Collin
— Onde você está? — A interrompo bruscamente e devo dizer que até estupidamente, porque eu sinto que há algo errado nessa nossa conversa. Ela suspira alto e eu suspiro resignado.
— Estou no apartamento de Judy. — Franzo o cenho pensando nas piores hipóteses agora.
— Por que você está no apartamento da minha secretária e não aqui comigo? — Escuto o som de mais uma respiração, dessa vez alta e fecho os meus olhos fazendo uma oração silenciosa.
Por favor diga que não está me deixando!
— Collin, eu… preciso ficar um pouco sozinha…
— Por quê?
— Porque eu… preciso pensar um pouco.
— Pensar? No que precisa pensar? — Meu coração dispara erroneamente.
— Eu… vou dormir aqui essa noite, está
EllenMomentos antes…— Deia, como estão indo os detalhes para o lançamento do livro?— Muito bem, Ellen! — A garota responde com um sorriso genuíno, segurando a sua prancheta e uma caneta para se aproximar de mim. — Veja, mural de livros, o destaque no banner, a sessão de autógrafos e o momento mais esperado, os relatos de um trecho emocionante.Sorrio satisfeita.— A editora deve mandar alguns souvenires, quero que os distribua entre os nossos leitores no momento certo.— Pode deixar, Ellen, isso também já está acertado.— Você é perfeita, sabia? — ralho, abrindo um sorriso satisfeito.— Ellen, o novo carregamento acabou de chegar. O que quer que eu faça com ele?— Ótimo, Fred! Você pode arrumá-los em suas devidas prateleiras antes
Ellen— Posso perguntar uma coisa? — Collin indaga após um longo tempo em silêncio.— Sim.— Por que veio para a casa da Judy? Por que se escondeu de mim?Suspiro baixinho.— Porque estava confusa.— Confusa, com o que?Puxo outra respiração, porém, ergo a cabeça e o olho nos olhos.— Com as imagens. — O barão une as sobrancelhas.— Quais imagens, Ellen?Sem lhe responder saio da cama, envolvendo-me com um lençol e pego o meu celular em cima do criado mudo. Abro a tela e depois o meu e-mail, lhe entregando em seguida. O observo sentar-se no colchão e olhar com curiosidade cada foto, e após soltar uma respiração alta ele olha dentro dos meus olhos.— Essa é a Laura Hallis, a minha ex-namorada do tempo da faculdade. — Ele começa a falar. &m
Ellen— Soube que abriu uma livraria com características bem americanas aqui no Brasil. — Me pego sorrindo outra vez. — Ouvi falar que ela está bem badalada e acredite ou não, eu já estava pleiteando visitá-la na próxima semana.— Eu ficarei feliz em recebê-la, Virgínia.— Oh! — Virginia arfa, olhando acima do meu ombro. — Uma amiga acaba de chegar, Ellen. Se me der licença gostaria de recebê-la pessoalmente. — Ela diz e antes que eu consiga me virar para ver quem é, Virginia se apressa em ir abraçá-la. — Laura querida! — Fito as duas mulheres um tanto festivas, trocando abraços e beijos nos rostos. — Eu pensei que estava de viagem marcada.— Pois é, mas eu desisti de ir.— Oh, que bom! Venha, eu quero que conheça alguém especial e que aprendi a admirar em
CollinNa semana seguinte…— Senhor Hill, está tudo pronto para a visita a gráfica em alguns minutos.— Ok, Judy e o Eduardo?— Ele já está vindo.— Certo. Devo ficar fora pelo resto do dia. Você pode cancelar os meus compromissos para hoje?— É claro, Senhor! — Ela diz com o seu jeito profissional de sempre, porém, continua parada na minha frente como se esperasse por algo. — Mais alguma coisa, Judy?Minha assistente suspira e cautelosa ela se aproxima mais da minha mesa.— Eu sei que nunca me meti na sua vida pessoal e que jamais deveria fazer isso, Barão.— Mas? — Paro o que estou fazendo para fitá-la melhor.— Eu gostaria de saber como ela está? Quer dizer, da última vez que a vi, ela não me parecia…Deveras, Judith Davis está
CollinCollin— O meu pai pediu a minha mãe em casamento com esse anel e após a morte deles, a minha avó me entregou. Eu o mantive guardado em um cofre porque não criei expectativas de um dia me casar por amor…— Ele é perfeito, Collin! — Meu amigo me interrompe e dessa vez não seguro um sorriso cheio de inseguranças.— Você acha que ela vai gostar?— Cara, ela vai amar! — Chego a puxar a respiração quando volto a fitar o objeto.— Quero fazer isso quanto antes, Eduardo e gostaria que você e sua família estivessem presentes. Será uma noite muito especial para nós dois.— Uma noite?— Um jantar.— Uau!— A Ellen assim como eu não temos ninguém para convidar além do meu avô, você e a Judy.— A Judy tamb&e
CollinDoze horas depois…— Majestade! — Curvo-me parcialmente para reverenciá-la, mas como sempre encontro um sorriso doce nos seus lábios.— Você sumiu, Lorde Hill. Decidiu abandonar o seu país de origem sem avisar a sua rainha? — Ela retruca, dando alguns passos pelo imenso jardim e imediatamente começo a acompanhá-la.— De forma alguma. Tenho alguns projetos no Brasil e alguns negócios por lá também.— E não pode fazê-los daqui?— Acredite, eu gostaria, minha rainha, mas…— Mas casou-se com uma brasileira, eu sei disso.— Isso.— Seu avô me contou sobre alguns acontecimentos extraordinários. — Sinto-me incomodado, portanto, apenas respiro fundo e aguardo que ela continue.— O casamento não deu certo, então por que in
CollinCollin— Talvez seja um caso de sequestro seguido de assassin…— NÃO! — rosno ferozmente. — A Ellen está viva!— Senhor Hill, temos que trabalhar com todas as possibilidades…— EU DISSE QUE NÃO! — grito em fúria, sentindo as minhas forças sendo roubadas de mim. — Quero que saia da minha casa!— Mais…— SAIA DA MINHA CASA AGORA! — rujo, apontando-lhe a saída. Frustrado, o homem guarda a caneta e o bloquinho dentro do seu bolso e sai. Contudo, ao me virar para voltar para o meu quarto encontro o Eduardo em pé na minha frente e desabo ali mesmo.***Uma semana depois…— Alguma notícia? — pergunto para o meu detetive particular em uma ligação dentro do meu escritório.— Definitivamente não, Sen
CollinSete meses depois…— Senhor Hill, o Senhor Rosa está no telefone. — Judy avisa, porém, eu respiro fundo antes de atendê-lo.Devo dizer que os meses passaram rápido demais, mas é como se o tempo tivesse parado para mim e a minha vida estivesse estagnada desde o dia ela desapareceu. E enquanto todos continuaram com as suas vidas, eu continuei exatamente no ponto de onde paramos. Confesso que não sinto mais a dor sua ausência. É como se tudo dentro de mim estivesse dormente e a alegria de viver já não existe mais para mim. Nesses poucos meses a polícia esfriou as suas buscas e as investigações. Ellen Axel simplesmente evaporou no ar e todos simplesmente desistiram dela.Menos eu.Ainda mantenho a esperança de encontrá-la. Ainda olho para a porta do meu escritório na esperança de que ela passe