Ponto de vista 3° pessoa
Com um suspiro resignado, Nathaniel e Rose se prepararam para partir. Cada um perdido em seus próprios pensamentos e medos. Não tinha mais para onde correr. Cada escolha, cada ação, os levara até aquele momento e agora precisavam encarar de frente. Era o tudo ou nada.
Rose se separou dos rapazes por um momento e subiu as escadas com o coração aos pulos. Ao chegar à frente da porta do quarto de Brenda, seu coração se apertou. Sua amiga ressonava tranquilamente em cima da grande cama. Seu pequeno corpo estava enrolado como um casulo no grosso lençol. Tão calma e completamente indefesa... Rose, pode sentir as lágrimas inundarem seus olhos e atrapalharem a visão que era Brenda dormindo. Podia ser a última vez que veria sua melhor amiga.
De r
Nathaniel segurou a mão morna de Rose. Estava soada, mas ela não estava tremendo. Ele não sabia em que momento sua garota tinha deixado de ficar apreensiva com o resultado da transformação, mas ali estava ela. Colocando seu medo de lado e aceitando seu destino. Se daria certo, eles não sabiam. Mas Rose tinha aceitado e ele iria fazer o mesmo. Nada iria separa-los. Nathaniel a puxou para seus braços e fechou os olhos, se concentrando e deixando que seus corpos se movessem no tempo. Era a primeira vez se teletransportarva com Rose. Não queria arriscar voar e ser emboscado pelos anjos. Ele não confiava nem um pouco em Miguel, então teria que arriscar se tele transportar. E ele tinha a vaga impressão de que Glinda garantiria que eles não tivessem problemas. Assim que seus pés tocaram a grama macia ele sorriu. Se
— Vamos Rose! Precisamos fazer alguma coisa divertida ou vamos morrer de tédio! - olhei para a menina de olhos azuis que estava na minha frente e rolei os olhos. Brenda tinha os lindos olhos azuis arregalados de excitação, enquanto sorria de lado e apertava minha mão, dando leves puxadas para irmos em direção a porta. — Brenda... - olhei ansiosa para a porta e depois para as quinze camas no quarto. Seis camas estavam desocupadas, quatro de suas respectivas donas se encontravam no porão nesse exato momento, e tinha nós duas, discutindo aos sussurros a minha ida para participar dessa estupidez. Não que eu estivesse com medo... Okay, talvez eu estivesse um pouco receosa, mas o que me segurava realmente dentro do quarto era a possibilidade de ser pega pela irmã Maria. Eu realmente não era fã de ficar ajoelhada no milho enquanto rezava incontáveis "Ave Maria's". — Eu realmente não acho uma b
Eu não entendia ainda como não conseguia gritar. O susto foi tão grande que o meio do meu peito estava doendo, mas por que eu ainda estava parada com a boca aberta olhando para aquilo que com toda certeza era um vulto preto no canto da parede? Por que o que quer que aquilo fosse não nos matou ainda? Ou me matou? Ou possuiu, sei lá... Conforme eu divagava eu sentia meu pânico crescer. Seja o que quer que aquilo fosse, estava claro que estava brincando comigo.— Rose, tudo bem? - meu corpo pulou automaticamente ao ouvir a voz de Rebecca. Não tinha percebido seus suaves roncos pararem e pior ainda, seu tronco se erguer da cama e sua mão acender a luz. Queria gritar para que ela não acendesse aquela luz, porém minha voz ainda estava presa na garganta e eu ainda tinha os olhos fixos naquela sombra que não pareci
Andei cautelosamente ao lado de Brenda enquanto íamos tomar o café da manhã, e depois todas nós limparíamos o refeitório. Quatro dias tinham se passado desde o dia em que fomos ao porão. Quatro dias em que eu tinha um visitante oculto em meu quarto, que eu tentava inutilmente me forçar a acreditar que era coisa da minha cabeça. Afinal, ele não fez nada com nenhuma de nós. E o fato de somente eu conseguir vê-lo, me fazia insistir nessa ideia de que eu o inventei.— Você está muito estranha! Por que exatamente está seguindo a Linda e a Laura? - a voz curiosa de Brenda ecoou e eu olhei para ela com a sobrancelha franzida.— O que? Eu não...— Rose, você fic
— Você vai me matar? - minha voz saiu em um sussurro. Incrivelmente eu não estava tão assustada quanto eu deveria estar. Meu coração ainda batia tão acelerado quanto as asas de um beija flor, mas eu acreditava profundamente que aquilo era uma reação a presença dele. Alguma coisa haver com o nosso corpo detectar o perigo, antes mesmo dos nossos olhos ou cérebro. Porque de uma coisa eu tinha a completa certeza, eu não estava tão assustada assim. E isso só confirmava o que Brenda me dizia sempre: Que eu não era uma pessoa normal.— O jure ainda não se decidiu quanto a isso. - embora eu não pudesse vê-lo, eu podia ouvir o toque de divertimento em sua voz. Ele estava querendo mexer comigo.— O que você
— Quem está aí? - a voz grossa de irmã Maria ecoou e eu senti meu coração falhar uma batida. Que flagra desgraçado! Eu podia sentir cada cédula do meu corpo travar.— Dela você tem medo?! - a voz de Nathaniel sendo sussurrada em meu ouvido me tirou do meu torpor e me lembrou que eu ainda tremia próximo a ele. — Inacreditável. - seu sussurro foi a única coisa que eu ouvi antes de olhar para trás e me deparar com irmã Maria segurando uma lanterna acesa e me olhando com fúria.— Rosemary! O que pensa que está fazendo fora de sua cama? - mesmo sua voz subindo algumas oitavas, irmã Maria ainda tinha a voz grossa como a de um fumante. Ela desceu as escadas tão rápido que eu me admirei que uma sen
Encarei o escuro do alto daquelas escadas. Meus joelhos e braços doíam muito, mas aquilo não era nada comparado a dor da humilhação de ter passado por aquilo. Abracei meus braços, sentindo a manga longa da minha camisola de algodão se grudar em meus ferimentos e dei o primeiro passo cuidadoso que me levaria para o final daquele lance de escadas. O ambiente estava quieto, calmo até. O único barulho que ecoava era dos suspiros trêmulos que eu dava ao tentar segurar o choro que insistia em tentar sair. Porém mais do que saber, eu podia sentir a presença dele ali. A presença, que eu sabia no fundo do meu ser, que nunca tinha abandonado o meu lado e viu cada agressão e humilhação que eu passei. Aquilo me deixava extremamente envergonhada.Sem que nenhum de nós dois dissesse al
Assim que Nathaniel saiu eu abracei meu corpo respirando profundamente. Eu não tinha ideia de como as coisas tinham acontecido tão rápido. Em uma hora eu estava extremamente assustada por ser observada por uma sombra negra e na outra minha sombra tinha um rosto extremamente belo e eu estava ficando caidinha por ele. Como isso aconteceu?!Nathaniel tinha um efeito sobre mim que eu não sabia explicar. Prova disso era meu corpo arrepiado sentindo falta do calor aconchegante que emanava do corpo dele. Droga, ele tinha acabado de sair e eu já o queria de volta. Eu realmente era estranha, como ele gostava de irritantemente me lembrar.Encostei meu corpo na mesa e fechei os olhos. Agora que ele não estava aqui eu conseguia sentir meu corpo protestar por estar tanto tempo acordado. E minha cabeça