Eu deveria me afastar, deveria ter feito o que falei para Julia e me manter distante, apenas cuidando dela de longe. Mas ali estava eu, com a mão estendida esperando que ela aceitasse meu convite para almoçar.
Alicia parecia relutar, um briga interna acontecia, dava para notar pelo seu olhar. Mas o lado perverso dela deve ter ganhado, porque ela deslizou a mão delicada e macia sobre a minha e eu senti uma corrente atingir meu corpo.
Seus olhos se arregalaram levemente e isso me deu a confirmação de que não fui o único a sentir, ela começou a recuar com a mão, mas fui mais rápido e segurei firme em seus dedos. Ela não ia escapar tão fácil assim.
— Vem, vamos almoçar. — fiz minha melhor expressão de quem não sabia o que estava acontecendo e a puxei comigo.
O restaurante Casa di Nonna era o melhor daqui, eu torcia para que Alicia gostasse de comida italiana.
Andamos em silêncio até o fim da rua e eu apontei o lugar para que ela entrasse na frente, depois que escolhemos uma mesa eu puxei a cadeira ajudando ela a se sentar, mesmo que parecesse estar travada perto de mim e não como costumava ser briguenta e afrontosa.
Eu deveria agradecer por isso, porque seu lado altivo só me deixava ainda mais excitado, com ela em silêncio, parecendo envergonhada, eu podia ao menos observá-la melhor.
— Boa tarde. — Erick, o garçom e meu amigo nos cumprimentou entregando o cardápio.
— E ai cara, qual o prato do dia? Ouvi que tem aquela lasanha maravilhosa hoje.
— Tem e não é porque é minha chefe, mas Nonna caprichou. — Nonna não era o nome verdadeiro da cozinheira de mão cheia, mas começamos a chamá-la assim e acabou pegando.
— A lasanha daqui é maravilhosa, precisa provar. — Alicia parecia indecisa com o que pedir, olhando o cardápio de um lado ao outro. — Se não gostar de massa eles tem outros pratos. — ela acenou concordando e suspirou ao fechar o cardápio.
— Pode ser a lasanha, está ótimo. — ela disso, mas não parecia muito animada com isso.
— Duas lasanhas então. — Erick se afastou com nossos pedidos e eu me dei mais tempo para encarar a mulher a minha frente.
Ela não queria a lasanha, mesmo assim aceitou minha sugestão por quê? Será que estava de dieta? Ou era algum desejo de grávida?
— Você está com cara de quem queria comer outra coisa. — murmurei tentando puxar assunto. — Se quiser podemos cancelar e pedir outra coisa.
— Não, não é isso.
— Queria uma salada? Ou algum desejo esquisito? — perguntei e ela deu um sorriso fofo pela primeira vez desde que a conheci.
— Sabe que eu não sou o tipo que vive de salada, não é? Meu corpo já fala por si só. E não tive nenhum desejo de grávida ainda. — então ela suspirou deixando os ombros caírem e encarou seus dedos antes de sussurrar. — Eu não deveria esta gastando, ao menos enquanto não arrumar um emprego.
Ahh era esse o motivo então, ela estava achando que eu a deixaria pagar.
— Mesmo que você tivesse um milhão, eu não te deixaria pagar, afinal fui eu quem chamou — ela me olhou por entre os cílios, parecendo sem graça por ter de assumir isso. — Pensando bem se você fosse milionária teria que pagar sim.
Seu sorriso tímido apareceu e eu já fiquei mais aliviado.
— Você parece ser uma pessoa legal, dá pra ver porque a Julia gosta de você.
— Ela não gosta de mim, só me tolera porque sou o único vizinho legal que ela tem. — Menti, pois todos ali na nossa vizinhança eram ótimos, mas isso arrancou uma risadinha dela, então valeu a pena.
— Deve achar ridículo, uma mulher na minha idade, sem casa, carro, emprego ou qualquer dinheiro para se manter...
— Deixe eu interrompe-la bem ai, não acho ridículo e se achasse você deveria me mandar se foder, pois ninguém tem que dar opiniões sobre a vida do outro.
