Capítulo Três

Ao entrar me encosto na porta, solto um longo suspiro de alívio. Minha cabeça gira um pouco, deve ser por causa do comprido ou o cansaço da ressaca. Ouço panelas batendo vou andando até a cozinha e encontro Molly cozinhando.

—Você chegou. — Fala ao perceber minha presença na cozinha. — Tô fazendo chá, você quer?

—Quero.

Falo me sentando na cadeira da cozinha, apoio minha cabeça em minha mão e solto um gemido incomodo.

—Você parece péssima.

—Eu estou péssima.

Tento me recompor, encaro a mesma que ponhe açúcar nas xícaras que pegou no armário depois os saquinhos com ervas trituradas dentro.

—Vai deitar e descansa um pouco, preciso de você novinha em folha para fazer compras depois.

—Eu tinha me esquecido.

Falo me lembrando que não vi a Molly quase um dia e meio, pós quando ela foi para casa do Phil só chegou no outro dia a tarde. E a última coisa que me lembro da noite passada e ir diretamente do trabalho para a boate. Não acredito no quanto fui irresponsável, nem sequer deixei comida para Molly.

—Você ficou aqui sem comida?

Pergunto para a mesma que balança a cabeça em negação.

—A Marta veio aqui falar com você sobre a festa de aniversário do Jim, e de quebra trouxe umas coisas deliciosas pra provarmos para festa.

—Me lembra de agradecer a ela depois.

—Não precisa eu já fiz isso por você.

Fala despejando a água quente na xícara, e logo depois me entregando.

—Obrigada.

Agradeço e bebo um gole da bebida quente, com o aroma doce.

—Onde você consegui esse vestido?

Sua voz soa curiosa, sinto meu corpo endurecer com tal pergunto. E uma pequena aflição se instala dentro de mim.

—Uma amiga do trabalho me emprestou por que o meu sujou.

—E você passou a noite na casa dela?

Pergunta tomando um gole do seu chá.

—Sim! Ela não tava muito bem, bebeu demais e não tinha ninguém pra cuidar dela.

Falo um pouco rápido de mais, mas isso parece convencer a Molly. Pois ela não faz mas nenhuma pergunta.

—Eu vou me deitar um pouco, depois você me acorda para irmos ao mercado.

—Ok.

Fala bebendo mais um pouco do seu chá, em quanto volta a ler o livro que deixou aberto encima da mesa. Ao entrar no meu quarto me jogo na cama, minhas pálpebras pensam e instantaneamente adormeço.

—Bellinda, acorda.

Ouço a voz da Molly chamar meu nome, sinto a mesma me balança em uma forma de me acordar mais rápido. Movo minha cabeça para o lado contrário e suspiro.

—Só mais cinco minutos Molly.

—Bel tem homens na sala querendo falar com você.

Sua voz soa em tom irritado, movo minha cabeça em sua direção e abro meus olhos encarando a mesma. Sua expressão è séria, sinto um pequeno arrepio pelo meu corpo em pensar que talvez seja o tal homem. Rapidamente fico em alerta e sento na cama.

—Que homens?

—Eu não sei, mas eles estão bem arrumados. Estão vestindo terno e tudo mas.

Agora tenho plena certeza de que è ele, engulo minha saliva com dificuldade. Devo ter ficado pálida pois Molly está com um olhar preocupado.

—Bel aconteceu alguma coisa, quem são esses homens?

—Eles não disseram nada?

Pergunto a mesma ignorando sua pergunta.

—Não. Por que eu devia saber de algo?

—Não. Olha desce lá e oferece alguma coisa a eles, eu só vou trocar de roupa e já desço.

—Tá bem, espero que eles gostem de água.

Fala saindo do quarto e trancando a porta logo em seguida, me levanto e vou até o banheiro. Olho minha aparência cansada e adormecida, as marcas do lençol se fazem presentes em meu rosto, dando uma impressão de amassada. Escovo meus dentes e lavo meu rosto, volto para o quarto e tiro o vestido luxuoso deixando sobre a cama. Possa ser que eles vieram aqui pega o vestido, afinal quem seria capaz de dar um vestido tão caro a alguém. Aproveito e tiro a lingerie, vou até o closet e visto uma calcinha. Pego uma calsa moleton um pouco desgastada e visto, junto com uma blusa de manga. Na pressa não visto o sutiã. Pego uma bolsa de plástico na gaveta e coloco o vestido dentro, junto com a sapatilha e as peças íntimas. Gostaria de ter lavado antes de entregar. Abro a porta do quarto e desço as escadas, a cada degrau que desço a aflição dentro de mim aumenta cada vez mas. Ao olhar para o sofá encontro o causador de toda minha aflição, ele está sentado com as mãos juntas em cima das pernas. Seu olhar está focado no chão, ele veste um perfeito terno cinza. Ele está acompanhando de mais dois homens, que também vestem terno. O que está sentado ao seu lado, tem cabelos loiros e um porte atlético. Já o outro tem cabelo preto e aparenta ser um pouco mas jovem que os outros, noto que ele encara Molly sentada na cadeira da cozinha que trouxe para sala, ao notar minha presença a mesma levanta. Os outros fazem a mesma coisa.

