Meus últimos minutos para deixar algo a você, sinto por não ter sido presente, sinto tanto por não te ver crescer, e sinto mais ainda por que você talvez nunca saiba a verdade, se pudesse mudaria o que está prestes a acontecer, daria tudo para te ter em meus braços por uma última vez, ver seu lindo sorrisinho ao me olhar, eu deixaria tudo por você, mas já não tenho nada, tudo que posso te dar é a minha vida, e farei com de bom grado, para que você tenha uma vida boa, em meio aos mortais mas ainda assim boa, se um dia chegar a ler isso quero que saiba que te amo, e fiz o que fiz por você, e faria tudo novamente se significasse que te salvaria. Provavelmente se tornou a mulher que eu te criaria para ser, descubra suas raízes não desista, não desista de você, não desista do nosso povo, não desista de nós, lute por sua vida, e salve nossos reinos.
De: Mamãe, de algum lugar do seu ser.
Dedico essa obra a todos que amam a fantasia, buscam nela dispersar-se do mundo, que encontram refúgio na leitura, que identificam-se com personagens, dedico a quem lê, e vive esse mundo.Dedico em especial a minha querida irmã – Maria Clara – por acreditar nas minhas palavras, por me incentivar, por ler e ficar ansiosa comigo, por acompanhar cada novo capítulo, por sempre estar ao meu lado.Dedico também a minha namorada por sempre me apoiar e acreditar em mim mesmo quando eu não acredito, por estar comigo a cada momento a cada novidade, em todos os capítulos e surtos. Amo vocês.– Karoll
𝘒𝘩𝘪𝘰𝘯𝘦A troca de estações, algo que sempre amei, ver os últimos vestígios do verão dando lugar as brisas gélidas do outono, fazendo meus cabelos ruivos dançarem através do último raio de sol. Como se era costumeiro estava eu sentada a beira da sacada com um livro nas mãos, depois de um longo dia de trabalho esperava o telefonema diário de meu avô, as sete em ponto, sem acrescentar ou diminuir um minuto, aproximei-me do aparelho pois sabia que tocaria em breve, e como se era esperado o som agudo disparou em um rompante.— Olá vovô! - Exclamei com certa felicidade.— Olá minha querida, como está?— Bem, hoje pela manhã fui a uma entrevista no New York Times, estão precisando de uma editora nova pois a antiga se demitiu, talvez consiga essa vaga e saía daquela lanchonete, não que seja um trabalho indigno, muito pelo contrário, porém com o salário que ganho mal consigo pagar esse cubículo, não seria uma má ideia ganhar o triplo e me mudar para o centro. Ma
Um homem robusto com diversas cicatrizes por todo o rosto, de roupas esfrangalhadas olhava-me fixamente, de repente sinto algo emaranhado em meus pés, olhando para baixo vejo raízes brilhantes que aos poucos tomam conta de boa parte do meu corpo, e mesmo tentando retirá-las vejo que o esforço é inútil, me sinto tomada cada vez mais envolta por seu brilho e uma sensação de tranquilidade se instala por mim, fecho os olhos antes de ser coberta por completo, logo após sinto todas as raízes se desfazendo ao meu redor, retomo a visão e estou em um bosque, ou algum tipo de floresta, casas e mais casas podem ser vistas, uma redoma evolve toda a aparente cidade, ando alguns metros tentando entender o que está acontecendo e como cheguei ali, associo imediatamente toda essa situação ao meu visitante indesejado, mas não faz sentido, aliás não faz sentido alguma aquelas raízes em plena cidade também, nada tem o mínimo de nexo, até que um garoto alto e forte se aproxima de mim com um sorriso no r
𝘌𝘴𝘵𝘦𝘭𝘭𝘢Acordo desorientada, uma dor aguda lateja em minha cabeça, abro os olhos examinando meu corpo e o local ao redor, não me lembro de absolutamente nada, minha mente é uma completa escuridão, levanto-me da espécie de cama onde estou e quase desabo no chão, minhas pernas estão fracas, ao que parece estou deitada e desacordada a algum tempo. Ando lentamente até uma das portas e para minha surpresa está destrancada, passo por ela me deparando com um extenso corredor, tento me recordar de onde estou e de como cheguei aqui, mas novamente minhas memórias parecem um completo vazio, sigo em frente tentando achar uma saída, as janelas mostram-me que é noite, a luz do luar as atravessa fazendo com que eu enxergue ao menos dois metros a frente, vejo alguns corpos ao chão, ao que me parecem jovens, alguns com minha idade ou até menos, me pergunto o que aconteceu nesse local, chego mais perto dos cadáveres e algo me intriga, há cortes profundos na garganta de cada um, mas não a
