— Rose? - a voz de Brenda ecoou pelo banheiro me tirando do meu torpor. Terminei de me lavar e puxei a toalha que estava pendurada ali.
— Aqui amiga. - sorri fraquinho para ela colocando a cabeça para fora da cortina. Brenda estava com os olhos cheios de lagrimas e as mãos cobertas com minhas roupas.
— Aí, Rose. - ela deixou as roupas sob um banquinho que tinha ali e abriu a cortina me puxando para um abraço apertado. — Aí amiga, eu sinto tanto, tanto... Me desculpa por ter obrigado você a ir naquela brincadeira estupida. Me desculpa por ter deixado você descer lá sozinha. - seus braços me apertavam fortes, enquanto ela molhava meus ombros e fungava audivelmente.
—Bren, você não tem culpa. E no final foi bom eu ter ido sozinha, senão seriamos nos duas a ser castigadas.
— O que está acontecendo aqui? - a voz grossa de irmã Maria ecoou e seus olhos recaíram em mim amarrada a cadeira, com um pano na boca e depois em Linda, que colocou a faca em suas costas. — O que está acontecendo aqui? Expliquem-se! Laura tira esse pano da boca de Rosemary, por favor. - sua ordem ecoou como um rosnado. Ela se aproximou de Linda e tirou a faca de suas mãos com brutalidade. — Esperem! Ela está possuída. - Linda apontou seu longo dedo indicador em minha direção e eu gargalhei histericamente quando enfim estava sem o pano tampando minha boca. — Estão vendo?! — Eu estou rindo de você, sua ridícula! Me soltem, me soltem agora. - gritei me debatendo e sentindo meus pulsos serem machucados pelas cordas. — Eu juro que vou acabar com a sua raça Linda. — Estão vendo? Olhem o
— Fala baixo. - sibilei pra ele olhando ansiosamente para a porta e esperando em silencio para ver se alguém tinha nos escutado. — Ninguém vai nos escutar. A essa altura todos já devem estar no quarto se preparando para dormir. Inclusive a garota que tentou te matar... — Ela não tentou me matar... — Então quer dizer que ela não estava com uma faca nas mãos? Sua amiga estava mentindo então? - era tanta gente falando junto que eu não consegui notar Brenda ter falado que Linda estava com uma faca. — Me dê um bom motivo para não matá-la agora mesmo por ter encostado em você. — O que? - encarei seus olhos vermelhos que brilhavam em fúria e senti meu corpo congelar. — Não, espera! Não faz isso, por favor. - me aproximei segurando em sua
Ponto de Vista Narrador. Nathaniel abraçou o corpo de Rose na cama. Depois de lhe contar tudo que sabia a menina tinha caído no sono. Ela estava extremamente cansada e ele estava feliz por ainda poder velar o sono dela depois de te lhe revelado tudo, ou quase tudo. Deixaria para lhe contar amanhã que precisariam deixar o convento o quanto antes, agora que Lúcifer sabia dos dois. A maçaneta virando lentamente chamou sua atenção. Ele rapidamente sumiu da cama e apareceu do lado de fora do quarto dando de cara com uma garota alta e com os cabelos loiros. Ela ainda girou a maçaneta mais uma vez antes de se dar por vencida e sair resmungando. Nathaniel a seguiu pelo corredor, alguma coisa lhe dizia que aquela era a menina que tinha tentado fazer mau para Rose. Ele seguiu a garota em silencio até o banheiro e observou-a ir
— Nathaniel... - murmurei baixinho dando um passo em sua direção. Seu assobio parou e os olhos vermelhos apareceram como duas chamas na escuridão, me fitando atentamente. Parei para observa-lo, até que o vi estreitar os olhos e bufar. — Rose, aquela garota mereceu! Eu estava aqui, quieto no meu canto como sempre... - rolei os olhos ao escutar sua voz soar inocentemente. — Ela procurou. Ela veio aqui, nesse quarto, e tentou entrar. Ela iria tentar fazer alguma coisa com você! Não pode me culpar por dar o troco. - ele concluiu voltando a fechar os olhos e murmurar a canção que ele assobiava. — Por favor, não estraga esse meu momento satisfatório. - rolei os olhos ao ouvir aquilo e me aproximei da cama. — Chega para lá, vai. - resmunguei me sentando ao seu lado e sua risada ecoou baixinha. Nathaniel moveu o corpo um pouco pro lado e pass
