A festa de Natal na casa de Michelle Miller seria o acontecimento do ano. Creio que nem o último baile de primavera tenha gerado tantos comentários quanto o evento na nossa casa.Todo mundo que coube estava no nosso pátio ou dentro de casa, na decoração perfeita que havia sido montada no jardim e na área gramada dos fundos.Além dos tradicionais pinheiros ornamentados espalhados por todos os lados, tinha um imponente, maior que os demais, que ficava no portão de entrada. Luzes redondas e coloridas espalhavam-se por cima de nossas cabeças, iluminando lindamente tudo. As mesas com as comidas estavam fartas e coloridas. Claro que entre um passo e outro, eu dava uma beliscada nos alimentos oferecidos. Escolhi um vestido vermelho justo e simples, mas que valorizava meu corpo “acima das medidas” padrão. Uma sandália dourada completou o look com cabelos presos num coque soltinho e maquiagem leve.Eu já tinha um copo de espumante na mão enquanto Michelle Miller ia de mesa em mesa, cumprimenta
- E então... Não vai me levar para dar uma volta no seu carro novo?- Eu não posso ficar sem meus bebês... – olhei Andreia partindo com meus dois presentes preciosos com rabinhos balançando.- Eu tenho outro presente. – ele me olhou, seriamente.- Mais um? Você nunca me deu tantos presentes...- Sou bondoso algumas vezes.- Ou está tentando compensar algo...- Não estou tentando compensar nada. Eu não dormi com a porra da mulher.- Francis, eu acredito em você. – confessei.- Sei o quanto é complicado, Vi, já que nos conhecemos tão bem um ao outro. E talvez realmente seja difícil para você acreditar que eu possa mudar.- Mudou por mim, Francis? – senti meu coração batendo mais forte e minhas pernas ficando bambas com a possível resposta.Infelizmente com Francis era assim. Parece que eu tinha sempre que dar o primeiro passo para ele criar coragem. Mas temia que ele nunca admitisse os sentimentos para ele mesmo.- Sim, Vi, mudei por você. Sempre, tudo na minha vida, foi por você... Nun
Então eu, Virgínia Hernandez, a mulher mais azarada de Primavera, desprezada a vida inteira pela mãe, por causa do meu corpo, das minhas alergias, cheia de defeitos físicos e emocionais, ganhei naquele Natal um carro, dois cachorros, uma tatuagem, um pedido de namoro e um anel de brilhante.Devolvi a caixa, já fechada:- Não posso aceitar, Marcelus.- Mas Virgínia... Eu comprei para você. – ele pareceu decepcionado.Marcelus estava bem vestido. Certamente passou a ceia com a família e depois foi parar naquele buraco de cidade, na casa de uma mulher que ele desprezava, que era minha mãe. Eu não era vaidosa e não me considerava uma mulher bonita, embora já tivesse ganho vários concursos de beleza ao longo da minha vida. E me perguntei o que fazia aquele homem rico, bonito e influente querer algo comigo. Não que eu não merecesse este tipo de homem... Mas eu não fiz absolutamente nada para ele se apaixonar por mim. Eu era uma mulher comum, cheia de defeitos, insegura, comandada pela mãe e
Beijei meu namorado com paixão. Nossas línguas se conheciam tão bem e dançavam num mesmo ritmo. Os lábios dele devoravam os meus, como se tivessem o melhor sabor do mundo. Senti tanta falta do gosto dele, do seu corpo no meu, sua respiração quente na minha pele.Logo ele já estava duro, esperando por mim. Levantei o vestido enquanto Francis rasgou a minha calcinha, jogando pela janela.- Posso saber por que você faz isso? – beijei o pescoço dele até chegar ao lóbulo da orelha, que mordi levemente.- Porque eu não quero que você use calcinha, Vi.- É que eu não sabia que sairia com meu namorado hoje à noite...- Senta logo, Vi... Ou eu vou morrer.- Você vai morrer? – comecei a rir. – Achei que era só eu que morria quando gozava.- Eis a questão... Eu ainda nem gozei dentro de você...- Implora! – exigi, enquanto ele retirava meus seios para fora do sutiã, sobre o decote do vestido, dando atenção especial a cada um com lambidas quentes e generosas.- Por Deus, mulher, senta...- Diga,
