Ju... — A senhora não quer que eu faça não?Dona Simone está encostada na bancada da cozinha desesperada me vendo fazer uma massa de panqueca. — Não! Deixa eu fazer, eu preciso aprender. Eu olhava a receita no celular e jogava os ingredientes no liquidificador. Com o fato de eu ser obrigada a me afastar do trabalho e não poder iniciar uma faculdade, meus dias estavam sendo entediantes, então resolvi me aventurar na cozinha e nos afazeres de casa, mas acho que a comida não estava sendo muito boa porque sheik contratou dona Simone para me auxiliar em casa. Ficou acertado que eu ficaria com os afazeres da casa e dona Simone com a comida, mas hoje eu resolvi me aventurar novamente, eu me recusava levar a fama de quem não sabe cozinhar. Estou lendo a receita e no momento que jogo o ovo no liquidificador sheik entra na cozinha. — Boa tarde... Eita porra! Ele para no meio da porta. — Senhor, ela resolveu fazer o almoço. Simone está com os olhos arregalados. — É panqueca sheik, é a
Estou sentada no sofá com sheik assistindo uma série quando o rádio dele toca, ele estica o corpo em direção a mesinha que tem próximo ao sofá e pega o rádio. — Diz ai? Eu estou com meu corpo encostado nele e ele tem seu braço em volta do meu pescoço. — Sheik, eles estão vindo atrás dela... Ouço Nick falar mas não entendo o que ele quis dizer, até que sheik dá um pulo do sofá. — Como assim? Ele parece nervoso. — Sheik eles estão vindo pesado, você tem 20 minutos para tirar ela daqui e não dá para ser pelo helicóptero, está tudo vigiado... Sabe o que tem que fazer neh? Sheik desliga o telefone e já me puxa pelo braço. — Sobe, pega a mala e joga o essencial, tem 5 minutos para fazer isso!. Ele diz nervoso e começa a tirar armas de lugares que eu nunca imaginei que elas estariam. — O que está acontecendo? Pergunto me tremendo. — VAI AGORA! Ele grita e eu já chorando subo as escadas correndo. Pego uma mala que está no closet e começo a jogar minhas roupas dentro dela, eu n
Quatro dias haviam se passado e nada de me tirarem daqui, eu já estava surtando, tinha a sensação que haviam me esquecido aqui e que eu morreria aqui sozinha. Começo a chorar desesperada, pego o rádio novamente e fico mexendo aquele botão pra lá e para cá até que ouço algo e começo a mexer bem devagar... “O que a gente vai fazer? O que a gente vai fazer!”Entre um chiado e outro eu ouvia voz de um homem falando do outro lado da linha eu estava atenta tentando vê se reconhecia a voz, mas não reconhecia. “Não parem de atirar, o reforço vai chegar!” Ouvia outra voz responder, eu nem sabia se aquilo que ouvia era da minha comunidade... “ Como o chefe está?”Mais uma vez alguém falava e meu coração quase parou, será que era do sheik que estavam falando? “Não tenho notícias, levaram ele...”Eu não consegui ouvir o que falavam, o aparelho chiava muito e agora que eu tremia mais ainda. Eu não fazia ideia de quantos dias eu estava aqui, eu estava deitada na cama estatalada, olhando para
Whatsapp... — Como você está? — Hoje não muito bem. Respondo. — O que aconteceu desta vez? — A mesma coisa de sempre! “Jhu, abre essa porta! Meu pai grita do outro lado. — Não enche, pai! Grito. " Abre agora ou então vou arrombar! Reviro os olhos com tédio, mas me levanto e abro a porta." — Pronto, satisfeito? Digo e já dou logo as costas a ele, voltando para o meu celular. — Muito! Mantenha essa porta destrancada, ouviu! Respiro fundo e resolvo ignorar, fazendo ele resmungar algo que não prestei atenção e sair do meu quarto. — Ainda seu pai? — Como sempre! Ele pega no meu pé o tempo todo e eu já estou saturada. Volto a digitar bufando. — Falta pouco para você fazer 18 anos e se livrar dessa opressão! — Não vejo a hora, estou contando os dias. — Queria te encontrar... — No momento certo nos encontraremos, mas fala sobre você, como você está? Mudo de assunto e ele demora a digitar. Meu nome é... Bom, podem me chamar de Jhu, é assim que todos me chamam, tenho 17