Essa era a verdade, eu já tinha estado ruim na vida, mal a ponto de não ter nada para comer e se aprendi uma coisa com tudo isso é que não devemos julgar ninguém.
Alicia mordeu os lábios e seus olhos ficaram marejados, caramba não queria que ela chorasse, eu era péssimo para lidar com isso, muito menos antes de comer.
— Eu tive um mau casamento... na verdade dois, mas o que me ferrou mesmo foi esse último, que me fez abrir mão de tudo o que me dava independência, apenas para me abandonar quando me recusei a fazer um aborto.
Fiquei calado, tentando assimilar o que ela tinha dito, só tentando mesmo, porque nem se o inferno congelasse eu conseguiria assimilar. Então fui salvo pelo gongo quando nossa comida chegou, graças aos céus porque se eu abrisse a boca agora sairia uma enxurrada de xingamentos.
Julia devia ter me avisado sobre isso, sobre tudo o que a amiga estava passando, além de dizer que uma amiga estava vindo morar com ela, ela só falou que Alicia estava grávida e que estava fugindo de homens.
Comecei a devorar minha comida, Nonna como sempre não decepcionava, a lasanha estava dos deuses. Mas um som me fez calar meus pensamentos e me forçou a olhar para a mulher a minha frente.
Alicia tinha os olhos fechados, enquanto mastigava a garfada que deu, soltando pequenos sons de prazer que me fizeram ter uma porção de pensamentos indecentes.
— Vejo que sua amiga também adorou. — me virei para o lado, notando Erick ainda parado, babando nela.
Era difícil resistir, eu sabia disso, não fazia nem uma semana e já era um verdadeiro martírio ter que olhar para ela sem poder tocá-la e fazê-la gritar de prazer.
— Vaza Erick. — resmunguei e ele saiu, não antes de se tocar que estava encarando-a por tempo de mais.
— Isso aqui sem duvida é a melhor lasanha que eu já comi, sem brincadeira nenhuma isso tá uma delícia! — ela finalmente abriu os olhos e voltou a comer. Enquanto eu? Eu estava sem saber o que falar sobre ela e todas as sensações que ela estava me causando.
— Eu avisei. — foi tudo o que murmurei antes de atacar a minha.
Nosso almoço seguiu assim, não conversamos mais sobre os problemas da vida, apenas falamos da comida e de como a vida ali era pacata. E eu agradeci por isso, não sabia se conseguiria me manter calmo se ela voltasse a falar do ex de merda.
Me ofereci para levá-la em casa, mas ela insistiu que andar era bom para ela e para o bebê e eu até fiquei aliviado que ela tivesse escolhido ir de pé, pois tinha certeza que seria uma viagem de pau duro, enquanto suas pernas estivessem em volta do meu quadril e eu sentindo seus seios apertados contra minhas costas.
— Obrigada de verdade pelo almoço. — agradeceu pelo que deveria ser a decima vez, enquanto caminhávamos para fora do restaurante. — Se eu puder agradecer de alguma forma é só me dizer.
— Você pode me agradecer indo pra minha casa e me esperando nua na cama, porque eu pretendo fazer você gemer meu nome várias vezes essa noite.
Isso era o que eu queria ter dito, mas tudo o que respondi foi.
— Não tem nada que agradecer, foi um prazer. — acenei pra ela me afastando, querendo colocar uma certa distância entre nossos corpos. — Nos vemos a noite.
Ela acenou um tchauzinho e seguiu na direção oposta, eu tentei não ser um cafajeste, mas foi mais forte do que eu e precisei me virar para ver o rebolado daquele quadril naquele vestido florido.
Alicia, Alicia... se você fosse minha, mesmo que por uma noite, ia deixar esse traseiro dolorido com minhas estocadas e t***s.
