Capítulo 3
Ofélia entrou na sala com a professora responsável, seu rosto carregando uma expressão fria e séria.

— Quem é Mariana?

Ela lançou um olhar afiado por toda a sala, e ninguém ousou dizer uma palavra.

Mariana, que estava sentada ao meu lado, franziu a testa, rapidamente digitou algo em seu celular que estava embaixo da mesa, e então se levantou com calma.

— Sou eu. E a senhora é?

Ofélia, com as sobrancelhas finas e compridas franzidas, examinou Mariana de cima a baixo.

O rosto de Mariana começou a corar, e ela parecia um pouco perdida.

— Então é você, que está namorando meu filho todo dia e o levando para se meter em confusão?

Mariana instintivamente quis negar, mas antes que pudesse falar, Ofélia lhe deu um tapa.

— Essas suas manhas eu sugiro que você guarde, comigo não funcionam. Você acha que eu não sei quais são seus planos?

— Tão jovem, mas com tantas artimanhas!

O rosto bonito e marcante de Mariana ficou com a marca vermelha dos cinco dedos.

Ela olhou incrédula para Ofélia e gritou: — Sua velha bruxa, com que direito você me bate?

Ofélia sorriu friamente e disse: — Porque você, tão nova, não quer aprender o que é certo, e está intencionalmente seduzindo meu filho. Meu filho, um garoto tão obediente e gentil, agora está fumando, bebendo, brigando e desrespeitando os pais por sua causa. Se você quer se perder, se perca sozinha, por que arrastar meu filho junto?

Na escola, Mariana sempre foi o centro das atenções, e ouvir Ofélia usar palavras como 'seduzir' a deixou com o orgulho ferido.

— Obediente? Ah, velha bruxa, Rodrigo é uma pessoa, e uma pessoa com pensamentos próprios. E você usa 'obediente', uma palavra que se aplica a cachorros, para descrevê-lo.

Mariana tentou argumentar de maneira teimosa.

Ofélia ficou tão irritada que o peito subia e descia, e ela começou a puxar o cabelo de Mariana.

— Meu filho eu educo como eu quiser, não é da sua conta.

Rodrigo finalmente chegou.

Ele afastou Ofélia e protegeu Mariana atrás de si.

A professora finalmente conseguiu segurar Ofélia, ofegante.

— Mãe, o que você está fazendo? Fui eu quem quis ficar com a Mariana, se quer bater, bata em mim.

— Sair do campeonato foi uma escolha minha, não tem nada a ver com a Mariana.

Ofélia jamais esperava que seu filho, tão obediente e sensato, a desafiaria publicamente por causa de uma garota com intenções tão claras.

Ela tremia de raiva, seu corpo balançou, e a professora rapidamente a segurou.

— Mãe...

Rodrigo também não esperava que sua mãe ficasse tão abalada por sua causa, e ao ver Ofélia cambaleante, chamou por ela preocupado.

— Não me chame de mãe, não tenho um filho tão desobediente e ingrato.— Ofélia deu um tapa em Rodrigo!

Ela apontou para mim, que estava no meio da multidão: — Se você quer namorar, eu e seu pai não vamos impedir, mas pelo menos escolha uma garota boa como a Yolanda. Você sabe, abra os olhos e veja que tipo de pessoa horrível é essa. Você quer nos matar de desgosto?

Fui pega de surpresa ao ser mencionada e fiquei paralisada.

Isso não aconteceu na vida passada.

Ofélia nunca tinha ido à escola, mesmo depois de saber sobre o relacionamento precoce de Rodrigo e Mariana.

Eles optaram por enviar Rodrigo discretamente para o exterior, cortando à força qualquer ligação entre eles.

Nesta vida, não sei o que aconteceu no meio do caminho, mas Ofélia se tornou tão radical a ponto de nos constranger publicamente.

Como Ofélia mencionou meu nome, todos os olhares se voltaram para mim.

Mariana parecia ter percebido algo e, de repente, me lançou um olhar furioso, gritando:

— Yolanda, foi você! Você que dedurou!

— Você me prometeu que não contaria a ninguém. Por que fez isso? O que você ganha com isso?

O olhar de Rodrigo também carregava desconfiança e irritação.

Sem saber o que dizer, cocei o nariz.

Rodrigo, com seu coração de manteiga, provavelmente acreditou nela.

Meu Deus, nesta vida, para respeitar melhor o destino dele, eu não revelei uma única palavra.

Mesmo assim, algo deu errado, e fui culpada.

Dei de ombros: — Não tenho nada a ver com isso. Eu disse que não me meteria nos assuntos de vocês e cumpri minha promessa. Se vocês ainda querem brigar, podem ir lá fora? Aqui, vocês estão atrapalhando os colegas que estão estudando para as provas. E, por favor, senhora, esclareça que eu não lhe contei nada.

No entanto, Mariana estava convencida de que eu era a culpada.

— Chega, não briguem mais, fui eu que contei à Sra. Zamith.

A professora entrou na sala, massageando as têmporas.

— Todos acalmem-se. Se tiverem algo a discutir, vamos para o meu escritório. Não atrapalhem os outros alunos aqui.

Seguimos a professora até seu escritório. Era horário de aula, então não havia ninguém lá.

Ofélia sentou-se, puxada pela professora, e lançou um olhar gelado para Rodrigo: — Se não fosse a sua professora me contar, até quando você pretendia esconder isso de mim?