Foram quatro horas tentando convencê-lo a me deixar na estrada, falei sobre o meu pai, sobre meu irmão, sobre meus padrinhos, mas ele não esboçava medo algum, era como se ele já soubesse quem eu era e já tivesse planejado tudo. Passamos por uma placa dizendo “Bem vindo a Penedo”, eu conhecia o local, já vim a passeio com meus pais em uma época em que eles eram felizes. Era uma cidade turística, conhecida como a Finlândia brasileira, eu só não entendia o por que ele estava me trazendo pra cá, já que aqui não era onde ele morava, pelo menos não foi o que ele me disse. — Meu Deus... Você mentiu pra mim?! Digo assustada. — Sobre o que? Sobre onde eu moro? Ele tem uma voz divertida e eu juro que a cada hora tenho mais pavor dele. — Marcell é pelo menos seu nome verdadeiro? Questiono. — Talvez sim, talvez não! Ele responde irônico. Paramos em frente a um conjunto de casas, casas simples. Era um corredor e passávamos por várias casas amarelas, uma grudada na outra e no final desse
Pegamos as sacolas e seguimos para a casa, a todo tempo ele olha pelo retrovisor. — Você ligou pra quem? Ele grita e eu acabo levando um susto. — Pra ninguém. Respondo gritando também e me arrependo na hora, por que sinto sua mão em cheio acertar minha boca que sangra na hora. — Fala direito comigo sua putinha mimada... Pra quem você ligou, porra! Ele grita mais uma vez. — Pro meu irmão, mas disquei o número errado no nervosismo. Digo chorando e tentando parar o sangramento. Assim que entramos em casa, Marcell já vai me jogando em cima do colchão. — Eu avisei, você não me ouviu... Marcell arranca o cinto que está prendendo suas calças e meus olhos se arregalam, sem demora já sinto a primeira cintada em minhas pernas. — Não grita! Ele diz enquanto me acerta outra e mais outra e mais outra... Estou encolhida no colchão, meu corpo está todo marcado, pernas, braços, minha boca está inchada e meu rosto tem marcas de sua mão. Marcell saiu de casa logo após me bater e não sei
Sheik...Isso não é justo Allan!Olho para Duda que está questionando o fato de eu ter dormido com tom tom (Antonella) essa noite. Eu morava com três mulheres, Eduarda(duda), Antonella e Isis...Conheci Antonella na adolescência, eu tinha 16 anos e ela 15, começamos a namorar e um ano depois ela engravidou. Foi um momento muito difícil pra gente, ela só tinha 16 anos e eu 17, não tínhamos como manter uma criança, mas eu tive que dá meu jeito, já que os pais dela não aceitaram a gravidez e colocaram ela pra fora de casa.Antonella veio morar na minha casa, mas eu não tinha pai e quem bancava a casa faxinando casa de gente rica do asfalto era minha coroa, um dia recebi a notícia que ela havia sofrido um acidente de trabalho, lavando a vidraça de um apartamento, ela se desequilibrou e caiu do 5° andar, morreu na hora. Foi uma época difícil, eu estava só, menor de idade, com uma outra menor grávida e tendo que arcar com as despesas da casa, eu não tive opção, fui até a boca e pedi um em
Pousamos em um heliporto a 5 minutos da casa que ela estava, roubamos dois carros e seguimos para o endereço. Passamos pelo pequeno corredor em silêncio, Estevão foi o que ficou no carro nos escoltando, eu sabia exatamente qual a casa que ela estava, por que os gritos dela dava pra ouvir da rua, o pior é que os vizinhos filhos da puta não faziam nada. Paro na frente da porta de onde vem os gritos e olhando para Nick e Breno faço gesto com a mão contando até três... 1...2...3 Arrombamos a porta e entramos já apontando a arma para o filho da puta que tem seu membro pra fora das calças e tenta colocar na boca da menina, que esta toda machucada e com a cabeça sangrando. O filho da puta tenta apontar a arma em nossa direção, mas assim que ouve o gatilho da minha arma joga a dele no chão e levanta os braços. — Quem... Quem são vocês? Ele pergunta gaguejando. — Seu pesadelo, filho da puta! Quero ele na minha comunidade e vivo! Digo já indo pegar Ju, que me olha com os olhos quase se