Emanuele
- Você estava completamente incrível essa noite! – exclamei quando Ester desceu do palco.
Ela sorria, radiante, e havia tanta paixão exalando do seu corpo que era impossível não me contagiar. Minha irmã era incrível, talentosa e eu estava muito orgulhosa.
- Jura? – perguntou, ofegante, segurando minhas mãos.
- Claro que sim! – apertei suas mãos, sorrindo, enquanto a plateia ainda terminava de aplaudir ao nosso redor.
Martim subiu no
Emanuele - O que está achando? – Ester me perguntou, rodando na frente do espelho. - Ainda não dá para achar muita coisa. – respondi com sinceridade. O tecido branco, ainda em fases iniciais de se transformar em um vestido, não dava muita margem para imaginação. A costureira estava concentrada, observando cada detalhe e fazendo perguntas para saber exatamente o que Ester desejava. - Vai ficar incrível. – ela comentou sonhadoramente. Quando saímos,
Guilherme Acordei com dor de cabeça no final de semana em que Emanuele pediu para me avisar que estaria usando a fazenda para organizar um casamento. Fiquei olhando para o teto, tentando assimilar que ela estaria se casando em breve. Parte de mim desconfiava de que Emanuele havia mentido sobre não ter ninguém, e eu lutava contra essa ideia. Ela já estava lá há alguns dias, e minha mente ficava imaginando ela andando pela propriedade, o cabelo balançando com o vento e as mãos ocupadas com uma xícara de alguma coisa quente.Mas naquela manhã eu a via nervosa pela cerimônia do dia seguinte, o frio na barriga e a tensão entre os olhos. Talvez estivesse dormindo pouco a noite, pensando em cada detalhe para que o dia fosse completame
Emma - Emma, levante. – minha mãe chamou com duas batidas suaves na porta do meu quarto. Me espreguicei, rolando para ficar de barriga para o alto, e em seguida me sentei na cama. Tinha sido uma das minhas melhores noites de sono, acredito que nem tenha trocado de posição. Levantei para afastar as cortinas e abrir a janela, deixando o sol invadir meu quarto suavemente e revelar um céu tremendamente azul e sem nuvens. Lá embaixo algumas pessoas andavam pela rua e duas idosas varriam o chão na frente de suas casas. Coloquei apenas um roupão por cima da camisola e
Emma O pai de Heitor era muito parecido com ele. Magro e distinto, com olhos verdes e um cabelo quase no mesmo tom, que já estava rareando. Ele pareceu tão animado quanto meus pais com nossa inevitável união. Sorria abertamente, o tempo todo, elogiando as flores de mamãe, a comida de Sally e até mesmo as nossas cortinas velhas. A mãe era mais comedida, embora fosse extremamente gentil. Mostrava uma alegria educada, suave. Seus cabelos loiros estavam presos num coque grosso e firme, e as mãos sempre ficavam cruzadas na frente do corpo. Heitor era quase tão quieto quanto eu, mas também parecia feliz. Como a união comigo, uma completa estra
Emma A capela era simples, sem adornos além dos bancos de madeira, mas meus pais estavam dispostos a colocar flores e algum outro tipo de decoração para o dia do casamento. Os pais de Heitor estavam animados, agora que percebiam que a cerimônia realmente aconteceria ali e seu filho teria o capricho realizado. Eles seguiam meus pais pelo lugar, apontando e discutindo sobre coisas que não me interessavam. Meu futuro marido estava sentado num banco, observando os mais velhos com interesse, e todos me ignoravam completamente. Era como se eu não fosse uma parte realmente importante de tudo aquilo.&
Emma Quando acordei na manhã seguinte, era muito cedo. O sol mal subia no horizonte e a casa ainda permanecia no mais absoluto silêncio, resolvi novamente descer as escadas suavemente. Não foi difícil encontrar a cozinha e um copo de água. Nem mesmo a empregada estava presente naquele horário, então pude me encostar na pia e olhar através da janela de vidro, em direção as árvores. Minha mente estava repleta das memórias da noite anterior. Francisco e eu, juntos do lado de fora da casa, mais próximos do que deveríamos e conversando com uma intimidade completamente descabida.
Emma Meu coração acelerou assim que avistei a casa. Rapidamente meus olhos começaram a varrer o local em busca de Francisco, mas só havia Alice, saindo pela porta da frente para nos recepcionar. - Fizeram boa viagem? – ela sorriu. - Fizemos. – mamãe respondeu. Eu continuava agitada, batendo o pé repetidas vezes contra o chão. - Parece que a noiva está nervosa. – minha futura sogra comentou, observando meu comportamento repetitivo.&nb
Emma O dia anterior ao casamento foi completamente caótico. Nossas mães corriam de um lado para o outro com empregados contratados especialmente para a decoração entre outras pequenas coisas, outros empregados cozinhavam as comidas que seriam consumidas na pequena festa que faríamos depois da cerimônia e nossos pais deixaram a casa com Heitor para voltar apenas no dia seguinte, para que ele não me visse de noiva antes da hora. Para completar, Francisco estava pairando por todos os lados. Ninguém o percebia, mas eu sentia cada vez que ele estava por perto. Nossos olhos se cruzavam, cheios de significado, e fugi várias vezes para cantos isolados para poder chorar.&n