As coisas estavam ficando cada dia mais complicadas, eu precisava começar a fazer o pré-natal e não tinha um convenio mais, o dinheiro estava quase acabando e não tinha nem ideia de quando poderia arrumar um emprego. Isso sem falar do vizinho irritantemente sexy, que agora perturbava meus sonhos. Jack não tinha se contentado em ser apenas o vizinho safado, agora habitava em meus sonhos. Meu único refúgio, o lugar onde eu podia esquecer toda essa bagunça da minha vida, era na internet, estava criando o habito de postar coisas do meu dia a dia no instagram, não era nada agitado, mas de uma forma estranha eu estava ganhando seguidores. Como aquilo me mantinha longe de pensar besteiras eu estava unindo o útil ao agradável. Mas eu precisava reagir, estava na hora de fazer algo e retomar as rédeas da minha vida. Começando por achar um hospital. Julia tinha levado o carro para o trabalho, então eu decidi andar até o centro novamente, apenas com o GPS me mostrando o caminho até lá. Eu se
A última coisa que imaginei quando levantei da cama essa manhã, era que aquela beleza de mulher entraria na minha oficina hoje, pior ainda que eu iria estar em um hospital, esperando com ela a consulta com a ginecologista. Mas ali estava eu, sentado na sala de espera gelada, com aquele cheiro horroroso de hospital que me dava calafrios. Sempre odiei hospitais, mas não ia deixá-la ir sozinha em uma consulta tão importante. Julia com certeza não sabia o que a amiga tinha ido fazer sozinha, do contrário teria mandado Levi se foder e faltado ao trabalho. A atendente foi gentil, mas isso não era novidade em Santa Maria. Aparentemente a ginecologista estava com horário vago hoje e ela conseguiu encaixá-la, era bom que eu estivesse aqui, do contrário Alicia estaria fazendo sua primeira consulta sozinha. Após alguns minutos de espera finalmente nos levaram para a sala, ela conversou com a doutora, falou tudo sobre como descobriu a gestação, respondeu a uma série de perguntas, algumas um t
Eu ainda estava em estado de choque, gêmeos era a última noticia que eu esperava receber a essa altura do campeonato. Se meu estado de mãe solteira, desempregada e sem um tostão no bolso, já era preocupante para um filho, imagine agora que descobri que são dois. Julia estava tentando me fazer ver pelo lado bom e eu agradecia a ela, tinha certeza que Jack havia ligado pra ela assim que chegamos em casa, era a única explicação para ela ter chegado ali tão rápido. — Vai ser tudo em dobro, o que significa que a felicidade também vai! Ela estava tentando me ajudar, mas eu só conseguia ver pelo lado racional da coisa, eu não tinha dinheiro para suprir os gastos de gêmeos. — Eu só estou preocupada com tudo, você sabe o quanto uma criança gasta. — murmurei tentando não começar a fazer as contas na minha cabeça. — Nós vamos dar um jeito, prometo. — ela segurou minhas mãos, me confortando. Não era justo com ela, não era justo que Julia me sustentasse, já era um grande favor o que estava f
Eu nem podia crer que tinha realmente falado aquilo a ela, se Julia tivesse escutado provavelmente teria pedido minha cabeça, mas eu não pude esconder a verdade, ela já era uma tremenda gostosa e dançando com aquela roupa colada, não me ajudou a ser discreto.— Senhor Jack, é melhor parar com isso, ou vou acabar acreditando nas suas palavras e achar que realmente que me levar para sua casa.Alicia estava com os cabelos bagunçados, a pele brilhava depois de toda a dança na pista, não sei como, mas ela estava ainda mais tentadora.— E quem disse que não estou falando sério? Pensei ter deixado claro o quanto te achei linda desde que chegou aqui.Eu deveria parar, levar aquele flerte na brincadeira poderia ser bom por hora, mas não me impedia de ter uma ereção dolorida quando voltasse para casa.— Haha, muito engraçado. — ela debochou, mas eu vi em seus olhos a fagulha do desejo. — Não sei se esqueceu do que viu essa manhã, mas estou carregando gêmeos.— Não, não esqueci de nada. Se engan