—Boa noite senhorita Foggs.

—Boa noite.

Comprimento o tal homem, só por educação. Olho o relógio da sala e me espanto em saber que dormi tanto. Vou até o tal homem que está sentado no meio dos outros dois, e estendo a bolsa plástica em sua direção.

—Provavelmente veio pegar isso.

Minha voz sai ríspida para o mesmo, que não muda sua expressão séria.

—Se esta falando sobre a roupa que te dei, pode fica. Ela è sua.

Aceno com a cabeça e sento no outro sofá mas pequeno do outro lado da sala, ficando de frente para ambos.

—Na verdade Senhorita Foggs, estamos aqui para falar sobre a noite passada.

Um grande incomodo se instala em meu estômago, pensei que tivéssemos resolvido tudo hoje de manhã. Mas pelo visto estava enganada, por um momento pensei que pudesse ignorar o que aconteceu, Mas pelo visto não. Não quero que Molly fique aqui para ouvir isso, sinto que se ela souber o que fiz vai pensar que pode fazer a mesma coisa com Phil. Não quero que ela tenha essa imagem sobre mim, e talvez ela não pense. sei que ele è uma garota madura para sua idade. Mas não quero correr riscos, não quero que esse problema se espalhe.

—Molly.

Falo seu nome em tom de aviso, ela bufa irritada e anda em direção as escadas. Noto que o jovem rapaz a segue com o olhar em cada degrau que ela sobe, sinto muito rapaz mas a Molly não vai entrar na mesma enrascada que eu. Quando não ouço mas os passos de Molly me pronuncio.

—E o que mais temos que falar sobre aquela noite?

Pergunto cruzando os braços em quanto ambos me encaram.

—Estamos aqui para representa os assuntos do Senhor John Nahant.

Fala o homem de cabelos loiros. Nahant, então esse è o sobrenome dele, diferente mas com certa sensualidade.

—E que assuntos seriam esses?

Pergunto sem rodeios, quero saber o que esse homem tanto quer para me livrar logo dele.

—Na noite anterior a senhorita e o senhor Nahat tiveram relações íntimas certo?

Não respondo, porque mesmo se eu dissesse sim ou não. Não faria diferença já que não lembro de nada. O mesmo faz um arranho de garganta e continua.

— Fez ou faz uso de algum anticoncepcional?

— Não, sou alérgica. — lembro que descobri isso da pior maneira possível. Depois daquele incidente criei um trauma, só em ouvir falar sobre isso sinto meu estômago embrulhar.

—A senhorita lembra de alguma coisa que aconteceu noite passada?

—Não.

Falo com certo constrangimento.

—O senhor Nahant também não, o que quer dizer que ele não sabe se usaram proteção ou não.

Suas palavras me chamam atenção, olho para o tal Nahant e seu olhar è sério sobre mim. Ele me analisa de cima a abaixo, volto meu olhar para o homem de cabelos loiros. Mas quem fala desta vez è o outro homem de cabelos negros.

—O senhor Nahant gostaria que a senhorita fizesse exames, para gravidez e doenças è claro. Ele já fez os exames para doenças, os resultados estão aqui se quiser ver.

Fala naturalmente como se isso fosse algo comum, meu corpo endurece e sinto minhas mãos soarem em pensar que posso está grávida. Gravida de alguém que nem conheço. Não consigo dizer nada ou até mesmo pensar em nada.

—Não precisa ficar nervosa, só quero ter certeza de que não está grávida.

Olho para o mesmo incrédula, como ele pode agir com tanta calma e frieza em um momento como esse. O homem de cabelos loiros abre uma maleta de couro marrom, e estende uma pasta com papéis dentro.

—Esses são os exames do Senhor Nahant.

Pego a pasta e abro a mesma começando a folheá-la. Tudo nos exames indicam que ele tem uma saúde ótima, sem nenhuma doença qualquer.

—Então a senhorita vai fazer os exames também?

Pergunta o homem de cabelos negros.

—Por que não, já que ele fez eu farei também.

E o justo, não posso me negar a fazer isso. E ainda mas sabendo que possa existe a possibilidade de eu esta grávida. Entrego a pasta transparente ao mesmo e me levanto do sofá.

—Vou deixar meu número com a senhorita, para passarmos o endereço da clínica e o dia.

Fala o homem de cabelos negros me entregando um pequeno cartão, Onde tem seu número e seu nome. Nick Blogger.

—Certo Nick.

Acompanho os mesmos até a porta e abro a mesma, o homem de cabelos negros sorri para mim de forma simpática quando sai. logo depois o homem de cabelos loiros, diferente do Nick ele tem uma expressão séria. Logo depois o tal Nahant. Ele para em minha frente e me encara por alguns momentos, sinto meu coração saltar em encara seu rosto tão de perto.

—Até logo senhorita Foggs.

—Até logo senhor Nahant.

Me despeço do mesmo e fecho a porta quando ele sai, meu coração b**e loucamente e meu corpo treme. Mas uma palavra me vem a mente fazendo meu corpo se retrair. Grávida!

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