Eu estava me sentindo uma bola, finalmente tinha chegado ao oitavo mês de gestação e não via a hora de ter meus bebês aqui com a gente, em parte porque queria muito me livrar de todo aquele inchaço, mas todo o resto era porque estava louca para conhecer meus filhos.As coisas na minha vida estavam bem até de mais, Jack quis que eu parasse um pouco de trabalhar, não me queria cansada, mas se eu tinha aprendido uma coisa no meu último casamento é que não ia voltar a depender do dinheiro de ninguém.Não que estivesse algum plano de conseguir fugir do motoqueiro safado, ele não me deixaria ir até outra cidade sem ele, que dirá terminar nosso relacionamento. E não era o que eu queria, eu o amava de mais para querer ir para longe.Mas eu continuava a fugir de casamento com ele, já éramos casados por nós dois, mas Jack tinha essa ideia fixa de casar sério, de fazer uma cerimônia e que eu levasse seu nome. Aposto que qualquer mulher no meu lugar estaria pulando de alegria, mas depois de dois
Quando dei um passo para dentro levei as mãos a boca e senti meus olhos se arregalaram tanto que pareciam que iam sair das orbitas.As lágrimas transbordaram antes que eu conseguisse controlar, o quarto antes sujo e escuro agora estava limpo, iluminado e pintado.As paredes foram pintadas de um tom claro de bege e o teto de um azul claro com nuvens pintadas. O berço duplo estava em uma parede e em frente a janela tinha uma poltrona com um enorme tapete felpudo foi colocado no chão, do outro lado estava um sofá pequeno e todo o chão foi coberto com emborrachado.— Ai meu Deus. Como... como ele... Jack fez isso? — perguntei gaguejando em choque com aquilo tudo.Jack tinha tirado as suas lembranças, desfez o seu mausoléu, sumiu com todas as coisas que o lembravam da vida com Isabella e transformou em um quarto para os nossos filhos. Eu estava em perplexa, não conseguia dizer o quanto tinha adorado tudo aquilo.— Jack, Sean, o grupo todo de motoqueiros, o pai da Isabella... Meu Deus são m
Um ano depoisAcordei e continuei com os olhos fechados, tinha uma leve noção de estar dormindo por muito tempo, mas ainda não estava pronto para acordar. Levei minha mão ao lado, esticando meu braço e preocupando em volta qualquer sinal da minha mulher na cama, mas não encontrei nada.Me virei espreguiçando e abri as persianas blackout, tinha sido sem dúvidas uma das melhores aquisições, só assim conseguíamos um pouco de privacidade, isso e as paredes anti ruídos, com as crianças era essencial.— Papa, papa! — ouvi os gritinhos dos meus bebês seguido de pesinhos correndo no piso de madeira.— Bom dia meus amores, sem correr por aí! — reclamei me sentando na cama, bem a tempo que eles invadissem o quarto correndo até a cama.Stephan e Stela ainda não conseguiam subir na nos cama, mas desde que deram os primeiros passos era difícil mantê-los parados. Me curvei os pegando e colocando ao meu lado na cama.Esse último ano tinha sido o mais feliz da minha vida sem dúvida alguma, não mudari
— Você sabe que eu te amo, não sabe? — Paulo me olhou com um sorriso doce nos lábios, o mesmo sorriso que tinha me ganhado quando nos conhecemos. — Eu também te amo. — abracei seu corpo, aconchegando a cabeça no seu peito. — Quero te fazer um pedido, sobre a gravidez. — esperei que ele continuasse a falar. — O que acha de adiarmos por alguns anos essa ideia e agora vamos focar em nós? Me sentei apressada, querendo entender o que ele tinha dito de verdade, porque ele não podia estar falando sério. — O que você está falando? Não tem como adiar a “ideia” quando eu já estou grávida de dois meses! — Você pode fazer um aborto querida. Sabe quantos planos eu tinha para nós? Temos tanto que viajar, tanta coisa pra fazer, essa não é a hora de ter um bebê. — Não é a hora? Não é a hora? Devia ter pensado nisso antes de transarmos sem camisinha quando eu estava tomando aqueles antibióticos e te avisei que o anticoncepcional não funcionaria! Eu avisei e você falou o que Paulo? Você disse qu