A luz que entrava por minha janela me dizia que o sol já tinha raiado, mas eu ainda não tinha nem pregado os olhos.Depois que cheguei do bar com Julia, me joguei na cama, jurando que conseguiria dormir e não pensar em nada, mas não tive sorte.Precisei levantar e tomar um banho e ainda sim eu conseguia sentir o cheiro do perfume dele em mim.Jack tinha ferrado com a minha cabeça, falando aquelas coisas, eu sei que tinha pedido para saber o que faria comigo, mas é aquele ditado: a curiosidade matou o gato. No meu caso a curiosidade me impediu de dormir a noite, me revirei no colchão o tempo todo.Como se para me lembrar de que a minha insônia estava na casa ao lado, o ronco do seu motor ganhou vida na rua. Peguei meu celular na mesinha de cabeceira e vi a hora, eram quase nove, com certeza era a hora dele sair para trabalhar.Foi aí que tive a ideia mais louca de toda a minha vida, cliquei no seu nome e liguei. A chamada tocou duas vezes, antes que ele atendesse.— Desculpa se te acor
Estava travado no meio do meu quarto, ainda tentando assimilar tudo o que tinha acabado de acontecer ali, Alicia tinha mesmo me levado até ali para que eu a assistisse se masturbando? Quando vi sua ligação achei que ela gritaria comigo, por estar incomodando seu sono com o ronco do motor. Mas quando disse que eu deveria subir até meu quarto, um frio perpassou por meu corpo com a mínima ideia de que ela estivesse passando mal. Porem foi só encarar a janela aberta e focar naquele corpo delicioso, completamente nu, para que o frio fosse substituído por fogo liquido. A mulher era uma deusa e melhor do que eu havia imaginado ou sonhado. Os seios fartos e deliciosos que eu já tinha visto, estavam apontando com aqueles mamilos rosa para mim, me fazendo desejar ir até lá chupá-los até que estivessem vermelhos e ela implorando por mais. Seu quadril largo me dava uma boa ideia de como deveria ser aquela bunda e eu quase pedi que ela ficasse de quatro pra mim, mas teria sido mais do que podi
Eu não acreditava que tinha feito aquilo mesmo, não era nenhuma puritana, mas me masturbar para um homem que eu mal conhecia e ainda pedir que ele fizesse o mesmo pra mim, era a coisa mais maluca e quente que eu já tinha feito.Depois que tomei um longo banho, aproveitando a sensação gostosa de ter um orgasmo depois de todo aquele tempo, desci para tomar café, Julia já tinha deixado a garrafa de café cheia, e me julguem se eu não deveria estar tomando café por estar grávida, eu não conseguia ficar sem.Comi dois pães com ovos e me sentei no sofá pescando meu celular para conferir se havia alguma mensagem, no fundo eu torcia para que tivesse alguma mensagem de Jack, qualquer comentário que fosse, mas não tinha nada ali.Não consegui evitar a pontinha de desapontamento com isso, e foi inevitável não me questionar se ele tinha realmente gostado. Eu sei que era bobo, o homem não fingiu aquela ereção enorme, mas as inseguranças que colocaram dentro de mim decidiram dar o ar da graça.Entre
Eu estava chegando em casa e já começa a ter ideia sobre o que fazer com Alicia, ela merecia algo provocador depois dessa manhã. Talvez uma mensagem mandando ela ir até a cozinha, não não, tinha que ser algo criativo.Um show no jardim era melhor, o calor que fazia seria perfeito tomar um banho no quintal e ela seria a única a assistir.Estava determinado a fazê-la perder a cabeça, quando alcancei a calçada de casa e aviste ela no chão.Joguei minha moto de qualquer jeito no asfalto, pulei a cerca que separava o jardim e corri pelo gramado até alcançar as escadas da varanda.Todos os meus instintos gritavam que ela poderia estar machucada, ou até mesmo os bebês, mas quando virei seu corpo pude ouvir seu choro.Meu primeiro impulso foi abraçá-la e perguntar o que havia acontecido, mas ela não disse nada, absolutamente nada, só continuou com o choro e os soluços.Algo a tinha abalado forte e aquilo não ia terminar ali, ia demorar, por isso parei de me segurar e puxei seu corpo para o m