecidos novos, joias ou rir com minhas amigas falsas que desejam trepar com meu marido. Desde que volte às seis da tarde eu posso fazer bastante coisas para me distrair.— Senhora Hussain, preparamos o chá de rosas cidreiras e o seu bolo favorito. — Ergo uma sobrancelha quando Regina coloca a bandeja em meu colo.— Realmente estou com muita fome. Meu marido está? Sei que tenho que esperar ele vir aqui par
Anna AndariaNOIVA DE Khalil? Meu coração nunca acelerou tanto, eu não costumo pensar em casamentos, jamais sonhei em me casar...— Meu Alah... — Ah sua rapariguinha, você abriu sua boca, safada?!Jamal adentra o quarto com os punhos fechados para mim, me puxa pelo braço e me mostra os punhos cerrados. Começo a chorar, Mera intervém se colocando na minha frente.— Pelo visto o Sheik cuidou do seu rosto Youssef, imagina o que ele faz se tocar nela de novo?! —Ele bufa empurrando-me para longe.— Tem razão, ela já não é mais uma rapariguinha, não é mesmo? Ele fez dela mulher, essa VADIA convenceu Mustafá com as pernas, mas o mundo da voltas. Essa Vadia ainda cairá nas minhas mãos! Vai cair.Seco o rosto com as mãos , Yasmin me olha chorando também.— Se arrume Vadia, o Sheik levará você pela noite e nunca mais há trará de novo, mas você ainda vai ser minha por Ala! —
Khalil Mustafá FurakVEJO O medo nos olhos de Anna, e como é maravilhosa a sensação de sentir seu medo, seu grito mais profundo. Eu quero roubar isso junto com toda sua força vital.Saio sem olhar para trás e fecho a porta, aviso a professora sexual das minhas meninas para preparar Anna para dançar para mim. Ainda é uma garota assustada sem inteligência alguma nos atos sexuais. Sei que Anna sabe dançar, mas não da forma que eu quero que ela dance. Se ela acha sensual e libidinoso a forma em que as concubinas do Bordel dançam, é porque ela não viu como minhas vadias dançam para mim.MINUTOS SEGUINTES:Espreitando a porta do quarto, vejo Âmbar fazer a maquiagem em Anna, Anna está chorando e atrapalhando o trabalho da maquiadora, a professora pergunta:— Sabe dançar Anna? — Sim, sei dançar muito bem. — Já dançou para um homem? — N-não. — Então você não sabe
Aisha HussainMEU CORAÇÃO fica mais duro que uma pedra, uma dose paralisa toda minha expressão como se eu tivesse ingerido uma droga extremamente potente, daquelas que só meu marido tem contato para transportar. Prostituta marafona, perdida fútil!Seus gemidos me ensurdecem, enlouquecem meus tímpanos, provocam uma agonia horrenda aos meus ouvidos e me dão raiva, fúria. Mustafá chupa a menina como se tivesse esfomeado, louco, apaixonado.Uma praga de corpo pequeno! Uma rameira dos infernos. Seguro minha barriga ao sentir pontadas, lágrimas escorregam dos meus olhos no mesmo momento que ele segura as pernas da menina e começa a usá-la, ele geme o nome dela com rugidos de prazer... "Anna" a peste feminina geme o primeiro nome dele, o primeiro nome! "Khalil" vejo os músculos do meu marido ficarem mais rígidos, fortes como ficavam comigo quando ele estava prestes a gozar, ele segura os seios dela e xinga de nomes promíscuos. Os dois estão em
Khalil Mustafá FurakLINYA APLAUDE o fim do espetáculo que a pequena tribo do deserto (as tribos não devastadas pelo meu sub-mundo) fez especialmente a ela, sentada ao meu lado nos tambores ornamentados que representam os deuses hindus e a religião que cobre o suor dos anciões. Além de mim, estão outros homens cruciais para o contrabando no deserto, para o dinheiro que dimana em petróleo pelo país que é liderado especialmente por mim. Mohamed está com sua esposa ao lado dos meus camelos.Moças dançam sensualmente e alegremente, mexendo seus traseiros e tecidos, minhas filhas estão no chão sentadas em um tapete esboçado, brincando com a areia.— Baba! Mama!Layla chama nossa atenção para o coração que fez na areia fina. Vejo o sorriso de Lyla, minha esposa elogia nossas filhas.— Mustafá, posso ficar um pouquinho com nossas pequenas?Mordo o beiço segurando sua cintura com fir
Anna AndariaHoras antes:Depois do banho de calda de chocolate que levei, as amas de Aisha me ajudaram, me levaram para o "meu quarto" e prepararam um banho quente com sais para mim. Não sou tola, percebi que ela não me suportou, que não gostou de mim. Simplesmente me detestou, a princípio eu senti que poderíamos nos dar bem, talvez ela pudesse me entender e ajudar com a dor que sinto, não tenho ninguém comigo, ninguém que eu possa conversar e tirar essa angústia do meu peito, mas agora eu sei que não. Estou sozinha, completamente sozinha em um lugar que não conheço, sob a supremacia do homem mais cruel da Arábia e dos continentes à fora, noiva de um Sheik.— Mama...Choro encolhida na banheira, olhando para um tipo de lavabo que jamais poderia entrar se não fosse por Khalil. Sinto tanta falta da minha mamacita, pelo menos eu dividia a dor com ela, agora não, agora estou so