José ajustou os óculos e disse:— A física nunca é instantânea, tem seu próprio ritmo e direção. Não dá para mudar só porque você quer parar.O responsável pelo homem riu sem graça:— Era só uma sugestão…Os dois se separaram, sem se entender. José se virou e viu Júlia sorrindo e acenando:— Quanto tempo, vizinho.Caminhando juntos para casa, Júlia evitou falar sobre o incidente, conversando sobre outras coisas.Ela disse:— Obrigada pela ajuda da última vez. Estou indo bem nos estudos.José não quis se gabar:— Você tem talento. Falou com a professora esses dias?Júlia respondeu com as mãos atrás das costas, chutando pequenas pedras:— Não, só por telefone. Ela está melhorando e deve voltar em breve.José assentiu:— Ótimo. Ela sempre foi dedicada, deve estar impaciente para voltar.À medida que escurecia, um ciclista passou oscilando. Júlia tropeçou numa pedra e quase se chocou com a bicicleta. José a segurou pelo pulso, a puxando para evitar o acidente.— Tudo bem? — O toque de Jos
Viviane desceu as escadas correndo e avistou o carro de Rafael estacionado na entrada da escola.Ele estava encostado no capô, vestindo uma camiseta branca com um casaco cinza-escuro e calças pretas. Parecia um universitário, jovem e cheio de energia, chamando a atenção de todos ao redor.Rafael olhou o relógio três vezes em três minutos. O combinado era às dez, e ela já estava atrasada.Ele pegou o celular e estava prestes a ligar para Viviane quando sentiu um perfume doce se aproximando.Viviane disse carinhosamente ao abraçar pelo pescoço:— Esperou muito?Rafael respondeu, com os olhos negros fixos nela e as mãos nos bolsos:— Você está atrasada.— Desculpa, prometo que da próxima vez serei pontual.Rafael não fez caso, e Viviane respirou aliviada.— Entra. — Rafael disse.Rafael sabia o que ela estava pensando, mas não queria perder tempo a comentar.Viviane entrou rapidamente no banco do passageiro e começou a falar sem parar. Rafael dirigia em silêncio, apenas respondendo por ve
Patrícia puxou Júlia pelo braço:— Vamos, vamos! Já fiz todo o planejamento, hoje vamos nos divertir muito!— Nossa... Mãe, me ajuda!Os gritos ecoavam ao redor por cinco minutos seguidos. Júlia massageava os ouvidos, que ainda zumbiam, enquanto olhava para Patrícia, que acabara de vomitar e estava pálida.Com uma expressão mista de diversão e preocupação, Júlia bateu levemente nas costas de Patrícia.Júlia perguntou com preocupação:— Melhorou agora?— Eu…Vendo que Patrícia estava prestes a vomitar de novo, Júlia rapidamente pegou alguns lenços e uma garrafa de água. Esperou pacientemente até que Patrícia terminasse de vomitar e lhe entregou a água. Após gargarejar e não vomitar mais, Patrícia parecia mais aliviada.Patrícia disse, limpando a boca e batendo no próprio peito:— Dizem que essa montanha-russa é o terror dos parques. Agora eu entendi o que é inferno na Terra.Júlia riu:— Quem foi que disse que queria desafiar os próprios limites? Você mesma procurou isso.Patrícia tinha
Depois do almoço, Patrícia comprou dois ingressos para o show de animais e quis levar Júlia para ver os golfinhos.Passando pela multidão, elas chegaram ao teatro de animais no sudoeste do parque. Com ar-condicionado, o lugar era um paraíso comparado ao calor lá fora.Júlia não estava muito interessada no show, mas Patrícia adorava golfinhos e pediu para ela tirar algumas fotos durante a interação. Contagiada pelo sorriso de Patrícia, Júlia também sorriu.Meia hora depois, o show terminou. Júlia entregou a bolsa para Patrícia, dizendo que precisava ir ao banheiro.Ao virar o corredor, Júlia viu Viviane lavando as mãos na pia.Ela hesitou, mas seguiu em frente, indo diretamente para uma cabine. Quando saiu, viu que Viviane ainda estava lá, esperando aparentemente por ela.Júlia a ignorou e começou a lavar as mãos com cuidado. O som da água correndo deixava o ambiente tenso.Quando levantou a cabeça, Júlia encontrou o olhar de Viviane, mas desviou rapidamente, como se fosse uma desconhec
