Júlia de repente lembrou do que Andressa tinha dito: havia um pervertido nos arredores da entrada B da universidade, conhecido por seguir alunas, especialmente à noite. Uma garota já havia sido atacada, mas, mesmo depois de chamar a polícia, não conseguiram capturá-lo.Pensando nisso, a respiração de Júlia ficou tensa, e ela acelerou os passos. Porém, o som dos passos atrás dela também aumentou. Instintivamente, levou a mão à abertura da bolsa. Apesar de geralmente contar com a companhia de José para ir e voltar do trabalho, às vezes, com a correria, os horários dos dois não coincidiam.Morando sozinha, ela se habituou a carregar um spray de pimenta na bolsa, tanto para se sentir mais segura quanto para se defender. Nunca pensou que realmente teria que usá-lo. Os passos ficaram cada vez mais próximos, e a sombra da pessoa parecia sobrepor-se à dela.Júlia segurou a respiração, o corpo todo ficou tenso, e sua mão entrou na bolsa, sentindo o toque frio do frasco. Quando estava prestes a
— Você é lindo demais, fiquei encantada. Vamos sair juntos? Que tal ser meu namorado...? Algo assim. — Disse Lucas.— Essa aí foi ainda mais absurda. — Júlia riu.— A maior qualidade que eu tenho é pensar e agir sem medo.Júlia respondeu:— Então, melhor só ficar no pensar mesmo.Lucas fingiu não notar o recado sutil de recusa e sorriu:— Primeiro a gente pensa, depois a gente age.— Nem sempre dá para fazer o que se quer. — Júlia retrucou, querendo esfriar as expectativas dele.— Não tem problema! Pelo menos eu tentei, assim não fico com nenhum arrependimento. Vai que dá certo, né?Júlia não respondeu mais.Lucas a acompanhou até a entrada da escada:— Vai lá.— Obrigada.— Qualquer coisa, pode me ligar. Não importa a hora, eu apareço na mesma hora.— Hum.— Olha só, você está me enrolando de novo. Aposto que pensou: “Hum, vou concordar, mas se um dia der ruim, nem vou chamar ele mesmo.”Júlia apenas ergueu um canto dos lábios.— Eu sei que você é independente e já se adaptou a viver
O visitante era o assistente de Rafael, que informou que o Sr. Rafael havia deixado um documento importante no escritório e pediu para que ele o pegasse.Como se tratava de um assunto confidencial e urgente, Fernanda logo o levou até o escritório:— É este aqui?Assistente respondeu:— Provavelmente, sim.— Então está bom. Vá logo entregá-lo para o Rafael.Vivian fingiu não os notar e caminhou lentamente em direção ao quarto de hóspedes. De repente, ela notou que a porta do escritório estava apenas encostada, deixando uma fresta.Ela olhou em volta, o corredor no segundo andar estava silencioso, e Fernanda provavelmente já havia acompanhado o assistente até o andar de baixo.Seus olhos brilharam de curiosidade e empurrou a porta cuidadosamente…Dentro do escritório, uma estante em formato de L, de estilo clássico, estava repleta de documentos bem-organizados.Perto da janela havia uma mesinha com um conjunto de café de madeira. À esquerda, uma mesa de madeira clara com um porta-lápis
Fernanda franziu o rosto e disse em tom severo:— Cala a boca! Estou falando com meu filho, não tem espaço para você interromper!Ela se virou para Rafael e explicou:— Ontem eu realmente entrei no seu escritório. O assistente ficou esperando na porta e não entrou, isso eu posso garantir. Só abri a gaveta para pegar o documento que você pediu e o entreguei. O resto, nem toquei. Será que… foi a Ana que, sem querer, esbarrou em alguma coisa enquanto limpava?Ana prontamente respondeu:— O senhor pediu para eu não mexer em nada do escritório enquanto limpo. Eu lembro disso direitinho e sempre tomo muito cuidado.Rafael ponderou:— Não deve ter sido a Ana. O escritório é limpo só uma vez por semana, e ontem não era dia de limpeza.Viviane pegou um mel de sopa de doce de abacate e levou à boca:— Eu nem tenho a chave do escritório, então não posso entrar lá, muito menos fazer qualquer coisa. Nesse caso, só pode ter sido… a Sra. Fernanda.Ao ouvir o tom debochado de Viviane, Fernanda quase p