Sabe aquelas decisões que marcam nossas vidas para sempre? Eu tinha tomado uma dessas, precisei largar meu marido e ir morar com minha melhor amiga em uma cidadezinha perdida no mapa. Estava começando a acreditar que o amor não era para mim, meu segundo casamento e estava acabado assim como o primeiro. Bruno foi meu primeiro amor, namoramos na escola, ele foi meu primeiro homem e nos casamos assim que acabei o ensino médio. Mas as coisas ficaram ruins, rápido de mais. Depois de alguns anos eu conheci Paulo, mais novo que eu e me fez cair de amores por ele rapidamente, não nos desgrudávamos, o homem era maravilhoso em todas as áreas da vida. Mas quando descobri a gravidez alguns meses atrás ele surtou, disse que não estava pronto para ser pai e que tinha outros planos para nós dois, me implorou que eu fizesse um aborto e quando me neguei ele alertou que não estaria lá para cumprir seu papel. Eu tinha deixado meu emprego como paisagista, entrado na merda da ideia dele de ficar em ca
O sol já estava alto quando levantei da cama, fiz meu ritual habitual, banho, momento de contemplação, café e oficina. Eu já tinha acostumado com meus dias sendo sempre iguais, eu fazia as mesmas coisas e não tinha do que reclamar, minha vida era calma finalmente e eu estava feliz com isso. Mas hoje quando sai de casa e soltei uma gracinha, jurando que a mulher que vi de relance no quintal vizinho era Julia, meu mundo foi abalado. Os cabelos castanhos, ondulados, brilhavam ao sol, assim como seus olhos claros, isso me fez perder um minuto observando ela, que parecia até mesmo uma miragem. Julia tinha me dito que uma amiga viria morar com ela por esses dias, mas tinha esquecido de mencionar que a mulher era terrivelmente gata. A pele branca marcada pelas sardas em evidência, principalmente quando ela ficou irritada com meu comentário. Agora quando a mulher se virou completamente em minha direção foi realmente covardia, não sei se encarei mais sua comissão de frente ou de trás, porqu
Eu deitei querendo dormir como pedra aquela noite, mas não pude negar que meus pensamentos ficaram vagando para o vizinho safado dela. Jack era lindo, mas não era isso que chamava minha atenção, ele tinha uma áurea de mistério, algo muito bem escondido. Aquelas tatuagens que se perdiam onde começava sua jaqueta, mas que de certa forma eu sabia que havia uma infinidade delas debaixo de suas roupas. Meu corpo se esquentava apenas em pensar em como deveria ser o corpo dele pelado e repleto de desenhos, padrões e cores. Mas me repreendi por isso, não devia ficar fantasiando com homens a essa altura da vida, foi por causa disso que acabei onde estou hoje, grávida, desempregada e sozinha. A única coisa que eu não me arrependia era de ter meu filho, sempre sonhei em ser mãe e nenhum macho babaca me tiraria o prazer disso. Continuei com os pensamentos incessantes, parecia que a madrugada era o melhor horário para se pensar sobre a vida e os problemas, porque eu simplesmente não conseguia d
Eu deveria me afastar, deveria ter feito o que falei para Julia e me manter distante, apenas cuidando dela de longe. Mas ali estava eu, com a mão estendida esperando que ela aceitasse meu convite para almoçar. Alicia parecia relutar, um briga interna acontecia, dava para notar pelo seu olhar. Mas o lado perverso dela deve ter ganhado, porque ela deslizou a mão delicada e macia sobre a minha e eu senti uma corrente atingir meu corpo. Seus olhos se arregalaram levemente e isso me deu a confirmação de que não fui o único a sentir, ela começou a recuar com a mão, mas fui mais rápido e segurei firme em seus dedos. Ela não ia escapar tão fácil assim. — Vem, vamos almoçar. — fiz minha melhor expressão de quem não sabia o que estava acontecendo e a puxei comigo. O restaurante Casa di Nonna era o melhor daqui, eu torcia para que Alicia gostasse de comida italiana. Andamos em silêncio até o fim da rua e eu apontei o lugar para que ela entrasse na frente, depois que escolhemos uma mesa eu p