- Eu... Tenho um namorado agora. – falei, não conseguindo disfarçar o sorriso.- O homem que estava na praça com você... Naquele final de domingo?- Sim. – arqueei a sobrancelha.Ele sorriu:- Percebi que você gostava dele.- Somos grandes amigos... Ou fomos? – fiquei confusa. – Enfim, ele me pediu antes da ceia. – contei feliz.- Depois foram comemorar... Com camisinha alérgica.- Bem... Ela era de um tipo diferente... Que esquentava.- Faltou fogo? – ele enrugou a testa, curioso.- Não...Alguém bateu na porta e abriu em seguida. Era a enfermeira:- Doutor, está tudo pronto para a injeção e o soro. – avisou.- Ok... Me dê só mais uns minutinhos. – ele pediu.Ela assentiu e fechou a porta.- Virgínia, sinto muito que Marcelus tenha agido desta forma com você. Tem homens que não aceitam perder.- Isso é bem imaturo da parte dele.- Eu sei... Mas confesso que tem que ter um grande auto controle para perder alguém que se ama e não fazer nada... Ele não é má pessoa.- Conheci a pior part
Abri a tampa e peguei os dois ao mesmo tempo, completamente encharcados e assustados, tremendo de frio e medo.Coloquei-os sobre uma toalha e os cobri, segurando-os juntos, tentando aquecê-los. As lágrimas invadiam meus olhos e a raiva tomou conta de mim.Saí correndo com os filhotes no colo até a porta. Abri e Michelle ainda estava saindo no portão.Gritei, de onde eu estava:- Eu falei com tia Meg. E por isso ela cortou a pensão. E quer saber? Foi a melhor coisa que já fiz na vida.- Você... Não se atreveria.- Ligue para ela e confirme. Ela inclusive me ofereceu emprego na Sweet M. Agora entendo porque eles não a procuram... E o motivo de Noah Collins não gostar de você. Eu tive vergonha de ser sua filha quando fui falar com eles. Ainda bem que herdei o nome do meu pai, porque não quero levar adiante o Miller que vem da sua parte. Por que você não é como tia Meg ou tia Martina? É a escória dos Miller.- Vou acabar com estas bolas de pêlo. Anote isso. – ela disse saindo, furiosa.En
- Francis... Isso é...- Desculpe, Vi... Não queria tomá-la de surpresa. Tampouco assustá-la. Mas como não quer ir para minha casa. Pensei que talvez pudéssemos morar juntos em outro lugar. Você poderia continuar seus estudos... Eu os meus e... Foi só uma ideia.Alisei seu rosto e dei-lhe um beijo:- Francis, obrigada por se importar comigo. Eu fico feliz com seu pedido. Para mim é quase como uma declaração de amor, até maior do que quando diz que em ama. Porque vem do homem que nunca pensou em se comprometer com alguém. E agora está... Namorando... – senti uma lágrima boba descer pelo canto do meu olho. – E querendo morar junto.- Quando eu saio daqui, não me sinto seguro em deixá-la, Vi. Tenho medo de você sofrer com sua mãe e Joice... Enfim... Penso em você o tempo todo e... Acho que você já sabe que a amo. – ele riu, timidamente.- Francis, você é quem eu mais amo no mundo todo. E sinceramente, o segundo lugar está bem longe. – sorri. – Mas... Embora eu ache que nos daríamos bem d
Quando Irina olhou para Dorothy, que até então estava de costas para ela, ficou completamente envergonhada, sem saber o que dizer. Eu devo ter ficado vermelha como um pimentão.Os filhotes chegaram até o banco, tentando pular para me alcançar. Dorothy abaixou-se a alisou-os. Estavam agitados.- Oi Douglas... Oi Dothy... Qual é qual? – ela perguntou.Ok, vamos lá enfrentar a situação!Desci e apresentei meus filhotes.- Devo ficar lisonjeada com os nomes? – ela perguntou, enquanto pegava um deles no colo, retirando da coleira.- Claro! Olha como eles são fofos. – falei, enquanto Douglas corria na direção de Francis, que o interceptou, pegando no colo.Francis veio até nós, balançando a cabeça confuso ao ver Dorothy.- Dothy gostou de mim. – ela falou para Francis. – Será que é por que temos o mesmo nome?- Creio que sim. – Francis disse. – Já conheceu nossos filhos? – passou a mão sobre meus ombros.- Seus filhos? – ela arqueou a sobrancelha. – Parecem meio peludos... Acho que se parec