Gustavo ainda estava absorto em seus pensamentos: — Esse José é realmente muito interessante.Gustavo tomou dois goles d'água, fez um gesto de satisfação com os lábios e voltou a exclamar:— Sem dúvida, é uma pessoa incrível...Júlia, divertida, não conseguiu conter o riso: — Pai, esse seu olhar está parecendo o de alguém apaixonado!— Que absurdo! Minha única paixão é sua mãe! Júlia soltou uma gargalhada.Depois da exaustão da trilha no dia anterior, Gustavo e Camila decidiram em conjunto que aquele seria um dia para descansar em casa. Júlia respeitou a decisão deles e aproveitou o dia tranquilo. No dia seguinte, todos estavam renovados e saíram novamente, desta vez para visitar um antigo palácio deixado pelos portugueses. Júlia já havia garantido os ingressos com uma semana de antecedência.Camila aproveitou para tirar várias fotos. O fotógrafo elogiou: — Senhora, você tem uma presença impressionante! Cada gesto seu parece de uma verdadeira princesa no palácio...Camila, lison
— A cada cinquenta metros tem uma placa indicando a direção da biblioteca. — Explicava José enquanto caminhavam. — O campus norte é um grande anel: para a esquerda fica o Prédio Siqueira, para a direita, a biblioteca...Gustavo ouvia atentamente, balançando a cabeça e tentando memorizar o caminho. No entanto, no meio da conversa, quem aparece subindo as escadas era justamente Júlia. Os três acabaram dando de cara com ela.— Pai, mãe? Vocês estão saindo? Está prestes a chover lá fora... — Disse Júlia.Ao reconhecer José, Júlia não escondeu a surpresa:— Professor, o senhor também está aqui?Camila explicou rapidamente a situação. Júlia, após ouvir tudo, agradeceu ao José: — Não precisava, mas obrigada mesmo assim!José apenas fez um gesto com a mão, minimizando o assunto: — Não há de quê, o importante é que você voltou em segurança.Os quatro, então, começaram a voltar para casa.— Muito obrigado por ter nos ajudado, José! — Gustavo disse animado. — Que tal vir jantar connosco um d
Gustavo terminou de falar e saiu apressado, sem perder tempo. Júlia ficou parada por um momento, surpresa, mas logo deu de ombros. “Ah, tudo bem... desde que eles estejam felizes...”No laboratório, José estava analisando os dados das duas últimas séries de experimentos da semana passada. Ele logo percebeu que a quarta coluna do segundo conjunto apresentava uma discrepância. Quando se preparava para chamar Arthur, o toque do telefone interrompeu sua concentração.Ele atendeu automaticamente: — Alô? Quem fala? — Professor, sou eu, Júlia. José parou por um instante. Seu olhar, até então fixo na tela do computador, desviou-se lentamente, e sua voz suavizou: — Júlia? O que aconteceu? — Ah, é que meu pai comentou há uns dias que queria convidar o senhor para jantar lá em casa. Ele mesmo vai cozinhar... Mas se estiver ocupado, tudo bem, eu entendo...— Estou livre. Júlia ficou em silêncio por alguns segundos: — Não está ocupado no laboratório? Achei que estivessem sobrecarregad
Os pratos estavam prontos, e todos se acomodaram à mesa. Camila abriu a garrafa de vinho, permitindo que Júlia também provasse um pouco. No entanto, Júlia acabou bebendo duas taças inteiras!Gustavo estava entretido com a conversa, enquanto Camila saboreava os pratos, sem perceber nada. Mas havia alguém que notou...— Júlia, essa é a terceira taça. — Comentou José, com a voz calma.O movimento de Júlia ao pegar a garrafa congelou no ar. Só então Gustavo e Camila se deram conta de que ela havia bebido bem mais do que deveria.— Menina, que absurdo! Eu disse pra você beber só um pouquinho, não pra virar uma taça atrás da outra! — Camila quase riu de indignação. Camila também gostava de vinho, mas sempre soube quando parar. Já essa filha... Gustavo, embora igualmente desaprovador, se concentrou em outra coisa: — José, você realmente é um cientista atento! Não é à toa que, tão jovem, já tem uma carreira acadêmica tão brilhante... — Disse Gustavo.A verdade era que Gustavo, através de d
