Anna Andaria
É DIFÍCIL para mim, como imagino ser difícil para todas as outras faxineiras de Riad. Sinto vontade de chorar, mas não choro. Seguro um nó desafiador em minha garganta ao ponto de me sufocar com ele.
A casa mal se abriu e eu nunca vi tantos homens em toda minha vida. Eles ocuparam quase todo pedaço, mesmo assim tem dezenas de mulheres. Jamal mantém os olhos em mim, estou limpando o bar, copo por copo, garrafa por garrafa. Dói ver minha mãe dançando para todos aqueles homens no palco principal, ela não me olha. Seduzia eles.
— Rapariguinha.
Jamal se aproximou do bar em que estou limpando, e olhou para Dandara, a moça que prepara as bebidas.
— Caia fora, Halan!
Dandara saiu sem olhar para trás. Jamal tamborila os dedos infestados de anéis no balcão, eu tento esconder meu olhar do seu. Mas ele me observa esperando eu olhá-lo.
— Sabe preparar as biritas da casa?
Balanço a cabeça negando, ele bate o punho com força no balcão.
— O que sabe fazer rapariguinha?! Achei que era moça prendada! Mas só serve como bom corpo e limpadeira.
— Sei costurar e cozinhar, principalmente iguarias.
— Hmm. Nada de tão mal. Vai concertar as roupas das concubinas e fazer os petiscos da noite também. Depois limpará tudo e ficará no bar até o dia amanhecer e limpar tudo de novo. Será a última a pregar os olhos, mas hoje a noite eu farei uma visita em sua cama!
Tento manter a respiração no ritmo, mas foge completamente. Eu estou em uma tremenda enrascada!

O cubículo pequeno no qual as barregãs se trocam e ficam lindas para os frequentadores é pequeno e apertado, mas não é tão ruim quanto pensava. Um lugar animado, um dos momentos que as moças mais dão risadas. Tecidos coloridos, bijuterias e maquiagem. A única coisa ruim entre todas as barregãs e a inveja de algumas delas, a mais invejada e invejosa é Yasmin, se vê há distância o quanto as concubinas são falsas com ela e o quanto ela se acha superior.
— Anna venha aqui! Deixe-a e arrume os meus cabelos.
Termino de arrumar a fenda do sári de Jana, e vou até a penteadeira única de Yasmin.
— Olhe só, são joias de verdade?
Ela passa as mãos nos brincos de esmeralda e no colar de diamantes.
— Claro que são, o Sheik que me deu, e ele vai me dar muito mais quando eu for para o harém dele.
— Nunca vi um harém.
Ela me olha pelo espelho e bufa com uma risadinha desdenhosa.
— Só as concubinas e amantes que ele escolhe podem entrar, você não entraria nem como faxineira e olha que tem muitas lá.
— E você tem certeza que vai entrar? Já li que apenas mulheres de serventia e interesse entram.
Ela pega uma tiara de diamantes e coloca na minha mão com raiva.
— Olhe para mim tola! Eu sou a mais desejada das concubinas, ele me dá joias! Ele não conversa com nenhuma das amantes, só as usa, mas eu fui a que mais ganhei joias e a única que dormiu com ele por dois anos, provavelmente serei a única desse inferno que irá para o harém!
— Está certo.
Arrumo a tiara em seus cabelos, não me importo de ser tratada por ela assim. Eu nunca tinha falado com Yasmin antes, ela pode ser ruim como veneno, mas de fato é a mais inteligente por desejar alguma coisa.
É bonita e vaidosa, invejosa se percebe a metros, mas acredito que ela será a primeira a sair daqui nem que seja para ir para outro prostibulo.
Quando termino, ela balança o sári verde e as pulseiras. As outras meninas a elogiam.
— Anna você não é feia, consegue ao menos algumas notas se dormir com os seguranças da casa, mas vai ter que persistir um pouco pelos trocados.
Algumas delas dão risada da piada sem graça de Yasmin.
— Eu prefiro ser quem eu sou e não dormir com ninguém, do que ser como você que dorme com todos.
Ela arranha os dentes, me arrependo de ter falado, nunca diria isso para uma mulher, ela tenta partir para cima de mim.
— Deixe-a, se tocar nela sabe o que Jamal fará com você!
Graça, uma das faxineiras fala, Yasmin me dá um olhar severo e ergue o queixo na minha direção.
— Uma noite inteira me aguarda, continue suja lavando tudo malcriada, albashie! Nem os ratos vão querer ficar ao seu lado.
Ela sai rancorosa, sem olhar para trás.
