André e Bruno exclamaram:— Que porra é essa?! Vocês ficaram malucos?!— Parem com isso agora! Rafael! Lucas!Eles correram para separar os dois, cada um segurando um, André falou:— Rafael, calma, cara! Respira fundo!E Bruno tentou intervir:— Lucas, você também! Que tal resolver isso na conversa em vez de sair no soco?!Rafael e Lucas disseram ao mesmo tempo:— Larga a minha mão! Solta agora!Ao ver que os dois estavam prontos para se bater novamente, André e Bruno não tiveram escolha a não ser segurar firme.Bruno perguntou, olhando de um para o outro:— O que está acontecendo aqui, afinal?André tentou apaziguar:— Somos todos amigos, não vamos estragar tudo por causa disso. Vamos conversar com calma.Bruno continuou:— Rafa, hoje é o aniversário do Lucas. Por maior que seja o problema, não pode esperar um pouco?Lucas limpou o sangue no canto da boca com as costas da mão, lançando um olhar desafiador para Rafael, que estava furioso. Com um leve sorriso no rosto, ele disse:— Tudo
No entanto, antes que ele pudesse agir, sua mão foi interrompida por outra mão que a segurou no ar.Lucas franziu a testa ao reconhecer quem apareceu e falou com desconfiança:— É você?Júlia murmurou:— Professor José, o que você está fazendo aqui?Naquele momento, a voz dela quase falhou de emoção.José olhou para o rosto dela e perguntou suavemente:— Você está bem?Júlia assentiu, mas a voz dela estava claramente embargada:— Sim.Mas, na verdade, não estava nada bem.José sugeriu:— Meu carro está aqui perto, posso te levar para casa?— Bem, muito obrigada.José envolveu-a com o braço e começou a guiá-la para sair.Júlia se sentiu como uma pequena pedra prestes a cair de um penhasco, até o momento em que José apareceu e ela finalmente encontrou um pouco de segurança.Ela perguntou:— Professor José, o que te trouxe aqui?Ao lado do chalé havia um hotel de luxo, e ele estava ali para um congresso acadêmico. Durante o intervalo, saiu para tomar um ar e se deparou com aquela cena.El
Lucas continuava calmo, olhando para ele:— Eu te perguntei antes, não perguntei? Não foi você que me disse para fazer isso? Agora está incomodado com o quê?O rosto de Rafael de repente ficou pálido como papel quando ele se lembrou da mensagem do grupo recentemente.Júlia estava tremendo tanto que parecia que estava prestes a desmaiar. José se apressou em segurá-la:— Vou te tirar daqui agora.Lucas apertou os olhos e se colocou na frente dele:— Para onde você pensa que vai levá-la? Não se esqueça que aqui é minha propriedade, não um lugar onde você entra e sai quando quer.Rafael também percebeu o que estava acontecendo, e seus olhos, agora com um brilho de predador, voltaram-se para José, com a raiva fervendo dentro deles.José levantou os olhos tranquilamente, mas seus olhos, geralmente inofensivos e gentis, agora estavam perigosos e cortantes:— O organizador do congresso no Hotel Nova Horizonte é o Sr. Cardoso, dono de BioNorte. O evento está prestes a terminar, e ele também es
— É mesmo? — Perguntou Júlia.José assentiu.Ela respirou fundo e disse:— Obrigada, agora me sinto melhor.José percebeu que ela estava se recompondo e relaxou um pouco.Ele disse suavemente:— Tá com fome? Acho que tem uma churrascaria boa aqui perto.Júlia pensou por um momento e aceitou.Nessa churrascaria, a especialidade era o Picanha com molho de pimenta.José não aguentava muito bem comidas apimentadas, então escolheu as carnes mais leves.A grelha estava em pleno vapor, o cheiro das carnes assadas era irresistível.Júlia ainda estava meio abatida, mas o ambiente animado começou a levantar seu ânimo.A picanha estava macia, os legumes estavam frescos e crocantes. A pessoa que antes não tinha muito apetite agora estava devorando tudo.Lá fora, a chuva e o vento continuavam fortes, mas dentro do restaurante, estava bem aconchegante.As conversas ao redor fluíam naturalmente, criando um ambiente confortável que ajudou Júlia a se acalmar.Ela levantou os olhos e notou que José quas
