— Aquela vez no hotel, você me ajudou. Eu sou o tipo de cara que paga suas dívidas. Mesmo que você e o Rafael tenham terminado, uma dívida é uma dívida, e eu tenho que te retribuir. — Disse Bruno.Ele tinha passado ali uns bons vinte minutos, fumando dois cigarros, e Júlia nem sequer pensou em ligar direto pra ele? O André disse claramente que ele tinha os contatos certos! E contatos ótimos, diga-se de passagem! Júlia não pensou nisso por que? Subestimando ele, talvez?Bruno revirou os olhos:— Procurando um editor confiável, né? Vou te indicar um agora.Júlia não era do tipo ingrata, muito menos orgulhosa demais pra aceitar ajuda. Alguém oferecendo ajuda? Seria tolice recusar!— Valeu. — Disse Júlia.— Tô só pagando minha dívida.Assim que desligou, Bruno rapidamente abriu o WhatsApp e procurou o contato do editor para mandar pra Júlia. Foi aí que percebeu que ele nem tinha o WhatsApp dela!Voltou a ligar.— Olha... me aceita no WhatsApp aí. Fica tranquila, não sou que nem o Lucas, tá
André assentiu sem hesitar: — Claro que sim, eu sempre mantenho contato com a Júlia, por quê?Bruno estreitou os olhos, como se pudesse enxergar até a alma dele: — Eu sei o que você quer saber. Seja o fato do André ainda falar com a Júlia ou de eu ter decidido ajudar hoje, você tem dúvida se nossa consideração por ela é por causa da sua ligação com ela ou porque realmente nos importamos com a Júlia em si.Bruno fez uma pausa, observando a reação de Rafael: — Posso responder com certeza: é pela Júlia. Não tem nada a ver com você. O André também deve pensar o mesmo.Rafael franziu a testa:— Por quê?Bruno soltou uma risada rápida: — Entre as pessoas, tudo é uma questão de troca, não é? A gente interage, cria uma história. Você acha que a Júlia passou esses seis anos com você como um fantasma? Nós nos encontramos ao menos duas ou três vezes por mês, e tivemos várias oportunidades de conviver com ela. Só para lembrar, André, se não me falha a memória, a Júlia já te ajudou a arruma
Maya se virou, e Viviane logo ergueu um sorriso: — Então, deixo o Rafael sob os cuidados seus. Estou exausta e vou dormir agora.Ela se afastou, saindo da cozinha. Maya ficou sem entender. Antes Viviane disputava para levar a sopa ao Rafael, e agora mudou assim de repente?Maya serviu metade da sopa numa tigela e a colocou na bandeja, levando-a diretamente ao quarto principal.Rafael não tinha bebido muito naquela noite, mas não tinha jantado, e o estômago começou a dar sinais de dor. Quando Maya apareceu com a sopa quente, ele não hesitou e tomou tudo de uma vez.Após sair do quarto com a bandeja, Maya lembrou-se de fechar a porta silenciosamente. Rafael, deitado na cama, fechou os olhos e esperou que o incômodo no estômago diminuísse. Não sabia quanto tempo tinha passado, mas sentiu que o estômago melhorara; no entanto, seu corpo estava cada vez mais quente. Quando decidiu levantar para ajustar o ar-condicionado, a porta do quarto foi aberta por alguém do lado de fora.Viviane entr
— Responde, foi ou não foi assim? — Disse Rafael.Viviane balançou a cabeça, desesperada: — Não… Eu… Eu não fiz isso… Rafael, você está me machucando…Rafael puxou a camisola dela com um sorriso de desprezo:— E então, como explica isso? Se nunca fez, por que parece tão… experiente?Desde o início, algo não soava certo. Naquela noite, ele jurava que estava com Júlia, abraçando e beijando-a. Como pôde acordar na manhã seguinte com Viviane? Na época, ele acreditou que fosse efeito da bebida, uma confusão de bêbado, mas agora percebia que tinha sido enganado! Rafael cerrou os dentes, o ódio queimando por dentro.— Você está testando minha paciência! — Disse Rafael, furioso, puxando Viviane do chão. — Sua desgraçada, sai da minha casa agora! Some da minha frente!A raiva lhe subiu à cabeça, e Rafael sentiu o calor aumentar. Um calor estranho, quase febril… Seu corpo vacilou, e ele engoliu seco, sentindo a garganta arder. Não era normal.De repente, a expressão dele endureceu, e ele a enca