— Anna pode costurar isso para mim? Não acredito que rasgou!
Seco uma lágrima que escorre e ando até a mesa de Mera, com o saquinho de linha e agulhas.

Mera é morena e também uma das garotas mais jovens da casa.
— Não ligue para ela Anna, Yasmin é uma invejosa ela sabe que você é mais bonita do que ela e isso já é suficiente para um escândalo.
— Não acho, olhe para minhas roupas. Eu não ligo para isso também, não me importo é que...
— Enfim, ela nunca irá para o Harém do Sheik. Ela sonha até em se casar com ele, sonhadora demais, besta.
— Tudo gira em torno desse Sheik.
— Claro que sim, ele é o patriarca desse país! A esposa dele, Aisha é a mulher mais admirada da Arábia.
— Eu imagino que seja.
— Dizem que as amigas dela também são, mas não é nem comparado. Khalil já se deitou com todas as amigas dela, é só uma delas sorrir que ele já quer.
— Como sabe disso?
— Já fui uma das amigas dela. Aisha é uma mulher perigosa, tem mais ciúmes do marido do que qualquer outra e isso é incomum por aqui.
Fico surpresa, e boquiaberta.
MINUTOS SEGUINTES:
Volto para o bar depois de ajudar todas concubinas, o lugar estava lotado e era só um pedaço de Amiras hari's. Preparo alguns petiscos e ajudo Dandara com as bebidas, de hora e outra vejo Jamal me observando.
— Anna pode levar as bebidas no segundo andar, na sala três?
— Tem bar para todo lado aqui, pediram especialmente aqui.
— O Sheik prefere os bebes feitos por mim.
Ela me entregou uma bandeja espelhada com um baldinho de gelo, as garrafas lacradas e os abridores e copos do jallab.
— Tudo bem.

Passo por quartos onde o som que se escuta é de gemidos, outros de brigas e jogos de azar. Risadas, palavrões e nudez.
Quando chego no segundo andar, abro a cortina vermelha e entro em uma sala vermelha, com música calma e diversas garotas e apenas dois homens, um capanga e o Sheik.
Ele está sentado no sofá mais afastado, cheio de pantufas, travesseiros e tecidos do seda mais aclamado. Yasmin está ao seu lado sorrindo e murmurando coisas em seu ouvido, ele está sério. Assim que entro ele me degola com o olhar, sinto um medo abrupto ao ponto do meu coração disparar. Mulheres caminham para todos os lados atrapalhando minha vista, mas eu consigo sentir seus olhos me destroçando.
Azuis cobaltos da cor mais profunda das noites, o cabelo preto como carvão, sedosos e bem arrumados. A burca branca, os anéis e o relógio de ouro, a barba bem feita. Me sinto baixa e suja com o sári amarelo surrado. Meu corpo queima como se o fogo das trevas estivessem me queimando. Minha pele se arrepia como se tivesse frio ao mesmo tempo calor, ele aperta a mandíbula e ergue uma sobrancelha. Yasmin vira o rosto dele para sua direção.
Volto a me recompor e coloco os álcoois em cima da mesinha perto dele. Não o olho, olho para o chão, mas sinto que ele ainda me olha.
Ala o que está havendo comigo?!
O medo que sinto é enorme, a beleza dele é mágica, surreal, demoníaca.
— Alah...
Sussurro e saio com passos curtos, quando chego nas cortinas meus olhos me enganam e eu olho sem querer para ele, meus olhos tristes e secos sem força vital alguma. Os olhos dele, mágicos e ameaçadores.
HORAS DEPOIS:
Trabalho no bar sem conseguir total concentração, não sei o que aconteceu comigo quando olhei para o Sheik pela primeira vez em minha vida. Ele sem dúvidas é o homem mais belo que já vi, as pessoas dizem que Sheik's são mais cruéis que homens de vida comum, eles comandam coisas desumanas e ganham muito por isso, Khalil Mustafá não deve ser diferente!
Droga Anna, pare de pensar nos olhos e na beleza diabólica desse Sheik! Eu nunca pensei em um homem dessa forma antes e agora sinto que vou desmaiar de tanto ponderar.
— Dandara, saía e me deixe conversar com Anna.
Jamal aparece, rapidamente pego os copos sujos do balcão e coloco na pia.
— Senhor?
Pergunto com os olhos baixos, ele dá um sorriso maléfico.
— Você é uma rapariguinha de se admirar não é mesmo? Deixa o Sheik louco apenas sendo uma ninfetinha faxineira, pela segunda vez na vida.