José acenou com a mão e disse:— Sem pressa.Era só um casaco, ele tinha outros no guarda-roupa.— Vou pegar algumas roupas para trocar, logo preciso voltar para o laboratório. — Ele falava com um tom nasal bem-marcado e ainda usava uma máscara, deixando claro que estava com um resfriado forte.— Espere um pouco.Júlia entrou novamente em casa e voltou com uma garrafa térmica na mão:— Isso é chá de gengibre que preparei ontem. Lembre-se de beber enquanto ainda está quente.Ao ouvir a palavra ‘gengibre’, José franziu a testa sem que Júlia notasse.Ela continuou:— No saco tem remédios para gripe, são os comuns. As instruções estão na caixa.José não costuma ficar doente, hesitou ao ouvir isso e quase devolveu a garrafa térmica. Mas ouviu Júlia dizer:— Afinal, foi por minha causa que você ficou gripado.Ele então recolheu a mão que estava prestes a devolver a garrafa.E olhou para o relógio e viu que o tempo estava se esgotando:— Obrigado, vou tomar o chá de gengibre e os remédios.A
Júlia percebeu a confiança dele e franziu a testa, estava prestes a dizer algo, quando uma voz soou de repente:— Júlia?!André estava passando por ali depois de um almoço com amigos e, ao olhar pela janela do café, viu Lucas e Júlia juntos?!Um café… definitivamente era um lugar para casais.Ele achou que seus olhos estavam pregando peças, mas, não! Era mesmo eles!Sinceramente, embora soubesse que Lucas podia estar interessado na mulher de um amigo, André ainda estava surpreso. Afinal, Lucas já tinha feito coisas ainda mais escandalosas antes. Mas que Júlia aceitasse, isso o deixou de boca aberta.O olhar de André oscilou entre os dois, com uma expressão complicada, sem saber ao certo o que dizer.Júlia desistiu de continuar a conversa e forçou um sorriso antes de acenar para André e sair.Assim que ela saiu, André tomou o lugar dela, olhando diretamente para Lucas:— E aí, tá falando sério?Lucas respondeu calmamente, tomando um gole de café:— Sério sobre o quê?— Mas, olha, Júli
Mas no fundo, André ainda achava errado o que Lucas estava fazendo. Dois amigos brigando por uma mulher, e ainda por cima foi Lucas quem deu o primeiro passo. Onde isso ia parar?Lucas deu de ombros, sem se importar:— Não precisa me convencer, André. Não sei o resultado até que eu tenha experimentado....Após sair do café, Júlia deu uma volta no shopping e comprou um cachecol novo e um casaco de lã. Em seguida, foi ao supermercado fazer compras. Quando saiu, o céu já estava escurecendo.No inverno, ao anoitecer mais cedo, ela acelerou o passo para casa.Quando finalmente chegou ao prédio, já estava completamente escuro.De repente, uma figura saiu de uma viela escura. Ela pensou que fosse um vagabundo, e sentiu um calafrio percorrer sua espinha, todos os pelos do corpo arrepiados.Mas ao perceber que era Rafael, ela soltou um suspiro de alívio. No entanto, ao ver que ele estava com um cheiro forte de álcool e cambaleando, sua testa se franziu ainda mais.Rafael estava esperando ali
Naquela noite, ela usou a desculpa de estar se sentindo mal e foi dormir sozinha no quarto de hóspedes. Ela temia que, se ficasse mais um segundo no quarto principal com aquele homem, não conseguiria segurar o impulso de vomitar.Aquela noite foi realmente escura. O vento era gelado. E as lágrimas não paravam de cair.No dia seguinte, ela marcou uma consulta com uma ginecologista de hospital para fazer um check-up completo. Felizmente, não havia nada de errado.Depois disso, ela passou a evitar qualquer contato físico com Rafael, e ele nem percebeu que algo estava errado.Ficava tão ocupado ‘se alimentando’ fora que nem percebia que em casa a ‘cozinha’ já estava fechada há tempos.Júlia olhou para ele com desprezo:— Eu realmente te acho nojento, então, pode se afastar de mim?Rafael ficou sem ar, como se alguém estivesse apertando seu pescoço. Naquele instante, ele mal conseguia encará-la nos olhos.Então, ela sabia de tudo…O céu começou a chover levemente de novo.O vento frio sibi