Quatro dias haviam se passado e nada de me tirarem daqui, eu já estava surtando, tinha a sensação que haviam me esquecido aqui e que eu morreria aqui sozinha. Começo a chorar desesperada, pego o rádio novamente e fico mexendo aquele botão pra lá e para cá até que ouço algo e começo a mexer bem devagar... “O que a gente vai fazer? O que a gente vai fazer!”Entre um chiado e outro eu ouvia voz de um homem falando do outro lado da linha eu estava atenta tentando vê se reconhecia a voz, mas não reconhecia. “Não parem de atirar, o reforço vai chegar!” Ouvia outra voz responder, eu nem sabia se aquilo que ouvia era da minha comunidade... “ Como o chefe está?”Mais uma vez alguém falava e meu coração quase parou, será que era do sheik que estavam falando? “Não tenho notícias, levaram ele...”Eu não consegui ouvir o que falavam, o aparelho chiava muito e agora que eu tremia mais ainda. Eu não fazia ideia de quantos dias eu estava aqui, eu estava deitada na cama estatalada, olhando para
Marina... — Chefe, estou no quarto dela! Entram dois homens no meu quarto, um olha para todos os lados enquanto o outro fala no telefone com alguém. Minha estadia nessa clínica não é ruim, mas vê as pessoas que amo sofrendo por minha causa me causava uma angústia sem igual. Todos vinham me visitar com frequência, Júlia, Majú, caíque, JP as madrugadas e Judhy, minha pequena Judhy que ultimamente não tem aparecido e meu coração de mãe diz que tem algo ruim acontecendo. Eu queria, eu tentava de todas as formas me reerguer, mas eu não conseguia, não conseguia mesmo, era como se minha mente quisesse uma coisa e meu corpo quisesse outra. — Então a senhora que é a mãe daquela preciosidade? O homem que estava no telefone se abaixa e fica frente a frente comigo. Eu não esboçava reação alguma, mas por dentro meu coração estava a mil e eu só pedia a Deus para que ele não tivesse falando da minha menina. — Deixa ela cara, temos pouco tempo, vamos fazer logo o que viemos fazer aqui! O o
Nathy...— Tia tô com vontade de comer lasanha de berinjela. Entro na cozinha igual uma doida. — Que susto menina! Tia coloca a mão no coração. — E desde quando você gosta de berinjela? — Desde que vi uma receita na internet e minha boca salivou. Respondo engolindo a saliva. Eu e minha tia estávamos conversando sobre a tal lasanha quando começamos a escutar os fogos... Fogos na comunidade é sinal de invasão e invasão nos lembra que Estevão é do movimento. Ele era um embuste mal imprestável? Sim, era! Mas era meu primo e eu o amava, sem contar que a tia sempre passa mal de tão nervosa. Corremos e trancamos a casa toda, entramos no quarto da tia e ficamos no chão encolhidas e logo começamos a escutar os tiros. Meu celular toca e era Estevão. “Estão bem?” Ele queria saber. “Estamos... Estou no quarto da tia com ela.” “Estão atrás da Ju, então não sabemos quanto tempo isso vai durar... Cuida da mãe e se cuida.” Ele ligou para tentar nos acalmar. “Eu cuido dela, mas vê se se
Sheik...— E aí, como ela está? Pergunto a um dos seguranças que deixou a Ju no bunker. — Queria saber a todo tempo o que estava acontecendo, mas não dificultou nosso trabalho. Eu ia tentar de todas as formas acabar com essa porra toda hoje, eles iam vê com quem eles estavam mexendo. Ligo para Antonella. “Já está no esconderijo?” Dentro da casa que Antonella e minha filha moravam tinha um esconderijo, era uma porta secreta dentro do closet que dava para um quartinho pequeno mais todo blindado. “Estamos sim... O que está acontecendo?” Ela pergunta nervosa. “A mesma coisa de sempre, invasão!” Me limito a dizer só isso e finalizo a chamada. A batalha foi tensa, os caras vieram pesadão, tiveram ajuda até do BOPE, apoio de helicóptero e tudo. Eu estava em um dos becos, tinham três seguranças comigo quando ouço um som de arma sendo engatilhada, olho pra trás e sem eu esperar levo um tiro no abdômen, vou arriando no chão em câmera lenta, meus homens começam a atirar derrubando o