Todos estavam comemorando.“Meu Deus! Finalmente vamos nos livrar dessa praga?”“Sim, aleluia!”Era a primeira vez que todos sentiam que a Sra. Fernanda havia realmente feito algo bom.Logo, a grande mansão ficou apenas com Viviane.Ela olhou para a sala vazia, totalmente surpresa.…Noite, na mansão antiga da família Lima.Bianca entrou e viu Fernanda sentada no sofá, enquanto um massagista cuidava de seus ombros e pescoço.Ela perguntou com surpresa:— Mãe? Você voltou?— Sim.— Você não estava lá para ser a ‘babá’ da Viviane? Quero dizer, cuidar dela e tal?Já faz mais de meio mês, e agora ela volta assim sem avisar? Alguma coisa está errada!Fernanda bufou com irritada:— Nem me fale dela, só de ouvir o nome já me irrita!Bianca sentou-se ao lado dela, perguntou com curiosa:— O que aconteceu?Fernanda começou a desabafar, contando uma por uma as situações que passou na mansão e como se sentiu ofendida.Quando lhe contou, ela até demitiu a massagista, levantou-se, cruzou os braços
Rafael pediu uma garrafa de vodca. Um copo, dois copos…André viu a maneira desesperada com que ele bebia, tentou aconselhar:— Mano, essa bebida é forte. Melhor pegar leve…Mas Rafael parecia nem ouvir e continuava com o copo na mão:— Cadê seu celular? Me empresta.André perguntou com curioso, enquanto já o tirava do bolso:— Para quê você quer meu celular?Antes mesmo de terminar o movimento, Rafael agarrou o celular e ligou para Júlia sem hesitar.Do outro lado, logo ouviu a voz familiar.Ele começou a falar como um homem sedento no deserto que finalmente viu um oásis:— Jú, eu… eu sinto tanto a sua falta…Júlia ficou confusa.André ficou chocado:“Será que agora Júlia nunca mais atenderia suas ligações?”Rafael continuou em tom emocionado:— Volta, por favor? Eu sei que errei… A gente prometeu ficar junto até o fim, e olha só, você mal se foi e já quer me deixar assim? Esquece o passado, tá? Não importa se você quer estudar ou trabalhar, eu tô com você em qualquer escolha… Apoio s
No círculo de amigos, todos sabiam que Júlia Ferreira era loucamente apaixonada por Rafael Lima.Amava tanto que não tinha sua própria vida, nem seu espaço, e queria estar com ele 24 horas por dia.Cada vez que eles terminavam, em menos de três dias, ela voltava implorando por reconciliação. No mundo, qualquer um poderia falar a palavra ‘acabou’, exceto Júlia Ferreira.Quando Rafael entrou na sala abraçado com sua nova namorada, houve um silêncio estranho.Júlia, que estava descascando uma laranja, parou de repente e disse:— Por que ninguém fala nada? Por que estão me olhando assim?— Júlia... — Seus amigos olharam para ela com preocupação.Rafael, porém, agiu como se nada tivesse acontecido, abraçando a nova namorada e sentando-se no sofá.Ele disse ao aniversariante de hoje, o André Barbosa:— Feliz aniversário, André.Descaradamente.Júlia se levantou, não queria estragar o aniversário de André e falou:— Vou ao banheiro.Ao fechar a porta, ouviu a conversa continuar:— Rafael, Júl
Na mesa de café da manhã.Rafael perguntou para Ana:— Cadê a sopa de feijão?Ana respondeu:— Você está falando daquela sopa boa para o estômago?Rafael repetiu:— Sopa para o estômago?Ana explicou:— Sim, a que a Júlia fazia, com feijão-preto, batata-doce, cenoura e peito de frango. Não tive tempo para preparar, porque precisa cozinhar o feijão e os legumes desde a noite anterior, e de manhã, é preciso ficar mexendo. Eu não tenho a mesma paciência que a Júlia para ficar de olho na sopa o tempo todo.Rafael pediu para Ana trazer o molho para ele, experimentou um pouco e disse:— Por que o sabor está diferente? — Ele olhou a embalagem e não era a mesma.Ana respondeu:— Esse pote estava vazio. Só tenho este.Rafael pediu para Ana ir ao supermercado comprar mais um pouco, e Ana sorriu sem graça e disse:— É que essa receita foi a Júlia que fez, eu não sei preparar.Rafael subiu as escadas após bater a lata na mesa.Ana Maria observou Rafael subir as escadas, confusa. Por que ele estava