— Nós? — Khione e eu rimos de sua afirmação.— Isso não tem a menor possibilidade de ser verdade, sabe disso não é mesmo?— Concordo com ela, você mesmo disse que o Arthur nunca havia levado uma humana em seu reino, exceto por mim.— Estella você não sabe ao menos de onde veio, como pode dizer que certamente não é uma de nós? Já você Khione, eu estava certo o Arthur nunca levou humanos até nosso reino, e pelo visto não começou com essa prática, sinto muito você não é da espécie que pensa.— Sinto lhe informar meu querido amigo de orelhas pontudas mas você está enganado.— Não confiam na minha palavra, isso era de se esperar, infelizmente não posso provar a vocês já que a base de informações de Elphia só registra os nascimentos nos seis reinos.— Muito convincente. — Digo debochando da situação.— Detesto ter que atrapalhar a conversa de vocês, mas chegamos a Cleveland, e já que nenhuma de vocês tem um celular, ali na frente podem usar a cabi
— Sem exageros Demir.— Arwen você conheceu a minha mãe, quando ela ainda estava grávida de mim.— De fato, mas Demir, já que estava com elas por que não as levou para a minha casa de uma vez?— Você me fez de guardião da Khione desde que ela nasceu, acha mesmo que eu iria deixá-la levar uma mulher desconhecida, que por acaso estava na floresta no meio da madrugada fugindo de um demônio para a casa de vocês? — Confesso, me senti ligeiramente ofendida.— Um motivo plausível.— Um instante, como se já não fosse suficiente vocês se conhecerem, o Demir foi feito meu guardião assim que nasci? Você tem muito a me explicar Arwen, muito.— Eu sempre disse para ele te contar, mas nunca me ouviu por ser esse ser extremamente teimoso.— Podemos viajar em silêncio? Quando chegarmos a Chicago explicarei tudo a você Khione.Estou começando a suspeitar que a minha companheira sabe tanto dela quanto eu sei sobre mim.O restante da vi
KhioneMeu coração palpitava cada vez mais rápido, a cada batida na porta, e em um piscar de olhos ela veio ao chão, dei um passo para trás recuando, procurando alguma possível saída.— Vocês teriam me poupado trabalho se tivessem aberto a primeira batida. — A voz feminina soava familiar, porém ainda não conseguia destinguir seus traços da escuridão noturna, até que um feixe de luar atingiu seu rosto, revelando sua identidade.— Você! Quase nós matou de susto, como se já não bastasse tudo que aconteceu hoje.— Como eu disse, poderiam simplesmente ter aberto a porta.— Você está ciente de tudo que houve? O Demir, Arwen? — Estella esbraveja as palavras.— Uma pergunta melhor a fazer, como nos encontrou? — Ela me olha com desprezo, como se acabasse de perguntar a coisa mais estúpida que já tivesse ouvido em toda sua vida. Ainda não consigo acreditar como em quarenta e oito horas descobri que meu avô não me contou a real verdade sobre nossa família, o
Adentro os portões avistando a bela e luminosa cidade, observo cada detalhe, as grandes construções. Uma estátua gigantesca encontra-se ao lado de uma escola, ou o que imagino ser uma, chego mais perto e vejo o nome Áster escrito em letras maiúsculas, passo minhas mãos pela estátua e sinto algo inexplicáveis, um aperto se instala em meu peito, como se soubesse quem ela é, apoio minha cabeça no topo dela e ouço uma voz chamar.— Uriel, procure Uriel. — Olho para trás mas nada encontro, vejo ao redor mas ainda assim não existe ninguém ali, e por algum motivo esse nome me soa familiar. Sigo até um dos anjos mais próximos, talvez Uriel seja um dos anjos deste lugar.— Emanuel? — Pergunto sem muita certeza, mas é o nome estampado em seu crachá - Acredito que seja um crachá.— Em que posso lhe ajudar? — Diz com um sorriso terno.— Uriel, ele é daqui? — Rapidamente seu sorriso se desfaz e um semblante sério toma conta.— Uriel? Os céus abrigam muitos anjos, se