— Você fez tudo isso pelas minhas costas. Como pretende explicar isso para mim e para o seu pai?

— Calma, fale com o garoto com tranquilidade. — Disse a professora, servindo uma xícara de café para Ofélia e dando um tapinha em sua mão.

A professora e Ofélia eram amigos de longa data, e graças à intervenção dele, Ofélia conseguiu segurar a raiva.

Com a confirmação de Ofélia e da professora de que a informação não veio de mim, finalmente me livrei das suspeitas.

— Já que não tenho mais nada a ver com isso, vou voltar para a sala. Ainda tenho muitos exercícios para fazer.

Com o vestibular se aproximando, precisava aproveitar cada minuto disponível.

Mas subestimei a rapidez com que as notícias se espalham na escola.

O caso se tornou praticamente conhecido por todos.

Namoros na escola não eram novidade, e já havia pais que haviam ido à escola por causa disso.

Mas nunca houve uma situação que chamasse tanta atenção.

Dizem que, naquele dia, Ofélia deu duas opções a eles.

Ou Rodrigo ia estudar no exterior, ou Mariana mudava de escola.

Mariana acreditava que, com sua beleza e charme, poderia entrar facilmente em qualquer escola de artes, por isso se sentia livre para namorar Rodrigo sem preocupações.

Ela, obviamente, não estava disposta a mudar de escola por Rodrigo, pois não o amava tanto assim.

Com os olhos vermelhos, Mariana se refugiou, chorosa, atrás de Rodrigo.

— Não se preocupe, Mariana, eu vou te proteger.

Rodrigo provavelmente achava que tinha causado problemas para Mariana, fazendo com que ela fosse humilhada pela mãe dele.

Após ser levado para casa por Ofélia, Rodrigo teve uma briga intensa com ela.

Para mostrar sua determinação em ficar com Mariana, ele quebrou seu precioso cavalete de pintura e até fez greve de fome como protesto.

Foi uma semana depois que vi Rodrigo novamente.

Naquele dia, o sol apareceu pela primeira vez em dois meses.

Por acaso, vi Rodrigo sentado à janela, pintando.

Desde que começou a namorar Mariana, ele raramente pegava nos pincéis.

Uma pintura mal começava a ganhar forma, e ele já deixava o pincel de lado.

No meio da noite, o som estridente de uma ambulância cortou o silêncio.

Meus pais, ao ouvirem o barulho, rapidamente vestiram os casacos e correram para o lado para ajudar.

Virão Wilson saindo às pressas com Rodrigo nas costas, enquanto Ofélia chorava desesperadamente atrás.

O braço direito de Rodrigo estava pendurado na frente de Wilson, e o sangue gotejava continuamente.

— Leva ele logo para a ambulância, Wilson, vou te ajudar.

Meu pai correu para apoiar Wilson, enquanto ele carregava o filho semiconsciente, caminhando rapidamente em direção à ambulância.

Rodrigo, com o rosto pálido, apoiava-se no ombro do pai, com um sorriso de satisfação nos olhos.

Ao passar por mim, ele murmurou com um leve sorriso.

— Nesta vida, vou viver por Mariana, Yolanda, não me atrapalhe, ou você sabe qual será o seu destino.

Naquele instante, senti como se um balde de água gelada tivesse sido despejado sobre mim, me deixando paralisada de frio.

Os tendões do braço de Rodrigo haviam sido cortados. Embora o resgate tenha sido rápido e sua vida não estivesse em risco, sua mão estava inutilizada.

Wilson e Ofélia não tiveram escolha a não ser aceitar que os dois ficassem juntos.

Rodrigo nunca mais poderia pegar em um pincel.

Mas ele não se importava nem um pouco.

Quando alguém perguntava, ele exibia orgulhosamente a longa cicatriz em seu pulso, dizendo com vaidade.

— Essa é a prova do meu amor por Mariana, essa é a minha juventude!

Mas só eu sabia que aquelas mãos eram capazes de criar obras de arte únicas.

Ele poderia estar em um templo de arte, desfrutando dos olhares invejosos de todos.

Depois daquela briga, Mariana mudou-se para o assento mais distante de mim.

Eles estavam juntos, assumidamente.

Ouvi dizer que tiveram algumas brigas e separações, mas Rodrigo sempre a trazia de volta com jeitinho.

E Mariana, assumia sem rodeios o papel de nora da Família Dantas.

Depois de testemunhar as joias e o luxo de Ofélia, ela não estava satisfeita com sua vida simples e frequentemente pedia presentes caros a Rodrigo, que um estudante não poderia bancar.

Mas Rodrigo insistia em ficar com ela, e, decepcionados, Wilson e Ofélia cortaram a mesada dele.

Rodrigo já havia se mudado de casa e estava morando com Mariana em um apartamento alugado fora do campus.

Felizmente, Rodrigo havia participado de várias competições ao longo dos anos, ganhando prêmios em dinheiro.

Além disso, os presentes em dinheiro dados por parentes em datas comemorativas ajudavam, e por enquanto, eles estavam vivendo confortavelmente.
Sigue leyendo este libro gratis
Escanea el código para descargar la APP

Capítulos relacionados

Último capítulo

Explora y lee buenas novelas sin costo
Miles de novelas gratis en BueNovela. ¡Descarga y lee en cualquier momento!
Lee libros gratis en la app
Escanea el código para leer en la APP