José ficou sem palavras.Gustavo perguntou:— Então, e aí, mano? O que achou do sabor?José respondeu:— Está… ótimo.Os olhos de Gustavo brilharam, como se tivesse encontrado alguém com o mesmo gosto, uma afinidade imediata:— Se gostou, coma à vontade! Tem também essa carne ao molho especial… combina bem com o tempero que preparei.José continuou a comer, comentando apenas:— Está bom… muito saboroso… o preparo é único… nunca provei algo assim…Então, Gustavo ficou ainda mais animado.Quando finalmente terminou de comer e se levantou para se despedir, José sentiu um enorme alívio.Mas, logo em seguida…Gustavo disse com um sorriso:— Jú, acompanhe o Sr. José até a saída.José sentiu-se realmente exausto.Júlia se levantou:— Ah, claro!Talvez fosse o efeito do vinho que começava a fazer efeito, ela sentiu a cabeça leve, e sua resposta parecia um pouco mais lenta.Mas seu rosto continuava calmo.E seu olhar estava focado.Ela acompanhou José até a porta. Assim que saíram, o vento fech
Júlia tinha esquecido completamente desse incidente.Ela só se lembrava de que Gustavo tinha pedido para ela acompanhar José até a porta, e ela foi…E depois?Nada mais. Quando ela acordou novamente, já era manhã do dia seguinte. Estava deitada confortavelmente na cama, espreguiçando-se sem sentir nada de errado.Camila abriu a porta e entrou, estendendo-lhe um copo d’água morna:— Acordou?Júlia levantou-se, pegou o copo e deu um gole. Logo ouviu Gustavo comentar:— Vamos ver se você ainda se atreve a beber tanto escondido! Quando você começa a ficar embriagada, não escuta ninguém e fica igual uma maluquinha.Embriagada? Maluquinha?O movimento de Júlia ao beber água parou bruscamente.Alguns fragmentos confusos passaram por sua mente, mas ela não conseguiu lembrar de nada específico.Ela engoliu a água com dificuldade, falando em tom cauteloso:— Papai, ontem… o que eu fiz?— O que você fez? Não se lembra?Júlia balançou a cabeça rapidamente. Ela realmente não lembrava de nada.Gus
Quanto mais pensava, mais ficava com raiva, e quanto mais ficava com raiva, mais queria sair!Fernanda chamou o motorista:— Jorge, Prepare-se, vou sair em vinte minutos.— Sim, senhora.Fernanda subiu para trocar de roupa e retocar a maquiagem. Quando desceu, o motorista já estava esperando. Ela entrou no carro e se acomodou.— Vamos lá.O carro mal saiu do portão, e logo eles avistaram Melissa e Vicente sentados perto do portão de ferro, como dois guardiões sombrios.O motorista perguntou:— Sra. Fernanda, esses dois estão aí faz dias… e se tentarem nos bloquear de novo?O motorista estava apreensivo porque, em uma ocasião anterior, os dois já tinham tentado barrar o carro quando ele saía para fazer manutenção. Eles só o deixaram passar quando viram que estava vazio.Fernanda soltou uma risada fria:— Não se preocupe. Dirija direto, não pare. Se algo acontecer, eu assumo a responsabilidade!Embora assustado, o motorista não ousou desobedecer.Ao ver o carro se aproximando, Melissa e
— Mãe, finalmente consegui descobrir a empresa daquele homem!Leandro era um conhecido de Vicente que sempre se metia em encrencas, não tinha emprego fixo, mas sabia como conseguir informações por vias obscuras.Vicente havia pedido ajuda a ele sem muitas esperanças, e para sua surpresa, Leandro descobriu o que precisava.Melissa exclamou com animada:— Maravilha! Estava mesmo pensando em como íamos encontrá-lo! Vamos, filho, vamos logo atrás deleEsses dias, eles só estavam na porta da casa de Fernanda, perturbando a vida dela. Mas agora tinham a chance de ir direto à fonte.Meia hora depois…Vicente olhou para o topo do edifício com espanto, seus olhos brilhando de cobiça:— Então, essa é a empresa do tal Rafael? Que prédio imponente! Esse cara deve ser realmente rico!Melissa acenou a cabeça com impressionada:— Sua irmã realmente fisgou um peixe grande dessa vez! Dá para ver que o cara é poderoso!Se conseguissem ganhar um bom dinheiro com isso, os dois não precisariam se preocupa