Quando Larissa terminou de falar, uma figura alta surgiu no corredor. Júlia ficou surpresa.— Apresento a você o aluno favorito do Professor João, Lucas. — Disse Larissa.O Lucas sorriu de leve e estendeu a mão para Júlia:— Prazer em conhecê-la, colega.— Você... é aluno do Professor João? — Júlia mal acreditava.— O quê? Não pareço?— Não, não é isso.Larissa olhou de um para o outro:— Vocês já se conhecem?Lucas assentiu:— Sim, nos conhecemos.Na verdade, já se conheciam há bastante tempo.— Sendo assim, fiquem para jantar esta noite, que tal? — Sugeriu Larissa.— Agradeço, professora, então vou aceitar o convite. — Lucas respondeu.Júlia já havia planejado jantar antes de ir embora. A empregada preparou uma mesa cheia de pratos, dois dos quais eram os favoritos de Júlia. Talvez por intenção ou acaso, Lucas, ao se sentar, deixou Júlia mais próxima desses pratos, mudando de lugar para ela se servir com facilidade.Larissa notou o gesto e arqueou as sobrancelhas.Júlia, porém, acho
Lucas não era muito habilidoso. Além de seus movimentos desajeitados, o problema era que ele apertava detergente em cada prato e tigela. Sob o olhar incrédulo de Júlia, perguntou com uma expressão inocente:— Não é assim que se lava?— Se você não se importar, pode me ensinar? — Lucas pigarreou. — Quando morei fora, geralmente só sujava um ou dois pratos, então eu colocava detergente em cada um deles…— Na verdade, não existe uma forma fixa de lavar louça. Cada um tem seu jeito; o importante é que fiquem limpos no final. Mas... — Júlia mudou o tom: — Pensando em economia, você pode colocar um pouco de detergente em água quente, dissolver, e aí usar uma esponja para lavar. Depois, é só enxaguar com água corrente, escorrer e pronto.— É assim, então…Lucas escutava atentamente e seguia as instruções dela.Ele já estava prestes a dissolver o detergente quando Júlia o interrompeu:— Espera aí! Usa água quente.— Ah, certo!Depois de terminarem, os dois ficaram um pouco na cozinha, até perc
Júlia de repente lembrou do que Andressa tinha dito: havia um pervertido nos arredores da entrada B da universidade, conhecido por seguir alunas, especialmente à noite. Uma garota já havia sido atacada, mas, mesmo depois de chamar a polícia, não conseguiram capturá-lo.Pensando nisso, a respiração de Júlia ficou tensa, e ela acelerou os passos. Porém, o som dos passos atrás dela também aumentou. Instintivamente, levou a mão à abertura da bolsa. Apesar de geralmente contar com a companhia de José para ir e voltar do trabalho, às vezes, com a correria, os horários dos dois não coincidiam.Morando sozinha, ela se habituou a carregar um spray de pimenta na bolsa, tanto para se sentir mais segura quanto para se defender. Nunca pensou que realmente teria que usá-lo. Os passos ficaram cada vez mais próximos, e a sombra da pessoa parecia sobrepor-se à dela.Júlia segurou a respiração, o corpo todo ficou tenso, e sua mão entrou na bolsa, sentindo o toque frio do frasco. Quando estava prestes a
— Você é lindo demais, fiquei encantada. Vamos sair juntos? Que tal ser meu namorado...? Algo assim. — Disse Lucas.— Essa aí foi ainda mais absurda. — Júlia riu.— A maior qualidade que eu tenho é pensar e agir sem medo.Júlia respondeu:— Então, melhor só ficar no pensar mesmo.Lucas fingiu não notar o recado sutil de recusa e sorriu:— Primeiro a gente pensa, depois a gente age.— Nem sempre dá para fazer o que se quer. — Júlia retrucou, querendo esfriar as expectativas dele.— Não tem problema! Pelo menos eu tentei, assim não fico com nenhum arrependimento. Vai que dá certo, né?Júlia não respondeu mais.Lucas a acompanhou até a entrada da escada:— Vai lá.— Obrigada.— Qualquer coisa, pode me ligar. Não importa a hora, eu apareço na mesma hora.— Hum.— Olha só, você está me enrolando de novo. Aposto que pensou: “Hum, vou concordar, mas se um dia der ruim, nem vou chamar ele mesmo.”Júlia apenas ergueu um canto dos lábios.— Eu sei que você é independente e já se adaptou a viver
