Whatsapp... — Como você está? — Hoje não muito bem. Respondo. — O que aconteceu desta vez? — A mesma coisa de sempre! “Jhu, abre essa porta! Meu pai grita do outro lado. — Não enche, pai! Grito. " Abre agora ou então vou arrombar! Reviro os olhos com tédio, mas me levanto e abro a porta." — Pronto, satisfeito? Digo e já dou logo as costas a ele, voltando para o meu celular. — Muito! Mantenha essa porta destrancada, ouviu! Respiro fundo e resolvo ignorar, fazendo ele resmungar algo que não prestei atenção e sair do meu quarto. — Ainda seu pai? — Como sempre! Ele pega no meu pé o tempo todo e eu já estou saturada. Volto a digitar bufando. — Falta pouco para você fazer 18 anos e se livrar dessa opressão! — Não vejo a hora, estou contando os dias. — Queria te encontrar... — No momento certo nos encontraremos, mas fala sobre você, como você está? Mudo de assunto e ele demora a digitar. Meu nome é... Bom, podem me chamar de Jhu, é assim que todos me chamam, tenho 17
Foram quatro horas tentando convencê-lo a me deixar na estrada, falei sobre o meu pai, sobre meu irmão, sobre meus padrinhos, mas ele não esboçava medo algum, era como se ele já soubesse quem eu era e já tivesse planejado tudo. Passamos por uma placa dizendo “Bem vindo a Penedo”, eu conhecia o local, já vim a passeio com meus pais em uma época em que eles eram felizes. Era uma cidade turística, conhecida como a Finlândia brasileira, eu só não entendia o por que ele estava me trazendo pra cá, já que aqui não era onde ele morava, pelo menos não foi o que ele me disse. — Meu Deus... Você mentiu pra mim?! Digo assustada. — Sobre o que? Sobre onde eu moro? Ele tem uma voz divertida e eu juro que a cada hora tenho mais pavor dele. — Marcell é pelo menos seu nome verdadeiro? Questiono. — Talvez sim, talvez não! Ele responde irônico. Paramos em frente a um conjunto de casas, casas simples. Era um corredor e passávamos por várias casas amarelas, uma grudada na outra e no final desse
Pegamos as sacolas e seguimos para a casa, a todo tempo ele olha pelo retrovisor. — Você ligou pra quem? Ele grita e eu acabo levando um susto. — Pra ninguém. Respondo gritando também e me arrependo na hora, por que sinto sua mão em cheio acertar minha boca que sangra na hora. — Fala direito comigo sua putinha mimada... Pra quem você ligou, porra! Ele grita mais uma vez. — Pro meu irmão, mas disquei o número errado no nervosismo. Digo chorando e tentando parar o sangramento. Assim que entramos em casa, Marcell já vai me jogando em cima do colchão. — Eu avisei, você não me ouviu... Marcell arranca o cinto que está prendendo suas calças e meus olhos se arregalam, sem demora já sinto a primeira cintada em minhas pernas. — Não grita! Ele diz enquanto me acerta outra e mais outra e mais outra... Estou encolhida no colchão, meu corpo está todo marcado, pernas, braços, minha boca está inchada e meu rosto tem marcas de sua mão. Marcell saiu de casa logo após me bater e não sei
Sheik...Isso não é justo Allan!Olho para Duda que está questionando o fato de eu ter dormido com tom tom (Antonella) essa noite. Eu morava com três mulheres, Eduarda(duda), Antonella e Isis...Conheci Antonella na adolescência, eu tinha 16 anos e ela 15, começamos a namorar e um ano depois ela engravidou. Foi um momento muito difícil pra gente, ela só tinha 16 anos e eu 17, não tínhamos como manter uma criança, mas eu tive que dá meu jeito, já que os pais dela não aceitaram a gravidez e colocaram ela pra fora de casa.Antonella veio morar na minha casa, mas eu não tinha pai e quem bancava a casa faxinando casa de gente rica do asfalto era minha coroa, um dia recebi a notícia que ela havia sofrido um acidente de trabalho, lavando a vidraça de um apartamento, ela se desequilibrou e caiu do 5° andar, morreu na hora. Foi uma época difícil, eu estava só, menor de idade, com uma outra menor grávida e tendo que arcar com as despesas da casa, eu não tive opção, fui até a boca e pedi um em