Viviane ficou paralisada: — Você… Não está…?— O quê? Decepcionada? — Disse Rafael.Assim que Rafael percebeu algo estranho em seu corpo, ele correu para o banheiro e induziu o vômito. O calor que ainda sentia era apenas um leve resquício do efeito do medicamento.— Se você estava bem, por que fez aquele teatro todo agora há pouco? — Perguntou Viviane.Rafael sorriu de lado:— Para ver a expressão de alguém passando da esperança à decepção e, em seguida, ao desespero. É divertido, não acha?Viviane começou a tremer dos pés à cabeça.— Você realmente tem coragem, né? Dá para ver. Ousou me drogar… mas que pena. Coragem você tem, mas cérebro? Nenhum! Idiota! Maya! — Chamou Rafael em voz alta.— O que o senhor deseja? — Maya entrou prontamente ao receber o comando.Viviane, apressada, tentou vestir a camisola, mas, na afobação, mal conseguia colocá-la, desajeitada e humilhada.— Recolha as coisas dela e, em meia hora, quero ela e seus pertences fora daqui. Troque todas as senhas de acess
— Sim, senhor.De repente, Viviane ficou pálida e levou as mãos ao abdômen: — Ai… Minha barriga está doendo muito…Rafael continuou impassível. Ele não se moveu, e Maya, sem coragem, também permaneceu imóvel.Viviane deslizou para o chão, com o rosto coberto de suor frio. Tentou agarrar a barra da calça de Rafael, o olhar suplicante: — Rafael, me ajuda… ajuda nosso bebê. Dói tanto, eu juro…Maya, sem suportar a cena, murmurou: — Senhor, a Srta. Viviane não parece estar fingindo…A camisola leve de Viviane estava encharcada de suor, e seu rosto contorcido pela dor. Rafael, sem demonstrar nenhuma emoção, apenas disse antes de sair: — Faça o que quiser. Maya soltou um suspiro de frustração. Vida de empregada era um verdadeiro inferno!Às quatro da manhã, a ambulância chegou à mansão para levar Viviane ao hospital. E, por coincidência, a levaram para o mesmo hospital onde Fernanda estava internada.Logo cedo, Fernanda recebeu a ligação de Maya, que contou como Viviane havia feito u
— Como é que é? — Fernanda mal podia acreditar no que ouvia. — Você tem a coragem de me culpar por suas próprias escolhas? Continua falando besteira e eu arranco esse seu sorriso cínico com a unha!— Vem tentar! Se não me matar hoje, você perde. — Provocou Viviane, de olhos faiscando.Fernanda ficou tão irritada que começou a tremer: — Maya! Ligue para o Rafael e diga que venha para cá agora. Sem desculpas!— Sim, senhora!Depois de duas tentativas, Rafael finalmente atendeu. — O que é? — Perguntou ele, seco.— Mestre jovem, A Sra. Fernanda pediu que o senhor viesse ao hospital.— Sem chance.— Mas… a Sra. Fernanda e a Srta. Viviane estão brigando.Rafael deu de ombros: — Diga à Sra. Fernanda que foi ela quem insistiu para manter o bebê da Viviane. Então que lide com as consequências e pare de me incomodar.E Rafael desligou o telefone na cara dela. Maya tentou ligar de novo, mas a linha estava fora de serviço.— Senhora… O mestre jovem disse… — Hesitou Maya, mas acabou falando.
— A nossa linhagem agora só tem você e o Rafael de netos. Como vamos competir com as outras duas esposas do seu avô? Se o testamento dividir a herança por cabeça, certamente sairemos prejudicadas. Mas se o seu irmão ou você tiverem filhos, também teremos direito a uma parte. Como não posso contar com você, e a Viviane já tem um filho a caminho… é melhor aproveitar, não acha? — Continuou explicando Fernanda.Bianca finalmente entendeu:— Então é por isso? Agora faz sentido. Se o bebê da Viviane nascer bem, quanto exatamente a gente pode ganhar?Fernanda levantou uma mão.— Cinquenta milhões? — Perguntou Bianca.— Pense um pouco maior. — Respondeu Fernanda.— Não me diga que são… quinhentos milhões?Fernanda sorriu, e Bianca ficou boquiaberta. Do quarto, Viviane ouviu cada palavra. O isolamento acústico do quarto VIP era praticamente inútil. Ela passou a mão na barriga ainda plana, pensando nos quinhentos milhões… Quantia absurda de dinheiro!No estado em que Viviane estava, ficar no hos