O visitante era o assistente de Rafael, que informou que o Sr. Rafael havia deixado um documento importante no escritório e pediu para que ele o pegasse.Como se tratava de um assunto confidencial e urgente, Fernanda logo o levou até o escritório:— É este aqui?Assistente respondeu:— Provavelmente, sim.— Então está bom. Vá logo entregá-lo para o Rafael.Vivian fingiu não os notar e caminhou lentamente em direção ao quarto de hóspedes. De repente, ela notou que a porta do escritório estava apenas encostada, deixando uma fresta.Ela olhou em volta, o corredor no segundo andar estava silencioso, e Fernanda provavelmente já havia acompanhado o assistente até o andar de baixo.Seus olhos brilharam de curiosidade e empurrou a porta cuidadosamente…Dentro do escritório, uma estante em formato de L, de estilo clássico, estava repleta de documentos bem-organizados.Perto da janela havia uma mesinha com um conjunto de café de madeira. À esquerda, uma mesa de madeira clara com um porta-lápis
Fernanda franziu o rosto e disse em tom severo:— Cala a boca! Estou falando com meu filho, não tem espaço para você interromper!Ela se virou para Rafael e explicou:— Ontem eu realmente entrei no seu escritório. O assistente ficou esperando na porta e não entrou, isso eu posso garantir. Só abri a gaveta para pegar o documento que você pediu e o entreguei. O resto, nem toquei. Será que… foi a Ana que, sem querer, esbarrou em alguma coisa enquanto limpava?Ana prontamente respondeu:— O senhor pediu para eu não mexer em nada do escritório enquanto limpo. Eu lembro disso direitinho e sempre tomo muito cuidado.Rafael ponderou:— Não deve ter sido a Ana. O escritório é limpo só uma vez por semana, e ontem não era dia de limpeza.Viviane pegou um mel de sopa de doce de abacate e levou à boca:— Eu nem tenho a chave do escritório, então não posso entrar lá, muito menos fazer qualquer coisa. Nesse caso, só pode ter sido… a Sra. Fernanda.Ao ouvir o tom debochado de Viviane, Fernanda quase p
Todos estavam comemorando.“Meu Deus! Finalmente vamos nos livrar dessa praga?”“Sim, aleluia!”Era a primeira vez que todos sentiam que a Sra. Fernanda havia realmente feito algo bom.Logo, a grande mansão ficou apenas com Viviane.Ela olhou para a sala vazia, totalmente surpresa.…Noite, na mansão antiga da família Lima.Bianca entrou e viu Fernanda sentada no sofá, enquanto um massagista cuidava de seus ombros e pescoço.Ela perguntou com surpresa:— Mãe? Você voltou?— Sim.— Você não estava lá para ser a ‘babá’ da Viviane? Quero dizer, cuidar dela e tal?Já faz mais de meio mês, e agora ela volta assim sem avisar? Alguma coisa está errada!Fernanda bufou com irritada:— Nem me fale dela, só de ouvir o nome já me irrita!Bianca sentou-se ao lado dela, perguntou com curiosa:— O que aconteceu?Fernanda começou a desabafar, contando uma por uma as situações que passou na mansão e como se sentiu ofendida.Quando lhe contou, ela até demitiu a massagista, levantou-se, cruzou os braços
Rafael pediu uma garrafa de vodca. Um copo, dois copos…André viu a maneira desesperada com que ele bebia, tentou aconselhar:— Mano, essa bebida é forte. Melhor pegar leve…Mas Rafael parecia nem ouvir e continuava com o copo na mão:— Cadê seu celular? Me empresta.André perguntou com curioso, enquanto já o tirava do bolso:— Para quê você quer meu celular?Antes mesmo de terminar o movimento, Rafael agarrou o celular e ligou para Júlia sem hesitar.Do outro lado, logo ouviu a voz familiar.Ele começou a falar como um homem sedento no deserto que finalmente viu um oásis:— Jú, eu… eu sinto tanto a sua falta…Júlia ficou confusa.André ficou chocado:“Será que agora Júlia nunca mais atenderia suas ligações?”Rafael continuou em tom emocionado:— Volta, por favor? Eu sei que errei… A gente prometeu ficar junto até o fim, e olha só, você mal se foi e já quer me deixar assim? Esquece o passado, tá? Não importa se você quer estudar ou trabalhar, eu tô com você em qualquer escolha… Apoio s