POR LINCYAtravessei no céu de Halasin. Não imaginei que voltaria a esse lugar. Bati minhas asas suavemente, sobrevoando o castelo de Alister, descendo de frente para a porta principal.Adentrei apressadamente e levitei no mesmo sentido que outras pessoas passavam. Acabei parando na sala do trono. Ele estava trabalhando, e o espanto foi evidente em seu rosto assim que me viu.— Ei! Levanta daí e vamos! — gritei para ele, furando fila.— Como te atreves a invadir meu local de trabalho e ainda me dar ordens? — Apesar do semblante sério, havia uma ponta de felicidade na voz que ele não conseguiu disfarçar. — A que vieste?— Vim a pedido do Zuldrax. Ele pediu para eu passar aqui e te pegar.— Estou ocupado, mas, se quiser ser atendida, entre na fila.— Tranquilo. Eu aviso para ele que tentei e para a Lenissya que o irmão não quis conhecer a sobrinha. Adeus!— Espere! — pediu, assim que dei as costas. — Minha irmã teve uma menina?— Uma linda princesinha — respondi, abrindo um enorme sorri
POR LORENAEstávamos passando pelo portão de entrada da propriedade, faltando poucos minutos para o horário marcado nos convites. Havia algo que minha sogra mencionou no caminho de ida, com o qual eu concordava. Dava agonia termos que usar o carro em vez dos nossos dons. No momento, ela estava concentrada, olhando a paisagem através da janela. Ela se encantava com tudo e, ao contrário do Zuldrax, nunca reclamou de nada.— Finalmente! — Lizbeth exclamou aliviada, assim que meu pai estacionou próximo à entrada onde ocorrerá a celebração. Perto de onde estávamos, havia uma fileira com pelo menos uma dúzia de carros. — Vou ver a Ellen.Lizbeth não esperou nem o carro desligar completamente antes de sair apressada, e não consegui segurar uma risada. Ela era uma verdadeira avó "babona", completamente apegada à pequena. Ela estava usando um longo vestido vermelho, muito bonito, e seu cabelo estava preso em um coque. A mulher do salão fez um ótimo trabalho com todas nós, inclusive com minha m
POR LORENAMeu pai, com toda sua gentileza, veio até o carro e abriu a porta para mim. Peguei meu buquê de rosas vermelhas, sentindo a textura delicada das flores em minhas mãos, e segui com ele até a entrada.Naquele momento, o mundo ao meu redor parecia desaparecer, e o rosto do meu amado era tudo o que eu conseguia enxergar. Seu sorriso, cálido e encantador, desarmou todas as minhas defesas, fazendo meu coração acelerar.Caminhei lentamente em sua direção, com meu pai ao meu lado, cada passo carregado de emoção e expectativa. Era como se aquele instante fosse apenas nosso, envolto em uma aura de amor e felicidade.Foi um momento mágico do começo ao fim, e, para completar o encanto, Noturno fez uma entrada especial, carregando na boca a almofada com as alianças. Assim como muitos dos presentes, não consegui evitar uma risada.— Que cachorro bonzinho — cochichou um dos convidados.— Esse foi bem adestrado — comentou outro.Mas, não importava o que dissessem, eu sabia a verdade. Senti
Por LorenaParecia-me um dia comum de outono: as folhas das árvores caíam silenciosamente, enquanto o vento soprava suavemente carregando-as pelo ar e o sol lhes dava uma coloração avermelhada. Um lindo cenário! Eu estava à janela admirando a bela arte que a natureza compunha e pensando na minha vida.O tempo parecia passar muito rápido ultimamente. Fazia pouco tempo que eu tinha completado dezessete anos. Em poucos meses terminaria o terceiro ano do Ensino Médio. O que eu queria para a minha vida? O que seria dali em diante? Um vazio enorme me preenchia enquanto eu pensava em um futuro incerto. Por eu gostar de quase todas as matérias, estava tendo dificuldades para escolher um curso universitário.De repente, um som agudo e estridente quebrou aquele momento de reflexão em que eu estava, me fez perceber que minhas preocupações poderiam ser adiadas e que o presente estava ao meu alcance.— Lorena, o sinal já tocou! Sai da janela antes que o professor chegue.Era Beatriz, uma grande am
