Eu devia ter feito uma coisa bem ruim na minha vida passada para estar pagando tão caro ultimamente. A mãe de Lily era uma cobra, eu até cheguei a ter dó da jovem quando ouvi as constatações da mais velha sobre os vestidos que ela experimentou, visto que, Marisa teve que ir junto nas provas e nas lojas que selecionei a pedido da noiva, e eu fui obrigada a lhe acompanhar, e essa ordem simplesmente partiu da própria Família. Merda!A Organização me colocou para uma missão em campo que não tinha nada a ver com minhas funções. Nada mesmo.Quando pensei que um momento de calmaria estava bem à frente, fui surpreendida por mais pedidos insuportáveis, do tipo que, precisava achar um salão de beleza onde só usavam produtos veganos, e tudo bem ela ter seu lado humano e querer fazer o bem do próprio modo, mas foi um saco sair procurando por coisas tão específicas que me faziam fugir de outras responsabilidades maiores. Para a minha sorte, nenhuma outra missão me foi designada nesse meio temp
— Achei que eu estivesse te protegendo a minha vida inteira, e agora eu começo a descobrir que você fazia tantas coisas pelas minhas costas, e eu mal sabia. Não consigo nem pensar em tudo o que eu deixei passar — murmurou tristonho. — Sabe o que você estava fazendo enquanto eu transava com o Scott? Você estava no quarto ao lado, fodendo uma garota diferente por noite! — expliquei bem calma. Era uma verdade escancarada.Corey desmanchou a postura de durão. Seu olhar sobre mim vacilou. De certa forma, se recompôs no seu melhor estado. — É por isso que você ficou com ele? Você tinha ciúmes?Arregalei os olhos não acreditando que ele tinha dito algo tão idiota. Ciúmes de Corey, naquela época? Não! Eu podia jogar a culpa nos acontecimentos anteriores, a suposta morte de Joe — que agora já não era mais uma certeza para mim — e minha cabeça conturbada querendo descobrir mais sobre minha mãe biológica. Talvez, sob essa pressão, eu escolhi um refúgio e encontrei ele em Scott. Mas ciúmes
→ Alguns anos antes.Tinha dias que eu gostava de fazer merdas, mas também tinha dias que eu exagerava muito ao decidir fazê-las. E sim, havia diferença em ambos os casos. Normalmente eu já descumpria bastante ordens, principalmente as regras chatas de Paul. Após meu "batismo", as coisas ficaram feias entre nós dois, e melhoraram muito com Jason, enquanto meu pai me jogou em uma floresta, me deixando à mercê de mim mesma para lidar com um homem que… bom, merecia o que recebeu, Jason me cuidou.Mas não foi uma coisa fácil. De jeito nenhum. E quando meu irmão mais insuportável chegou para me ajudar, sim, eu fiquei muito feliz e aliviada. Acontece que depois que você tira a vida de alguém pela primeira vez, sua cabeça não continua a mesma. Eu tinha que cumprir uma missão, sair com vida daquela ilha, e aquele "homem malvado" também tinha a dele, sair com vida depois de me vencer. Esse era o meu batismo. Então, escolhi ser a ganhadora desse jogo. Entre minha vida ou a dele, mil ve
Sorri, me abaixando para tirar o tênis dos pés e arrancar as meias junto. Quase caí de cara no chão, mas me equilibrei logo, retomando a postura enquanto o olhar acusador do homem pesava sobre mim.E que olhar!— Só saí pra dançar um pouco, nada demais. Não seja uma réplica do papai, Scott — choraminguei fazendo meu típico drama. No fim, dei de ombros enquanto chutei meus tênis para debaixo da cama e fui até o armário à procura de um pijama confortável. Teria que tomar banho e dormir, caso contrário, na manhã seguinte eu nem ia conseguir levantar da cama para dar a continuidade na mentira que Scott criou. Se eu quisesse dizer para Paul que cheguei cedo para me juntar ao café em família, teria que estar com uma cara aceitável. — Você está cheirando a álcool e a sexo. Preciso te dizer alguma coisa, pequeno Corvo? Olhei para ele por cima do ombro, louca pra fazer uma coisa que eu sequer deveria. Scott me chamava daquele jeito, assim como os outros costumavam chamar após eu ser des