Estava em casa, toda hora eu olhava para o telefone esperando uma ligação quando meu rádio toca... — Chefe, Antonella e sua filha estão aqui... Antonella é louca, só pode! — Bota pra meter o pé... Eu ia continuar falando mas agora é meu celular que toca. — Acharam ela? Digo de imediato. Eu sabia de quem era aquele telefone, era raro receber uma ligação dele, mas eu já tinha aquele número gravado na mente. — Ela foi achada, já está em casa... Tô ligando só para você ficar tranquilo e se cuidar, se recupera por que a comunidade precisa de você! A ligação era do Lyon, apesar da sua preocupação comigo eu só conseguia pensar no porque que ela não veio pra casa, aqui é a casa dela... Começo a ficar noiado, agoniado... — Obrigado chefe... Vou buscá-la! Estava prestes a desligar quando ele volta a falar... — Dá um tempo a ela... A menina está muito abalada, sem contar que a mãe dela começou a se recuperar... Elas precisam de um tempo juntas.Eu sabia do lance com a mãe dela, eu
Capítulo especial Lyon...Eu estava em minha fazenda conversando com Juarez meu capataz, sobre alguns animais aqui da fazenda. — Mas tarde o veterinário vai vir aqui vê a mimosa.Tínhamos uma vaca que estava prenha, o veterinário iria vê ela hoje, saber se está tudo bem. — Assim que ele chegar me avisa, quero mostrar outros animais para ele. Olho em direção a porta da casa cede e vejo Maju na porta com um telefone na mão, sua cara não era nada boa... Me despeço de pressa de Juarez. — Deixa eu ir lá, aconteceu alguma coisa. Digo e Juarez olha para Majú também. — Vai sim patrão, acho que é b.o. Dou dois tapinhas de leve em suas costas e vou até ela. — O que aconteceu? Pergunto. — Marina no telefone, sequestraram a pequena Judhy. Eu estava surpreso com o fato de Marina está no telefone, foram anos apática, inerte a tudo que acontecia ao seu redor e só algo muito grave realmente para fazê-la voltar a si. Pego telefone e ela me faz uma cobrança, eu realmente tinha uma dívida c
Judhy...Tudo aconteceu muito rápido, foi uma loucura, em menos de 24 horas minha vida deu um giro de 360 graus... Em um momento eu estou em um estado de choque, em outro estou em um hospital vendo meu amor ferido, em um terceiro momento estou sendo sequestrada, vejo meu tio de consideração e dono da porra toda me resgatando e agora estou aqui, deitada na cama dos meus pais com minha mãe grudada em mim. Sim! Minha mãe... Cacete, minha mãe voltou... Eu ainda não acredito! — Meu amor, meu amor, meu amor... Minha mãe fala repetidas vezes e me beija. — Como você está, eles tocaram em você? Ela tinha os olhos repletos de lágrimas. — Não tocaram, não se preocupe mãe... Como... Quando que a senhora melhorou? Eu estava sem entender nada. —Eu precisava voltar, precisava fazer algo para proteger minha menininha... Ela me explicou tudo que aconteceu e caraca, minha mãe voltou por mim. Eu estava radiante, lógico que ela não estava cem porcento, lógico que ela precisaria de acompanhament
— Então você que é o famoso sheik? Minha mãe está sentada em um sofá encarando sheik e meu pai está ao lado dela com cara de poucos amigos. — Em carne e osso! Ele responde firme. — E esse vulgo... Você faz jus a ele?Eu até me engasgo com a pergunta da minha mãe, mas isso não intimida sheik, nada intimida ele. — Já fez um dia, hoje não mais e a responsável por isso é a sua filha. Ele diz sério. — Que bom! Então sheik, eu vou ser sincera com você... Por mim, minha filha ficava longe de você, eu sei exatamente o que passa uma mulher de traficante e sei que você sabe do que eu estou falando... Eu simplesmente perco o ar ouvindo ela falar. — Mas não tenho como proibi-la e nem proibiria, jhudy tem uma rede de apoio enorme, começando por mim que sou a mais fraca da rede, indo até o seu chefe que tem ela como uma filha, você sabe disso, neh? Sheik não responde, só ouve. — Presta bem atenção no que vou te falar, um dia você vai cagar fora do penico e ela vai chegar aqui chorando e esse