— Não entendo. — Ele segura meu braço com força e gemo com a dor:
— Me solte!
— Mustafá vai pagar 300 mil para dormir com você por uma única noite, uma garota simples custa no máximo 10 mil, mas como você além de não ser concubina é virgem... Vale muito mais! Não andou se tocando, andou?!
— Hã?! Eu não vou me deitar com ninguém, não pode me obrigar! Não quero! Por favor não, Jamal...
Recebo um tapa forte que faz-me cair. Ele bate o punho no balcão fazendo taças quebrarem e ordena:
— Eu mando em você rapariguinha! Uma pena que não seja eu a tirar seu cabaço, mas vou ganhar muito! Mando em você como o homem e dono dessa casa, mando em você porque sustento você e sua mamacita! Vai dar para ele até não aguentar mais e só para você ver o como Soraya é maravilhosa, ela que vai decidir se você dorme ou não com o Sheik, se ela aceitar eu dou a metade da grana para ela, se não, você trepa assim mesmo com ele!
Não, não, não!!! Não pode ser.
— Agora vamos, você tem dois banhos a tomar e ficar arrumda. Yasmin já foi dispensada por sua causa, eu sei que você vai render muito rapariguinha pura de corpo e alma.
***


Anna AndariaMINUTOS DEPOIS:— 300 mil? Mamãe repete o número que Jamal disse valer minha castidade. Para todos, eles valem muito. Minhas lágrimas caem aos montes enquanto ele aperta meu braço, mamãe tinha acabado de cumprir uma hora com um dos frequentadores e está exausta, temo por mim e por ela.— Não quero que venda minha filha! Não irá vender, isso não estava no nosso acordo quando me abriguei aqui! Jamal Youseff gargalha, olho para mamãe com medo do que à por vir.— Rapariga tola! Não é um dos homens palermos que dormem com você, é o Sheik da Arábia Saudita! Tudo que ele quer, ele tem. Por sim ou por não, sua filha vai trepar com ele, mas a escolha é sua vendê-la e ficar com boa parte da grana. Eu até perdoo suas despesas e deixo-a sair pela porta da frente.<
Khalil Mustafá FurakDUAS HORAS ANTES:A minha bebida chega acompanhada de um rostinho bonito e jovem, Anna. Assim que ela passa pelas cortinas, meus olhos queimam o corpo que desejo há anos. Sei que ela sentiu, ela devolve um olhar triste e brilhante, mágoa, dor, tem tanto desalento em seus olhos que até o mais estranho dos animais consegue perceber.Sinto uma ereção potente como há que senti pela primeira vez que à vi, Yasmin sussurra coisas que não consigo escutar, como dá primeira vez eu fico num estado estático de desejo. Sinto cada veia do meu pau vibrar, sinto meus músculos se enrijecerem, não quero porra de mulher nenhuma quero Anna, quero agora!Ela cresceu, mas continua miúda como uma gatinha. Seu corpo ganhou curvas encantadoras, não é uma vareta ambulante. Tem carne na padaria, tem lábios que imagino contornando meu cacete.— Ei, o que você acha, se eu começar te chupando?
Anna AndariaKHALIL NÃO respondeu ao meu clamor, apenas me olhou com aqueles olhos detentores e voltou a usar meu corpo dolorido por horas. Senti como se meu corpo fosse esmagado por mil muralhas, minhas partes íntimas foram rasgadas sem piedade e cada som do seu prazer me causava medo e mais dor, uma dor indescritível. Quando sentia seu esperma quente e consistente escorrendo pelas minhas coxas, senti-me uma mera concubina, uma mulher do seu harém. Senti que estava morrendo com a tamanha força que ele exerce ao meu corpo.Quando enfim achei que ele estava saciado do meu corpo, ele me carregou no colo até o banheiro, ligou o chuveiro quente deixando a água queimar minha pele sem distanciar a dor das minhas partes íntimas.Estava virada de costas para ele, sentindo ele me lavar com uma esponja densa de sabão e segurar meus seios, as lágrimas caem naturalmente, queria ser mais forte, ele não liga para minhas lágrimas. De