— Podem entrar.O funcionário estava ao lado de uma cortina que se abria ao meio, deixando passar um vento frio que levantava um pedaço, revelando um corredor escuro.Gritos ocasionais podiam ser ouvidos lá de dentro. Patrícia engoliu em seco, segurando a mão de Júlia, e foi entrando aos poucos.Júlia quase teve que arrastar Patrícia para avançar. Vendo o medo dela, Júlia achou engraçado:— Nem pensar! Já estamos aqui!Essa frase sempre causa problema.Patrícia, embora estivesse morrendo de medo, fingiu ser corajosa e puxou Júlia para frente.De repente, um boneco assustador pulou na frente delas.Patrícia gritou:— Júlia, me salva!Rafael virou a cabeça de repente. Ele achou que tinha ouvido alguém chamando… Júlia?Mas ao procurar, não viu ninguém conhecido.Ele franziu a testa.Viviane estava ao lado dele, mas não percebeu. Com medo, ela segurou o braço de Rafael:— Rafa, estou com medo. Você me protege, por favor?Rafael olhou para trás e respondeu casualmente.Tudo estava muito esc
Logo, o espaço ao seu redor ficou vazio.Quando o alarme tocou, as luzes ficaram um pouco mais fortes. Júlia deu alguns passos e encontrou um mapa de saída. Ela conseguiu passar pela segunda fase e ouviu a multidão barulhenta mais adiante.Ela olhou para a direção do barulho, percebendo que o caminho estava bloqueado por muitas pessoas.Enquanto Júlia hesitava se devia se juntar à multidão, outra onda de gente a empurrou, e ela não podia escolher a sua própria direção.Alguém a empurrou para o lado e pisou em seu pé. Quando percebeu, ela estava contra uma parede áspera, com dor no peito.De repente, sentiu um olhar. Levantou os olhos e viu Rafael.Ele a olhava, preocupado e um pouco irritado.Então, ele não imaginou aquele ‘Júlia’ de antes.Pensando que ela ainda tinha tempo para brincar, ele achou que a vida pós-separação não estava nada ruim para ela.— Rafa? — Viviane puxou nervosamente o braço dele, olhando para Júlia com desconfiança.Júlia desviou o olhar, não querendo conversar
Nesse momento, um funcionário disse na entrada:— O problema na cablagem foi resolvido, por favor, saiam em ordem.Com alguém organizando, a confusão logo terminou.Júlia nem olhou para trás, saiu rapidamente. Rafael também se desvencilhou e a seguiu.Viviane mordeu o lábio:— Rafa, espera por mim!Na saída, Patrícia já estava esperando.Ao ouvir sobre a falha na cablagem e o risco de incêndio, ela pensou em Júlia. Quase entrou para a buscar, mas foi impedida.Felizmente, menos de meia hora depois, Júlia saiu sã e salva.Patrícia correu até ela:— Você está bem? Quando ouvi o alarme, quase morri de susto.— Estou bem, vamos embora.Depois de brincar um dia inteiro, ela estava realmente cansada.Patrícia concordou:— Então vamos… aquele não é o Rafael?Antes que ela terminasse, viu Rafael saindo com Viviane logo atrás.Patrícia continuou dizendo:— Como saímos para nos divertir e encontramos esse?Júlia olhou rapidamente e desviou:— Deixa para lá, foi só coincidência. Vamos embora!No
Rafael estava em um restaurante com Viviane, aproveitando um jantar à luz de velas, quando viu a mensagem. Seu rosto ficou sombrio na hora.Viviane notou a mudança de expressão e perguntou cautelosamente:— O que houve?Rafael segurou a irritação e não disse nada. Pegou o celular e respondeu:[O que eu tenho a ver com isso?]Lucas olhou para a tela, um sorriso enigmático nos lábios:[Parece que você e a Júlia terminaram de vez, né?]Rafael olhou para a mensagem, um pouco irritado, mas digitou com calma:[Sim, e daí?]Lucas respondeu com um símbolo de rendição:[Eu? Não tenho coragem de opinar]Lucas continuou:[Se outra pessoa quiser sair com a Júlia, você não vai ligar, né?]Bruno surgiu:[Vai tentar algo com ela, Lucas?] Lucas enviou um sim com uma expressão séria.André:[Hahaha]Bruno:[Você é corajoso]Ninguém realmente acreditou.Rafael respondeu sem se importar:[Tá bom, boa sorte então]Lucas guardou o celular, ficou satisfeito.Não sabia se Rafa