Ellen
— Soube que abriu uma livraria com características bem americanas aqui no Brasil. — Me pego sorrindo outra vez. — Ouvi falar que ela está bem badalada e acredite ou não, eu já estava pleiteando visitá-la na próxima semana.
— Eu ficarei feliz em recebê-la, Virgínia.
— Oh! — Virginia arfa, olhando acima do meu ombro. — Uma amiga acaba de chegar, Ellen. Se me der licença gostaria de recebê-la pessoalmente. — Ela diz e antes que eu consiga me virar para ver quem é, Virginia se apressa em ir abraçá-la. — Laura querida! — Fito as duas mulheres um tanto festivas, trocando abraços e beijos nos rostos. — Eu pensei que estava de viagem marcada.
— Pois é, mas eu desisti de ir.
— Oh, que bom! Venha, eu quero que conheça alguém especial e que aprendi a admirar em
CollinNa semana seguinte…— Senhor Hill, está tudo pronto para a visita a gráfica em alguns minutos.— Ok, Judy e o Eduardo?— Ele já está vindo.— Certo. Devo ficar fora pelo resto do dia. Você pode cancelar os meus compromissos para hoje?— É claro, Senhor! — Ela diz com o seu jeito profissional de sempre, porém, continua parada na minha frente como se esperasse por algo. — Mais alguma coisa, Judy?Minha assistente suspira e cautelosa ela se aproxima mais da minha mesa.— Eu sei que nunca me meti na sua vida pessoal e que jamais deveria fazer isso, Barão.— Mas? — Paro o que estou fazendo para fitá-la melhor.— Eu gostaria de saber como ela está? Quer dizer, da última vez que a vi, ela não me parecia…Deveras, Judith Davis está
CollinCollin— O meu pai pediu a minha mãe em casamento com esse anel e após a morte deles, a minha avó me entregou. Eu o mantive guardado em um cofre porque não criei expectativas de um dia me casar por amor…— Ele é perfeito, Collin! — Meu amigo me interrompe e dessa vez não seguro um sorriso cheio de inseguranças.— Você acha que ela vai gostar?— Cara, ela vai amar! — Chego a puxar a respiração quando volto a fitar o objeto.— Quero fazer isso quanto antes, Eduardo e gostaria que você e sua família estivessem presentes. Será uma noite muito especial para nós dois.— Uma noite?— Um jantar.— Uau!— A Ellen assim como eu não temos ninguém para convidar além do meu avô, você e a Judy.— A Judy tamb&e
CollinDoze horas depois…— Majestade! — Curvo-me parcialmente para reverenciá-la, mas como sempre encontro um sorriso doce nos seus lábios.— Você sumiu, Lorde Hill. Decidiu abandonar o seu país de origem sem avisar a sua rainha? — Ela retruca, dando alguns passos pelo imenso jardim e imediatamente começo a acompanhá-la.— De forma alguma. Tenho alguns projetos no Brasil e alguns negócios por lá também.— E não pode fazê-los daqui?— Acredite, eu gostaria, minha rainha, mas…— Mas casou-se com uma brasileira, eu sei disso.— Isso.— Seu avô me contou sobre alguns acontecimentos extraordinários. — Sinto-me incomodado, portanto, apenas respiro fundo e aguardo que ela continue.— O casamento não deu certo, então por que in
CollinCollin— Talvez seja um caso de sequestro seguido de assassin…— NÃO! — rosno ferozmente. — A Ellen está viva!— Senhor Hill, temos que trabalhar com todas as possibilidades…— EU DISSE QUE NÃO! — grito em fúria, sentindo as minhas forças sendo roubadas de mim. — Quero que saia da minha casa!— Mais…— SAIA DA MINHA CASA AGORA! — rujo, apontando-lhe a saída. Frustrado, o homem guarda a caneta e o bloquinho dentro do seu bolso e sai. Contudo, ao me virar para voltar para o meu quarto encontro o Eduardo em pé na minha frente e desabo ali mesmo.***Uma semana depois…— Alguma notícia? — pergunto para o meu detetive particular em uma ligação dentro do meu escritório.— Definitivamente não, Sen
CollinSete meses depois…— Senhor Hill, o Senhor Rosa está no telefone. — Judy avisa, porém, eu respiro fundo antes de atendê-lo.Devo dizer que os meses passaram rápido demais, mas é como se o tempo tivesse parado para mim e a minha vida estivesse estagnada desde o dia ela desapareceu. E enquanto todos continuaram com as suas vidas, eu continuei exatamente no ponto de onde paramos. Confesso que não sinto mais a dor sua ausência. É como se tudo dentro de mim estivesse dormente e a alegria de viver já não existe mais para mim. Nesses poucos meses a polícia esfriou as suas buscas e as investigações. Ellen Axel simplesmente evaporou no ar e todos simplesmente desistiram dela.Menos eu.Ainda mantenho a esperança de encontrá-la. Ainda olho para a porta do meu escritório na esperança de que ela passe
CollinEstou me perguntando por que ela não me diz nada e como ela apareceu assim do nada na minha frente? Mas principalmente, onde você esteve todo esse tempo? Droga, e essa gravidez?— Por favor! Por favor! Me ajude! — desperto dos meus devaneios quando ela volta a gemer.— Fique calma, já estamos chegando! Só respire, respire, querida! — peço, simulando uma sequência de respirações na tentativa de ajudá-la de alguma forma.Não demora para ela está deitada em uma cama estreita e alguns médicos a levam para dentro de um quarto com certa pressa. Tento não me afastar dela e adentrar o quarto, mas sou imediatamente impedido de seguir.— O Senhor precisa passar algumas informações na recepção, Senhor Hill. — Um deles pede e eu sou obrigado a deixá-la ir para longe de mim outra vez.&mdas
Collin— Por que ela não acorda nunca? — resmungo impaciente para o médico em um misto de agonia e ansiedade. Contudo, com um medo miserável de que ela me rejeite por não me reconhecer na sua vida.— É normal, Senhor Collin. — Ele fala com naturalidade, enquanto lê atentamente a prancheta com os dados de Ellen. — A sua esposa teve um parto um pouco difícil, ela está bem cansada. — Apenas concordo com ele fazendo um gesto de cabeça e após ele sair do quarto, me acomodo do seu lado, segurando na sua mão e fico sabe Deus por quanto tempo apenas a olhando em um sono profundo.Meu Deus, ainda não acredito que ela está aqui tão perto de mim, tão alcançável outra vez! Penso em completo êxtase. Contudo, o cansaço das noites mal dormidas por longos e exaustivos meses cobra o seu preço e logo sinto os
Collin— Olha você aí, minha querida! — O homem fala, abrindo um sorriso emocionado. Contudo, resolvo me afastar um pouco para lhes dar espaço.— Padre Júlio! — Percebo o carinho dela por esse estranho apenas no sibilar de suas palavras.— Como você está, querida?— Bem, eu acho. — Ele olha para mim e eu aceno sutilmente para ele.— Deus a abençoou com a sua graça, filha. — O padre cantarola e os seus olhos correm imediatamente para mim. — Eu sei que tudo parece confuso para você agora, mas acredite, agora você está nos braços do homem que te ama.Me pego sorrindo, porém, de boca fechada.— E agora você está segura, Ellen e ainda com o seu filho nos seus braços.— Obrigada por tudo, padre Júlio!— Agradeça a Deus, minha filha