Assim que Izobel nos dispensou do refeitório tratei de puxar Brenda pela mão. Teríamos que partir a qualquer momento e eu não queria simplesmente sumir sem dar uma explicação para minha amiga. Procurei chamar a atenção de Izobel e quando ela nos encarou olhei sugestivamente para ela. O pequeno aceno de cabeça dela me confirmou que ela tinha entendido, mesmo sem que eu dissesse uma única palavra. Continuei puxando Brenda pela mão até o quarto de Izobel. Eu tinha esquecido de lhe entregar as chaves e isso era uma tremenda sorte naquele momento. Empurrei Brenda para dentro do quarto e passei o trinco na porta, virando-me para ela com o coração aos pulos. Era agora. Brenda me encarava com os braços cruzados, e seus olhos azuis me avaliavam curiosamente. Senti o toque quente de Nathaniel na ponta de meus dedos e mordi o lábio inferior. Eu não sabia exatamente o que falar e principalmente eu
— Você roubou essas roupas? - pergunto assim que nossos olhos se encontram. A noite estava fria, o vento bagunçava meus cabelos e fazia com que a barra da minha camisola se movesse com brusquidão. — As suas sim. - deu de ombros se aproximando de mim e me estendendo uma calça jeans escura e um casaco grosso e preto. — Por mais que seja tarde, não quero correr o risco de sermos vistos. Então vamos tentar nos camuflar na escuridão. - sorriu colocando as mãos na barra da minha camisola. Levantei os braços e ele puxou-a pela minha cabeça. Seu olhar se direcionou por um momento para meus seios desnudos e depois se fixou entre minhas pernas, corei ao vê-lo sorrir de lado. Eu tinha certeza de que ele estava lembrando do episódio da calcinha. — Só checando. - murmurou piscando e eu tratei de vestir a calça e a blusa apressadamente, enquanto ele ria.
O som da campainha ecoou nos interrompendo os nossos planos de continuar a brincadeira no quarto. Nathaniel se secou rapidamente e vestiu a roupa que estava jogada na sala. Ele entregou minhas roupas e eu as vesti depois de me secar. Nathaniel esperou que eu estivesse devidamente vestida antes de abrir a porta. — O que faz aqui? - a voz dele ecoou da porta. Eu me encontrava parada próxima ao corredor do banheiro, não conseguia ver quem estava ali com Nathaniel. — Olá para você também. - a voz grave ecoou. Era uma voz masculina e o dono dela logo apareceu em meu campo de visão, pois adentrou a casa sem esperar por um convite. — Ora, ora... agora consigo entender o motivo de você ter desencadeado uma guerra. - seus olhos negros se detiveram em mim por um momento. — Atrapalho algo? - sua cabeça se inclinou para o lado e um sorriso um tan
— Mas... — E vocês vão partir daqui agora mesmo! Nathaniel, você entende a gravidade disso tudo, não entende?! Não podemos proteger mais a casa, como fizemos com a sua mãe, então vocês vão ter que se esconder e... — E a Brenda?! - interrompi ele com meu coração aos pulos. Eu estava completamente apavorada com o que poderia acontecer conosco, mas eu tinha metido minha amiga nisso. Ela tinha que ser prioridade. — Ela não faz parte disso, ela não escolheu isso. — Eu já disse que irei busca-la. Eu vou tomar conta dela. - prometeu me olhando e eu assenti depois de um tempo. Tentei explicar o mais detalhadamente como era minha amiga e onde ela dormia. — Nicholas... — Nathaniel, não te