- Francis... Isso é...- Desculpe, Vi... Não queria tomá-la de surpresa. Tampouco assustá-la. Mas como não quer ir para minha casa. Pensei que talvez pudéssemos morar juntos em outro lugar. Você poderia continuar seus estudos... Eu os meus e... Foi só uma ideia.Alisei seu rosto e dei-lhe um beijo:- Francis, obrigada por se importar comigo. Eu fico feliz com seu pedido. Para mim é quase como uma declaração de amor, até maior do que quando diz que em ama. Porque vem do homem que nunca pensou em se comprometer com alguém. E agora está... Namorando... – senti uma lágrima boba descer pelo canto do meu olho. – E querendo morar junto.- Quando eu saio daqui, não me sinto seguro em deixá-la, Vi. Tenho medo de você sofrer com sua mãe e Joice... Enfim... Penso em você o tempo todo e... Acho que você já sabe que a amo. – ele riu, timidamente.- Francis, você é quem eu mais amo no mundo todo. E sinceramente, o segundo lugar está bem longe. – sorri. – Mas... Embora eu ache que nos daríamos bem d
Quando Irina olhou para Dorothy, que até então estava de costas para ela, ficou completamente envergonhada, sem saber o que dizer. Eu devo ter ficado vermelha como um pimentão.Os filhotes chegaram até o banco, tentando pular para me alcançar. Dorothy abaixou-se a alisou-os. Estavam agitados.- Oi Douglas... Oi Dothy... Qual é qual? – ela perguntou.Ok, vamos lá enfrentar a situação!Desci e apresentei meus filhotes.- Devo ficar lisonjeada com os nomes? – ela perguntou, enquanto pegava um deles no colo, retirando da coleira.- Claro! Olha como eles são fofos. – falei, enquanto Douglas corria na direção de Francis, que o interceptou, pegando no colo.Francis veio até nós, balançando a cabeça confuso ao ver Dorothy.- Dothy gostou de mim. – ela falou para Francis. – Será que é por que temos o mesmo nome?- Creio que sim. – Francis disse. – Já conheceu nossos filhos? – passou a mão sobre meus ombros.- Seus filhos? – ela arqueou a sobrancelha. – Parecem meio peludos... Acho que se parec
Na segunda-feira eu acordei mais cedo que o normal. Tinha várias coisas para organizar da biblioteca da faculdade, onde eu estava trabalhando. Gostava de ir antes do horário para deixar tudo ok e depois me sobrava tempo para estudar. Quando não era período de provas, não tinha muito movimento por lá.Estava com a bolsa e uma sacola cheia de materiais que precisava para aquela semana de aula. Coloquei tudo no carro, que ainda estava na garagem. Quando fechei a porta, dei de cara com Maurício, me assustando.- Maurício... Me assustou. – não consegui deixar de dizer.Ele escorou-se na parede, de braços cruzados:- Bastante material.- Sim. Tenho aulas práticas esta semana. Vou iniciar os primeiros desenhos. Estou empolgada. – olhei no relógio. Se ele demorasse muito, eu não conseguiria seguir com os planos de chegar mais cedo.- Empolgada com seu curso de... Arquitetura, é isso?- Sim. – escorei-me na lataria do carro.Eu estava curiosa com o que ele queria ali, porque raramente Maurício
POV FRANCISEu não me cansava de beijar Virgínia, tampouco de fazer amor com ela. Sabia o quanto ela gostava de rapidinhas em lugares inusitados e sempre tentava agradá-la. Ela era o meu vício e eu não conseguia mais ficar longe dela. Era amor... De uma forma como nunca imaginei sentir na minha vida.O estranho era sentir tudo aquilo por Vi, a garota que cresceu ao meu lado. Acho que sempre a amei, mas preferia afastar aquele sentimento, temendo ficar vulnerável. Então lá estava eu, completamente vulnerável e enlouquecido por ela. E o pior de tudo: completamente feliz.Andréia e Liam a chamaram e eu fiquei de pegar uma bebida para nós. Eu não gostava muito dos bailes de Primavera. Mas sempre vinha por ela, que gostava.Assim que peguei duas águas e fui sair, meu pai parou na minha frente:- Onde está sua mãe?- Ela foi para casa. Parece estar triste. Não sei o que tem acontecido com ela nos últimos dias. Mas espero que você não tenha nada a ver com isso.- Claro que não tenho. Acho qu