— Sabe que sou mais experiente que você e mais pé no chão, certo? Franzi o cenho, torcendo o nariz para a conversinha chata que ele ia iniciar. Não queria, e não precisava disso logo com ele. Não mesmo. — Scott, por que caralho você não vai foder também? Para de ser super certinho! Tem vinte e quatro anos e fica pagando de moço puritano como se nem soubesse o que é se divertir um pouco.Ele soltou um riso nasalado, quase que tirando sarro da minha cara. E eu sabia bem o porquê. — Eu sou discreto, Chloe. Faço as coisas de um jeito que nem o papai e muito menos a mamãe vão desconfiar. Essa é a questão. Vocês não aprendem nunca, e depois que levam bronca, ficam reclamando. — Transar com a empregada nova é fácil, não?! — Cruzei os braços, totalmente preparada para debater. O homem levantou as sobrancelhas, assustado por me ouvir o desmascarando. — Chloe… — murmurou em tom de alerta.— Fez ela gemer alto demais na despensa, eu ouvi tudo. Não venha querer negar, Lobinho. Você apenas
→ Alguns anos antes. Três dias depois e eu estava tendo a noite mais entediante da minha vida. Quando bati o pé para que não fizessem festa de aniversário, era exatamente por saber que fazer tudo tão certinho e formal, ia me entediar pra cacete. Claro que, tempo demais isso não durou, pois corri para mudar esse fato. Dezoito anos só se faz uma vez, você precisa aproveitar quando esse dia chega, e escolhi fazer isso no melhor estilo quebrador de regras. Minha bunda deslizou pela cômoda, apenas com a calcinha em meu corpo, e o sutiã compondo a lingerie de mais de seiscentos dólares que fiz questão de comprar com o cartão do papai. Pelo menos tive passe livre como presente de quase duas décadas respirando nesse mundo caótico. Se eu podia gastar, fiz isso sem peso na consciência, só esperava que ele acreditasse que precisei refazer minha coleção inteira de calcinhas, e não que comprei o conjunto de renda vermelha apenas para seduzir rapazes enquanto me despia inteira. Se bem que,
Scott girou os calcanhares e caminhou calmamente para sair do quarto, mas se pensou por um segundo que eu ia deixá-lo se safar sem pagar um preço por ter destruído minha foda, estava bem enganado. Eu também era uma Legard, não é o que diziam por aí de boca cheia?! Então podia agir como uma, uma muito boa no que faz. — Seu jeito mandão é excitante, sabia? É bem coisa de um alfa. Seu lado lobinho aflorado — falei mais para atrair a atenção dele, provocando ao me referir no diminutivo. Quando ouvi seus passos pararem, eu já havia pulado da cômoda e estava de costas para ele. Sem pensar muito, me abaixei deixando a bunda bem empinada, e peguei minha calça e o blazer que acabaram parando no chão. Enrolei o quanto pude naquela posição, sabendo que se Scott quisesse olhar, ele veria bem através da renda fina, e então duas pessoas com tesão ficariam de cara feia na festa que rolava no andar de baixo. Porque era muito injusto que só eu sentisse aquilo e não suprisse. Eu era mulher, uma
A base do meu closet eram peças íntimas bonitas e confortáveis, principalmente rendas, e o restante se baseava em ternos casuais e jeans com camisas mais reservadas. Desde o momento em que sofri nas mãos de Joe, algo dentro de mim mudou. Passei a me perguntar se eu havia sido culpada, se as roupas que eu usava tinham sido algum tipo de estopim, ou se fiz algo errado que o levou a tentar me machucar. Sim, eu me culpei por um tempo, e nesse tempo foi que refiz todo o meu armário e passei a usar roupas que escondiam minha pele. Não gostava de pensar que as pessoas, principalmente os homens, me olhavam de formas mais profundas, não aqueles que eu não queria que olhassem. Tinha exceção, claro. Scott Legard foi uma delas. Para ele eu conseguia desfilar nua, e ainda assim sentia total segurança, pois sabia que suas mãos jamais me tocariam com a intenção de machucar, muito pelo contrário, se alguém me tocou com amor e com um carinho inimaginável, esse alguém foi ele.Observei Marisa e M