Por ZuldraxMeu nome é Zuldrax, também conhecido como Zuldrax, o Temerário. Sou o atual rei de Zafis e sou temido por muitos, pois herdei de meus pais todo o potencial real de um zafisiano. Não sabia quanto tempo levaria, mas certamente eu venceria Alister, rei de Halis, na guerra que estamos destinados a lutar. O ódio entre os reinos de Zafis e Halis já existia há séculos, e eu não permitiria que a vida de tantos guerreiros tivesse sido perdida em vão.Após o último ataque, há cerca de quatro meses, algo aconteceu que deixou Alister atordoado. Parecia que ele tinha encontrado algo importante, tão importante que recuou suas tropas e voltou para Henir, a cidade central de Halis. Pensei que talvez fosse o momento oportuno para invadir, no entanto, minhas tropas estavam cansadas e as fronteiras de Halis possuíam uma magia especial de dispersão.Somos muito mais fortes e hábeis que os halisianos. Possuímos um tipo de energia especial que aumenta nosso potencial em combate corpo a corpo; no
Por ZuldraxMais de um mês se passou, e a 'tão importante' missão continuava sem nenhum progresso. Desesperado, Alister convocou sua guarda pessoal para acompanhá-lo em uma jornada. Vislumbrei seu rosto determinado. Aquele reizinho queria ir para Salis, o terceiro grande reino de nosso mundo. Para nós, eles não fediam nem cheiravam. Tratava-se de um povo simples, sem capacidades especiais, cujo intelecto era seu único orgulho. Não queriam guerras e não se metiam nos nossos assuntos.Desenvolviam-se em busca do progresso e da ciência. Sua neutralidade me deixava enjoado, mas não os odiava e, portanto, não via motivos para caçar briga em seu território. Eles tratavam de forma cortês qualquer um que pisasse em seu reino e, justamente por isso, nem os halisianos nem os zafisianos os visitavam. Não queriam correr o risco de se encontrarem e gerarem tumulto no meio daquela gente.O fato de Alister estar indo para lá só poderia significar que ele estava realmente desesperado. Isso me alegrav
Por ZuldraxPara minha decepção, aquele velho voltou são e salvo. Mas como? Era para ele ter morrido! Ao seu lado, caída no chão, estava uma moça de longos cabelos pretos, formosa, de estatura média. Parecia ter desmaiado. Alister, ao vê-la, se emocionou e abaixou-se para tocar-lhe no ombro. Aposto que ele queria abraçá-la, mas, assim como eu, percebeu que havia algo de errado com ela.Uma coisa diferenciava a nós, a realeza, das outras pessoas: a capacidade de ver a energia aura que rodeia cada ser. Lendas dizem que este mundo é que escolheu as pessoas que possuiriam tal habilidade, e a família escolhida reinaria e julgaria sobre as demais. Tal habilidade foi passada de geração em geração, não sendo constatada em ninguém mais além da família real.Os halisianos possuem uma energia em um tom azulado, os zafisianos possuem uma aura de cor avermelhada, e os salisianos de coloração esverdeada, sendo que nas mulheres a tonalidade é mais clara que nos homens. Aquela garota, no entanto, não
Por LorenaNos dias que se seguiram, Alister não ousou colocá-la em maiores riscos. Ele a manteve presa naquele lugar e não a submeteu a outros tipos de magia. Talvez estivesse arrependido do que fizera no primeiro dia. Talvez seu amor fraterno estivesse falando mais alto. Mesmo assim, as condições em que ela se encontrava não eram as melhores. Permanecia trancada e vigiada naquele quarto escuro. Ela não dizia nada e frequentemente chorava em silêncio.Alister algumas vezes tentou falar com ela, mas eles não se entendiam. Ela olhava confusa para ele e depois escondia seu rosto nas capas. Logo Alister percebeu a necessidade de um feitiço que permitisse se comunicarem.Os halisianos também eram uns trapaceiros, pois criaram um feitiço para ensinar a fala e a escrita para as crianças de forma imediata. Nem sempre usavam esse feitiço, pois as crianças que recebiam esse conhecimento implantado não desenvolviam muito bem o intelecto e a capacidade de raciocínio. No entanto, ela já não era m