- Vocês estão loucos... Sabem que eu não fiz isso. – falei, incrédula, com voz fraca, sentindo meu coração querer deixar o peito.- Irina era cardíaca... Não podia sofrer fortes emoções. Então... Você veio aqui e contou tudo, mesmo eu dizendo que não deveria. Como pôde fazer isso com a mulher que acolheu você como filha a vida inteira? – Maurício fingiu tristeza.- Eu tentei impedir... – Michelle olhou nos meus olhos. – Mas você não me ouviu. Eu tinha certeza de que se ela soubesse a verdade, morreria. Por isso nunca contei.- Vocês são... Sórdidos... Doentes.- Sempre tentamos poupar Irina, sabendo de suas condições de saúde. – minha mãe insistiu.- Então... Você nunca teve nada no coração. O exame que você falsificou era de Irina. – falei, aturdida.- Sim... – ela confirmou, sem pensar duas vezes, sem demonstrar nenhum tipo de ressentimento ou culpa.Michelle Miller era uma pessoa sem coração, sem nenhum tipo de sentimento. Alguém que mentia e tentava destruir a própria filha em nom
Fui de volta para minha ex casa e subi ao quarto no qual nunca mais voltaria. A única coisa boa que eu tinha dali era as vezes que Francis ia me ver, subindo pela escada que um dia Michelle Miller arrancou, sem dó nem piedade, somente por maldade. Peguei mais duas malas e retirei tudo que tinha dali, sem pensar duas vezes.Não sei quanto tempo levou para não deixar vestígios de que um dia eu estive naquele lugar.Quando estava descendo as escadas, carregando as duas malas pesadas, Liam chegou. Parou, com a chave da casa na mão e me encarou:- Meu Deus... De que túmulo você saiu...Continuei até o último degrau. Ele me abraçou:- O que houve com você, Vi? Sumiu... Francis... Está desesperado. – percebi a confusão e dó nos olhos avermelhados dele.Michelle surgiu, no topo da escada. Eu não sabia que a desgraçada estava lá.Liam ainda me abraçava com força quando ela disse:- Liam, meu filho, estamos ricos!Nós dois nos viramos em direção a ela.- Mãe... Você tem noção do que está dizend
Trinta dias foi tempo suficiente para eu me recuperar fisicamente. Meu coração só curaria quando eu tivesse Francis novamente. Ele sempre foi tudo que eu tive, desde criança. Ele estava lá quando eu me machucava. Estava também junto nas minhas travessuras. Ele deixava de comer coisas pra poder estar comigo. Comprava alimentos caros sem proteína do leite porque sabia que eu gostava. Ele sempre tinha um algodão doce para mim... E também um sorriso safado. Ele escalava até o meu quarto e passava a noite na minha cama contado sobre suas aventuras amorosas. Até provarmos de um único beijo... O mais perfeito do mundo. A partir dali, nos apaixonamos. Eu entendi primeiro o que estava acontecendo. Francis demorou a identificar que o amor não era mais simplesmente pela sua amiga. Ele me pediu em namoro e me deu dois cachorros fofos, só porque leu numa lista idiota que eu havia feito. E o principal: ele sempre me alertou com relação a minha mãe. E eu não quis ouvir. Porque na minha cabeça, mãe e
Yan sorriu e me abraçou:- Você é minha filha... Somos parecidos em quase tudo... Eu não tenho dúvidas de que Virgínia Hernandez é minha... Assim como Liam. – recebi um beijo estalado no rosto. – Tire bobagens desta cabecinha. Você não vai ter um pai rico. – riu.- Pai, eu acho que ela fez isso porque Irina morreu e Maurício vai ficar dono de tudo. Então assumir que Liam é filho de Maurício neste momento seria ter parte da herança... Seria isso?- Eu já não sei de mais nada, minha filha. A única coisa que tenho certeza é que a melhor coisa que fiz na vida foi ter saído daquela casa.- Pai, falando em casa...Liam pareceu, mais calmo, com uma xícara de chá fumegante e um biscoito.- Ok, Grécia quer engordar todo mundo, não duvide disto. – brinquei.Ele colocou o braço sobre meus ombros:- De novo dividindo a mesma cama, Vi...- Mas num lugar que eu posso chamar de... Lar. – confessei.- Apesar de tudo, sair daquela casa e de Primavera me fez bem. – ele confessou.- Ninguém que sai das