Aisha HussainAS AMAS abrem as cortinas me despertando de um sonho lindo que tive com meu marido, sempre reclamo da luz do sol cegando-me todas as manhãs, mas o aroma das frutas e dos sucos, o sol escaldante que passa pela cortina deixa-me rarefeita nesta manhã.Seguro minha barriga de sete meses e sento na cama encostando bem as costas na cabeceira macia. Hoje é segunda-feira o único dia da semana que tenho permissão de Mustafá para sair, mesmo que só possa andar acompanhada do meu baba. Quero comprar tecidos novos, joias ou rir com minhas amigas falsas que desejam trepar com meu marido. Desde que volte às seis da tarde eu posso fazer bastante coisas para me distrair.— Senhora Hussain, preparamos o chá de rosas cidreiras e o seu bolo favorito. — Ergo uma sobrancelha quando Regina coloca a bandeja em meu colo.— Realmente estou com muita fome. Meu marido está? Sei que tenho que esperar ele vir aqui par
Anna AndariaNOIVA DE Khalil? Meu coração nunca acelerou tanto, eu não costumo pensar em casamentos, jamais sonhei em me casar...— Meu Alah... — Ah sua rapariguinha, você abriu sua boca, safada?!Jamal adentra o quarto com os punhos fechados para mim, me puxa pelo braço e me mostra os punhos cerrados. Começo a chorar, Mera intervém se colocando na minha frente.— Pelo visto o Sheik cuidou do seu rosto Youssef, imagina o que ele faz se tocar nela de novo?! —Ele bufa empurrando-me para longe.— Tem razão, ela já não é mais uma rapariguinha, não é mesmo? Ele fez dela mulher, essa VADIA convenceu Mustafá com as pernas, mas o mundo da voltas. Essa Vadia ainda cairá nas minhas mãos! Vai cair.Seco o rosto com as mãos , Yasmin me olha chorando também.— Se arrume Vadia, o Sheik levará você pela noite e nunca mais há trará de novo, mas você ainda vai ser minha por Ala! —
Khalil Mustafá FurakVEJO O medo nos olhos de Anna, e como é maravilhosa a sensação de sentir seu medo, seu grito mais profundo. Eu quero roubar isso junto com toda sua força vital.Saio sem olhar para trás e fecho a porta, aviso a professora sexual das minhas meninas para preparar Anna para dançar para mim. Ainda é uma garota assustada sem inteligência alguma nos atos sexuais. Sei que Anna sabe dançar, mas não da forma que eu quero que ela dance. Se ela acha sensual e libidinoso a forma em que as concubinas do Bordel dançam, é porque ela não viu como minhas vadias dançam para mim.MINUTOS SEGUINTES:Espreitando a porta do quarto, vejo Âmbar fazer a maquiagem em Anna, Anna está chorando e atrapalhando o trabalho da maquiadora, a professora pergunta:— Sabe dançar Anna? — Sim, sei dançar muito bem. — Já dançou para um homem? — N-não. — Então você não sabe
Aisha HussainMEU CORAÇÃO fica mais duro que uma pedra, uma dose paralisa toda minha expressão como se eu tivesse ingerido uma droga extremamente potente, daquelas que só meu marido tem contato para transportar. Prostituta marafona, perdida fútil!Seus gemidos me ensurdecem, enlouquecem meus tímpanos, provocam uma agonia horrenda aos meus ouvidos e me dão raiva, fúria. Mustafá chupa a menina como se tivesse esfomeado, louco, apaixonado.Uma praga de corpo pequeno! Uma rameira dos infernos. Seguro minha barriga ao sentir pontadas, lágrimas escorregam dos meus olhos no mesmo momento que ele segura as pernas da menina e começa a usá-la, ele geme o nome dela com rugidos de prazer... "Anna" a peste feminina geme o primeiro nome dele, o primeiro nome! "Khalil" vejo os músculos do meu marido ficarem mais rígidos, fortes como ficavam comigo quando ele estava prestes a gozar, ele segura os seios dela e xinga de nomes promíscuos. Os dois estão em
Khalil Mustafá FurakLINYA APLAUDE o fim do espetáculo que a pequena tribo do deserto (as tribos não devastadas pelo meu sub-mundo) fez especialmente a ela, sentada ao meu lado nos tambores ornamentados que representam os deuses hindus e a religião que cobre o suor dos anciões. Além de mim, estão outros homens cruciais para o contrabando no deserto, para o dinheiro que dimana em petróleo pelo país que é liderado especialmente por mim. Mohamed está com sua esposa ao lado dos meus camelos.Moças dançam sensualmente e alegremente, mexendo seus traseiros e tecidos, minhas filhas estão no chão sentadas em um tapete esboçado, brincando com a areia.— Baba! Mama!Layla chama nossa atenção para o coração que fez na areia fina. Vejo o sorriso de Lyla, minha esposa elogia nossas filhas.— Mustafá, posso ficar um pouquinho com nossas pequenas?Mordo o beiço segurando sua cintura com fir