Pousamos em um heliporto a 5 minutos da casa que ela estava, roubamos dois carros e seguimos para o endereço. Passamos pelo pequeno corredor em silêncio, Estevão foi o que ficou no carro nos escoltando, eu sabia exatamente qual a casa que ela estava, por que os gritos dela dava pra ouvir da rua, o pior é que os vizinhos filhos da puta não faziam nada. Paro na frente da porta de onde vem os gritos e olhando para Nick e Breno faço gesto com a mão contando até três... 1...2...3 Arrombamos a porta e entramos já apontando a arma para o filho da puta que tem seu membro pra fora das calças e tenta colocar na boca da menina, que esta toda machucada e com a cabeça sangrando. O filho da puta tenta apontar a arma em nossa direção, mas assim que ouve o gatilho da minha arma joga a dele no chão e levanta os braços. — Quem... Quem são vocês? Ele pergunta gaguejando. — Seu pesadelo, filho da puta! Quero ele na minha comunidade e vivo! Digo já indo pegar Ju, que me olha com os olhos quase se
Uma enfermeira entra na sala e tira o acesso do braço dela e já lhe entrega o papel com a alta e uma receita com remédios pra dor. Ju tenta descer da cama, mas tem dificuldade por conta das dores, eu vou até ela ajudar. — Minhas roupas? Ela pergunta e eu vou até elas e as pego. — Eu pedi para trazerem roupas limpas para você, espero que dê. Entrego. — Obrigado... Você se importa em me ajudar? Ju ainda está muito debilitada e abaixar e levantar ainda é difícil pra ela. Mas eu fico desconcertado, já que vou ter que vê-la nua. — Sério? Questiono. — Você com certeza já viu várias mulheres nuas, uma a mais ou a menos não vai fazer diferença, neh? Sem contar que não tem nada de mais para você vê. Ela está com seus olhos grudados dos meus e eu depois de respirar fundo parecendo um boiolinha, aceito ajudá-la. Quando aquele roupão do hospital deslizou em câmera lenta pelo seu corpo, deixando amostra cada curva dela, minha boca chegou a salivar, eu tinha um desejo absurdo de toca-l
Ju... O caminho até a minha casa foi em um absoluto silêncio, o tal do Estevão não falava nada e eu muito menos, já que estava perdida em meus pensamentos. Desde que Sheik me pegou no colo, me tirando daquela casa que sinto essa sensação boa de estar perto dele, é como se eu me sentisse protegida ao seu lado, o cheiro dele me acalmava, coisa de louco. Ter ele me abraçando e sentir ele beijar minha bochecha me fez arrepiar e juro que minha vontade era não ir embora, mas se ele como chefe não me deixou ficar, eu que não ia insistir, teria que enfrentar esse martilho de ter que voltar pra casa e o pior, ter que lhe dar com o meu pai e explicar toda essa merda. Parece loucura ter conhecido uma pessoa em tão pouco tempo e já se sentir assim, mas talvez seja só gratidão por ele ter me salvado ou até mesmo carência de afeto. — Puta que pariu! Ouço o tal Estevão xingar e saio dos meus pensamentos loucos. — O que foi? Pergunto de imediato, mas logo me dou conta da merda. Est
— Conta de novo! Já é a milésima vez que meu pai pede para eu contar o que aconteceu e eu simplesmente já estou cansada. Não menti em nada, preferi contar a verdade por que sei que meu pai era bom na hora de interrogar alguém e sem contar que meu padrinho estava ali e mais centenas de policiais, se eu mentisse eles saberiam, na verdade eu omiti algumas coisas. — Já disse mil vezes pai, eu conversava com um cara pela internet, o senhor já viu no notebook as conversas... Ele me achou, não sei como e me levou para Penedo a força. Lá eu tentei ligar pro João só que errei o número e um cara atendeu, ele me resgatou, cuidou de mim e pagou um Uber para me trazer aqui. — E quem é esse cara, onde ele te levou, qual hospital e o tal Marcell, cadê? Eram perguntas atrás de perguntas. — Eu não sei pra onde me levaram, eu tinha um corte na cabeça, desmaiei, acordei já em um quarto de hospital... Quando recebi alta, colocaram um capuz em mim, não vi aonde estava, tirei quando já estava no Uber