Os olhos prateados do homem, não era nem o mais impressionante. Eram suas asas brancas que chamava toda a minha atenção para ele. Eram gigantes como as de Nathaniel, e lindas. Nunca, em toda minha vida, imaginei uma coisa daquelas. Ao mesmo tempo em que parecia ser macia, dava a impressão de que furaria minhas mãos como facas se eu as passasse ali.
O homem anjo era negro, seu rosto quadrado o deixava com uma aparência severa e mortal. Suas sobrancelhas grossas estavam franzidas em nossa direção e seus lábios generosos estavam comprimidos um contra o outro. Automaticamente eu tive a certeza de que definitivamente não queria conversar sozinha com ele. Tinha a impressão de que ele não era uma figura sarcástica ou amigável como Glinda e que na primeira oportunidade iria decepar minha cabeç
— Isso foi... - murmurei encarando o homem negro a minha frente. De repente ele não era tão bonito assim, pois eu sabia qual era sua verdadeira face. E aquela casca não chegava aos pés da verdadeira beleza de Miguel. — Cruel. - completei engolindo em seco e desviando meu olhar para Nathaniel que me encarava meio perplexo. — Isso não é uma verdadeira piada? Eu era um anjo. Cai ao cobiçar o amor e Deus em sua infinita misericórdia não deixou que eu me transformasse em demônio, mas permitiu que eu sofresse com mortes dolorosas sempre que eu estava prestes a descobrir o amor. - não consegui segurar o desprezo em minha voz ao deixar aquilo sair. Eu ainda conseguia sentir a dor das mortes em meu corpo. Porém, o rosnado que veio de Miguel me alertou que ele não gostou nem um pouco das minhas palavras. — Então... você que
Ponto de vista 3° pessoa Com um suspiro resignado, Nathaniel e Rose se prepararam para partir. Cada um perdido em seus próprios pensamentos e medos. Não tinha mais para onde correr. Cada escolha, cada ação, os levara até aquele momento e agora precisavam encarar de frente. Era o tudo ou nada. Rose se separou dos rapazes por um momento e subiu as escadas com o coração aos pulos. Ao chegar à frente da porta do quarto de Brenda, seu coração se apertou. Sua amiga ressonava tranquilamente em cima da grande cama. Seu pequeno corpo estava enrolado como um casulo no grosso lençol. Tão calma e completamente indefesa... Rose, pode sentir as lágrimas inundarem seus olhos e atrapalharem a visão que era Brenda dormindo. Podia ser a última vez que veria sua melhor amiga. De r
Nathaniel segurou a mão morna de Rose. Estava soada, mas ela não estava tremendo. Ele não sabia em que momento sua garota tinha deixado de ficar apreensiva com o resultado da transformação, mas ali estava ela. Colocando seu medo de lado e aceitando seu destino. Se daria certo, eles não sabiam. Mas Rose tinha aceitado e ele iria fazer o mesmo. Nada iria separa-los. Nathaniel a puxou para seus braços e fechou os olhos, se concentrando e deixando que seus corpos se movessem no tempo. Era a primeira vez se teletransportarva com Rose. Não queria arriscar voar e ser emboscado pelos anjos. Ele não confiava nem um pouco em Miguel, então teria que arriscar se tele transportar. E ele tinha a vaga impressão de que Glinda garantiria que eles não tivessem problemas. Assim que seus pés tocaram a grama macia ele sorriu. Se
— Vamos Rose! Precisamos fazer alguma coisa divertida ou vamos morrer de tédio! - olhei para a menina de olhos azuis que estava na minha frente e rolei os olhos. Brenda tinha os lindos olhos azuis arregalados de excitação, enquanto sorria de lado e apertava minha mão, dando leves puxadas para irmos em direção a porta. — Brenda... - olhei ansiosa para a porta e depois para as quinze camas no quarto. Seis camas estavam desocupadas, quatro de suas respectivas donas se encontravam no porão nesse exato momento, e tinha nós duas, discutindo aos sussurros a minha ida para participar dessa estupidez. Não que eu estivesse com medo... Okay, talvez eu estivesse um pouco receosa, mas o que me segurava realmente dentro do quarto era a possibilidade de ser pega pela irmã Maria. Eu realmente não era fã de ficar ajoelhada no milho enquanto rezava incontáveis "Ave Maria's". — Eu realmente não acho uma b
Eu não entendia ainda como não conseguia gritar. O susto foi tão grande que o meio do meu peito estava doendo, mas por que eu ainda estava parada com a boca aberta olhando para aquilo que com toda certeza era um vulto preto no canto da parede? Por que o que quer que aquilo fosse não nos matou ainda? Ou me matou? Ou possuiu, sei lá... Conforme eu divagava eu sentia meu pânico crescer. Seja o que quer que aquilo fosse, estava claro que estava brincando comigo.— Rose, tudo bem? - meu corpo pulou automaticamente ao ouvir a voz de Rebecca. Não tinha percebido seus suaves roncos pararem e pior ainda, seu tronco se erguer da cama e sua mão acender a luz. Queria gritar para que ela não acendesse aquela luz, porém minha voz ainda estava presa na garganta e eu ainda tinha os olhos fixos naquela sombra que não pareci
Andei cautelosamente ao lado de Brenda enquanto íamos tomar o café da manhã, e depois todas nós limparíamos o refeitório. Quatro dias tinham se passado desde o dia em que fomos ao porão. Quatro dias em que eu tinha um visitante oculto em meu quarto, que eu tentava inutilmente me forçar a acreditar que era coisa da minha cabeça. Afinal, ele não fez nada com nenhuma de nós. E o fato de somente eu conseguir vê-lo, me fazia insistir nessa ideia de que eu o inventei.— Você está muito estranha! Por que exatamente está seguindo a Linda e a Laura? - a voz curiosa de Brenda ecoou e eu olhei para ela com a sobrancelha franzida.— O que? Eu não...— Rose, você fic
— Você vai me matar? - minha voz saiu em um sussurro. Incrivelmente eu não estava tão assustada quanto eu deveria estar. Meu coração ainda batia tão acelerado quanto as asas de um beija flor, mas eu acreditava profundamente que aquilo era uma reação a presença dele. Alguma coisa haver com o nosso corpo detectar o perigo, antes mesmo dos nossos olhos ou cérebro. Porque de uma coisa eu tinha a completa certeza, eu não estava tão assustada assim. E isso só confirmava o que Brenda me dizia sempre: Que eu não era uma pessoa normal.— O jure ainda não se decidiu quanto a isso. - embora eu não pudesse vê-lo, eu podia ouvir o toque de divertimento em sua voz. Ele estava querendo mexer comigo.— O que você
— Quem está aí? - a voz grossa de irmã Maria ecoou e eu senti meu coração falhar uma batida. Que flagra desgraçado! Eu podia sentir cada cédula do meu corpo travar.— Dela você tem medo?! - a voz de Nathaniel sendo sussurrada em meu ouvido me tirou do meu torpor e me lembrou que eu ainda tremia próximo a ele. — Inacreditável. - seu sussurro foi a única coisa que eu ouvi antes de olhar para trás e me deparar com irmã Maria segurando uma lanterna acesa e me olhando com fúria.— Rosemary! O que pensa que está fazendo fora de sua cama? - mesmo sua voz subindo algumas oitavas, irmã Maria ainda tinha a voz grossa como a de um fumante. Ela desceu as escadas tão rápido que eu me admirei que uma sen